O ex-ministro e pré-candidato à Presidência Ciro Gomes defendeu a presença do marqueteiro, que foi preso e condenado pela Lava Jato sob a acusação de caixa 2, em sua campanha
247 - O ex-ministro e pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) perguntou se uma repórter defendia o nazismo após ser questionado por ela se a atuação do marqueteiro João Santana, que foi preso e condenado pela Lava Jato sob a acusação de lavagem de dinheiro e caixa 2, em sua campanha não enfraquecia o seu discurso de combate à corrupção.
“[João Santana] Pagou caríssimo por esse erro grave que cometeu. E depois de pagar caro o que se presta a um cidadão, a resseção (sic) plena dos seus direitos à sociedade. O mais é nazismo, você defende isso? Você defende o nazismo, que é a condenação eterna? Eu acredito que você não defende isso não”, disse Ciro nesta segunda-feira (14), durante participação em um seminário sobre corrupção promovido pelo PDT, em São Paulo, de acordo com O Estado de S. Paulo.
Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitou um recurso do PDT que afrouxaria as regras de punição para políticos no âmbito na Lei da Ficha Limpa, ele disse que não foi consultado pelo partido, mas afirmou que “a causa era boa”, uma vez que o tema teria sido proposto pelo PDT.
Na ocasião, o pedetista também defendeu o fim de doações de pessoas físicas e o autofinanciamento de campanhas eleitorais. “É preciso radicalizar o financiamento público de campanha, inclusive acabando com o financiamento próprio, para evitar candidato a presidente que botou 50 milhões do seu próprio patrimônio na campanha. Isso faz uma desigualdade. E financiamento privado, porque na hora que o tribunal determinou que o financiamento empresarial era ilegal, surgiram movimentos para disfarçar a contribuição empresarial e causar deformação”, disse.
A afirmação faz referência ao ex-ministro Henrique Meirelles, que investiu R$ 54 milhões em sua própria campanha para a Presidência, no pleito de 2018.