sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Professores resistem a sucessivos golpes há mais de 5 anos no Brasil

 A agenda neoliberal, após o golpe contra Dilma Rousseff, precarizou o trabalho de professores no Brasil devido ao congelamento de investimentos públicos. A categoria também sofre com cortes orçamentários do MEC no governo Jair Bolsonaro

(Foto: Agência Brasil)

Por Cida de Oliveira, da RBA - O Brasil viveu um período de conquistas importantes para os professores entre os anos de 2005 e 2014. Com a criação do Fundeb, em 2007, passaram a ser garantidos recursos para os salários dos professores desde a creche até o ensino médio. E o fundo trouxe todas as condições para a elaboração da Lei do Piso, em 2008. Seis anos depois, com a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), os professores obtiveram quatro conquistas, por meio das metas aprovadas.

A de número 15, voltada à formação inicial dos professores, estabeleceu a necessidade de todos terem a licenciatura para atuar na educação básica. Na meta 16, a indicação da necessidade da educação continuada. Ou seja, o professor desse nível de ensino deveria cursar pós-graduação. A meta de número 17, equiparou o salário dos professores ao de outros profissionais com a mesma formação e mesma carga horária. E a 18 exige plano de cargos e carreira para os docentes, tendo o piso como referência.

Entretanto, o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff mesmo sem ter praticado crime de responsabilidade, trouxe consigo a Emenda Constitucional (EC) 95, que proíbe até 2036 novos investimentos em políticas públicas, entre elas, a educação.

Professores sem reajuste

“Com isso nós tivemos uma queda no orçamento da educação, que vai sendo reduzido a cada ano. E a meta 20 do PNE, que apontava a ampliação desses recursos até 2024, chegando 10% do PIB, foi inviabilizada. Com a EC 95 houve a redução no orçamento da educação, e essa redução trouxe a estagnação para as políticas do setor. E fora isso, nós tivemos uma redução agora em 2021, a primeira desde 2008 para cá, já que não foi aplicado o reajuste ao piso salarial”, disse à RBA o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo.

Conforme o dirigente, foi um golpe, via Portaria Interministerial número 3, de 26 de novembro de 2020, dos ministérios da Economia e da Educação. Segundo as pastas, estados e municípios tiveram redução de 8,7% da arrecadação – “o que não é verdade”.

“Isso foi desmascarado recentemente, em 24 de setembro, por meio de portaria determinando reajuste de 31,3% do custo aluno/ano para o Fundeb neste ano, lembrando que esse percentual é o mesmo que reajusta o piso salarial. Há uma previsão de reajuste do piso do magistério para o ano que vem de 31,3%, já que acumulou 2021, que não teve reajuste, e 2022 que terá esse reajuste conforme a legislação se for aplicada de forma adequada. Então, os golpes foram quebrando a possibilidade de aplicação do que conquistamos nas leis nos anos anteriores”, disse.

“É destruidor da escola pública, destruidor da escola privada, destruidor da universidade, quando ele diz que a universidade tem de ser para poucos e que tem muita universidade no país – são as declarações de um ministro”.

“Em um país decente, um ministro que falasse isso jamais deveria assumir o cargo de ministro da educação. Uma negação completa a atuação do ministro.”

Impacto da covid-19 sobre os professores

Araújo contou que é muito grande o impacto da pandemia sobre os professores. E que há muita tristeza na categoria. Para se ter uma ideia, no último dia 5, a Internacional da Educação comemorou o Dia Mundial do Docente. E para isso pediu às confederações pelo mundo vídeos em homenagem aos que faleceram por conta da covid-19. A CNTE fez um vídeo muito triste, já que muita gente próxima dela partiu, infelizmente, por conta da covid-19. “Dos que ficaram, adoeceram muitos e 74% da nossa categoria – professores e professoras – tiveram doenças profissionais devido à falta de condições adequadas para atividade remota. Perdemos muitos estudantes e isso traz também um impacto muito grande na vida profissional e pessoal desses professores, muitos se esforçaram para manter a atividade remota, alguns foram atrás até de equipamentos para emprestar para os estudantes para manter o processo de interação e houve uma intensificação do nosso trabalho”, relatou.

No entanto, essa intensificação, sem uma formação e equipamentos adequados, sem conexão, desencadeou muitas doenças, como depressão, por não conseguir atender as atividades remotas previstas para esse período. Os governos não investiram na infraestrutura das escolas para garantir o retorno seguro, nem a conexão. “O próprio governo federal negou repasse de recursos de R$ 3,5 bilhões aprovados pelo Congresso. E foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela inconstitucionalidade dessa lei”.

Para o dirigente, uma falta de investimento completo no profissional de educação e nos estudantes quanto a equipamentos e conexão. “Isso trouxe prejuízos a nossos alunos e impactos profundos na saúde dos profissionais de educação.”

