sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Após mais de seis décadas de espera, Estrada da Boiadeira vira realidade no Noroeste do Paraná

 Os 46,91 quilômetros de implantação de asfalto têm início na divisa com o Mato Grosso do Sul, no distrito de Porto Camargo, em Icaraíma, até Umuarama. Investimento total é de R$ 232,8 milhões, em uma parceria do Governo do Estado com o governo federal e Itaipu.

Foto: Gilson Abreu/AEN


A imensa placa com detalhes em azul e verde virou ponto de parada para os mais empolgados. Há motivo. O carimbo “Paraná em obras”, em um dos marcos da Estrada da Boiadeira, formalmente batizada de BR-487, é a realização de um sonho que o Noroeste do Paraná já tinha aberto mão. Enfim, para tormento dos descrentes, a famosa rodovia que liga o Mato Grosso do Sul a Campo Mourão, passando por Umuarama e Cruzeiro do Oeste, vai sair do papel. Com direito a asfalto, iluminação, tinta, sinalização e tudo mais a que tem direito.

“Meu pai veio para cá há 55 anos, do interior de São Paulo, para comprar um terreno. E desde essa época ele já falava dessa tal Estrada da Boiadeira, que passaria bem perto do sítio. De lá para cá o projeto mudou umas 50 vezes e nada. Só agora que realmente está acontecendo”, revela a comerciante Adelzira Martins Teixeira, dona de uma vistosa loja de roupas, brinquedos, utensílios e um pouco mais, em uma das esquinas mais vivas da pequena Icaraíma, cidade de pouco mais de 7.600 habitantes, o último ponto paranaense antes da divisa com o Mato Grosso do Sul.

A mudança de humor da empresária veio quando os primeiros quilômetros de asfalto substituíram a terra vermelha batida, em 2020, e reflete o estado de espírito que tomou conta dos moradores dos municípios que serão beneficiados pela travessia. “Vai melhorar muito a nossa vida”, afirma Maria Madalena da Silva Emerim, braço direito da dona Adelzira na loja de armarinhos e uma entusiasta da nova Boiadeira. “Agora vai”, emenda.

MARCO IMPORTANTE  -  A obra atingiu um marco importante agora nos primeiros dias de fevereiro. Está 80% concluída e, salvo algum problema muito fora da curva, ficará pronta no segundo semestre deste ano. “Há mais de 50 anos que se fala desta estrada. Quando assumi o governo, em 2019, prometi que ia tirar esse sonho das pranchetas. Está aí, quase pronta, uma ligação com potencial fantástico de fomentar o turismo e resultar em mais desenvolvimento para o Noroeste. E não há mais dúvidas de que infraestrutura é essencial para gerar mais empregos”, destaca o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

ESTRUTURA - A restauração, implantação e pavimentação da Boiadeira é uma das intervenções mais emblemáticas em andamento no Paraná e só perdeu o status de lenda graças à costura política que resultou no convênio entre o Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), o governo federal, via Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e a Itaipu Binacional.

“A proposta do Corredor da Boiadeira é antiga. Quando minha família chegou aqui, em 1957, se falava que ficaria pronta em 1962. E veja como são as coisas. Só agora, quase 60 anos depois, é que está sendo executada”, conta o prefeito de Icaraíma e presidente da Associação dos Municípios de Entre Rios (Amerios).

Com a experiência de quem lidera o grupo de 23 cidades e cerca de 500 mil pessoas afetadas diretamente, ele elenca as vantagens que acompanham a transformação da Boiadeira. “Mais da metade da obra é aqui em Icaraíma. Para nós vai movimentar e incentivar o turismo, possibilitando um novo acesso à prainha de água doce que temos aqui. E a partir daí mexer com a economia, o comércio, gerar emprego”, afirma.

“Sem contar também o barateamento dos custos para quem precisa escoar à safra”, emenda Oliveira, estimando em mais de 30 minutos a economia de tempo para quem precisa vencer os 85 quilômetros entre Icaraíma e Umuarama. “Médico, trabalho, estudo… Dependemos muito de Umuarama”, diz Maria Madalena.

“Esse convênio revela a preocupação do Governo do Estado com o Noroeste. O governador Ratinho Junior abraçou a causa, se mostrou um grande municipalista, que olha para todas as regiões do Paraná”, reforça o prefeito.

DIVISÃO POR LOTES - A Boiadeira foi dividida em três lotes e as obras atuais fazem parte do chamado Lote 1. O DNIT está concluindo o chamamento da empresa que venceu a licitação do Lote 2, entre a Serra dos Dourados e Cruzeiro do Oeste. Serão 37 quilômetros de obras, passando pela localidade de Lovat e coexistindo com a PR-323.

Essas conexões alcançam o Lote 3, o primeiro a sair do papel, em 2013, entre Cruzeiro do Oeste e Campo Mourão. Há expectativa de encerrar a revitalização da Boiadeira nos próximos cinco anos, com mais de 150 quilômetros no Paraná. Essa será uma das principais ligações do Paraná com o Mato Grosso do Sul, os dois maiores produtores agrícolas do País.

“Tudo isso se reflete nos custos logísticos da produção. O ganho de eficiência no transporte representa uma transformação para a região”, afirma Ratinho Junior.

