quinta-feira, 7 de outubro de 2021

MPF decide investigar omissão do CFM por defesa do "tratamento precoce" de Covid

 Investigação foi aberta a pedido do médico Bruno Caramelli, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Nesta quarta (6), o relator da CPI, Renan Calheiros, incluiu o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Brito Ribeiro, como investigado

(Foto: Agência Brasil)

Dhayane Santos, 247 - O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar a atuação omissa do Conselho Federal de Medicina (CFM) que recomendou o suposto “tratamento precoce”, com medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, contra a Covid-19. O pedido foi apresentado pelo médico Bruno Caramelli, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor de uma unidade clínica do Incor (Instituto do Coração).

“Os autos em tela possuem diversos argumentos indicativos de uma atuação possivelmente irregular do Conselho Federal de Medicina, devendo a documentação acostada ser devidamente analisada com o intuito de verificar se é o caso de expedir recomendação ou ajuizar ação civil pública em face do órgão”, argumenta a procuradora Ana Leticia Absy, ao sustentar a abertura do inquérito civil público.

O inquérito civil também incluiu a ação civil pública apresentada pela Defensoria Pública da União (DPU) contra o Conselho Federal de Medicina, na qual cobra indenização por danos morais pela chancela da autarquia ao uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, mesmo após estudos científicos comprovarem a ineficácia desses medicamentos em pacientes infectados pelo coronavírus.

O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu incluir o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Brito Ribeiro como investigado.

O senador afirmou que a mudança da situação de Ribeiro, de testemunha para investigado, decorre de seu “apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes e pela omissão de fatos evidentemente criminosos”.

Na representação junto ao MPF, assinada pela advogada e ex-juíza federal do TRF3, Cecilia Mello, o médico sustenta que, além de omissa, a atuação do Conselho Federal de Medicina foi grave ao não tomar providências contra a disseminação da falsa ideia de existência de tratamento precoce ineficaz contra a Covid-19.

A documento reforça que “configura-se a omissão do Conselho Federal de Medicina em manifestar, publicamente, claro posicionamento científico com vistas a desestimular a propagação de práticas e informações enganosas consubstanciadas (a) na prescrição médica de um suposto tratamento precoce contra a Covid-19, que não tem nenhuma comprovação científica de eficácia e para o qual não mais se justifica a recomendação de uso compassivo, uma vez que existem alternativas eficazes”.

No pedido acatado pelo MPF, o médico e seus advogados sustentam que, com a atuação omissa, o CFM infringiu as competências de seu próprio regimento, ao não fiscalizar o exercício profissional dos médicos que reiteradamente recomendam tratamentos sem comprovação. Além disso, o CFM, segundo o médico, “lavou as mãos” ao deixar à consciência ética de cada médico utilizar, ou não, o medicamento, sem aplicar advertências.

“A manifestação do Conselho Federal de Medicina, ou a omissão dela, é orientação profissional regulatória para a classe médica. E, simultaneamente, é orientação esclarecedora para a população, notadamente em um país como o Brasil, com altíssimos índices de automedicação”, destaca o documento.

Aziz: Queiroga prestará novo depoimento em 18 de outubro

 No dia seguinte, o relatório final será lido pelo relator, senador Renan Calheiros. No dia 20, o documento será votado pelos senadores

Omar Aziz, Marcelo Queiroga e Renan Calheiros (Foto: Pedro França/Agência Senado | Jefferson Rudy/Agência Senado)

247 - O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestará um segundo depoimento ao colegiado no dia 18 de outubro.

No dia seguinte, o relatório final será lido pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). No dia 20 do mesmo mês, o documento será votado pelos senadores. 

Calheiros vai incluir em seu relatório final, entre outras medidas, um pedido para que a Prevent Senior indenize os pacientes e familiares dos mortos que receberam em nos hospitais da rede medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a Covid-19, como cloroquina e hidroxicloroquina.

O relatório deve incluir ainda um pedido para que seja quebrado o sigilo das contas das offshores dos irmãos Parrillo, sócios da Prevent Senior, e para que o patrimônio no exterior seja considerado para eventual ressarcimento das vítimas. 

Ex-estagiária de Lewandowski que era espiã de Allan dos Santos no STF é alvo de operação da PF

 Tatiana Garcia Bressan está na superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento

Allan dos Santos e Ministro Ricardo Lewandowski (Foto: Roque de Sá/Agência Senado | Rosinei Coutinho/SCO/STF)

247 - A Polícia Federal realiza na tarde desta quinta-feira (7), segundo Daniela Lima, da CNN Brasil, uma operação de busca e apreensão na casa de Tatiana Garcia Bressan, ex-estagiária do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.

De acordo com a emissora, o marido da ex-estagiária acompanha a ação dos agentes. Ela está na superintendência da PF em Brasília para prestar depoimento.

Tatiana é apontada como espiã do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos dentro da Corte. Ele é investigado pelo STF. 