Prejuízos à educação

As políticas do governo Bolsonaro que trouxeram prejuízos ao meio ambiente e aumentaram a desigualdade social e a fome não teriam razão de poupar o setor. O processo de ensino e aprendizagem, que exige do Ministério da Educação a continuidade das ações, foi atingido logo no início, com a chegada de ministros sem a menor competência. O primeiro deles, Ricardo Vélez Rodrigues, deu lugar a Abraham Weinbraub. Depois foram indicados outros, que nem chegaram a assumir por terem sido pegos mentindo em seu currículo.

“A cada ministro que se muda, muda toda a equipe que acompanha esse ministro. E nenhum tem tempo suficiente para organizar um programa de governo que dê conta das políticas de atendimento determinadas por leis. O governo Bolsonaro é negacionista, que negou também o Plano Nacional de Educação e o Fundeb, que foi conquistado à revelia do governo. Nenhum ministro da Educação discutia conosco o Fundeb no Congresso Nacional. E quando foram lá em audiências públicas, não respondiam. Diziam que era assunto do Ministério da Economia”, lembrou.

É esse governo, como destaca Heleno, que criou escolas cívico-militares, tirando a gestão pública da escola pública e a entregando a militares aposentados; e que defende a educação domiciliar – ou seja, que os pais não matriculem os filhos nem na escola particular nem na escola pública.

Pastor no MEC

A avaliação do dirigente sobre o atual ministro, Milton Ribeiro, não poderia ser pior. Primeiro porque, segundo ele, o pastor presbiteriano contrário à educação inclusiva e ao acesso dos mais pobres às universidades faz questão de ser um pastor à frente do Ministério, e não um educador. Sua ênfase é trazer suas ideias de dentro da igreja para as estruturas do estado que é laico.

Em segundo lugar, o titular do MEC abandonou a coordenação de políticas para o ensino básico, profissional e as creches, sobre os quais a pasta tem responsabilidade técnica e financeira, por meio de órgãos como a Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação.

“Ele defende a educação domiciliar e que as crianças devam se socializar na igreja. Isso não tem nenhum sentido, nenhum respeito da nossa parte uma pessoa com esse tipo de pensamento, que ocupa esse espaço e não coordena nada dentro do Ministério. Além disso, ele não coordena nada, não presta nenhum serviço à educação pública superior e profissional de nosso país. É uma negação. Uma negação à atuação de Milton Ribeiro à frente do MEC. É uma pessoa que ocupa o Ministério da Educação só para receber salário, que é o dinheiro público do nosso povo.”

Inclusão social

Para o presidente da CNTE, não há nenhuma política educacional que se salve no governo de Jair Bolsonaro. Nenhuma foi apresentada no sentido de integrar a educação dos estados ao país. E sim ao contrário, de arrasar tudo aquilo que foi conseguido de 2005 a 2014. “A visão desse governo é a destruição dessa política. Isso estava na boca do presidente quando falou isso e nas ações dos ministros que passaram à frente do Ministério da Educação.”

Primeiro, as que foram anunciadas não foram colocadas em prática. O que ele anunciou foi mais destruição das políticas existentes. É ataque a Capes, ao Inep, CNPq, em tudo que tem relação com a pesquisa, com a universidade pública e a ausência completa de um processo de coordenação da educação básica.

“É um governo tão perdido e negacionista que o Ministério da Educação tem atribuições com todas as etapas da educação básica, da creche ao ensino médio e modalidades, tem responsabilidade de indicar programas e políticas integradas, tem a responsabilidade de garantir financiamento para aplicação dessas políticas e de coordenar o processo nacional através do auxílio técnico e financeiro do Ministério da Educação para com estados e municípios”.

Aberração completa

Para Heleno Araújo, trata-se de um processo de aberração completa, em que o governo não permite nada que traga bons resultados para a educação e a ciência. “Ele corta 92% de bolsas. Um processo de aberração completa nesse país. Não há perspectiva nenhuma de continuidade do processo da educação com esse governo e essas medidas que estão anunciando. Isso tudo mostra o tamanho da negação e da aberração que é esse governo Bolsonaro. Por isso o vendaval, o que vai ficar após a saída dele, com impeachment ou eleições, é uma terra arrasada também na educação pública do país.”

Assim, a saída não pode ser outra que não o fim do governo Bolsonaro, seja por meio de impeachment ou na eleição em 2022, para que então seja possível retomar os avanços. Os caminhos para isso já estão sendo debatidos na construção da Conferência Nacional Popular da Educação – Conape 2022.

“Até o final deste ano, em que comemoramos o centenário do nascimento do educador Paulo Freire, serão concluídas as etapas municipais e estaduais. E no ano que vem, a etapa nacional. Nosso lema é reconstruir o país, fazer a retomada do estado democrático de direito e a defesa da educação pública e popular, com gestão pública, gratuita, democrática, laica, inclusiva e de qualidade para todas as pessoas. Isso é uma recomposição. Porque isso que está aí não fica nada”, disse Heleno Araújo.

