segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Presidente do Banco Central diz a Miriam Leitão que “mercado” não teme volta de Lula

 De fato, não faria sentido, uma vez que Lula promoveu crescimento e controlou a inflação, ao contrário do que ocorre no governo Bolsonaro

(Foto: ABr)

247 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo, afirmou que o “mercado” não teme a volta do ex-presidente Lula (PT) ao governo. Lula é o principal cotado nas recentes pesquisas eleitorais para vencer o pleito para presidente este ano.

De fato, não faria sentido o “mercado” temer Lula, uma vez que o ex-presidente petista promoveu crescimento e controlou a inflação, ao contrário do que ocorre no governo de Jair Bolsonaro.

“O que a gente pode comentar é o que a gente captura nos preços de mercado. Nos preços de mercado, o que tem acontecido mais recentemente é uma eliminação de vários preços que mostram o risco da passagem de um governo para outro. Mais recentemente, a gente vê, quando olha esses preços, que eles atenuaram. Caíram um pouco. Significa que o mercado passou a ser menos receoso da passagem de um governo para o outro. Isso é o que a gente pode interpretar. Porque provavelmente um governo que representava um risco de medidas mais extremas está se movendo para o centro. Essa é a nossa interpretação do que a gente captura nos preços de mercado”, disse Campos Neto quando foi questionado sobre se uma eventual vitória de Lula já está “precificada”, isto é, avaliada pelos capitalistas financeiros.

“O Banco Central ganhou a posição de autonomia exatamente para ter independência entre o ciclo político e os ciclos de política monetária. Não cabe fazer comentários sobre o que seria cada candidato. Então a nossa interpretação é dos preços do mercado. Ele removeu um pouco o risco de cauda de passagem de um governo para outro. Mas é muito cedo, muitas coisas devem acontecer no processo eleitoral”, afirmou o presidente do BC.


Moro diz que Bolsonaro “faria um favor se fosse para casa porque ele está elegendo o Lula”

 Segundo o ex-juiz parcial, Lula está à frente nas pesquisas porque as pessoas “querem se livrar do Bolsonaro”

Bolsonaro e Sergio Moro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Lula Marques)


247 - O ex-juiz parcial Sergio Moro, ex-aliado de Jair Bolsonaro, apelou para que o atual chefe do Executivo “pegue o boné” e deixe o cargo, pois ocupando a presidência, está “elegendo o Lula”.

“O Bolsonaro faria um favor para o país se pegasse o boné e fosse para casa, porque ele está elegendo o Lula”, disse Moro em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Segundo Moro, que apresenta 8% das intenções de voto nas pesquisas, Lula está liderando a disputa porque as pessoas “querem se livrar do Bolsonaro”. 

EUA mudam sede diplomática na Ucrânia de Kiev para Lvov, no oeste do país

 O anúncio foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken

Anrony Blinken, secretário de Estado dos EUA (Foto: Reuters)


Sputnik - Nesta segunda-feira (14), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os EUA fecharão sua embaixada na Ucrânia, em Kiev, e mudarão a sede da atividade diplomática de Washington para Lvov, localizada no oeste do país.

O anúncio foi realizado por Blinken em uma declaração nesta segunda-feira (14), ressaltando as movimentações de tropas russas como justificativa da mudança, apesar das reiteradas afirmações da Rússia de que não pretende invadir a Ucrânia.

"Estamos no processo de realocar temporariamente nossas operações da embaixada na Ucrânia de Kiev para Lvov devido à dramática aceleração do acúmulo de forças russas", disse Blinken, acrescentando que a embaixada permanecerá envolvida com o governo ucraniano, coordenando as relações diplomáticas no país.

A cidade ucraniana de Lvov fica na região mais ocidental do país, distante da fronteira leste com a Rússia e a cerca de 500 km da capital Kiev. Lvov é também próxima das fronteiras com a Polônia, Eslováquia e Hungria. Os EUA já têm um consulado na cidade.

Mais cedo nesta segunda-feira (14), o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou em reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que existe a necessidade da Ucrânia entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A eventual entrada da Ucrânia na organização é vista por Moscou como uma ameaça à segurança nacional russa.