A PF já teve acesso a uma série de diálogos entre o blogueiro e sua informante, resultado da quebra de sigilo telefônico de Allan dos Santos.

Justiça manda Dallagnol pagar indenização de R$ 40 mil a Renan Calheiros

 O juiz Ivan Vasconcelos Brito Junior, do Tribunal de Justiça de Alagoas, entendeu que o procurador usou as redes sociais para atacar a honra do senador e prejudicá-lo nas eleições à Presidência do Senado

Deltan Dallagnol e Renan Calheiros (Foto: ABr | Pedro França/Agência Senado)


Do Metrópoles - O juiz Ivan Vasconcelos Brito Junior, do Tribunal de Justiça de Alagoas, determinou que o procurador da República Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, pague R$ 40 mil ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) por danos morais.

O senador alegou que Deltan usou as redes sociais para atacá-lo e tentar interferir na eleição da Presidência do Senado em 2019. Na ação, Renan diz que Dallagnol publicava conteúdo em seu perfil no Twitter “em desfavor da referida candidatura”, agindo como “militante político e buscando descredibilização de sua imagem”.

Na decisão, o juiz argumentou que é possível ver através das redes sociais do procurador que ele tinha a intenção de ferir a honra de Renan Calheiros e que pretendia atrapalhar a eleição dele à Presidência do Senado.

“Conforme se pode verificar pelas provas documentais colacionadas aos autos, as publicações realizadas através das redes sociais desde o ano de 2018 apresentam caráter pessoal, atingindo o autor em sua honra objetiva, no que diz respeito à sua reputação perante terceiros, notadamente seus eleitores. Além disso, pretendia obstacularizar a eleição do autor à presidência do Senado Federal. Tudo isso converge para a reparação do dano moral pleiteado”, diz o documento. Ainda cabe recurso da decisão.

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MST escracha Paulo Guedes em ato em frente ao Ministério da Economia (vídeo)

 Na lateral do prédio do ministério, houve uma intervenção com as frases “Guedes no paraíso e o povo no inferno” e “Guedes lucra com a fome”

Ato do MST contra Paulo Guedes, em Brasília (Foto: MST)


247 - Na tarde desta quinta-feira (7), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou uma ação de escracho ao ministro da economia, Paulo Guedes, na entrada do Ministério da Economia, pelo seu envolvimento com o escândalo da Pandora Papers, divulgado no domingo (3). 

Os manifestantes fizeram uma encenação teatral que denunciou Paulo Guedes, cantando “Gritou o Paulo Guedes, falando baboseira. E a elite brasileira lucrando sem pudor. Tira o dinheiro e bota no estrangeiro e a fome vai causando muita dor. Tá tudo caro!”. Na lateral do prédio do ministério, houve uma intervenção com as frases “Guedes no paraíso e o povo no inferno” e “Guedes lucra com a fome”.

“O escândalo surge no momento em que o Brasil passa por uma das mais severas crises sanitárias, econômicas e institucionais que esbarra em uma atuação inerte do Ministério da Economia, que não tem trabalhado para a melhoria da qualidade de vida da população. Nem mesmo uma das principais promessas de Guedes, o tal crescimento em V, foi cumprido”, afirma a integrante da coordenação nacional do MST pela juventude, Jailma Lopes. 

“O Brasil tem hoje cerca de 20 milhões de pessoas que passam fome. São  mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras sem emprego. Uma realidade dura que atormenta as famílias diariamente enquanto o ministro da economia lucra milhões de dólares com investimentos em paraísos fiscais no exterior”, completa.

Veja:


Fazenda repassa R$ 7,5 bilhões aos municípios em 2021

 

Foram R$ 5,5 bilhões do ICMS aplicado sobre o Índice de Participação do Município. É o tributo com maior participação. Os recursos arrecadados com os impostos são revertidos para atendimento a serviços públicos.

© José Fernando Ogura/AEN

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Fazenda, transferiu aos municípios paranaenses, entre janeiro e setembro de 2021, R$ 7,5 bilhões. Os depósitos são referentes a repasses de Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Fundo de Exportação (FPEX) e royalties do petróleo.  

Foram R$ 5,5 bilhões do ICMS aplicado sobre o Índice de Participação do Município. É o tributo com maior participação. Desse total, cerca de R$ 1,2 bilhão é referente ao ICMS incidente sobre operações com combustíveis, valor que representa 22,5% do total distribuído aos municípios do Paraná. 

Além do combustível, os percentuais do ICMS seguem com 19,2% do imposto distribuído por operações de comércio atacadista; 15% do tributo incidente sobre atividade industrial; 14% de operações de circulação de energia elétrica; e 7,8% do setor automotivo.  

Parte do valor total arrecado (20%) com o ICMS é direcionado também ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para promover o financiamento da educação básica pública.    

“Os impostos são essenciais para o Estado. São as principais fontes de arredação pública, com apoio direto para as nossas políticas públicas”, enfatizou o secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior.  

