Dados do IBGE mostram a influência da Covid nas estatísticas desde o ano passado
(Foto: Franklin de Freitas)
A pandemia do novo coronavírus, que desde março de 2020 afeta o Paraná, provocou importantes alterações nas Estatísticas do Registro Civil. Divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo identificou um aumento expressivo nos registros de óbito no estado, ao mesmo tempo em que o total de nascimentos e também de uniões celebradas tiveram uma queda igualmente expressiva.
Começando pelos falecimentos, ao longo do ano passado os cartórios de Registro Civil do Paraná anotaram um total de 82.240 óbitos no estado, o que aponta para uma alta de 10,57%, ou 7.863 mortes a mais que em 2019. Tanto em porcentual quanto em números absolutos, foi a maior alta desde o início da série histórica, em 2003
Do total de óbitos registrados, 93,8% (77.125) foram por causas naturais. Além disso, o aumento porcentual de óbitos entre os homens (12,1%) foi maior que entre as mulheres (8,6%) e a maioria das mortes (70,84%) foi de pessoas com 60 anos ou mais de idade - houve, inclusive, um aumento nas mortes por causas naturais nas faixas etárias mais avançadas, enquanto para as idades abaixo de 20 anos houve redução de óbitos de 2019 para 2020.
No ano passado houve ainda queda de 5% no número de nascimentos, que já havia caído 2% em 2019 e desde 2017 registra reduções consecutivas. Foram 147.572 registros de nascimentos em 2020, 7.684 a menos na comparação com 2019, sendo que o número de nascidos vivos do sexo masculino diminuiu de 79.645 para 76.015, enquanto o de sexo feminino caiu de 75.603 para 71.546, o que também provocou uma alteração na razão, que passou de 105 meninos para 100 meninas em 2019 para 106 meninos para 100 meninas em 2020.
Por fim, o número de casamentos no Paraná teve redução de 20,4%, passando 57.479 uniões celebradas em 2019 para 45.764 no ano passado. Esse movimento de queda vem sendo observado anualmente desde 2015 (quando houve 65.264 casamentos civis no estado), mas atingiu seu ápice justamente em meio à pandemia.
Do total de casamentos registrados, 331 ocorreram entre pessoas do mesmo sexo, uma queda de 22,1% ante 2019, quando haviam sido celebradas 425 uniões homoafetivas no estado. Os casamentos entre cônjuges femininos representam 60,7% dos casamentos civis nessa composição conjugal (com 201 uniões em 2020), enquanto os casamentos entre cônjuges masculinos respondem por 39,3% dos registros (130 uniões).
Maternidade precoce está em queda
Quando analisado os dados sobre nascidos vivos a partir da idade da mãe na ocasião do parto, verifica-se que o Paraná vem conseguindo reduzir nos últimos anos os índices de maternidade precoce, com mães que tenham menos de 19 anos de idade.
Em 2020, 635 mães tinham menos de 15 anos quando deram à luz seus filhos, enquanto 15.920 tinham entre 15 e 19 anos de idade. No ano anterior haviam 736 mães com menos de 15 anos e 18.232 que entraram em trabalho de parto com entre 15 e 19 anos.
Enquanto a maternidade precoce está em queda, a tardia, por outro lado, está crescendo. No ano passado, 5.198 mulheres tinham 40 anos ou mais na ocasião do parto, número próximo do registrado no ano anterior (5.203). Até 2016, porém, o número de mulheres que davam à luz após completar os 40 anos não superava os 5 mil (foram 4.310 em 2015 e 4.609 no ano seguinte, por exemplo).
2021 deve se tornar o ano com mais óbitos na história
Se em 2020 o IBGE já captou um aumento expressivo no número de mortes registradas no Paraná, para 2021 a tendência é que as Estatísticas do Registro Civil apontem para um novo aumento, o que significa também um novo recorde de falecimentos ao longo de um ano no estado.
Até ontem, o Portal da Transparência do Registro Civil, alimentado por cartórios de todo o país, anotava um total de 97.284 óbitos registrados no estado ao longo do ano, com 17.082 mortes apenas em Curitiba.
Mais uma vez, a pandemia aparece como principal fator para o aumento nos óbitos. Em 2020, por exemplo, um total de 10.328 pessoas faleceram no Paraná após contraírem a Covid-19. Em 2021 (até ontem), já eram 31.222 falecimentos causados pela doença pandêmica, uma alta de 202,3% na comparação com o primeiro ano de crise sanitária.
Fonte: Bem Paraná