Os EUA e seus aliados na OTAN acusam a Rússia de acumular tropas na fronteira com a Ucrânia com o objetivo de invadir o país vizinho. Em meio às negociações diplomáticas, países da aliança militar têm enviado tropas e armas ao Leste Europeu sob argumentos defensivos.

Moscou nega as acusações de Washington e aponta que não tem intenções de invadir nenhum país. Além disso, o Kremlin ressalta que tem o direito de movimentar suas tropas dentro de seu território e aponta suas próprias preocupações em relação ao avanço militar da OTAN em direção às fronteiras russas.

Documentos revelam que exercícios militares na Argentina de Macri previam invasão da Venezuela

 Chamadas de "Puma", as manobras foram realizadas durante gestão Macri, na Argentina, entre abril e julho de 2019, ano da maior tensão dos EUA contra Caracas

"Maurício Macri (Foto: Reuters)

Sputnik - Chamadas de "Puma", as manobras foram realizadas durante gestão Macri, na Argentina, entre abril e julho de 2019, ano da maior tensão de Washington contra Caracas.

Um conjunto de documentos vazados na Argentina revelou o compromisso do governo de Mauricio Macri (2015 - 2019) em participar de uma possível invasão da Venezuela, patrocinada pelos Estados Unidos, que buscaria a derrubada do presidente Nicolás Maduro.

No domingo (13), a informação sobre este possível ataque foi publicada pelo portal argentino El Cohete a la Luna, após receber os documentos de alguns chefes militares.

Segundo a mídia, o Exército Argentino realizou exercícios militares, que foram chamados de "Puma" e que incluíram a invasão da Venezuela, entre abril e julho de 2019.

2019, um ano difícil

Em 23 de janeiro daquele ano, Juan Guaidó se autoproclamou "presidente encarregado" da Venezuela e foi reconhecido por Washington e alguns governos da região, inclusive o de Macri. Em fevereiro, a tentativa de entrada de "ajuda humanitária" da Colômbia culminou na queima de um caminhão, ação que recaiu sobre a gestão Maduro e que depois ficou provada a autoria de seus opositores.

Já em abril, ocorreu a chamada "Operación Libertad" (Operação Liberdade), uma tentativa de golpe de Estado liderada por Guaidó junto com a oposição Leopoldo López, que deixou sua prisão domiciliar naquele dia, ação celebrada pelo chefe de Estado argentino.

APOIAMOS A DEMOCRACIA NA VENEZUELA MAIS DO QUE NUNCA Celebramos a libertação de Leopoldo López e acompanhamos a luta do povo venezuelano para recuperar sua liberdade. Reconhecemos o presidente em comando Guaidó, a Assembleia Nacional e ignoramos a autoridade do ditador Maduro

Esperamos que este seja o momento decisivo para restaurar a democracia. Que a longa angústia que levou os venezuelanos ao sofrimento e ao medo chegue ao fim e inicie um período de liberdade, sanidade e crescimento. Não será fácil, como nós argentinos bem sabemos

Revelações do 'Puma'

De acordo com El Cohete a la Luna, os exercícios Puma do Exército Argentino foram realizados em sete sessões e incluíram coordenação com unidades da Marinha e da Aeronáutica. Comandando essas práticas estava o general Juan Martín Paleo, que era então comandante da força de desdobramento rápido e desde março de 2020 é chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Nesses exercícios, a América do Sul recebe o nome de "Patagônia del Sur" (Patagônia do Sul), a Venezuela é "Vulcano" e suas autoridades opostas eram "NM" e "JG", ou seja, as iniciais de Nicolás Maduro e Juan Guaidó, respectivamente.

Em 2019, durante o governo de Mauricio Macri, o Exército Argentino realizou o exercício Puma, que contemplava a invasão da Venezuela

Havia 3 corredores: um marítimo, outro na fronteira colombiana em Cúcuta e outro na fronteira brasileira em Roraima

A Colômbia, na fronteira oeste da Venezuela, foi batizada de "Ceres"; a Guiana e o Suriname, a sudoeste do território venezuelano, de "Tellus"; o Brasil de "Febo"; Peru e Equador de "Fauno"; Chile de "Juno"; Argentina de "Ares"; e Uruguai, "Baco". A descrição que Paleo faz de Vulcano, para justificar os exercícios militares e a possível invasão, é que naquele país há "o caso da maior comoção interna da região".