Inflação em setembro foi maior para as famílias de renda mais baixa

 De acordo com o Ipea, a inflação para as famílias de renda muito baixa foi de 1,3%, enquanto o grupo de renda alta ficou em 1,09%

Vendedora segura ovos em um mercado de rua no Rio de Janeiro, Brasil (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Akemi Nitahara, Agência Brasil - O Indicador de Inflação por Faixa de Renda acelerou para todas as faixas no mês de setembro, mas revelou uma inflação mais acentuada para as famílias de renda muito baixa, com índice de 1,3%, enquanto o grupo de renda alta ficou em 1,09%. Os dados foram divulgados hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A inflação para o segmento de renda baixa foi de 1,2% no mês, para a renda média baixa, 1,21%, e para o segmento de renda média alta foi de 1,04%.

Segundo o instituto, o grupo habitação exerceu a maior pressão inflacionária para as famílias dos três segmentos de renda mais baixa. Para as famílias de renda muito baixa, pesaram os reajustes de 6,5% das tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza. Já os alimentos em domicílio foram puxados especialmente pelas frutas (5,4%), aves e ovos (4%) e leites e derivados (1,6%).

As três faixas de renda mais alta repetiram o impacto sofrido em agosto, com peso maior no grupo de transportes, influenciada pelos reajustes de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de 9,2% dos transportes por aplicativo.

No acumulado de 12 meses, a inflação para o grupo de renda muito está em 10,98%; a renda baixa acumula 10,72%; a renda média baixa está em 10,64%; a média tem alta de 10,09%; o grupo de renda média alta tem inflação em 12 meses de 9,32% e o grupo de renda alta teve inflação de 8,91%.

O Ipea aponta que para as famílias de renda muito baixa pesaram no acumulado do ano o aumento nos preços dos alimentos no domicílio, como carnes (24,9%), aves e ovos (26,3%) e leite e derivados (9%), além dos reajustes de 28,8% da energia e de 34,7% do gás de botijão.

Para as famílias com maiores rendimentos, a inflação acumulada sofreu impacto das variações de 42% dos combustíveis, de 56,8% das passagens aéreas, de 14,1% dos transportes por aplicativo e de 11,5% dos aparelhos eletroeletrônicos.

Google vai expor quem pagou por anúncios políticos e seu alcance a partir de 2022

 Transparency Report do Google já é praticado em outros países e os dados disponibilizados incluem informações do Youtube e de propriedades parceiras

(Foto: Reuters/Paresh Dave)

Danilo Vital, Conjur A partir do primeiro semestre de 2022, a sociedade brasileira terá à sua disposição dados completos sobre quem patrocinou quantos anúncios políticos no Google e quanto foi gasto. Também será possível saber quantas impressões (exibições) cada peça teve e o formato em que foi exibida (vídeo, imagem ou texto).

Todas essas informações constarão de relatório de transparência anunciado nesta sexta-feira (15/10) pela plataforma como parte das medidas tomadas de olho nas eleições de 2022 no Brasil, com o objetivo de ampliar a transparência do processo eleitoral.

O Transparency Report do Google já é praticado em outros países como Austrália, Estados Unidos, Índia, Israel, Nova Zelândia, Taiwan, Reino Unido e membros da União Europeia. Os dados disponibilizados incluem informações do Youtube e de propriedades parceiras.

Para isso, a plataforma passará a exigir, também, a verificação de todos os anunciantes com conteúdo eleitoral, por meio de um cadastramento no qual o titular da conta comprove que é quem alega ser. Todas essas medidas foram anunciadas pelo Google como permanentes.

Especialmente após as eleições municipais de 2020, em que a campanha foi predominantemente feita online devido às restrições da epidemia, o impulsionamento de material dos candidatos e partidos nas redes sociais e no Google ganhou especial relevo.

Prova disso é que, como mostrou a ConJur, o Google, que desde 2014 é um parceiro do Tribunal Superior Eleitoral nas campanhas de divulgação e informação, foi autorizado a recorrer como terceiro prejudicado para defender um modelo de negócio praticado: a venda de links patrocinados a políticos.

Na ocasião, o TSE reafirmou sua jurisprudência segundo a qual o uso do nome de candidato adversário como palavra-chave para impulsionar priorização paga de conteúdo, por si só, não infringe a Lei das Eleições. A ferramenta utilizada foi o Google Ads.

Restrições impostas


Natalia Kuchar, advogada da empresa com foco em Ads & Plataforms, explicou no evento online desta sexta-feira que os anunciantes de conteúdo político trabalham com determinadas restrições em relação aos demais clientes da plataforma.

