Com depoimento marcado para esta terça-feira (10) na CPI da Covid, o tenente-coronel da reserva Hélcio Bruno de Almeida teria atuado como facilitador da Suntech Soluções de Inteligência junto à área militar. A empresa foi adquirida pela companhia israelense Verint Systems
247 - Com depoimento marcado para esta terça-feira (10) na CPI da Covid, o tenente-coronel da reserva Hélcio Bruno de Almeida intermediou pelo menos três negociações envolvendo milhões de dólares no Ministério da Defesa. A informação foi publicada em reportagem do portal Uol.
Nos contratos junto ao Exército, Hélcio Bruno teria atuado como facilitador da Suntech Soluções de Inteligência junto à área militar. A empresa foi adquirida pela companhia israelense Verint Systems.
O lobby feito pelo militar da reserva teria rendido contratos milionários da Verint junto ao Ministério da Defesa nos últimos anos.
O tenente é especialista e "consultor de Defesa e Segurança", segundo seu currículo Lattes atualizado até o dia 29 de junho de 2020.
Contratos
Em 8 de outubro de 2018 foi publicado no Diário Oficial da União um "extrato de inexigibilidade de licitação" de um contrato no valor superior a US$ 11,9 milhões. O dinheiro serviria para que o Exército Brasileiro adquirisse uma solução integrada "para a ampliação e atualização de sistemas de hardware e software da plataforma Verint".
Dois meses antes, o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército havia feito um acordo de compensação com a Verint que contemplava "16 projetos de compensação" concordados no ano anterior. O valor desembolsado foi de US$ 10,5 milhões e o pagamento ocorreu por meio da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW). Mas a soma de dois dos três contratos que basearam o acordo de compensação foi de US$ 8 milhões
Em 2020, outro aditivo também teria contado com a influência de Hélcio Bruno. Assinado pelo então comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica, Carlos Alberto Dahmer, três projetos de compensação firmados em 2019 custaram quase US$ 10,8 milhões à União.
O Centro de Comunicação Social do Exército disse que Hélcio Bruno "não intermediou nem atuou de qualquer forma como representante das empresas citadas". "Cabe destacar que o Exército Brasileiro conduz os seus processos de compra cumprindo rigorosamente os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência", afirmou em comunicado.
CPI da Covid
Representantes da empresa Davati disseram a parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito que Helcio Bruno intermediou um encontro entre eles e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco.
Na ocasião, eles teriam discutido a compra de 400 milhões de doses da vacina produzida pela AstraZeneca.
A CPI investiga escândalos de corrupção envolvendo a aquisição de imunizantes pelo governo Jair Bolsonaro.