Os recursos arrecadados com os impostos são revertidos para atendimento a serviços públicos de qualidade à sociedade das áreas da saúde, educação, segurança pública, transporte, Infraestrutura (estradas, rodovias, ruas, pontes, portos, aeroportos, ferrovias), entre outras coisas. 

IPVA – O valor arrecadado com o IPVA é dividido em partes iguais entre o Estado e os municípios em que são licenciados os veículos. No acumulado do ano, o Estado transferiu para as prefeituras R$ 1,9 bilhão.  

Já o Fundo de Exportação resultou num aporte de R$ 84.240.047,31 aos cofres municipais, enquanto os royalties de petróleo somaram R$ 1.774.224,05 em repasses no acumulado do ano.  

Os repasses são liberados de acordo com o Índice de Participação dos Municípios (IPM), conforme determina a Constituição Federal de 1988. O inciso IV do artigo 158 estabelece que 25% da arrecadação de ICMS pertencem aos municípios, bem como 25% do montante transferido pela União ao Estado, referente ao Fundo de Exportação, de acordo com o artigo 159, inciso II e § 3º. 

Fonte: AEN

Polícia Rodoviária intensifica fiscalização nas rodovias estaduais no feriado prolongado

 

A operação, que envolve as seis companhias do Batalhão de Polícia Rodoviária, segue até às 23h59 de terça-feira (12). As equipes estarão em pontos e horários estratégicos nas principais rodovias que ligam o litoral e interior do Estado

© Soldado Amanda Morais

A partir desta sexta-feira (08), o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) deflagra a Operação Padroeira 2021. Ela vai reforçar o policiamento e as fiscalizações durante o feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida. A operação, que envolve as seis companhias da unidade, segue até às 23h59 de terça-feira (12).

A força-tarefa tem como objetivo intensificar o policiamento ostensivo nas rodovias estaduais com maior fluxo de veículos, a fim de evitar acidentes, infrações e delitos de trânsito.

As equipes estarão em pontos e horários estratégicos nas principais rodovias que ligam o Litoral e o Interior do Estado, atuando através de abordagens, utilização de radares e etilômetro, além do uso de cães para facilitar na localização de drogas e armas de fogo.

O BPRv orienta ainda os motoristas para que, antes de pegarem a estrada, façam um planejamento de sua viagem e cuidem da manutenção do veículo, sendo preciso verificar as condições mecânicas (freios, suspensão e pneus) para evitar problemas. Além disso, também devem sempre portar os documentos do veículo e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de estarem em dia com o pagamento de tributos e taxas (IPVA, licenciamento e seguro obrigatório).

A operação vai intensificar a fiscalização com abordagens, bloqueios, atividades rotineiras de verificação de documentação, e orientações referente às infrações de trânsito rodoviário em diversos trechos para inibir, além da embriaguez ao volante, outras atitudes perigosas, como a ultrapassagem em local proibido e tudo o que pode ocasionar acidentes fatais ou não.

Além do efetivo das seis companhias do batalhão, distribuídas pelo Paraná, a operação contará com policiais do serviço administrativo, que atuarão nas ações preventivas e ostensivas nos 54 postos de fiscalização. Em caso de emergência a comunidade pode ligar para o 198.

Fonte: AEN



Prefeitura promove mês de conscientização da saúde feminina

 Atividades do Outubro Rosa envolvem secretarias municipais no alerta à prevenção do câncer de mama e de colo de útero


A Prefeitura de Apucarana, por meio da Autarquia de Saúde, das secretarias da Mulher e Assuntos de Família e da Assistência Social, promove o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a saúde da mulher. Este ano, em decorrência da pandemia, as atividades são descentralizadas: as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão oferecendo o exame preventivo de colo de útero e o encaminhamento de mamografia, com horários noturnos e atendimento aos sábados (veja tabela abaixo com a programação do mês).

“Com isso, queremos que neste período as mulheres, que sempre têm tempo para cuidar de outros, encontrem um tempo para cuidar de si mesmas. Elas podem procurar qualquer uma de nossas UBSs para fazer o exame preventivo e o encaminhamento de mamografia. E também para participar das várias atividades que as unidades de saúde estão oferecendo durante o mês de outubro, além dos eventos da Secretaria e da Procuradoria da Mulher”, disse o prefeito Junior da Femac.

Colégio Agrícola pede ajuda para implantação de área de convivência

 O prefeito acolheu a demanda e encaminhou para análise da Procuradoria Jurídica do Município, visando parecer para a elaboração de um convênio.


A direção do Colégio Estadual Agrícola Manoel Ribas esteve reunida com o prefeito Junior da Femac, buscando apoio para a implantação de uma área de convivência coberta no pátio da instituição. O prefeito acolheu a demanda e encaminhou para análise da Procuradoria Jurídica do Município, visando parecer para a elaboração de um convênio.