"O Governo tem recorrido à sua política externa com a clara intenção de buscar o apoio de atores extra-regionais para se manter no poder. Esse comportamento de ignorar reclamações internas e das principais organizações internacionais causou forte rejeição e teve como consequência a aplicação de diferentes sanções", acrescenta.

Paleo menciona uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), nº 1918/19, sobre uma "força de estabilização multinacional provisória" na Venezuela, que foi chamada de MINUSVU.

Nesse sentido, disse que "o presidente de Ares", ou seja, Macri, com autorização do Congresso Nacional, "decidiu atender ao pedido da ONU [decreto nº 2005/19 - Tropas para participar da MINUSVU] para a integração de uma força multinacional provisória com outros países da Patagônia Sul [Febo e Juno]".

A missão da força comandada por Paleo seria dar segurança à operação na Venezuela, garantindo os corredores de ajuda humanitária. A Argentina seria responsável pelo que seria feito na fronteira com Ceres, ou seja, a Colômbia.

Alegação confusa

De acordo com El Cohete a la Luna, quando as autoridades de Defesa que foram instaladas após o fim do governo Macri, Paleo foi questionado sobre os exercícios militares Puma, e informou que tentaram planejar a segurança da reunião do G-20 em Buenos Aires.

No entanto, essa versão não se sustenta, pois o G-20 se reuniu em 30 de novembro e 1º de dezembro de 2018 na capital argentina, e o Puma foi realizado entre abril e julho de 2019.

Mais tarde, sua versão mudou, alegando que era uma ordem do então Chefe do Estado Maior, general Bari Sosa, para planejar a assistência humanitária à Venezuela.

'Quem é amigo do Adélio é o Carlos Bolsonaro', diz líder do PT sobre suposta facada

 Reginaldo Lopes, líder do PT na Câmara dos Deputados, diz que “quem tem que explicar a relação com Adélio é o Carlos Bolsonaro”

Reginaldo Lopes, Adélio Bispo e Carlos Bolsonaro (Foto: ABr)

Fórum - Reginaldo Lopes, líder do PT na Câmara dos Deputados, classifica a nova tentativa do clã Bolsonaro em associar o caso da facada ao seu partido como um “desespero” de quem “sabe que vai perder” as eleições deste ano. Em entrevista à Fórum, o deputado afirma ainda que “quem tem que explicar a relação com Adélio é o Carlos Bolsonaro”.

Nos últimos dias, em bolhas bolsonaristas nas redes sociais, tem se intensificado a narrativa de que o PT teria sido o mandante da facada, desferida por Adélio Bispo, que está preso.  

“Quem é amigo do Adélio é o Carlos Bolsonaro. Ele esteve com Adélio, compartilhou o estande lá no clube de tiro de Santa Catarina. Quem tem que explicar a relação com Adélio é o Carlos”, disparou o petista.

Leia a íntegra na Fórum.

Economistas ligados a Lula querem investimento público como motor do crescimento e compromisso de médio prazo para dívida

 Entorno do petista apoia a ampliação de programas de distribuição de renda e de infraestrutura e a defesa da agenda ambiental como tema prioritário

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)


Por Bernardo Caram e Marcela Ayres (Reuters) - Economistas ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem que o país tenha uma virada de política econômica a partir de 2023, com flexibilização explícita de regras fiscais para que o gasto público volte a ser colocado como motor do crescimento do país, estabelecendo como contrapartida compromissos de médio e longo prazos para a estabilização da dívida pública.

A Reuters entrevistou seis economistas, entre ex-ocupantes do alto escalão de governos petistas, integrantes da Fundação Perseu Abramo e conselheiros de Lula, que articula sua provável candidatura à Presidência e aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto.

Entre os diagnósticos convergentes, estão o apoio à ampliação de programas de distribuição de renda e de infraestrutura e a defesa da agenda ambiental como tema prioritário em eventual programa de governo. Os economistas ainda se alinham na busca por uma reforma tributária que amplie cobranças sobre os mais ricos e nas críticas ao atual modelo de privatizações.

