A diretoria do time de Santa Catarina emitiu nota neste domingo na qual diz que o meia Celsinho, do Londrina, fez "falsa imputação de crime" ao informar que foi vítima de racismo de um dirigente do clube catarinense
Luciano Hang, da Havan, com a camisa do Brusque (Foto: Arquivo / Havan)
247 - A diretoria do Brusque emitiu nota neste domingo (29) na qual diz que o meia Celsinho, do Londrina, fez “falsa imputação de crime” ao informar que foi vítima de racismo de um dirigente do clube catarinense. Ele conta ter sido chamado de "macaco".
A principal patrocinadora do Brusque FC é a rede de lojas Havan, cujo dono é Luciano Hang, um dos principais empresários apoiadores de Jair Bolsonaro. Ele aparece com frequência em fotos com a camisa do time.
O episódio, segundo o jogador, aconteceu no jogo entre as duas equipes neste sábado (28). Um integrante do staff do Brusque disse a Celsinho: “Vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha”, de acordo com registro na súmula feito pelo árbitro Fábio Augusto Santos Sá Junior. A partida ocorreu no estádio Augusto Bauer, fechado para torcedores, e terminou em 0 a 0.
A nota do Brusque nega qualquer ato de racismo, diz que o jogador “é conhecido por se envolver neste tipo de episódio” e ainda anuncia que tomará as medidas cabíveis contra o meia do Londrina. Celsino também disse que vai tomar medidas jurídicas.
“Não sei se ele faz parte da comissão técnica, da diretoria, um senhor de vermelho no camarote. Também não entendo por que tem tantas pessoas assim em um protocolo que não estão liberados os jogos para os torcedores. É lamentável. Uma equipe de porte médio baixo recém-promovida à Série B de Brasileiro estar cometendo um ato desses é inadmissível, mas as providências serão tomadas”, disse o jogador ao fazer a denúncia.
Leia a nota do Brusque e reações no Twitter sobre o caso:
O atleta Celso Honorato Júnior, reserva do Londrina E.C., relatou à imprensa que teria sido chamado de "macaco" por membros da Diretoria do Brusque F.C., durante o jogo realizado ontem (28/08).
O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido.
O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira "perseguição" ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de "macaco", mas sim que teriam dito "vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha", o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos.
O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.
A Diretoria.