O prefeito destaca a importância do Colégio Agrícola para Apucarana e região, especialmente no fortalecimento do agronegócio, ao colocar anualmente no mercado dezenas de profissionais formados pela instituição. “O Município já contribuiu com o Colégio Agrícola em várias oportunidades, como por exemplo com a realização da Expoagri em novo formato, com a inclusão de shows artísticos e outros atrativos”, ressalta Junior da Femac.

Participaram do encontro, realizado no gabinete municipal, o procurador jurídico do Município, Ezílio Manchini, a diretora do Colégio Agrícola, Rosiney Pimenta, e o responsável pelo setor de edificações do Núcleo Regional de Educação (NRE), Roberto Tassi.

De acordo a diretora do Colégio Agrícola, o projeto da área de convivência já está pronto e a direção está buscando apoio com diversas instituições para viabilizar a obra. “É uma necessidade antiga dos alunos que moram nos alojamentos. No horário do almoço, por exemplo, eles precisam de um local apropriado para sentar e descansar”, argumenta Rosi.

Além da cobertura para a área de convivência, o projeto prevê ainda a implantação neste espaço de um palco e de uma estrutura para eventos e palestras. “O projeto prevê a cobertura em uma área de 14 metros de largura por 19 de comprimento, um espaço que ao mesmo tempo funcionará como área de convivência e para a realização de alguns eventos, como palestras”, reitera a diretora do Colégio Agrícola.

 


CPI ouvirá testemunhas do caso Prevent Senior

Otto Alencar fala a jornalistas


 A CPI da Pandemia vai colher dois depoimentos nesta quinta-feira (7). O primeiro a ser ouvido é Tadeu Frederico Andrade, cliente da Prevent Senior. Em seguida, presta depoimento Walter Correa de Souza Netto, ex-médico da empresa operadora de planos de saúde. O pedido para ouvir ambos, na condição de testemunhas, partiu do senador Humberto Costa (PT-PE).

No depoimento do médico Walter Correa de Souza Neto, os senadores vão procurar saber se havia cerceamento da autonomia médica e profissional do corpo clínico da Prevent Senior e se realmente havia distribuição indiscriminada do chamado kit covid. Também devem questionar se havia aplicação de terapêuticas para tratamento não autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou  não aprovadas pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Conforme Humberto Costa, será necessário também esclarecer se ocorreu fraude em estudo clínico conduzido pela Prevent Senior sobre a segurança e eficácia do uso de hidroxicloroquina em associação com azitromicina em pacientes leves e se houve inadequação do encaminhamento de pacientes para cuidados paliativos.

Em seu requerimento para ouvir o paciente da operadora, Humberto Costa (PT-PE) relata que Tadeu Frederico de Andrade contou ter sido infectado pela covid-19 no Natal e, por telemedicina na Prevent Senior, foi-lhe receitado o "kit covid". Seguindo a prescrição, Andrade tomou a medicação, mas seu quadro clínico se agravou, necessitando de internação em unidade de tratamento intensivo (UTI).
Após um mês na UTI, a equipe da Prevent, segundo alegado pelo beneficiário, queria tirá-lo da internação para economizar custos, colocando-o sob cuidados paliativos. A família se recusou a aceitar tal mudança terapêutica. Por fim, Andrade se recuperou, mas denunciou a Prevent Senior à comissão parlamentar de inquérito e ao Ministério Público de São Paulo.

O cliente e o ex-médico da Prevent Senior são as duas últimas pessoas a serem ouvidas pela comissão parlamentar de inquérito, que fará sua 64ª reunião nesta quinta-feira.
A semana do feriado de 12 de outubro deve ser usada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a conclusão do relatório. Renan já avisou que deve apresentar o documento no dia 19 de outubro, para ser votado no dia seguinte.

Fonte: Agência Senado



Mídia conservadora reconhece, quatro anos depois, que o "boom de empregos" prometido com a reforma trabalhista era uma fraude

 Reforma trabalhista implantada por Michel Temer após o golpe de 2016 prometia gerar 2 milhões de vagas em dois anos. De lá para cá, o total de desempregados passou de 12,3 milhões para 14,1 milhões e a informalidade alcança 40,8% dos trabalhadores

(Foto: Reuters)

247 - A mídia conservadora admitiu com quatro anos de atraso que a reforma trabalhista do governo Michel Temer, implantada após o golpe parlamentar de 2016, elevou o desemprego no Brasil, ao contrário do boom de empregos prometido na época. 

Reportagem do UOL destaca que o governo alardeava que as mudanças na legislação gerariam 2 milhões de vagas em dois anos e seis milhões em um período de dez anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no trimestre terminado em julho de 2021 a taxa de desocupação foi de 13,7%, quase dois pontos percentuais acima dos 11,8% registrados no último trimestre de 2017 e o total de desempregados subiu de 12,3 milhões para 14,1 milhões.

