Por Requião Filho*
O
MDB tentou surfar a onda lavajatista ao mesmo tempo em que, ao assumir a
presidência, fez sua militância acatar toda e qualquer decisão nacional.
Inclusive decisões que retiravam direitos dos trabalhadores, devaneios frutos
de uma agenda imposta pelos bancos, perseguindo aqueles que contrariavam dentro
do partido. Tivemos senadores expulsos, ameaças de comissões de ética contra
quem pensasse diferente. É esse o MDB que queremos? A ponte para o futuro…
levava ao abismo!
O partido calou as
vozes progressistas, deixou crescer um conservadorismo que, em muitos Estados,
resultou em apoios ao Bolsonarismo e à essa direita raivosa, travestida de
populismo. As ambições pessoais tomaram conta do partido, em vez de termos um
programa sério, que fosse condizente com a nossa base.
Não
temos um projeto de país do MDB e, o que ocorre, é justamente a serventia
perante a indivíduos, que criam e orientam regras apenas para sua própria
manutenção, enquanto seus militantes sofrem na ponta do país, destinados a
viver com migalhas e favores, como pedintes aos detentores do poder. A
militância, por sua vez, ao invés de pautar um programa sério de governo, corre
com a tigela em mãos a procura de apresentadores, juízes ou famosos, que possam
salvar mais quatro anos de cargos. O partido condiciona para que se precise
dele e a militância concorda para poder comer.
Aqui
no Estado não é diferente, o MDB ainda não reencontrou seu caminho. Com
aspirações individuais, governistas – independente de quem seja, vão
conquistando o biscoito do dia, apenas para serem chamados de “bons garotos”.
Ser ponte
de equilíbrio não é se equilibrar em cima do muro. Pra ser do MDB Velho de
Guerra tem que ter pulso!
*Requião
Filho, advogado, é deputado estadual pelo MDB do Paraná.