BIOCEÂNICO – A rodovia ligará o Noroeste do Estado à cidade sul-mato-grossense de Porto Murtinho, ponto de conexão com o chamado Corredor Bioceânico, projeto multimodal que pretende unir os portos brasileiros de Paranaguá e Santos (SP) aos portos do Norte do Chile, no Oceano Pacífico.

A pavimentação da Boiadeira também possibilitará a interligação com uma rodovia de mais de 2,4 mil quilômetros entre Campo Grande (MS) e o Porto de Antofagasta, no Chile, reduzindo em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Centro-Oeste do Brasil até países como China, Japão e Coreia do Sul, e a ajudará na atratividade de novos e importantes mercados do Pacífico como Indonésia, Filipinas e Austrália.

PARCERIA - O projeto da Estrada da Boiadeira faz parte de um conjunto de obras financiadas pela margem brasileira de Itaipu e executadas pelo Governo do Estado, em um pacote que soma R$ 1,4 bilhão em investimentos. Há também a construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco; a duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, e a ampliação da pista do Aeroporto Internacional do Iguaçu, também em Foz; o Contorno de Guaíra; a duplicação do Contorno Oeste e da BR-277, em Cascavel; a revitalização da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra; a implementação de iluminação viária em trechos da BR-277, na região Oeste; e a ligação entre Ramilândia e Santa Helena.

“Era tudo o que a gente precisava”, fecha dona Adelzira.


Fonte: AEN

Lula a jornal Italiano Il Manifesto: “É tempo de reconstruir o Brasil”

 Lula sobre Moro ao Il Manifesto: “Se ele tiver um projeto para o país, que o apresente, dessa vez sem se esconder atrás de uma toga”

Paolo Vittoria entrevista Lula (Foto: Ricardo Stuckert)


247 - Em entrevista a Paolo Vittoria do jornal italiano Il Manifesto, o ex-presidente Lula destacou a tarefa que será reconstruir o Brasil depois da destruição causada por Bolsonaro. Leia a entrevista na íntegra.

Por Paolo Vittoria, para o Il Manifesto - Em um Brasil desmoronado pelo fracasso do governo Bolsonaro, os motores para as eleições de outubro estão já acesos e Luiz Inácio Lula da Silva, que comprovou a própria inocência em todos os processos judiciais, pode concorrer - entre os candidatos à presidência - contra seu grande acusador, Sergio Moro. Quem conquistar o governo terá que lançar as bases para a reconstrução de um País em plena emergência econômica e sanitária, reconstruir um tecido de dialética democrática, regenerar os mecanismos de integração entre investimentos econômicos e justiça social, pacificar um povo profundamente polarizado. O desafio parece enorme, mas não foi menor em 2002-2003, quando o Partido dos Trabalhadores conquistou o governo pela primeira vez e levou o Brasil da recessão à sexta economia mundial. Os últimos anos deixaram marcas em um Brasil radicalmente transformado, atravessado por uma crise dilacerante e por contradições dentro da própria esquerda que trabalha para se reorganizar ao nível local e internacional e reconstruir aquele processo democrático-popular que na época a levou à vitória. 

Pastor diz que Bolsonaro perde apoio evangélico por violência e antipatia

 De acordo com o pastor Henrique Vieira, "fica evidente o caráter violento de Bolsonaro, de ódio, fúria, desequilíbrio emocional"

Pastor Henrique Vieira (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução)

247 - O pastor Henrique Vieira afirmou, nesta sexta-feira (18), que "cada vez mais o campo evangélico tem a percepção que Bolsonaro foi e é indiferente ao sofrimento humano, não tem compaixão alguma com a dor de muitas famílias". "Fica evidente o caráter violento de Bolsonaro, de ódio, fúria, desequilíbrio emocional", disse o religioso em entrevista ao portal Uol.

"Os evangélicos são plurais, não são controlados pelo bolsonarismo e o Bolsonaro. Há lideranças evangélicas que estão mais interessadas em ter participação num governo, inclusive ao lado de Lula, se for o caso", complementou.

Uma pesquisa Datafolha feita entre 13 e 16 de dezembro apontou que Lula é considerado por melhor presidente do Brasil pro 43% dos evangélicos, e 19% escolheram Bolsonaro.

Maioria do Supremo vota para transformar Roberto Jefferson em réu

 Sem cargo que justifique foro privilegiado, Roberto Jefferson vai responder por homofobia, calúnia e incitação ao crime de dano contra patrimônio público

Roberto Jefferson (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

247 - O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (18), para tornar o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) réu. O petebista responderá por homofobia, calúnia, e incitação ao crime de dano contra patrimônio público.

O relator da ação, ministro do STF Alexandre de Moraes, foi favorável à denúncia feita pela Procuradoria Geral da República contra o ex-deputado. O magistrado também votou para remeter a ação à Justiça Federal no Distrito Federal.

Mais cinco ministros acompanharam os votos de Moraes - Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

O ex-deputado foi preso preventivamente em agosto de 2021 no âmbito do  inquérito da milícia digital, que investiga a organização e o funcionamento de um grupo voltado a ataques à democracia aberto em julho por decisão do ministro. Moraes autorizou, em janeiro de 2022, o cumprimento da prisão domiciliar, embora com medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica.