O projeto da reforma trabalhista foi sancionado por Temer em julho de 2017 e começou a vigorar em novembro do mesmo ano. Na mesma linha, o governo Jair Bolsonaro já apresentou dois projetos de uma nova reforma trabalhista que foram recusadas pelo Congresso Nacional.

Além do desemprego, as mudanças trabalhistas promovidas pelo governo Temer também elevaram a taxa de informalidade. De acordo com o IBGE, em outubro de 2017 a informalidade alcançava 40,5% dos trabalhadores. No trimestre encerrado em julho deste ano, o índice subiu para 40,8%.

"Assistimos a um aumento nada significativo em relação ao que tinha sido apresentado como números possíveis de abertura de novas vagas. E testemunhamos um processo de precarização dos postos de trabalho formais e aumento do número de trabalhadores informais", avalia Alessandra Benedito, professora da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Direito SP.

Inflação alta destrói o consumo das famílias brasileiras

 As vendas no varejo caíram 3,1% em relação ao mês anterior (o pior resultado mensal) e 4,1% na comparação com agosto do ano passado

(Foto: Reprodução)

Da Rede Brasil Atual – Assim como ocorreu na indústria, o movimento no comércio varejista brasileiro também teve retração em agosto. As vendas no varejo caíram 3,1% em relação ao mês anterior (o pior resultado mensal) e 4,1% na comparação com agosto do ano passado. Os acumulados, também sobre uma base de comparação fraca, mostram resultados positivos, no ano (5,1%) e em 12 meses (5%), segundo informou o IBGE nesta quarta-feira (6).

Já no chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos/motos e peças, além de material e construção, as vendas caíram 2,5% de julho para agosto e ficaram estáveis em relação a igual mês de 2020, interrompendo uma sequência positiva de cinco meses. Sobem 9,8% no ano e 8% em 12 meses.

Seis das oito atividades pesquisadas caíram em agosto, aponta o IBGE. O comércio de combustíveis e lubrificantes, por exemplo, recuou 2,4%, enquanto o que inclui hiper e supermercados, alimentação e bebidas, teve queda de 0,9%. O segmento de vestuário e calçados cresceu 2%.

“Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas”, comenta o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero (0,3%) e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, diz o analista.

Em relação a agosto do ano passado, as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram 19,8% (terceira taxa negativa consecutiva, após quatro altas) e a de hiper/supermercados recuaram 4,6%. Vestuário subiu 1%, enquanto o varejo de combustíveis ficou praticamente estável (0,4%). No ampliado, veículos/motos e peças registrou aumento de 16,8%, enquanto o comércio de material de construção caiu 7,1%. O segmento que inclui lojas de departamento também teve queda, de 1,7%.

Deprimido, Silvio Santos some e preocupa funcionários do SBT, afirma colunista

 Apresentador decidiu se isolar em sua mansão e tem evitado contato com sua equipe, afirma Léo Dias

Silvio Santos (Foto: Reprodução)

Por Leo Dias, no portal Metrópoles - O SBT vive dias estranhos. Silvio Santos está completamente isolado e deixou de participar ativamente das decisões da emissora. E isso é um péssimo sinal. Seus funcionários de confiança estão preocupados com o sumiço do dono do baú, que decidiu se isolar e ficar incomunicável.

Desde que contraiu Covid-19, em agosto, Silvio entrou numa tristeza profunda. Há quem diga que ele está com depressão, mas não há como afirmar isso por enquanto.

Um dos maiores medos do dono do SBT é a morte, e ao contrair a doença e ser obrigado a se afastar dos trabalhos na emissora o deixou muito abalado. Ele passou a refletir bastante sobre a vida. Soma-se a isso o fato de ele ter perdido recentemente um amigo de longa data.

Silvio está afastado do SBT por opção própria. Ele não liga para seus principais executivos e funcionários de confiança há algumas semanas.

Mesmo no auge da pandemia, quando estava impedido de ir à emissora por conta do risco de se contaminar, ele não deu sossego aos funcionários. Ligava diariamente para interferir na grade, autorizou a demissão de apresentadores (como Lívia Andrade e Mamma Bruschetta), fez inúmeras intervenções nos programas que estão sob seu controle, como o Fofocalizando, e não deu sossego até mesmo para sua filha, Patricia Abravanel, com as constantes mudanças de horário do “Vem Pra Cá”.

Até mesmo os programas esportivos estão “abandonados”. Ele tinha se animado quando conseguiu tomar da Globo importantes torneios de futebol, chegando a liderar a audiência em alguns momentos, mas parou de se envolver no desenho de sua grade. Além da transmissão dos jogos, ele havia pensado em abrir mais programas para ambientar seu público ao novo produto de sua programação, mas ficou tudo parado.

Agora os “braços-direito” do patrão têm tomado decisões mais conservadoras, deixando o SBT com uma cara diferente da que seus fãs estavam acostumados. Eles aguardam Silvio sair dessa maré de tristeza para tomarem decisões mais arrojadas. Que é o que está faltando na emissora há tempos.

