"Como cidadão e integrante do Judiciário, fiquei perplexo. Como integrante da turma Euclydes Figueiredo da Escola Superior de Guerra de 1983, eu aprendi que disciplina e hierarquia são fundamentais para as Forças Armadas", afirmou o ministro e decano do STF, Marco Aurélio de Mello
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o decano Marco Aurélio Mello, se disse "perplexo" com a decisão do Exército de arquivar processo que apurava a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em um ato político com o Jair Bolsonaro.
"Como cidadão e integrante do Judiciário, fiquei perplexo. Como integrante da turma Euclydes Figueiredo da Escola Superior de Guerra de 1983, eu aprendi que disciplina e hierarquia são fundamentais para as Forças Armadas", afirmou o ministro em entrevista ao jornal O Globo.
O ministro disse que esperava uma punição, como sinalizaram alguns generais nos últimos dias, pois se tratava de fato de uma violação ao Estatuto Militar.
"Porque era mesmo um palanque, era só constatar que ao lado [de Pazuello] estava um deputado federal que acompanha sempre o presidente da República. Deputado federal é político", reforçou.
Para outros integrantes da Corte ouvidos reservadamente também entendem que o arquivamento do processo disciplinar contra Pazuello desgasta a imagem das Forças Armadas, colaborando para uma perda de credibilidade da instituição.