Jornalista avalia que a crise de indecisão no PSDB aliada ao apoio do PSB a Lula pode alterar a configuração política em diversos estados, como São Paulo e Minas Gerais. “Atenção para o PT não só no Nordeste mais, mas também no Sudeste”. Assista na TV 247
247 - O jornalista Mario Vitor Santos avaliou, em entrevista à TV 247, que a indefinição sobre quem será a chamada “terceira via” contra Lula e Jair Bolsonaro pode abrir espaço para mudanças importantes em diversos estados.
No PSDB, a indecisão gera uma crise profunda, que ameaça a própria existência da sigla. “Nos próximos dois meses nós teremos imensas novidades no campo da direita. Há dúvidas sobre tudo, quem será candidato, quais os partidos que restarão. Hoje, por exemplo, se especula se a aliança Aécio, Leite e Tasso não é na verdade só para impedir Doria, sem qualquer perspectiva eleitoral. Sem um candidato do PSDB, isso significa, na prática, o fim do PSDB”, avaliou o jornalista. “[Isso] significa uma mudança radical no cenário político-partidário-eleitoral”.
Em outros partidos, ocorre uma reviravolta notável. Após a filiação de Flávio Dino e Marcelo Freixo, o PSB, que apoiou o golpe de 2016 e se dividiu sobre a campanha presidencial de Haddad em 2018, “vem em bloco apoiar Lula”. “A grande maioria do PSB é escaldado com a experiência derrotada do PSDB”, pontuou Mario Vitor Santos.
“Essa configuração pode ser decisiva em diversos estados e no resultado nacional”, disse. Em São Paulo, de acordo com uma pesquisa do Ipespe, Lula registra 32% das intenções de voto, contra 28% de Jair Bolsonaro. Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o ex-presidente venceria a disputa em São Paulo com 47%, contra 34% do atual ocupante do Palácio do Planalto.
Na conjuntura atual, o PT está em condição de se constituir como a principal força política de São Paulo e também em Minas Gerais, onde o petista lidera, tanto no levantamento estimulado quanto no espontâneo realizado pelo DataTempo. “O PT jamais teve condições tão favoráveis em São Paulo em nenhum outro momento de sua história para vencer uma eleição aqui não só para presidente, mas também para governador, com o Fernando Haddad, que deve herdar pelo menos cerca de 70% da votação de Lula, o que o coloca no segundo turno com grandes chances. Então, atenção para o PT não só no Nordeste mais, mas também no Sudeste, e especialmente em São Paulo e em Minas Gerais”.