Atualmente, Roberto Jefferson está proibido de manter comunicação exterior e de participação em redes sociais. 

Navio cargueiro com milhares de carros de luxo da Porsche e da Bentley pega fogo e fica à deriva no Atlântico

 Um navio estava com cerca de 4.000 veículos, incluindo Porsches, Audis e Bentleys, pegou fogo perto da costa dos Açores

Navio Felicity Ace (Foto: Divulgação/Marinha de Portugal)

BERLIM/LISBOA (Reuters) - Um navio com cerca de 4.000 veículos, incluindo Porsches, Audis e Bentleys, pegou fogo perto da costa dos Açores e será rebocado para outro país europeu ou para as Bahamas, disse à Reuters o capitão do porto mais próximo nesta sexta-feira

As baterias de íon-lítio dos carros elétricos a bordo pegaram fogo e o incêndio requer equipamento especializado para ser extinto, segundo o capitão João Mendes Cabeças, do porto das Hortas.

Não ficou claro se as baterias provocaram o incêndio.

"O navio está queimando de uma ponta à outra... está tudo em chamas cerca de cinco metros acima da linha d'água", disse Cabeças.

Barcos de reboque estavam a caminho de Gibraltar e da Holanda, com três chegando até quarta-feira, afirmou Cabeças. Ele acrescentou que o navio não poderia ser rebocado para os Açores porque é tão grande que bloquearia o comércio no porto.

Uma equipe de resgate de 16 pessoas da Smit Salvage, de propriedade da empresa holandesa de engenharia naval Boskalis, foi enviada ao navio para ajudar a controlar as chamas, disse Boskalis.

O navio com bandeira do Panamá, de propriedade da Snowscape Car Carriers SA e administrado pela Mitsui O.S.K. Lines Ltd, viajava de Emden, na Alemanha --onde a Volkswagen tem uma fábrica-- para Davisville, nos Estados Unidos, com base no site Maritime Traffic.

Mitsui O.S.K. Lines Ltd e Smit não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Os 22 tripulantes a bordo foram retirados na quarta-feira, quando o fogo começou, sem ninguém ferido, informou a Marinha de Portugal em comunicado.

(Reportagem de Victoria Waldersee e Christina Amann, em Berlim; Catarina Demony, em Lisboa; e Jonathan Saul, em Londres)

França compartilha parte da pesquisa Ipespe e tenta espalhar versão de que ele e Haddad têm a mesma força. Não é fato

 França, candidato pelo PSB, compartilhou o levantamento que mostra Haddad (PT) como amplo favorito, mas indica vitória de ambos contra o candidato de Bolsonaro


247 - O ex-governador Márcio França (PSB) compartilhou no Twitter na manhã desta sexta-feira (18) dois recortes da última pesquisa Ipespe, patrocinada pela XP Investimentos, que mostra o favoritismo do pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad. O levantamento, por outro lado, mostra que França também venceria o pleito contra o candidato de Jair Bolsonaro (PL), o ministro Tarcísio de Freitas.

PT e PSB, que negociam a formação de uma Federação, divergem sobre quem deve ser o candidato da aliança ao governo de São Paulo. O PT não abre mão de Haddad e o PSB de França. Na esteira desta disputa, França utiliza as redes sociais para reforçar sua viabilidade como candidato e tenta jogar a pressão sobre o PT e Haddad, que aparece como favorito.

Em um cenário eleitoral entre França, Freitas e o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato do governador João Doria (PSDB), o socialista tem 31% das intenções de voto. Freitas aparece com 15% e Garcia com 6%. 


Na disputa sem França e com Haddad, apoiado pelo ex-presidente Lula (PT) e pelo ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), o petista tem 38% contra 25% e Freitas, com o apoio de Bolsonaro.

Para ainda justificar a manutenção de sua candidatura, França afirma que tem o mesmo potencial de captação de votos de Haddad. Os que 'votam com certeza' e 'poderiam votar' no ex-governador somam 41%, enquanto Haddad tm 42%.

"No cenário que importa para nossa decisão, conforme foi combinado com as direções partidárias, quando se olha: 'voto com certeza' e 'poderia votar', temos um triplo empate: Haddad 42%, Alckmin 41%, MF [Márcio França] 41%. Fica a dúvida, para onde migrarão mais naturalmente os eleitores do Alckmin?", escreveu França.



O levantamento foi realizado entre 14 e 16 de janeiro e ouviu 1 mil pessoas por telefone. A pesquisa está registrada nos sistemas do TSE sob o código BR-08006/2022. O nível de confiança é de 95,45% e a margem de erro é estimada em 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.


Enfurecido, Mario Frias ataca apresentador da Jovem Pan ao ser questionado sobre contratação da noiva de Carlos Jordy (vídeo)

 "Queria que eu contratasse quem, a mulher do Lula?", disparou o bolsonarista

(Foto: Reprodução)

247- O secretário Especial de Cultura, Mario Frias, disparou diversas grosserias em sua participação  nesta sexta-feira (18) no programa Morning Show, da Jovem Pan.