A principal dela é não haver total personalização do alvo dos conteúdos patrocinados. A ferramenta Customer Match, que permite uso de informação para alcançar e engajar seus próprios clientes através da página de shopping, do Gmail, Youtube ou outros, não pode ser usada no caso de conteúdo político anunciado.

Além disso, há restrição nas possibilidades de segmentação dos anúncios: somente por geolocalização, faixa etária e sexo.

A advogada também afirmou que é errônea a presunção de que, no uso do Google Ads para conteúdo político, quem paga mais, alcança mais.

A ferramenta funciona em sistema de leilão. Cada anunciante diz quanto está disposto a pagar por cada clique em seu anúncio, a partir de cada palavra-chave. Vários outros anunciantes farão o mesmo. A partir dessa concorrência, o Google vai elencar quem aparece nos primeiros lugares no campo de conteúdo patrocinado, exibido em cada busca feita no site.

Mas não só isso. É aplicado, também, um índice de qualidade, que pode ser visualizado na própria plataforma do Google Ads. Isso quer dizer que só serão ofertados ao usuário sites que realmente tenham a ver com os termos que estão sendo buscados.

Ou seja, não adianta simplesmente colocar muito investimento para aparecer em primeiro lugar na busca. "É preciso ter inteligência e capacidade técnica. Essa lógica não é exatamente assim. Tem algumas complexidades que mitigam isso", apontou Natalia Kuchar.

Relatório da CPI da Covid deve indiciar Pazuello por sete crimes

 Para o senador Renan Calheiros, relator da CPI, o general Eduardo Pazuello foi um dos principais responsáveis pelo enfrentamento equivocado e criminoso da pandemia do coronavírus no Brasil

Eduardo Pazuello (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

247 - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) pedirá em seu relatório final da CPI da Covid que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello responda por ao menos sete tipos de crimes praticados na gestão do enfrentamento à pandemia. 

Os crimes pelos quais o relatório, que será apresentado na próxima terça-feira (19), deve pedir que Pazuello responda são:

1 - Crime de epidemia com resultado de morte

2 - Crime por incitação ao crime

3 - Crime por emprego irregular de verba pública

4 - Crime de prevaricação

5 - Crime por comunicação falsa de crime

6 - Crime por genocídio de indígenas

7 - Crime contra a humanidade

Renan Calheiros também pretende pedir o indiciamento de Jair Bolsonaro por homicídio. Este é um dos 11 crimes que serão atribuídos a ele pelo parlamentar, cujo relatório será lido na próxima terça-feira (19).  

A classificação de homicídio seria pelo tipo comissivo, em que Jair Bolsonaro será acusado de provocar mortes por descumprir seus deveres. O entendimento do grupo majoritário da comissão é que Bolsonaro tinha a obrigação de agir para evitar as mortes pela Covid-19, o que, segundo a cúpula da CPI, não teria ocorrido.

CPI: Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro entram na lista de indiciados por disseminação de fake news

 Um capítulo do relatório da CPI da Covid irá fundo nas consequências provocadas pela divulgação de fake news na rede de contato dos três irmãos. Documento ainda precisa ser aprovado pelo colegiado

(Foto: Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação)

247 - Os filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), terão o indiciamento recomendado pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL)

O tema é destaque de um capítulo do relatório da CPI, que irá investigar os danos provocados pela divulgação de fake news por meio da rede de contatos dos irmãos. 

De acordo com reportagem da CNN, O capítulo sobre fake news do relatório da comissão é o que contempla o maior número de pessoas que podem ser indiciadas pela CPI. Entre esses recomendados, há médicos, empresários, políticos e, inclusive, Jair Bolsonaro, citado pelo relator como responsável por 11 crimes. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deverá ser indiciado por sete crimes, muitos deles ligados aos atos imputados ao ex-capitão.

O relatório teve como base a pesquisa de técnicos do Senado que  listaram os crimes que ocorreram a partir do compartilhamento intencional de mentiras, como as relacionadas a medicamentos sem eficácia comprovada e imunidade de rebanho. 

Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros quer pedir indiciamento de Bolsonaro por 11 crimes; veja quais

 Dentre os 11 crimes, Bolsonaro será indiciado por homicídio do tipo comissivo, em que ele será acusado de provocar mortes por descumprir seus deveres

Renan Calheiros e Bolsonaro discursando na ONU (Foto: Pedro França/Agência Senado | REUTERS/Eduardo Munoz/Pool)

247 - O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pretende pedir o indiciamento de Jair Bolsonaro por homicídio. Este é um dos 11 crimes que serão atribuídos a ele pelo parlamentar, cujo relatório será lido na próxima terça-feira (19). A informação é do portal CNN. 

A reportagem conversou com senadores e técnicos da investigação que trabalham na versão final do texto para entender a construção da lista de crimes. A classificação de homicídio seria pelo tipo comissivo, em que Jair Bolsonaro será acusado de provocar mortes por descumprir seus deveres. O entendimento do grupo majoritário da comissão é que Bolsonaro tinha a obrigação de agir para evitar as mortes pela Covid-19, o que, segundo a cúpula da CPI, não teria ocorrido.