O petista vem argumentando que ainda não está em campanha e, por isso, não definiu um porta-voz na economia, mas tem ouvido especialistas.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que comandou a pasta de 2006 a 2014, diz que a fórmula para o governo que vier a ocupar o Palácio do Planalto em 2023 precisa incluir a previsão de gastos emergenciais, mesmo que isso acarrete aumento momentâneo da dívida pública.

"Em momentos de crise, você tem que poder aumentar um pouco a dívida no curto prazo, no curtíssimo prazo, para depois a economia retomar o crescimento”, diz, enfatizando que apoia alteração no arcabouço fiscal para incluir dispositivo que permita mais gastos quando a economia não estiver indo bem.

Mantega diz que sempre será um assessor e conselheiro de Lula, mas que não pretende assumir um ministério em eventual governo do PT.

O ex-ministro afirma que a regra do teto de gastos coloca uma camisa de força no Estado e que ainda não há definição no partido sobre se a norma deve ser alterada ou revogada. Ele defende que, caso mantida, a legislação deveria permitir, por exemplo, gastos de até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em investimentos fora do teto.

A visão sobre a necessidade de flexibilização fiscal é compartilhada por Nelson Barbosa, ministro da Fazenda e do Planejamento (2015 a 2016) no governo Dilma Rousseff. Para ele, a política expansionista de curto prazo deve ter foco em investimentos e combate à pobreza, ressaltando que é preciso haver um compromisso fiscal no horizonte.

"Para que a flexibilização fiscal de curto prazo funcione, é preciso vir junto com o cenário fiscal de longo prazo, tem que haver um compromisso de trajetória decrescente de dívida”, afirma.

Essa sinalização, segundo Barbosa, viria não com regras fiscais restritivas, mas a partir de medidas com impacto positivo sobre as contas, como uma reforma tributária que seja mais progressiva. Além disso, ele avalia que o crescimento econômico gerado pelo gasto público fará com que parte dessa despesa retorne aos cofres do governo pelo aumento de arrecadação.

Em contraposição à cartilha ortodoxa e à visão da atual equipe econômica, comandada por Paulo Guedes, os economistas ligados ao PT afirmam que não haverá pressão inflacionária se o governo ampliar gastos públicos. Esther Dweck, que foi chefe da assessoria econômica e secretária de Orçamento do Ministério do Planejamento (2011 a 2016), argumenta que atualmente o país está com capacidade ociosa elevada e não há pressão relevante de demanda sobre os preços.

Para ela, as regras fiscais precisam ser revistas com o objetivo de colocar a demanda social como puxadora do desenvolvimento.

“Deveríamos juntar todas as regras fiscais, fazer um novo pacote que tenha como prioridade a capacidade de atuação do Estado”, afirma. “Precisamos, principalmente, que a regra fiscal não seja criminalizada, que seja como uma meta de inflação, se não cumpriu, você pode explicar o motivo”.

Luiz Gonzaga Belluzzo, doutor em Economia pela Unicamp e conselheiro de Lula há décadas, avalia que a discussão do atual governo sobre encolher o Estado vai na contramão do observado no resto do mundo. Ele também coloca a área social como prioritária para atuação do governo.

“Tem que ter programa imediato de atendimento aos mais pobres, ficam discutindo teto de gastos, sendo que já está sendo rompido por baixo do pano. Não tem como respeitar [o teto], é uma concepção completamente absurda”, afirma.

O economista Pedro Rossi, membro do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, afirma que investimentos do Estado nas áreas sociais e também em mobilidade urbana e habitação geram crescimento e emprego, fomentam o consumo e ampliam o mercado interno, o que impulsiona os investimentos privados.

Ele ressalta que o país deveria primeiro elencar as prioridades sociais e depois definir regras simples e flexíveis para estabilização da dívida.

Para o economista Eduardo Moreira, ex-sócio do banco Pactual e conselheiro de Lula, a situação do país exige que sejam elaborados programas sociais “muito mais agressivos”, com maior distribuição de renda e maior base de beneficiários.

“No curto prazo, a economia também será sustentada por programas de transferência de renda que abranjam a população vivendo em situação emergencial de pobreza. Dinheiro que cai nessas camadas volta via consumo para a economia”, disse.