O bolsonarista foi questionado sobre o motivo de ter contratado a noiva do deputado Carlos Jordy, Lais Sant'Anna Soares, para o cargo de Coordenadora de Inovação no departamento de Empreendedorismo Cultura.

Visivelmente irritado, ele disparou: "Queria que eu contratasse quem, a mulher do Lula?".

Nas últimas semanas, o secretário da Cultura foi alvo de uma onda de críticas por conta de algumas iniciativas na pasta. Uma delas foi ter empregado o seu cunhado na Embratur, com salário de R$ 18,4 mil. Trata-se do advogado Christiano Camatti.

Assista:

Mortos em Petrópolis sobem para 130. Número de desaparecidos passa de 116 para 218

 Buscas continuam na região serrana do Rio e Bombeiros têm esperança de achar desaparecidos com vida

Petrópolis (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247, com informações da Agência Brasil - O número de mortos em Petrópolis, na região serrana fluminense, subiu para 130, segundo o Corpo de Bombeiros. A cidade foi fortemente atingida por um temporal na terça-feira (15) e passa pelo quarto dia de trabalhos de recuperação das áreas atingidas, que ainda sofrem com a chuva contínua no município.

Segundo a Polícia Civil, foram feitos 218 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados - o número anterior era de 116 desaparecidos.

Pelos registros das equipes da Defesa Civil Municipal, houve registro de 553 ocorrências, entre elas 436 foram por deslizamentos, 29 por alagamentos e 88 por avaliações de riscos. Por causa do acumulado pluviométrico das últimas horas e da previsão de permanência de chuva para o município, todas as sirenes do primeiro distrito permaneceram acionadas ao longo da noite. Conforme os últimos dados, 849 pessoas estão acolhidas em 19 pontos de apoio da cidade.

“Seguimos em mais um dia de muito empenho no atendimento à população para retomar o funcionamento da nossa cidade”, disse o prefeito Rubens Bomtempo, que agradeceu o reforço de órgãos dos governos estadual e federal à cidade.

De acordo com o secretário de Defesa Civil, Tenente Coronel Gil Kempers, os trabalhos de atendimento a chamados e de acompanhamento das ocorrências dos últimos dias permanecem com todo o efetivo. “Nosso efetivo está completamente empenhado nos atendimentos de novos chamados, além de dar suporte na continuidade dos casos registrados nesse período”, relatou.

Portal

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) colocou no ar hoje o canal de registros Portal de Desaparecidos. Com ele será possível fazer a consulta de fotografias e informações de pessoas desaparecidas. “O sistema foi desenvolvido pelo Departamento-Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTIT) da instituição, em conjunto com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA)”, informou a Sepol.

A intenção é facilitar o acesso a informações oficiais por parte de familiares de pessoas desaparecidas. Segundo a Sepol, a entrega do site foi antecipada para atender à demanda da tragédia em Petrópolis. “Os ajustes, em caso de necessidade, serão realizados com a página em funcionamento”, completou.

Para obter as imagens e as informações sobre pessoas desaparecidas é preciso fazer o registro de ocorrência em qualquer delegacia física ou por meio do site  da delegacia.

“Trata-se de uma plataforma no âmbito estadual, que será alimentada com informações sobre a descoberta de paradeiro. Familiares de pessoas desaparecidas poderão acompanhar as atualizações de forma online para saber se o parente foi encontrado e em quais condições”, afirmou a pasta.

“A Polícia Civil reforça a importância da participação da população em caso de qualquer informação sobre desaparecidos. O contato pode ser feito diretamente à DDPA pelos telefones (21) 2202-0338 e 2582-7129 ou por WhatsApp (21) 98322-0228”, recomendou.

Conforme a Defesa Civil, não houve novos pedidos ao longo da noite, mas durante a madrugada os agentes concluíram um atendimento no bairro do Bingen, causado pela queda de um muro e de árvore próxima a residências. “Já na manhã desta sexta-feira (18), os agentes se distribuem em diversos atendimentos pela cidade”, completou em nota.

Deslizamentos

O órgão identificou lugares que ainda oferecem algum tipo de impacto para a população. “Há um deslizamento no Atílio Marotti, com risco de afetar uma residência. A família se deslocou para casa de familiares, assim como os moradores de uma residência no Morin, onde os agentes atuam nesta manhã em outros três deslizamentos na região. No Bairro Floresta, as equipes fazem o acompanhamento de 15 pessoas, de duas casas afetadas por deslizamento, que estão sendo orientadas a buscar local seguro”, informou, acrescentando que uma equipe foi deslocada para o bairro Castelânea, onde o Corpo de Bombeiros atua no resgate de vítimas. A equipe técnica com geólogos faz avaliação de toda a área afetada no Caxambu.

Os moradores que precisam deixar as residências por causa de deslizamentos que oferecem risco, e não têm alternativa de acolhimento em casa de familiares, estão sendo orientados a se dirigir aos pontos de apoio e acolhimento instalados em escolas do município. No momento, são 19 pontos, mas o número varia de acordo com a necessidade de cada região. “Nos locais está sendo oferecidos atendimento de assistentes sociais, além do suporte de profissionais de saúde, educação, agentes aomunitários e da Defesa Civil”, informou em nota.

