O custo era de US$ 17,50 por dose, três vezes mais do que a pasta da Saúde pagou em janeiro a um laboratório indiano
247 - O diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, deu aval para que um reverendo e a entidade negociassem 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo Jair Bolsonaro com a empresa americana Davati. O custo era de US$ 17,50 por dose, três vezes mais do que a pasta pagou em janeiro a um laboratório indiano. A informação foi publicada pelo portal G1.
No dia 23 de fevereiro, Lauricio Cruz, que é diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, enviou um e-mail para o reverendo Amilton Gomes de Paula. O assunto do e-mail era: "lista de presença e carta de proposta para fornecimento".
A mensagem do e-mail começa dizendo o seguinte: "inicialmente agradecemos a disponibilidade da Senah, representada por sua pessoa (...) Na apresentação da proposta comercial para fornecimento de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca".
Em 9 de março, Cruz enviou outro e-mail, endereçado a Herman Cardenas, presidente da Davati nos Estados Unidos: "Informo que o Instituto Nacional de Assuntos Humanitários, representado pelo seu presidente Amilton Gomes, esteve no Ministério da Saúde em agenda oficial da Secretaria de Vigilância em Saúde e no Departamento de Logística com a discussão sobre as tratativas sobre a vacina da 'AstraZenica' e que o mesmo foi encaminhado para a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde".
O reverendo fez um pedido: "nós solicitamos com urgência o FCO atualizado, com o valor de US$ 17,50 como acordado em 5 de março e com a data de entrega". FCO é uma sigla em inglês que quer dizer oferta completa de venda.