Reforma tributária

Nas discussões sobre o sistema tributário brasileiro, os economistas ligados ao PT querem mudanças na legislação e defendem que os mais ricos paguem mais. No entanto, há diferentes opiniões sobre a forma de atingir esse objetivo, com alguns, como Mantega e Rossi, defendendo a taxação de grandes fortunas e outros, como Dweck, a tributação de heranças.

Eventual governo petista poderá aproveitar propostas sobre tributação indireta que já estão com tramitação adiantada no Congresso, diz Barbosa. Seriam aproveitados os textos negociados no atual governo para reformar o PIS/Cofins e para criar um imposto único sobre consumo --a análise das propostas agora está travada no Legislativo.

Segundo ele, seria necessário, no entanto, começar do zero a reforma de tributação direta, incluindo a revisão do Imposto de Renda. "As mudanças provavelmente serão graduais, discutidas e aprovadas em 2023, para entrar em vigor a partir de 2024", afirma.

Privatizações

Em relação à venda de ativos do governo, os economistas defendem a interrupção do plano de privatizações defendido pela atual gestão, que tem avançado a passos lentos. A avaliação é que empresas consideradas estratégicas não deveriam ser repassadas à iniciativa privada.

“Ter prejuízo não é motivo para privatizar, é sinalização de que aquela é uma atividade subsidiada pela sociedade”, diz Moreira.

Mantega afirma que o partido não é contra o setor privado assumir determinadas atividades, mas diz acreditar que “tudo que era possível, já foi privatizado”.

“Privatização tem que ser decidida caso a caso e com foco no que melhora para o consumidor, não só para o acionista. Tem um consenso [no partido] de que não se deve privatizar Caixa, Banco do Brasil, Correios, Petrobras e Eletrobras”, afirma Barbosa.

Belluzzo enfatiza que muitas vezes o setor privado não está disposto a fazer certos investimentos. “Uma empresa privada não gastaria o que a Petrobras gastou para fazer pesquisa em águas profundas”, diz.

Abertura comercial

O tema da abertura comercial é tratado com cautela pelos economistas ligados a Lula. A avaliação é que há risco para a atividade nacional caso a abertura do país ao comércio exterior seja feita de maneira desordenada.

Para Mantega, a indústria brasileira se enfraqueceu e perdeu terreno, o que deixa o setor vulnerável. Uma abertura muito ampla, segundo ele, tornaria a indústria brasileira uma mera importadora de peças e equipamentos.

Na opinião de Rossi, o Brasil não deveria caminhar para uma ampliação de abertura comercial de forma unilateral enquanto economias avançadas estão se protegendo, fazendo política industrial e subsidiando setores.

Belluzzo, por sua vez, afirma que a ideia de abertura comercial ampla está ancorada em uma visão de que o mercado é perfeito, o que não ocorre. Para ele, o Brasil precisa de uma política comercial sofisticada e diversificada, com busca de parceiros prioritários e preocupação com a questão ambiental.

Crescimento verde

Na avaliação dos economistas, eventual governo do PT terá que apresentar uma agenda de crescimento verde como ponto central da gestão. Segundo Mantega, o partido terá um programa ambiental “muito forte”.

O PT busca se contrapor nessa área ao governo do presidente Jair Bolsonaro, que tem atritos com países desenvolvidos e é criticado pela gestão do meio ambiente.

“É necessário o fortalecimento de uma agenda de proteção ambiental, de descarbonização da economia. Tudo isso também pode gerar crescimento e gerar emprego”, afirma Rossi.

Para Dweck, a questão ambiental precisa ter "centralidade". "As demandas sociais e a discussão ambiental podem ser um motor de crescimento relevante”, diz.

Fernando Brito sobre novo vídeo de Bolsonaro: "talvez mereça o Oscar. E logo dois, de melhor filme de ficção e melhor ator"

 O jornalista Fernando Brito faz à iniciativa de Jair Bolsonaro de tentar resgatar a suposta facada em Juiz de Fora (MG)

Jair Bolsonaro e a suposta facada nele em Juiz de Fora (MG) no ano de 2018 (Foto: Reprodução)

247 - Em texto publicado nesta segunda-feira (14) no site Tijolaço, o jornalista Fernando Brito critica a iniciativa de Jair Bolsonaro de publicar no Twitter um vídeo em que ele tenta resgatar a suposta facada na campanha de 2018 e aparece com uma maneira de falar incomum para pós-operados.