Nesta sexta-feira, agentes das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, militares do Exército, integrantes das unidades de Defesa Civil de Itaboraí, Areal, São Gonçalo e Maricá; e do INEA e da empresa de energia Enel, reforçam o efetivo da prefeitura no município.

Teresópolis

No município de Teresópolis, vizinho a Petrópolis, a Defesa Civil informou que a cidade permanece em Estágio de Atenção devido aos acumulados e à previsão de continuidade de chuva moderada a ocasionalmente forte no final da tarde e início da noite de hoje.

Ontem (17) foram registradas nove ocorrências, sendo três deslizamentos, quatro vistorias em árvores e dois alagamentos/enchentes. Não há vitimas e nem desabrigados ou desalojados.

O sistema de Alerta e Alarme com Sirenes foi acionado no bairro da Quinta Lebrão e os maiores volumes de chuva foram de 42 mm/h em Campo Limpo, de 42 mm/h em Três Córregos e de 41 mm/h na Quinta Lebrão. Houve alagamento nos bairros de Vieira e em Santa Rosa, na zona rural.

“A população deve ficar atenta aos Alertas via SMS e sirenes. Em caso de Emergência, procure locais seguros e ligue 199”, recomendou a Defesa Civil que faz o monitoramento contínuo.

Reação dos EUA a fala de Bolsonaro surpreende e incomoda governo brasileiro

 A declaração afirma que foi criada uma "falsa narrativa" de que o governo dos EUA estaria tentando fazer com que o Brasil tivesse que escolher um lado

Joe Biden e Jair Bolsonaro (Foto: White House | PR)


BRASÍLIA (Reuters) - A dura declaração do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre a visita do presidente Jair Bolsonaro à Rússia foi recebida com surpresa pelo governo brasileiro pelo tom e pelo método como foi feito, mas não há intenção de dar uma resposta aos norte-americanos, disseram à Reuters fontes da diplomacia brasileira.

A declaração de um porta-voz do Departamento de Estado chegou aos jornalistas na noite de quinta-feira, mas não foi repassada ao governo brasileiro pelos canais diplomáticos e nem ao menos por uma conversa entre diplomatas, disse uma das fontes.

"Como iríamos responder a um texto que não temos? E de autoria atribuída?", disse uma das fontes. "Nossos contatos com o Departamento de Estado são assíduos e sempre amistosos, sobre temas da agenda de trabalho. Não são pautados por declarações anônimas circuladas na imprensa."

Na declaração, o Departamento de Estado afirma que foi criada uma "falsa narrativa" de que o governo norte-americano estaria tentando fazer com que o Brasil tivesse que escolher um lado entre EUA e Rússia.

"Esse não é o caso. Essa é uma questão de o Brasil, como um país importante, parecer ignorar uma agressão armada de uma grande potência contra um país vizinho menor, uma postura inconsistente com a ênfase histórica do Brasil na paz e na diplomacia", diz a declaração.

"O timing do presidente do Brasil para expressar solidariedade à Rússia, conforme as forças russas estão se preparando para lançar ataques a cidades ucranianas, não podia ser pior", acrescenta. "Isso enfraquece a diplomacia internacional, direcionada a evitar um desastre estratégico e humanitário, assim como os próprios apelos brasileiros para uma solução pacífica para a crise."

O texto, vários tons acima do que normalmente é usado em comunicações diplomáticas, irritou o Itamaraty e não há intenção de procurar os norte-americanos para pedir explicações ou tentar pavimentar uma nova conversa.

"Se alguém deveria tentar algum contato são eles, para pedir desculpas por terem reclamado publicamente, em vez de usar os canais diplomáticos", disse uma segunda fonte.

Segundo o diplomata, havia uma indicação de que o governo norte-americano daria alguma declaração sobre a visita e a fala de Bolsonaro, mas não dessa maneira.

"Achamos que seria algo não tão pouco diplomático", disse.

O tom considerado agressivo dos comentários norte-americanos não é raro, mas o que causou surpresa entre os diplomatas é que o governo brasileiro muito raramente é alvo desse grau de truculência.

A crise foi causada pelas declarações de Bolsonaro durante a viagem à Rússia. O presidente havia sido orientado a não tratar da possibilidade de uma guerra entre Rússia e Ucrânia e ele mesmo havia dito que não tocaria no assunto se o presidente russo, Vladimir Putin, não o fizesse.

União dos progressistas em torno de Haddad pode garantir vitória em primeiro turno em São Paulo

 Caso Marcio França e Guilherme Boulos apoiem o ex-prefeito, que lidera as pesquisas, o reinado do PSDB, que completará 28 anos, pode chegar ao fim

Haddad, Boulos e França (Foto: Reprodução/Facebook)

247 - Pesquisa Ipespe sobre a eleição no estado de São Paulo, divulgada nesta sexta-feira, mostra que uma eventual união das forças progressistas ao redor da candidatura do ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad (PT) pode levá-lo à vitória já no primeiro turno. 

Segundo a pesquisa, Haddad (28%), Márcio França (18%) e Guilherme Boulos (11%) somados têm 57% das intenções de voto, contra 15% da soma das intenções do ministro Tarcísio de Freitas (10%), apoiado por Bolsonaro e do atual vice-governador, Rodrigo Garcia (5%), apoiado pelo governador João Doria. Com a vitória dos progressistas, estará encerrado um período de 28 anos de domínio do PSDB no estado. 

