A maior parte dos ativos foram vendidos a empresas estrangeiras. O governo Bolsonaro foi o que mais promoveu o desmonte da estatal
247 - A Petrobrás já vendeu R$ 263,4 bilhões em ativos desde 2015 até 23 de fevereiro de 2022, mostra levantamento feito pelo Observatório Social da Petrobrás, organização mantida pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
A maior parte dos ativos vendidos recentemente foram comprados por empresas estrangeiras, 36% da Espanha e 17% do Reino Unido. Enquanto isso, brasileiros pagam valores exorbitantes por combustíveis.
"No momento em que mais precisamos de uma estatal forte, voltada para o bem do seu povo e do seu país, preocupada em conter o preço da gasolina e do gás de cozinha e os impactos que essa alta traz no custo de vida do brasileiro, o governo acelera a privatização da Petrobras e deixa o país cada vez mais vulnerável às oscilações do mercado internacional", afirma Tiago Silveira, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
Somente no último trimestre foram negociados R$ 17,1 bilhões, um crescimento de 9,8% no desmantelamento da estatal em relação ao período anterior.
Desde novembro de 2021 até este mês foram vendidos sete ativos, sendo o principal o Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte.
"As 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas e toda sua infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural foram negociadas por R$ 7,6 bilhões", aponta o "Privatômetro".
O montante ainda deve aumentar, porque nesta quarta-feira (23) a Petrobrás assinou um contrato para venda de ativos no Polo Norte Capixaba por R$ 3 bilhões. Outros negócios incluem a privatização da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, no Paraná, por R$ 189 milhões, além da venda da participação da Petrobrás em bloco exploratório na Bacia Potiguar, por R$ 4 milhões, e em duas concessões na Bacia do Paraná, totalizando R$ 4 milhões.
O governo Jair Bolsonaro (PL) foi o que mais promoveu o desmonte da Petrobrás, vendendo R$ 155,5 bilhões em ativos, 59% da soma total. Só em 2019 foram vendidos R$ 74,8 bilhões.