De acordo com o jornalista, "desprezado por toda parte, Bolsonaro talvez mereça agora o reconhecimento internacional, com o Oscar. E logo dois, de melhor filme de ficção e melhor ator".

"Depois de uma longa e extensa cirurgia abdominal, é incrível que médicos fossem permitir um comício dentro de uma UTI e que seu paciente falasse tanto", afirma.

Leia a íntegra no Tijolaço

Impasse: PSB quer mudança de cálculo do número de assentos para aceitar federação e PT refuta

 PSB quer mudar o critério para o cálculo do número de assentos que cada legenda terá na direção da futura federação

(Foto: Humberto Pradera/PSB)

247 - As negociações para a formalização da futura federação partidária entre PT e PSB continuam, mas a cada momento surgem informações dando conta de impasses. De acordo com reportagem do Metrópoles, a proposta apresentada pelo PSB de mudar o critério para o cálculo do número de assentos que cada legenda terá na direção da futura federação em torno da candidatura do ex-presidente Lula não foi bem recebida por lideranças do PT.

A proposta faz parte da lista de reivindicações entregues pela legenda socialista na última semana. O número de assentos na chamada assembleia da federação, ou seja, no órgão com 50 integrantes que vai dirigir o grupo ao longo de, pelo menos, 4 anos, caso a federação seja formalizada é o ponto de maior discordância.

Inicialmente, as quatro legendas (PT, PSB, PCdoB e PV) acordaram que o número de assentos na assembleia da federação seria decidido levando em conta o total de deputados que cada sigla tem na Câmara. Com isso, dos 50 cargos, o PT ficaria com 27, o PSB, com 15, e PCdoB e o PV, partidos que também integram o grupo, com 4 cadeiras cada um.

Já na proposta apresentada, o PSB deseja também levar em consideração o número de prefeitos e vereadores eleitos em 2020. Isso porque o partido conseguiu eleger 250 prefeitos na última eleição, contra apenas 170 do PT.

A posição do PT é também acompanhada pelo PCdoB e pelo PV, que consideram o critério do tamanho da bancada federal como o mais adequado para a divisão. Uma reunião entre as quatro legendas deve ocorrer ainda nesta semana para continuidade das negociações

“Ninguém recebeu bem essa ideia do PSB de incluir prefeitos. Nem PT, nem os demais partidos do grupo”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que tem participado de todas as negociações envolvendo a formação da federação.

Magno Malta, que aparece no novo vídeo da suposta facada, já espalhou fake news ligando o caso ao PT

 Em imagem adulterada e publicada por Magno Malta, Adélio aparece supostamente em ato de campanha como se fosse um apoiador de Lula

(Foto: ABr | Stuckert | Reprodução)

247 - O senador Magno Malta (PR-ES), que aparece em novo vídeo da suposta facada, divulgado por Bolsonaro na manhã desta segunda-feira (14), já espalhou fake news em suas redes sociais em 2018 com uma foto digitalmente manipulada para associar o ex-presidente Lula e o PT a Adélio Bispo, autor da facada contra Jair Bolsonaro.

Reportagem do Congresso em Foco da época mostra a imagem adulterada, publicada 6 de setembro de 2018 por Malta, em que Adélio aparece supostamente em ato de campanha como se fosse um apoiador de Lula. Na verdade, o homem que foi “retirado” da fotografia está de óculos escuros, atrás da senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT. Na foto em questão, do fotógrafo Ricardo Stuckert (Instituto Lula), o ex-presidente Lula é cercado por parlamentares, correligionários e uma multidão de apoiadores e militantes em Curitiba (PR), em maio de 2017, quando foi prestar depoimento.