Veja a tabela:247 - 


O levantamento foi realizado entre 14 e 16 de janeiro e ouviu 1 mil pessoas por telefone. A pesquisa está registrada nos sistemas do TSE sob o código BR-08006/2022. O nível de confiança é de 95,45% e a margem de erro é estimada em 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Bolsonaro sobrevoa Petrópolis e diz que ‘não temos como nos precaver de tudo’

 Já o ministro Rogério Marinho afirmou que “nenhum meteorologista previu” o aumento das chuvas no verão

Bolsonaro visita Petrópolis, atingida pelas chuvas (Foto: Clauber Cleber Caetano /PR)

247 - Ao passar por Petrópolis nesta sexta-feira (18), Jair Bolsonaro afirmou não ser possível prevenir todas as tragédias como a que ocorreu na cidade da Região Serrana do Rio, onde há até o momento 130 mortos e 218 desaparecidos.

“Pedimos a Deus que não ocorram mais [tragédias] e vamos fazer a nossa parte”, afirmou.

Bolsonaro disse ainda que há orçamento que prevê investimento para evitar esse tipo de ocorrência, mas que há limite. 

“Medidas preventivas estão previstas no orçamento. Ele é limitado. Muitas vezes não temos como nos precaver de tudo que possa acontecer nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados [área territorial do Brasil]”, afirmou à imprensa, conforme reportagem da Folha.

Segundo a Folha, no entanto, a gestão do governador do Rio, Claudio Castro, gastou apenas metade do previsto em orçamento no programa de prevenção e resposta aos desastres.

De acordo com o Portal Transparência, 47% do valor previsto em orçamento para ser usado no ano passado neste setor foi de fato gasto. Foram reservados R$ 192,8 milhões, contra um total de R$ 407,8 milhões de dotação inicial no orçamento.

‘Meteorologista não previu’

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que acompanhava Bolsonaro na visita, argumentou que “nenhum meteorologista previu” o aumento das chuvas no verão.

“Até agosto, a pauta era a falta de chuvas e a crise hídrica. Nenhum meteorologista no Brasil previu o que aconteceria no final do ano. Pelo contrário, falavam em falta de água e energia”, afirmou o ministro.

Pesquisa Ipespe São Paulo: Haddad lidera com 38% e Lula com 34%

 Apoiado por Lula e Alckmin, Haddad ganha ainda mais vantagem sobre Tarcísio de Freitas, candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo

(Foto: Ricardo Stuckert)

247 - Pesquisa Ipespe, patrocinada pela XP Investimentos e realizada em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, mostra que o ex-presidente Lula (PT) lidera a corrida presidencial com 34% das intenções de voto. Para o governo de São Paulo, o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad é o favorito, com 38% das intenções de voto.

No cenário nacional, Lula tem 34% dos votos dos paulistas contra 26% de Jair Bolsonaro e 11% do ex-juiz parcial Sergio Moro (Podemos). Os outros pré-candidatos têm 7% ou menos.


Para o governo de São Paulo, Haddad, com o apoio de Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), soma 38% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece o ministro Tarcísio de Freitas, apoiado por Jair Bolsonaro, com 25%. Atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), apoiado pelo governador João Doria (PSDB), tem 10%.


Em cenário traçado com três candidatos do campo progressista, Haddad, Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL), o petista segue na liderança, com 10 pontos percentuais de vantagem para o segundo candidato.


O levantamento foi realizado entre 14 e 16 de janeiro e ouviu 1 mil pessoas por telefone. A pesquisa está registrada nos sistemas do TSE sob o código BR-08006/2022. O nível de confiança é de 95,45% e a margem de erro é estimada em 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.


Religiosos que apoiaram Bolsonaro em 2018 agora indicam afastamento

 

(Foto: Agencia Brasil )

Pastores que apoiaram a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, começaram a rever suas posições e a preparar terreno para conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa de outubro. Movimentações recentes de líderes evangélicos dão sinais de que Bolsonaro não terá o mesmo engajamento massivo desse segmento para se reeleger.

A tendência de figuras proeminentes de igrejas pentecostais e neopentecostais é a de adotar uma posição mais reservada, diferente da campanha escancarada de quatro anos atrás. Líderes dessas instituições mantêm interlocução com o Planalto, levando demandas por isenções tributárias, perdão de dívidas e maior espaço no governo, mas estão dispostos a negociar com quem for eleito em outubro. Ainda nesta quinta-feira, 17, o Congresso promulgou a emenda constitucional que estende a templos religiosos alugados a isenção de pagamento do IPTU.

O pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Assembleia de Deus do Belém, a mais tradicional dessa denominação, afirmou ter simpatia por Bolsonaro, mas indicou que não pedirá votos para ele neste ano. Além disso, disse estar aberto para um diálogo com o vencedor, mesmo se for Lula. O pastor já foi próximo dos governos do PT, mas apoiou Bolsonaro em 2018.