Ivan Lins irá se apresentar no encerramento da CPI

 Cantor deixará Portugal rumo ao Brasil especialmente para a solenidade de encerramento da Comissão

Ivan Lins (Foto: Divulgação)

247 - O encerramento da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado deve contar com o cantor Ivan Lins e representantes das vítimas de covid-19. Segundo o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), seu parecer contará com ao menos 40 responsabilizados, mas o senador ainda estuda quais são os tipos penais cabíveis para cada um dos citados. A informação é do portal Poder 360. 

Marcada para 19 de outubro, às 9h, a cerimônia de encerramento da CPI será no mesmo dia da apresentação do relatório de Renan, que será votado no dia seguinte.

Ele e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), conversaram com Ivan Lins, que está em Portugal, para usarem a música “Aos nossos filhos”. O artista não só autorizou o uso da canção, como se dispôs a vir ao Brasil para apresentá-la na solenidade.

Brasil está a um dia de ultrapassar 600 mil mortos por covid-19

 Apesar de avanço da vacinação, números da covid no Brasil ainda são trágicos. Estudo em hospital paulista confirma importância inegável das vacinas

Ato de ruralistas causou aglomeração enquanto País registra alta de mortes por Covid (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Reuters)

Da Rede Brasil Atual – O Brasil chega nesta quarta-feira (6) a um dia de ultrapassar a marca oficial de 600 mil mortos pela covid-19, após registrar mais 530 vítimas no último período de 24 horas monitorado pelas secretarias de Saúde do país. O total chega agora a 599.359 óbitos causados pelo novo coronavírus. Isso sem contar a subnotificação denunciada por cientistas e reconhecida até mesmo pelo governo federal. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), também foram notificados 17.758 novos casos da doença, totalizando 21.516.832 desde o início da pandemia, em março de 2020. Trata-se do segundo país com mais mortes no mundo, mas líder em vítimas neste ano.

A média móvel de mortes, calculada em sete dias, está em 462, mantendo tendência de estabilidade após movimento de queda observado desde a segunda quinzena de abril. O mesmo é observado em relação à média de novos casos, que está em 16.775. A vacinação apresenta resultados inegáveis e o país vive uma situação “confortável” de ocupação de leitos, em comparação com momentos mais graves do surto. Entretanto, cientistas alertam que o cenário ainda inspira cuidados e que o país precisa avançar na imunização.

Vacinas salvam

Até o momento, 47,11% dos brasileiros estão com esquema vacinal completo com duas doses ou dose única, segundo o Ministério da Saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que esta porcentagem deve ser superior a 80% para considerar o surto sob controle. Receberam a primeira dose ao menos 75,88% da população, também segundo o ministério.

Um estudo preliminar divulgado hoje (6) pelo Hospital Emílio Ribas, referência em doenças contagiosas em São Paulo, atesta os bons resultados da vacinação. Os dados dão conta de que quase nove em cada 10 pacientes internados com coronavírus no hospital não estavam com esquema vacinal completo, ou não tinham sido vacinados.

De 1.172 pacientes observados, apenas 138 tinham tomado as duas doses ou vacina de dose única. Entre janeiro e setembro, morreram 274 pessoas no hospital. Destes, 237 não estavam vacinados; 21 tinham recebido a primeira dose e 16, as duas. “Esse número chapado, do jeito que está, já mostra claramente o papel da vacina na contenção da pandemia. E esse recorte é importante porque, na primeira fase, a vacinação abrangeu os sujeitos mais vulneráveis, a população do extremo da faixa etária”, disse em entrevista coletiva o médico infectologista Jamal Suleiman.

Bolsonarismo contra a vida

Estudos chamados “do mundo real” cumprem um papel decisivo, de acordo com os médicos, de conscientizar para a importância da vacinação. Embora conte com boa adesão da sociedade , a imunização contra a covid ainda enfrenta desafios no Brasil. Além do atraso no início do processo, o presidente Jair Bolsonaro é porta-voz do negacionismo no país. Ele é responsável direto por disseminar mentiras sobre a segurança das vacinas, do uso de máscaras e de estimular e promover aglomerações constantemente.

Um dos resultados dessa investida de grupos negacionistas foi levantada hoje pelo portal Metrópoles. Policiais e bombeiros militares pelo país, grupo com grande presença de bolsonaristas, estão em atraso em relação ao restante da população. São 76,2 mil policiais sem nenhuma dose de vacinas, ou 9,85% de todo o contingente. Como grupo prioritário, os trabalhadores da segurança pública tiveram acesso aos imunizantes facilitado ainda em janeiro.

No topo da lista de faltosos está o Maranhão, com apenas 45% dos membros das forças de segurança e salvamento imunizados. Na sequência vem o Acre, com 51,7%; a Paraíba, com 53,2%; e o Paraná, com 53,1%. “As informações vindas do governo federal são muito consumidas por esse público. E temos o maior líder político do país com esse discurso. Então para eles não é fake news, é tudo verdade”, disse o doutor em Administração Pública e governo pela FGV e associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública Alan Fernandes, em entrevista ao Metrópoles.