O crime de responsabilidade também consta na relação, o que pode fundamentar um novo pedido de impeachment. Apesar de não existir ambiente fático para que o processo seja aberto, o relatório da CPI engrossa a lista de acusações.

Também irá pesar contra Bolsonaro o crime contra humanidade, o que pode ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional.

Veja a lista de crimes:

1) Crime de epidemia com resultado morte;

2) Prevaricação;

3) Crime de infração de medidas sanitárias

4) Charlatanismo

5) Emprego irregular de verba pública

6) Incitação ao crime

7) Falsificação de documento particular

8) Genocídio de indígena

9) Crime contra humanidade

10) Crime de responsabilidade

11) Crime de homicidio comissivo

Procon recomenda que açougues deixem de vender ossos e carcaças de animais

 


(Foto: SEJUF/PR)

O Procon do Paraná, vinculado à Secretaria de Justiça, Família e Trabalho, e a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) emitiram uma recomendação administrativa aos mercados, açougues e supermercados para que não comercializem ossos de boi ou carcaças de frango e de peixe a pessoas de baixa renda. O documento foi assinado nesta sexta-feira (15) e pede aos estabelecimentos que optem pela doação.

Segundo a chefe do Procon, Claudia Silvano, a recomendação é necessária porque a prática é uma vantagem manifestamente excessiva. "O documento significa um esforço de vários atores da sociedade para que haja a adesão dos estabelecimentos nesse momento tão delicado da economia”, afirmou. "É uma situação atípica. É preciso olhar para esse público".

O secretário Ney Leprevost disse que vender este tipo de produto é exploração a um consumidor que está extremamente vulnerabilizado financeiramente. "Não podemos fechar os olhos para essa realidade. Ao invés da venda, os estabelecimentos devem optar pela doação, desde que respeitada a legislação sanitária, com vistas a garantir todos os requisitos de segurança para o consumo do produto”, ponderou.

inflação de setembro (1,16%), último indicador divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a mais alta para o mês desde 1994, no acumulado de 12 meses já atingiu 10,25%. O grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 1,02%. Contribuiram para o resultado o frango inteiro (4,50%) e frango em pedaços (4,42%). Os preços das carnes bovinas (-0,21%) recuaram após sete meses consecutivos de alta, acumulando variação 24,84% nos últimos 12 meses.

Fonte: Bem Paraná

Dois homens viram réus no caso de importunação sexual a ciclista no interior do Paraná

(Foto: Reprodução)


 A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), nesta sexta (15), contra o homem que assediou a ciclista Andressa Lustosa e o motorista que aproximou o carro da vítima, em Palmas, na Região Sul do Paraná. Os suspeitos se tornaram réus por importunação sexual - que tem a pena prevista de um a cinco anos de prisão - e lesão corporal qualificada - que prevê pena de um a quatro anos de prisão. O caso ainda teve como qualificadora a razão do gênero, pelo fato da vítima Andressa Lustosa ser mulher. O processo penal tramita sob sigilo na Vara Criminal de Palmas.

 No crime, filmado pelas câmeras de segurança, Andressa Lustosa cai da bicicleta após o carro se aproximar e o passageiro passar a mão no corpo dela.  Os envolvidos foram identificados após denúncias anônimas. Os outros dois jovens que estavam no carro, um deles menor de idade, não foram denunciados. 

O Gol branco usado no crime foi devolvido ao pai do condutor. De acordo com ele, o carro foi pego sem permisão. De acordo com os depoimentos, os quatro estavam alcoolizados.

O crime ocorreu quando a vítima andava de bicicleta na Avenida Constantino Fabrício Silva Pinto no dia 26 de setembro Na ocasião, um veículo se aproximou e um dos ocupantes importunou sexualmente a vítima, passando a mão nas nádegas da mulher. Com o ato, ela foi derrubada da bicicleta, sofrendo lesões corporais.

Fonte: Bem Paraná

Equipes de Apucarana disputam vagas para a final do Paraná Bom de Bola

 Rodada da competição acontece neste final de semana no Estádio João Lunardelli, em Porecatu (Norte do Estado)

(Fotos: Divulgação)

As equipes de futebol de Apucarana nas categorias sub-16 e master tentam conquistar neste final de semana (sábado e domingo), no Estádio João Lunardelli, em Porecatu (Norte do Estado), as suas classificações para as finais do Paraná Bom de Bola, competição que é promovida pela Secretaria de Estado do Esporte e do Turismo.