A reaproximação de Lula com o segmento tem sido promovida em várias frentes e conta com a ajuda do pastor Paulo Marcelo - que faz parte da ramificação liderada por José Wellington - e do ex-governador Geraldo Alckmin, nome cotado para vice na chapa (mais informações nesta página).

A Assembleia de Deus tem 12 milhões de fiéis no Brasil, segundo o IBGE, divididos entre diferentes alas que foram se separando ao longo dos últimos anos. "Nós nunca tivemos problema pessoal. O presidente Lula é uma pessoa nordestina como eu, e a mim não interessa falar mal dele e de nenhum deles. Política é muito mutável, muito dinâmica. Hoje você entende uma coisa e amanhã pode entender outra. Estamos caminhando e pedindo para que Deus dê o melhor para o Brasil", afirmou José Wellington.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o pastor admitiu que a Assembleia de Deus faz a intermediação de emendas para três de seus filhos, que são parlamentares. A declaração causou mal-estar entre líderes evangélicos, mas mostrou a prioridade das igrejas em 2022, que é a de aumentar a bancada no Congresso. A Frente Evangélica quer ter pelo menos 30% das vagas na Câmara e no Senado. "Para os meus deputados, faço isso (peço voto). Para presidente, não precisa. Eles têm uma mídia tremenda e dinheiro. Não há necessidade de a igreja se envolver nessa altura", afirmou José Wellington.

Em dezembro, pesquisa Ipec mostrou empate entre Bolsonaro e Lula nas intenções de votos entre os evangélicos: o petista com 34% e o atual presidente, com 33%.

Desgaste

A atuação de Bolsonaro na pandemia de covid-19 provocou perda de apoio em diferentes segmentos. "Já existe uma migração. Bolsonaro faz uso político da ideia de família tradicional, mas isso se desgastou porque você não tem ações que sejam diferentes de governos anteriores", disse o reverendo Valdinei Ferreira, da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo.

Frequentador do Planalto, o missionário R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, também tem filhos na política. Um deles é o deputado David Soares (DEM-SP), autor de um projeto que perdoou dívidas de igrejas. O missionário é um dos pioneiros entre os pastores televangelistas. A igreja tem programas diários na TV aberta, um canal próprio e mais de 3 mil templos. "Faz tempo que não falo com ele (Bolsonaro). O País está nessa crise da pandemia, fecharam as coisas, o povo ficou desempregado", disse Soares.

Ex-bolsonarista, o pastor Carlito Paes, da Igreja da Cidade, de São José dos Campos (SP), puxa agora críticas ao governo e ao PT e se aproxima do presidenciável do Podemos, Sérgio Moro. "Quando a política vira religião, a crítica consciente desaparece e cede lugar à alienação", escreveu Paes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vereador acusado de invadir igreja pede licença do cargo por razões médicas

 

Renato Freitas (PT): vereador pediu licença de cinco dias (Foto: Franklin de Freitas)

O vereador Renato Freitas (PT) pediu licença do cargo por cinco dias alegando razões médicas. O pedido foi protocolado ontem, doze dias após ele participar de manifestação antirracista na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba. Freitas apresentou um atestado médico para justificar o afastamento. Em nota, a assessoria do vereador afirmou que ele vem recebendo ameaças de morte. 

“O vereador tem sido alvo de ameaças constantes e cada vez mais violentas, como ameaças de morte e injúrias raciais. Por isso precisou de repouso para se recuperar de tamanha violência”, aponta a nota. Freitas é alvo de quatro pedidos de cassação por quebra de decoro parlamentar. 

Fonte: Bem Paraná

STF mantém limites para propaganda eleitoral em jornais e na internet

 Tanto a data da votação quanto os nomes dos ministros que votaram a favor da limitação à propaganda eleitoral foram corrigidos e complementados. Segue a nova versão.

Numa votação apertada, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta quinta-feira, 17, ação que pedia o fim das restrições à propaganda eleitoral na imprensa escrita e na internet. A ação foi proposta pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ). A entidade contestou o trecho da legislação que limita a propaganda eleitoral a dez anúncios por veículo em datas diversas, até a antevéspera das eleições, para cada candidato.

Outro artigo questionado no processo proíbe a propaganda eleitoral em portais de pessoas jurídicas. A ANJ sustentou que as restrições violam a livre concorrência dos meios de comunicação e o pluralismo político.

Por seis votos a cinco, os ministros concluíram que as diretrizes que limitam a propaganda servem para garantir a 'paridade de armas' entre os candidatos. Esse entendimento foi defendido quando o julgamento foi iniciado na semana passada pelo ministro Kassio Nunes Marques. Votaram com ele Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.

Em seu voto, o ministro Luiz Fux, relator do processo, defendeu que era necessário acabar com as restrições que considerou 'desproporcionais e obsoletas'.

Um dos argumentos usados foi o de que, com a queda nas tiragens dos jornais impressos, a regulação da propaganda nas edições impressas perdeu o sentido. Votaram com Fux os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.

"A realidade tecnológica atropelou o modelo tradicional de comunicação política considerado pelo legislador, tornando patente a inadequação das restrições impostas à liberdade de expressão e de imprensa para satisfação do princípio democrático", afirmou.