O ex-senador Magno Malta, evangélico e um dos principais apoiadores de Bolsonaro, aparece no vídeo publicado por Jair Bolsonaro em sua página no Twitter nesta segunda-feira (14) supostamente da "noite do dia 6 ou já madrugada de 7 de setembro de 2018", segundo ele, feita após a cirurgia em decorrência da suposta facada que levou durante a campanha eleitoral daquele ano em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Bolsonaro "lança" vídeo que diz ser de 2018, da madrugada após ser operado, e apela de vez para repor a "facada" na campanha

 Com eloquência e discurso pragmático de candidato, vídeo que Bolsonaro diz ter sido gravado em "pós-operatório" vira peça na busca desesperada por votos

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

247 - Jair Bolsonaro (PL) publicou no Twitter na manhã desta segunda-feira (14) um vídeo "que nem sabia que existia" e que diz ser de 2018. A gravação, da "noite do dia 6 ou já madrugada de 7 de setembro de 2018", segundo ele, no tuíte, foi feita após a cirurgia em decorrência da suposta facada que levou durante a campanha eleitoral daquele ano em Juiz de Fora, Minas Gerais.

No vídeo, Bolsonaro, então candidato a presidente da República, faz um discurso programático, dizendo ter "uma missão aqui na terra".

As imagens mostram o chefe do governo federal em seu "pós-operatório" discursando por três minutos, sem pausa, após supostamente ter ficado entre a vida e a morte. Ele não demonstra sentir qualquer dor - em razão dos pontos que teria levado, de uma cirurgia que teria lhe aberto o tórax - e, saindo de uma anestesia geral, revela eloquência incomum para pós-operados.

A suposta facada de 2018 será a principal arma do bolsonarismo para a campanha presidencial de 2022, tanto para reerguer a imagem de Bolsonaro como para atacar adversários. Os filhos de Bolsonaro já entraram em cena para, agora, acusar o PT de ter relação com o suposto atentado

Jair Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas e o ex-presidente Lula (PT) na liderança. O petista tem possibilidade de vencer o pleito no primeiro turno e ganha de todos os pré-candidatos, com larga vantagem, em projeções de segundo turno.

 


Presidente da Ucrânia diz que Rússia pode invadir o país na quarta (vídeo)

A informação do presidente Volodymyr Zelensky, no entanto, parece improvável já que é o dia em que Vladimir Putin vai se encontrar com o Jair Bolsonaro

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, durante coletiva. (Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko)

247 - O presidente de extrema direita da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em discurso na TV nesta segunda-feira, 14, disse ter sido informado de que a Rússia irá invadir seu país nesta quarta-feira, 16 — algo inesperado já que é o dia em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai se encontrar com o Jair Bolsonaro (PL), em Moscou.

“Transformaremos esse dia em uma data de união”, declarou Zelensky, que instou os ucranianos a “desdobrar bandeiras nacionais e pendurar fitas azuis e amarelas [as cores do país] nas janelas”.

“Somos uma grande aspiração europeia e queremos liberdade — e estamos prontos para lutar por ela”, acrescentou o presidente ucraniano, que tem adotado a política imposta pelos Estados Unidos, país que promoveu um golpe através de milícias neonazistas na Ucrânia em 2014.


Rubens Valente, do Uol, diz que Adélio não prestou depoimento à PF

 Jornalista diz ter consultado três fontes em off; no entanto, bolsonarismo tem feito clara exploração política do caso

Jair Bolsonaro (Foto: Raysa Leite/Reuters)

247 - O jornalista Rubens Valente escreveu em sua coluna na tarde desta segunda-feira (14), no Uol, que é falsa a versão de que Adélio Bispo de Oliveira teria prestado depoimento e culpado o PT como mandante do caso da facada em Jair Bolsonaro em 2018.

A versão passou a circular a partir de um perfil do Anonymous no Twitter, que  fez uma publicação no sábado afirmando que "Adélio Bispo prestou depoimento gravado pela PF dizendo que a facada teria sido encomendada pela campanha de Haddad em 2018". "Carluxo irá usar esse vídeo. Eu tenho certeza, absoluta que Adélio foi coagido", complementa o grupo em outro tuíte.

Em sua coluna, Valente cita três fontes em off para sustentar que há uma fake news contra Adélio. A rede bolsonarista, no entanto, tem feito clara exploração política do caso. No domingo, Carlos Bolsonaro já associou a suposta facada ao PT. Nesta segunda-feira, Jair Bolsonaro publicou um vídeo de 2018 do episódio, dizendo ser novo, da madrugada após ter sido operado.