O professor José Marcelino da Silva, o Grillo, secretário municipal de Esportes da Prefeitura de Apucarana, disse que os times apucaranenses chegam forte nessa reta final da competição. “As equipes foram muito bem na primeira fase, terminaram em primeiro lugar em suas chaves e com certeza lutarão por boas colocações no futebol. É só manter o foco, a mesma pegada, sempre respeitando os adversários. O prefeito Junior da Femac está na torcida e deseja sucesso aos dois times em Porecatu”, frisa o professor Grillo.

Neste sábado (16-10), às 15h20, pela semifinal, o time sub-16 de Apucarana joga contra Florestópolis. Na preliminar, às 13h30, Arapongas enfrenta Rolândia. Os vencedores dos confrontos disputam o título no dia 30 de outubro, às 15h20, em Porecatu.

Na primeira fase da competição, os apucaranenses venceram Mauá da Serra por 7 a 1 e Guaraci por 9 a 0. O atacante Cacá, de Apucarana, com 7 gols, vem sendo um dos artillheiros do Paraná Bom de Bola.

Neste domingo (17-10), às 8h45, também pela semifinal na categoria master, Apucarana joga contra Pitangueiras. Em seguida, às 10h20, Florestópolis duela contra Arapongas. Os ganhadores farão a final no dia 31 de outubro, às 10h20, em Porecatu.


Na fase inicial da disputa, Apucarana derrotou Rolândia por 3 a 1 nos pênaltis após empate por três gols no tempo normal e venceu Arapongas pelo placar de 2 a 1.


Cabos de energia são furtados da UBS do Marissol

 Ação dos criminosos levou a interrupção dos serviços prestados na unidade de saúde


A Unidade Básica de Saúde (UBS) Oreste Gonçalves Marquito, do Jardim Marissol, teve os cabos de energia furtados na madrugada desta sexta-feira, impossibilitando o atendimento ao público por tempo indeterminado. O prédio está sem energia elétrica e as doses de vacina que estavam armazenadas no local foram levadas para Central de Vacinas da Autarquia Municipal de Saúde (AMS).

A ação dos ladrões também vai impedir que a UBS realize o Dia D da Multivacinação, que acontece amanhã (16). Os moradores do bairro terão que imunizar suas crianças e adolescentes menores 15 anos em unidades de saúde mais próximas, como as do Jardim Trabalhista e Vila Nova.

“Ainda não temos previsão de quando vamos normalizar o atendimento ao público, pois toda rede de energia foi furtada e isso não é solucionado de um dia para o outro”, lamenta o técnico de enfermagem da UBS Alessandro Moreira Lemos.

De acordo com o secretário municipal da saúde, Emídio Bachiega, esse tipo de ação prejudica o bom andamento das atividades da unidade básica de saúde e, consequentemente, o atendimento à população. “Essa ação é lamentável, pois ela acontece contra uma estrutura pública que presta serviço essencial a comunidade”, complementa Bachiega.

Em um prazo de menos de 2 meses, essa é a terceira ação de criminosos na UBS do Marissol. Na primeira ocasião foi arrombada a porta dos fundos, quando foi furtado botijão de gás, material de limpeza e utensílios de cozinha, danificado um monitor de computados, destruídos exames e muito material jogado no chão, incluindo medicamentos.

Com as portas dos fundos reforças, os criminosos, numa segunda ocasião, tentaram entrar na unidade pela porta da frente, destruindo os puxadores e fechaduras, mas não conseguiram abrir e desistiram de praticar o furto.

“Pedimos a população que nos ajude a proteger os prédios e equipamentos públicos evitando assim que a oferta de serviços sofram interrupções”, destaca Emídio Bachiega. A AMS registrou Boletim de Ocorrência na 17ª Subdivisão Policial de Apucarana e aguarda providências das autoridades policiais acerca do furto na UBS.


Apucaranenses disputam JOJUP´s e JAP`s no atletismo

 As duas competições serão realizadas no Centro Nacional de Treinamento em Atletismo (CNTA), em Cascavel (Oeste do Estado)

(Foto: Divulgação)


Os atletas João Pedro Machado Dias, Edson Aparecido Emídio e Luiz Henrique Pereira, da equipe de atletismo da Secretaria Municipal de Esportes da Prefeitura de Apucarana, disputam neste final de semana (sábado e domingo), os Jogos da Juventude do Paraná (JOJUP`s) e os Jogos Abertos do Paraná (JAP´s). As duas competições serão realizadas no Centro Nacional de Treinamento em Atletismo (CNTA), em Cascavel (Oeste do Estado).

O Secretário Municipal de Esportes da Prefeitura de Apucarana, professor José Marcelino da Silva, o Grillo, disse que os três atletas estão focados e confiantes para as competições. “Os três já competiram na atual temporada, vem de bons resultados e brigarão por medalhas em Cascavel. Graças ao apoio do prefeito Junior da Femac os nossos atletas têm competido em várias cidades do Estado”, disse o professor Grillo.