Veja quais deputados votaram contra convocação de Guedes à Câmara para explicar offshore em paraíso fiscal

 Seis deputados do PSDB, partido que quer se colocar como "terceira via", por exemplo, foram contra a convocação do ministro da Economia

Paulo Guedes (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Revista Fórum - A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (6), por ampla maioria, convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele explique ao plenário da Casa as revelações de que possui conta offshore milionária em paraíso fiscal.

Ao todo, foram 310 votos a favor para que Guedes preste esclarecimentos sobre o fato de ele possuir movimentações financeiras através de offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Offshore é o termo usado para se referir empresas e contas bancárias abertas em territórios onde há menor tributação.

Leia a íntegra na Fórum.

Três ministros do STF votam pela manutenção da proibição de showmícios em eleições

 STF julga ação em que pode liberar a realização de showmícios nas eleições de 2022, tema aguardado por partidos e pode ampliar a participação de artistas na próxima disputa eleitoral

Ministro Luiz Fux preside sessão plenária por videoconferência (03/03/2021) (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

Sérgio Rodas, Conjur - A proibição de showmícios se justifica para resguardar a paridade de armas entre os candidatos a cargos eletivos. E a medida não afeta a liberdade de expressão, pois não impede que artistas manifestem suas opiniões políticas em apresentações próprias.

Com esse entendimento, o ministro Dias Toffoli, relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.970, votou nesta quarta-feira (6/10) para manter a proibição de showmícios por candidatos em eleições. O entendimento foi seguido pelos ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes. Toffoli, porém, disse que apresentações artísticas em eventos de arrecadação de campanha não contrariam a Constituição, no que foi seguido por Alexandre. Nunes Marques opinou pela inconstitucionalidade da prática. O julgamento será retomado nesta quinta (7/10).

O artigo 39, parágrafo 7º, da Lei 9.504/1999, acrescentado pela Lei 11.300/2006, proíbe "a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos" e a apresentação, "remunerada ou não", de artistas para animar comícios e reuniões eleitorais.

O segundo ponto em discussão é o artigo 23, parágrafo 4º, inciso V, que dispõe que as doações poderão ser efetuadas por meio de "promoção de eventos de arrecadação realizados diretamente pelo candidato ou pelo partido político".

Dias Toffoli apontou que a Constituição elegeu o pluralismo político como um dos fundamentos da República brasileira. Assim, a Carta Magna prestigiou a coexistência de diferentes visões de mundo, garantida pelo livre fluxo de ideias e de informações e da concorrência de candidatos de diferentes espectros políticos. Para isso acontecer, ressaltou, é necessário que haja um espaço público em que se garantam oportunidades iguais para os diferentes candidatos.

"Condiz com o princípio republicano que o exercício do direito ao voto seja fruto da livre manifestação de consciência do eleitor, pelo que merece proteção contra todo e qualquer tipo de abuso ou manipulação, de forma a garantir um processo eleitoral legítimo, autêntico, igualitário e, em última instância, efetivamente democrático. Sobre essas bases assenta-se o Estado Democrático de Direito, pois o exercício da democracia não se encerra na periodicidade dos mandatos políticos, mas pressupõe a existência de eleições tão livres, universais e equânimes quanto possível", avaliou o ministro.

De acordo com Toffoli, a proibição de showmícios "buscou evitar o abuso de poder econômico no âmbito das eleições e resguardar a paridade de armas entre os candidatos". E isso também vale para apresentações gratuitas, pois há considerável benefício ao candidato, que recebe um serviço que pode ser quantificado em dinheiro.

Além disso, showmícios podem ser considerados oferecimentos de vantagens aos eleitores, que podem associar o entretenimento à figura do político homenageado. "Nesse sentido, a norma protege, também, a livre formação de vontade do eleitor", declarou o relator.

Os showmícios, segundo o ministro, também conferem vantagem na disputa eleitoral, que pode desequilibrar a paridade de armas entre os candidatos.

A vedação dos showmícios não configura censura prévia, pois não impede manifestações de cunho políticos de artistas, desde que sejam feitas em apresentações próprias, avaliou Toffoli.

"Sob essa perspectiva, concluo não haver qualquer vulneração à liberdade de expressão a partir da proibição dos showmícios e eventos assemelhados, remunerados ou não, já que a regra não se traduz em uma censura prévia ou em proibição do engajamento político dos artistas, mas apenas disciplina a realização de apresentações artísticas no contexto de eventos eleitorais voltados à obtenção de votos".