“A coluna apurou junto a três fontes que têm conhecimento do caso criminal que é uma fake news o boato que circula em redes sociais nesta segunda-feira (14) de que Adélio Bispo de Oliveira teria prestado um "depoimento" no qual teria incriminado um partido político como suposto ‘mandante’”, escreve Rubens Valente. 

Saiba como consultar dinheiro esquecido em bancos

 Nova plataforma do Banco Central exigirá cadastro no Portal Gov.br

(Foto: Divulgação)

Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil - Retomado nesta segunda-feira (14), o sistema do Banco Central (BC) que permite a consulta a valores esquecidos em bancos e outras instituições financeiras funciona em novo endereço. Chamada de Sistema de Valores a Receber (SVR), a ferramenta passou a funcionar no site valoresareceber.bcb.gov.br, em ambiente desvinculado do Sistema Registrato, que hospedou o serviço nos primeiros dias de funcionamento.

Para evitar excesso de demanda, que derrubou o site do Banco Central na versão anterior do sistema, foi criada a página específica para as consultas e agendamentos do crédito. Para os cidadãos com dinheiro a receber, será necessária conta no Portal Gov.br, que fornece acesso a serviços públicos digitais. O cadastro para ter a conta é gratuito e pode ser feito na área de login do Gov.br ou pelo aplicativo Gov.br, disponível para usuários de dispositivos móveis dos sistemas Android e iOS.

Existem três níveis de login no Portal Gov.br: bronze, prata ou ouro. Eles variam conforme o nível de segurança e a complexidade do serviço público pedido. Para resgatar o dinheiro esquecido nas instituições financeiras, será exigido nível prata ou ouro. O login do sistema Registrato, usado na primeira fase do serviço, não poderá mais ser usado no SVR.

O nível prata permite acesso com login único à maioria dos 3.583 serviços públicos totalmente digitalizados oferecidos pelo Portal Gov.br e garante acesso completo ao aplicativo Gov.br. Com alta segurança, esse nível pode ser obtido pela comparação da foto tirada no aplicativo com as imagens da base da Carteira Nacional de Habilitação.

Outra maneira de ativar o nível prata é por meio da validação dos dados pessoais de quem tem conta em um dos seis bancos conveniados ao Portal Gov.br: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, BRB, Caixa Econômica Federal, Santander e Sicoob.

Procedimentos

O processo de recebimento do dinheiro consiste em duas etapas. Na primeira, o cidadão fará uma consulta no site valoresareceber.bcb.gov.br. Basta digitar o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) para verificar eventuais quantias esquecidas em bancos e demais tipos de instituições financeiras. Essa etapa dispensa o login do Portal Gov.br e pode ser feita a qualquer momento, a partir de hoje.

Em caso de constatação de valores a serem sacados, o SVR informa a data para o usuário entrar novamente no sistema. Nessa segunda etapa, será necessário digitar o login da conta Gov.br para verificar a quantia a receber e pedir a transferência do dinheiro. Caberá ao cidadão escolher a forma de transferência, que poderá ser feita por Pix. Se o usuário não indicar uma chave Pix, a instituição financeira escolhida poderá contatar o correntista para fazer a transferência.

Prazo

O BC explicou que valores esquecidos nos bancos serão devolvidos apenas a partir de 7 de março. Caso o cidadão perca a data informada, deverá recomeçar o processo do zero, repetindo a consulta no site e esperando o sistema informar nova data para o retorno.

Orientações

Para evitar fraudes, o Banco Central informa que o único site disponível é o valoresareceber.bcb.gov.br. O cidadão deverá tomar cuidado para não entrar em páginas diferentes. O órgão também esclareceu que não entrará em contato com nenhum usuário, nem enviará links por SMS, Whatsapp, Telegram ou e-mail para confirmar dados pessoais ou tratar de valores a receber.

A única situação em que haverá contato com o correntista será no caso de a transferência não poder ser feita por Pix, mas a comunicação será feita pela instituição detentora do dinheiro, sem nenhum pedido de confirmação de dados ou de senhas.

Por fim, o BC esclarece que o processo de resgate de valores esquecidos é gratuito. O usuário jamais deverá fazer qualquer pagamento para consultar o montante a receber nem para sacar o dinheiro. Qualquer pedido nesse sentido configura golpe.