Revelado na escolinha de atletismo da Secretaria Municipal de Esportes de Apucarana, João Pedro disputa os JOJUP`s no sábado e os JAP´s no domingo, competindo no salto em distância. Nos dois dias as provas iniciam às 9 horas. Na última prova que disputou, João Pedro foi medalha de prata no salto em distância no 2º Torneio da Federação de Atletismo do Paraná, realizado no dia 10 de julho em Cascavel.

Edson Emídio e Luiz Henrique estarão em ação neste domingo nos Jogos Abertos do Paraná. O primeiro atleta compete nas provas de 5.000m, às 9 horas, e de 3.000m com obstáculos, às 16 horas. No dia 25 de setembro, em Cascavel, Edson ganhou a medalha de prata na prova de 3.000m com obstáculos durante a 65ª edição do Campeonato Paranaense Loterias Caixa Adulto.

Luiz Henrique disputa a prova de 5.000m, às 9 horas, e de 1.500m, às 12 horas. Como preparação para os JAP´s, no último final de semana o atleta de Apucarana disputou a Prova Pedestre da Univel em Cascavel, com percurso de 10.000m. Luiz Henrique ficou em primeiro lugar na categoria (30 a 35 anos) e na terceira colocação na classificação geral.

Boa parte dos eleitores de Bolsonaro está disposta a migrar para Lula

 De acordo com pesquisa Genial/Quaest, 52% dos que escolheram Jair Bolsonaro no segundo turno em 2018 repetiriam o voto nele e pelo menos 21% migrariam para o ex-presidente Lula

Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | Ueslei Marcelino/Reuters)

247 - Jair Bolsonaro (sem partido) perdeu eleitores para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os que votaram nele no segundo turno da eleição de 2018. De acordo com pesquisa Genial/Quaest, 52% dos que escolheram Bolsonaro para no segundo turno repetiriam o voto nele; 21% migrariam para o petista e outros 12% afirmaram que votariam em branco, nulo ou ainda não souberam dizer.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, entre os que votaram em Fernando Haddad (PT) no segundo turno de 2018, 79% votariam em Lula e somente 1%, em Bolsonaro. Outros 12% escolheriam o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), 3% votariam no governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), e 5% branco ou nulo.

A pesquisa presencial e domiciliar foi feita com 2.048 pessoas, entre 30 de setembro e 3 de outubro. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais para mais ou para menos. 

Presidenciável, Datena acha mais fácil tirar Bolsonaro do que Lula do 2º turno

 "[É mais fácil tirar do 2º turno] Bolsonaro, com certeza. Ele é quem está perdendo voto, é o que dizem as pesquisas. Mais fácil tirar ele do que Lula", avaliou

José Luiz Datena (Foto: Divulgação)

247 - O apresentador José Luiz Datena disse, em entrevista à revista Veja, que considera mais fácil tirar o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do segundo turno e que está confiante em uma vitória nas eleições presidenciais de 2022. A informação é do portal UOL. 

CPI da Covid vai propor mudanças na legislação como pensão para órfãos e proibição de remédios ineficazes

 Outra proposta prevê o pagamento de pensão de R$ 1 mil para órfãos de vítimas do coronavírus. Senadores também querem obrigar os serviços de saúde privados a prestar atendimento ao SUS em situações de emergência. Matéria foram elaboradas pelo gabinete do senador Rogério Carvalho (PT-SE)

Senador Rogério Carvalho e a CPI da Covid (Foto: Agência Senado)

247 - A CPI da Covid deve apresentar ao final dos seus trabalhos propostas para aperfeiçoar a legislação em vigor. Um dos objetivos é proibir que operadoras de plano de saúde prescrevam medicamentos considerados ineficazes. Outra proposta prevê o pagamento de pensão de R$ 1 mil para órfãos de vítimas do coronavírus. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.

Bolsonaro volta a reclamar do cargo: “choro no banheiro”

 Jair Bolsonaro já reclamou ao menos 7 vezes do posto que ocupa. "E minha esposa acha que eu sou o machão", disse ainda

(Foto: Reprodução/YouTube)

Revista Fórum - O presidente Jair Bolsonaro deu mais uma demonstração, nesta quinta-feira (14), de que não está preparado psicologicamente para o cargo que ocupa. O chefe do Executivo voltou a reclamar de seu posto de presidente durante a Conferência Global 2021, evento evangélico em Brasília.

“Quantas vezes eu choro no banheiro, em casa […] Minha esposa nunca viu. Ela acha que eu sou o machão dos machões e, em parte, eu acho que ela tem razão”, declarou o presidente após falar sobre a pressão que sofre com relação às reclamações sobre o aumento dos preços dos combustíveis.

“Com todo o respeito aos deputados, se um deles votar errado, pode não influenciar em nada. Mas, [com] uma decisão minha mal tomada, muita gente sofre, muda a bolsa, o dólar, o preço dos combustíveis“, havia dito pouco antes.