O ministro concluiu que a norma beneficia plataformas de redes sociais e portais de notícias exclusivamente digitais, o que em sua avaliação tem potencial de reduzir o papel da imprensa tradicional em um contexto de disseminação de notícias falsas.

"Se a internet facilitou enormemente a difusão de conhecimento, encurtando as fronteiras entre indivíduos, também é certo que se tornou um ambiente propício ao radicalismo e ao compartilhamento de notícias enganosas. É essencial que a regulação da comunicação política na rede mundial de computadores reserve à imprensa livre e profissional o seu devido espaço em igualdade de condições com as redes sociais e outras plataformas de transmissão informal de conhecimento", defendeu.

Fux também lembrou que, desde que a Lei das Eleições foi aprovada, outros dispositivos de controle da propaganda eleitoral entraram em vigor para assegurar a igualdade de chances entre os candidatos, como o dever de transparência, os limites de gastos para as campanhas e a proibição de doações de empresas.

Na mesma linha, o ministro Edson Fachin classificou as restrições como um 'ônus excessivo' aos jornais. "Passou a existir uma situação de assimetria não justificada, na qual a imprensa se vê desproporcionalmente onerada", defendeu.

O ministro Luís Roberto Barroso defendeu a derrubada dos dispositivos para estabelecer o 'mínimo de igualdade' entre os jornais e as redes sociais e portais digitais. O ministro lembrou que, ao contrário da imprensa tradicional, as mídias sociais têm autorização para cobrar pelo impulsionamento de conteúdo eleitoral.

"As pessoas já não concordam mais quanto aos fatos. O mundo nunca precisou tanto de jornalismo profissional, de imprensa profissional, para que se estabeleça um espaço público comum entre as pessoas, com diferentes visões, porque em uma democracia a verdade não tem dono e o pluralismo é da essência da democracia, mas com o mínimo de compromisso sobre a verdade dos fatos", pontuou.

A ministra Cármen Lúcia disse que, diante da nova realidade tecnológica, as restrições para a propaganda na imprensa tradicional representam um 'tratamento diferenciado, restritivo e limitador'.

"Se o quadro fático em que se limitou legitimamente a atuação dos órgãos de imprensa não existe mais, a meu ver a sua subsistência válida também deixou de ter sustentação no sistema", defendeu a ministra.

Já Alexandre de Moraes teve um entendimento diferente. Para ele, as restrições precisavam ser mantidas. "Essas balizas, ao meu ver, são medidas razoáveis para impedir a verdadeira captura dos jornais impressos por determinados candidatos com maior poderio econômico, em detrimento da isonomia do processo eleitoral, em detrimento da garantia de acesso paritário à informação de campanha pelos eleitores", afirmou Moraes.

Em um voto extenso, o ministro Dias Toffoli defendeu que o surgimento das novas mídias não justifica um 'afrouxamento' na regulação da propaganda eleitoral na mídia tradicional.

"As mudanças observadas nas comunicações sociais, a meu ver militam não por um alargamento, mas sim em favor da necessidade de maior regulação da propaganda eleitoral, sobretudo na internet, e não do afrouxamento da regulação já existente", afirmou.

"O impulsionamento pago de conteúdo não deveria ser exceções às vedações e limitações da propaganda eleitoral. Esse é um tema sobre o qual entendo que deva ter maior reflexão, maior debate e uma disciplina mais rigorosa", seguiu.

André Mendonça, com um voto considerado médio por argumentar que essa regulamentação caberia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficou isolado.

PL das Fake News

Toffoli ainda saiu em defesa do chamado PL das Fake News. Mais cedo, a Câmara dos Deputados aprovou urgência na análise do texto. Um dos pontos previstos no projeto é que as plataformas de redes sociais tenham representação no Brasil para poder funcionar no País.

"A promoção do equilíbrio entre os competidores passa pela regulação do poder das plataformas", acrescentou.

Pela manhã, em sua última coletiva de imprensa antes de deixar a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Barroso também defendeu o projeto de lei.

"Me parece totalmente fora do razoável você ter como ator relevante no processo eleitoral brasileiro uma plataforma totalmente à margem da lei", disse Barroso, que como uma de suas medidas à frente do TSE fechou uma parceria com as principais plataformas para combater notícias falsas nas eleições, mas não conseguiu acordo com o Telegram.

Fonte: Rayssa Motta e Weslley Galzo - Estadão Conteúdo

Tropas da Ucrânia violaram cessar-fogo 29 vezes nas últimas 24 horas

 Governo ucraniano, alinhado aos EUA e Otan atacou combatentes na região do Donbass, violando acordos de Minsk

Forças Armadas ucranianas em Lugansk (Foto: Roberta Namour)

LUGANSK, 18 de fevereiro, TASS - Nas últimas 24 horas, um total de 29 violações do cessar-fogo pelas tropas do governo ucraniano foram registradas no território da autoproclamada República Popular de Lugansk (LPR, na sigla em inglês), disse a missão LPR ao Centro Conjunto de Controle e Coordenação (JCCC) nesta sexta-feira (18).

"Nas últimas 24 horas, em 17 de fevereiro de 2022, um total de 29 violações do cessar-fogo por unidades militares da Ucrânia foram registradas", disse a missão em seu canal Telegram.