Em depoimento no Senado, ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse que alertou Bolsonaro sobre número de mortes previstos na pandemia e que o Planalto quis modificar, junto à Anvisa, a bula da cloroquina para incluir recomendação contra a Covid
247 - Em depoimento na CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a ordem referente ao uso de hidroxicloroquina no tratamento precoce contra a Covid-19 não partiu da pasta. Sobre o uso do medicamento, ele disse que prescrevê-lo seria contra o juramento de Hipócrates por conta da série de reações adversas que ele causa. Ele confirmou que Bolsonaro pressionou para mudar a bula da cloroquina, inserindo recomendação do uso do medicamento contra Covid-19 -apesar de o remédio ser ineficaz contra a doença.
A recomendação do ministro foi ignorada pelo Planalto, que, segundo ele, buscou alterar, junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a bula do medicamento para incluir recomendação contra a Covid-19. "Havia um papel não timbrado com informações sugerindo que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa e o próprio presidente Barra Torres que disse ‘isso não’. Alguém botou aquilo em formato de decreto", disse.