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Assaí compra 71 lojas da rede Extra por R$ 5,2 bi e vai acabar com a marca de hipermercados

 O atacadista Assaí assumirá as lojas da bandeira Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar (GPA)

(Foto: Divulgação | CC BY-SA 4.0)

247 - O atacadista Assaí assumirá as lojas da bandeira Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar (GPA). O acordo prevê a conversão de 71 lojas da bandeira de hipermercados no formato de atacarejo. O Assaí pagará R$ 5,2 bilhões. O GPA é dono das marcas Pão de Açúcar, Extra e Compre Bem.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, são cerca de 450 mil metros quadrados de área de vendas localizadas em capitais ou regiões metropolitanas. 

As lojas têm cerca de R$ 8,9 bilhões em faturamento anual e, após as transações, passarão a ter R$ 25 bilhões depois da conversão para a marca Assaí. 

Ex-policial Ronnie Lessa, réu por morte de Marielle Franco, tem ordem de prisão expedida por lavagem de dinheiro

 De acordo com as investigações do MP-RJ, de 2014 a 2019, o ex-PM Ronnie Lessa, que está preso e é acusado de ser um dos executores de Marielle Franco, teve renda média mensal declarada de R$ 7.095,05, porém movimentou R$ 5,7 milhões em contas bancárias suas e de "laranjas"

Ronnie Lessa e Marielle Franco (Foto: Reprodução | Mídia NINJA)

247 - Acusado de ser um dos executores da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (Psol), o ex-policial militar fluminense Ronnie Lessa, que está preso desde 12 de março de 2019, teve uma nova ordem de prisão preventiva, desta vez pelo crime de lavagem de dinheiro. O Judiciário anunciou a medida nessa quinta-feira (14). De acordo com a investigação, de 2014 a 2019 ele teve renda média mensal declarada de R$ 7.095,05, porém movimentou R$ 5.729.013,40 em contas bancárias suas e de "laranjas". Lessa está preso na penitenciária federal de Campo Grande-MS. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo

ANTT adia novas concessões do pedágio no Paraná

 

Pedágio: segundo adiamento (Foto: Franklin de Freitas)

A Agência Nacional de Transportes Terrestres adiou para o quarto trimestre de 2022, o cronograma para a assinatura dos novos contratos de pedágio nas rodovias do Paraná. Como as atuais concessões terminam no próximo mês de novembro, o Estado deve ficar quase um ano sem pedágio. É o segundo adiamento consecutivo do processo.

Em abril de 2021, a ANTT já havia adiado a assinatura os contratos do final deste ano para o segundo semestre de 2022, diante do impasse entre o órgão e o governo paranaense sobre o formato do edital de leilão das rodovias.

A proposta original do Ministério da Infraestrutura previa leilão por menor tarifa, com desconto limitado a 17% e cobrança de outorga a ser paga pelas empresas. Após críticas generalizadas de lideranças políticas e empresariais paranaenses, o governador Ratinho Júnior (PSD) conseguiu convencer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a mudar o projeto e aceitar o leilão por menor tarifa, sem limite de desconto.

O modelo prevê que as empresas terão que fazer um aporte financeiro de valor proporcional ao desconto concedido. Serão três níveis de aporte: R$ 15 milhões por ponto porcentual até 10%; R$ 60 milhões até 17%, e R$ 150 milhões após 17%. Para um desconto de 17%, por exemplo, a empresa terá que depositar R$ 570 milhões.

O projeto prevê a concessão por 30 anos de 3.372,8 quilômetros de rodovias, divididos em seis lotes, com parte das obras programadas para serem entregues durante os primeiros sete anos de concessão, como os 1.767,7 quilômetros de duplicações. São 834 quilômetros a mais do que as atuais e investimento total de R$ 43 bilhões. Do total, 1.164 quilômetros de rodovias estaduais, ou 35% do trajeto original das novas concessões. Estão previstas 42 praças de pedágio, 15 praças a mais do que atualmente. O projeto prevê ainda aumento de 40% das tarifas após as duplicações.

Edital
O governo federal espera lançar o edital de concessões no primeiro trimestre de 2022 e promover o leilão no segundo trimestre do ano que vem. Antes, o processo tem que passar ainda por análise do Tribunal de Contas da União (TCU). A reportagem do Bem Paraná entrou em contato com a assessoria do Ministério da Infraestrutura e aguarda a manifestação do órgão.

Em agosto, o secretário de Estado da Infraestrutura, Sandro Alex, anunciou que partir de dezembro, não haverá cobrança de pedágio nas rodovias do Paraná. Com o vencimento dos contratos de concessão em vigor em 27 de novembro, as cancelas devem ser abertas e a manutenção das estradas deve retornar aos governos estadual e federal. O Estado deve fazer um contrato emergencial para contratação de empresas que façam a manutenção das rodovias nesse período.

Fonte: Bem Paraná