Dessa maneira, Dias Toffoli votou para negar o pedido de declaração de inconstitucionalidade parcial artigo 39, parágrafo 7º, da Lei 9.504/1997. O entendimento foi seguido por Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Nunes Marques analisou que mesmo as apresentações sem remuneração desequilibram a corrida eleitoral. Afinal, atraem pessoas que não iriam a tal evento político se não houvesse o show, prejudicando os candidatos que não têm como promover eventos do tipo. O ministro ainda ressaltou que as apresentações artísticas podem desviar a atenção do eleitor dos problemas sociais que estão em jogo nas eleições.

Já Alexandre de Moraes destacou que a vedação dos showmícios visa garantir a isonomia não eleições. "Dinheiro chama dinheiro. E dinheiro, nas eleições, chama voto. É inegável que showmícios, quando eram permitidos, tinham uma influência eleitoral. Quem tinha mais possibilidades econômicas tinha mais possibilidade de promover showmícios".

O magistrado também avaliou que a proibição das apresentações não viola a liberdade de expressão. Isso porque os artistas não ficam impedidos de expor suas opções eleitorais.

Shows para arrecadações

No entanto, Dias Toffoli votou para conferir interpretação conforme à Constituição ao artigo 23, parágrafo 4º, inciso V, da Lei 9.504/1997, para permitir apresentações artísticas em eventos de arrecadação de recursos para campanhas eleitorais.

Conforme o ministro, tais eventos são voltados a eleitores que, conscientemente, contribuíram com uma candidatura. "Ou seja, o comparecimento do eleitor à ocasião tem o propósito definido de financiar o projeto político de sua escolha", disse Toffoli, apontando que tal medida permite que os cidadãos viabilizem as propostas que apoiam.

Alexandre de Moraes seguiu o relator, avaliando que, se jantares de arrecadação para candidatos com chefs famosos são permitidos, shows também devem ser, pois são apresentações artísticas do mesmo jeito.

Nunes Marques divergiu nesse ponto, entendendo que shows em eventos de arrecadação também atraem pessoas que possivelmente não iriam a tal evento, desequilibrando a disputa. Por isso, votou para negar o pedido de liberação dessas apresentações.

Violação de precedente

O ministro Gilmar Mendes, que ainda não votou, opinou que a permissão de shows em eventos de arrecadação pode ser uma forma de burlar a decisão do Supremo que proibiu as doações eleitorais de pessoas jurídicas.

"Imagino que uma empresa possa comprar todos os ingressos de um almoço ou show de uma pequena reunião de arrecadação de campanha e distribuir aos seus empregados, que podem ou não ir. Isso já resulta em um tipo de financiamento por pessoa jurídica", destacou.

O decano da Corte ainda lembrou que, se um cantor cobra R$ 500 mil por show, esse é o valor da doação que está fazendo ao candidato ao se apresentar em evento de sua campanha. Assim, tais apresentações podem ultrapassar o teto de doações feitas por pessoas físicas.

Pedidos dos partidos

O Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e o Partido dos Trabalhadores (PT) ajuizaram no Supremo Tribunal Federal ação contra regra da legislação eleitoral que trata da organização de eventos de arrecadação de recursos e da proibição de showmícios por candidatos.

A pretensão dos partidos é que seja declarada a inconstitucionalidade parcial do artigo 39, parágrafo 7º, da Lei 9.504/1997, quando as apresentações forem gratuitas, sem cobrança de cachê, mediante a supressão da expressão "ou não" do texto legislativo. "É proibida a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral", diz o dispositivo.

Além disso, as agremiações requereram o reconhecimento de que a proibição de showmícios e eventos assemelhados não impediria a ocorrência de eventos artísticos, inclusive shows musicais, feitos no intuito de arrecadar recursos para campanhas eleitorais.

"Diante da postura por vezes censória da Justiça Eleitoral, existe o elevado risco de que se adote a compreensão de que tal preceito não abrange a realização de espetáculos artísticos, em razão da vedação aos showmícios e à apresentação de artistas para animar eventos eleitorais", afirmaram as legendas.

Segundo os partidos, tanto a proibição dos showmícios não remunerados quanto a vedação de eventos artísticos de arrecadação eleitoral são incompatíveis com a garantia constitucional da liberdade de expressão.

"A primeira medida ofende, ainda, o princípio da proporcionalidade, enquanto a segunda também viola a isonomia e o imperativo constitucional de valorização da cultura", apontaram.

Os partidos destacaram que tanto a atividade artística como as manifestações de natureza política compõem o núcleo essencial da liberdade de expressão. "Música não é apenas entretenimento, mas também um legítimo e importante instrumento para manifestações de teor político", sustentaram. "Não é legítima a pretensão legislativa de converter o embate político-eleitoral numa esfera árida, circunscrita à troca fria de argumentos racionais entre os candidatos, partidos e seus apoiadores, sem espaço para a emoção e para a arte."

A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela improcedência da ADI, sustentando que "o dispositivo questionado veicula importante mecanismo de controle sobre a propaganda eleitoral, com a finalidade de assegurar a igualdade entre os postulantes a cargos públicos, combater o abuso do poder nas eleições e o uso indevido dos meios de comunicação".