domingo, 14 de março de 2021

Pressionado após discurso de Lula, Pazuello alega problemas de saúde e pede para deixar ministério

 

Pazuello comunicou a Jair Bolsonaro estar com problemas de saúde e que, por isso, precisará de mais tempo para se dedicar aos cuidados com o corpo. No entanto, internautas e articulistas apontam que o governo foi obrigado a se movimentar no combate à pandemia temendo a vitória de Lula em 2022

(Foto: Alan Santos/PR)

247 - Jair Bolsonaro vai trocar pela quarta vez o comando do Ministério da Saúde, hoje a cargo do general Eduardo Pazuello, que promoveu a intensificação do caos que o país enfrenta no combate ao vírus. 

Internautas e articulistas apontam que o governo de Jair Bolsonaro é obrigado a se movimentar no combate à pandemia temendo a vitória de Lula em 2022. Desde o discurso histórico do petista, realizado na última quarta, Jair Bolsonaro faz a defesa da vacina e agora demite seu ministro.

 Fontes do Planalto que participam das tratativas disseram à reportagem do jornal O Globo que o atual ministro comunicou a Bolsonaro estar com problemas de saúde e que, por isso, precisará de mais tempo para se dedicar aos cuidados com o corpo. O pedido de afastamento coincide com o auge da pressão de deputados do Centrão, que pleiteiam mudança no comando da pasta, sob pretexto de má gestão durante a pandemia.

Nesta manhã, a jornalista Andreia Sadi disse que “aliados do presidente Bolsonaro defenderam nos últimos ao presidente e a integrantes do Palácio do Planalto que seja feito um “rearranjo” de ministérios — começando pela troca urgente do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que o governo consiga se preparar politicamente à oposição do ex-presidente Lula, que voltou ao tabuleiro eleitoral na semana passada.”.

A reportagem ainda acrescenta que interlocutores de Bolsonaro já entraram em contato com dois cardiologistas cotados para substituir Pazuello: Ludhmilla Abrahão Hajjar e Marcelo Queiroga. O primeiro nome, como divlugou o blog de Andreia Sadi, é o preferido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de deputados do Centrão para assumir a vaga. Hajjar é professora associada de Cardiologia da USP. Queiroga preside a Associação Brasileira de Cardiologia.

Nesta manhã, Lira falou publicamente sobre a importancia de Pazuello sair do cargo: A avaliação de Lira é de que Pazuello "perdeu o rumo" e não tem mais a "confiança mínima" da sociedade para exercer seu cargo.

Pazuello deixará o ministério com legado de estoques lotados de cloroquina, medicamento que não possui eficácia alguma no combate ao vírus, e também pela ineficiência na aquisição de vacinas contra a Covid-19. 

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Veja a repercussão: 

 






Mortes por Covid-19 explodem em 50 grandes cidades do país

 

Em 50 desses maiores municípios (15% do total), houve uma explosão de óbitos: o pico de agora é pelo menos 80% maior que o do ano passado




SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Esta segunda fase da pandemia da Covid que o Brasil vive é mais letal que a primeira em 40% das grandes cidades do Brasil. Em 50 desses maiores municípios (15% do total), houve uma explosão de óbitos: o pico de agora é pelo menos 80% maior que o do ano passado.

A reportagem comparou a semana com mais mortes nos municípios em dois momentos: março a outubro de 2020 (primeira fase) e o período entre novembro e esta última semana (segunda fase).

Os recordes negativos começaram a ser batidos em dezembro e se estendem até agora. Jaú (SP), Chapecó (SC) e Santa Cruz do Sul (RS) foram os locais com as pioras mais graves, em que o pico atual de mortes foi até 11 vezes maior que o do ano passado.

Foram consideradas na análise as cidades com mais de cem mil habitantes, onde os dados tendem a ser mais confiáveis.
A situação não parece dar mostras de que arrefecerá tão cedo. O monitor do jornal Folha de S.Paulo de aceleração da doença indica que 68% dessas grandes cidades estão em estágio acelerado (crescimento rápido de novos casos) ou estável (estabilização do crescimento, mas num patamar alto).

Considerando apenas os 190 municípios em que esta segunda fase está pior do que a primeira, 74% estão em aceleração ou estável.

Embora não haja consenso entre especialistas sobre se o país vive de fato uma segunda onda ou apenas um repique da primeira, entre setembro e outubro do ano passado houve queda no número de casos e mortes por Covid, com alta a partir de novembro.

O impacto do recrudescimento foi maior no Sul, que tem hospitais lotados e sistema de saúde em colapso. Nove em cada 10 municípios grandes da região bateram recorde no número de óbitos em uma única semana, e em 26% deles esse valor é pelo menos o dobro do maior registrado até o ano passado.

Em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, o recorde da média móvel na primeira fase havia sido em setembro, com um óbito por dia. Na última semana de fevereiro, porém, a cidade chegou a uma média diária de 13 mortos.

Houve dois casos confirmados da nova variante de Manaus no município, que, mesmo assim, reabriu o comércio na última segunda (8) após duas semanas com restrições.

Considerando os estados, o mais afetado nesta segunda fase foi o Amazonas, que em janeiro foi palco da pior crise no sistema de saúde já vista na pandemia. Com escassez de UTIs, profissionais de saúde e oxigênio para os doentes, o estado passa de 6.000 mortos nestes três meses de 2021, mais que durante todo o ano passado.

Em Manaus, onde estão concentrados todos os leitos de terapia intensiva do Amazonas, a maior média móvel registrada em 2020 havia sido de 43 óbitos, contra 143 no mês passado.

Outras três capitais também passam por explosão de mortos nesta segunda fase: Florianópolis, Curitiba e Porto Velho.

No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em Rondônia, o pico de mortes em uma semana é de duas a três vezes maior nesta segunda fase.

Já São Paulo, que nesta sexta-feira (12) bateu recorde na média móvel de óbitos (331), tem 41% das cidades em situação pior agora.

A que teve maior aumento de óbitos foi Jaú –saiu de 1 em outubro para 14 em fevereiro, maior crescimento entre os grandes municípios do país.

Na capital paulista, apesar do aumento no número de casos e mortes desde novembro, a situação ainda está distante da vivenciada na primeira fase. Na pior semana da pandemia, em junho, a cidade registrou média diária de 111 mortes. O recorde da segunda fase, até o momento, é de 69.

Segundo especialistas ouvidos, o impacto da nova fase é parte de uma cadeia complexa de eventos, muitos dos quais provenientes ainda da primeira parte da pandemia no país.

Um dos pontos citados e impossível de ser ignorado a essa altura são as variantes do Sars-CoV-2, como a brasileira P.1 e a britânica B.1.1.7, ambas consideradas com maior potencial de disseminação, o que por si só pode acelerar o alcance da doença. As variantes também preocupam por causa de um possível potencial de fuga vacinal.

A variante B.1.1.7 preocupou e atingiu de tal forma o Reino Unido que o país teve que, mais uma vez, decretar rígidas medidas restritivas, inclusive um lockdown, para reduzir a situação da cepa. Portugal, considerado um caso de sucesso durante a primeira onda, foi atingido por essa variante, o que também pode ter sido um dos motivos do descontrole no país, teve que decretar um lockdown e já vê na queda de casos o efeito da medida.

No Brasil, as variantes do Sars-CoV-2, inclusive a sul-africana B.1.351, já são dominantes em seis estados, além do Amazonas (local de origem da P.1), segundo estudo da Fiocruz.

Mas é incorreto jogar a culpa nas variantes, dizem os especialistas. O relaxamento das pessoas quanto às medidas de proteção também deve ser levado em conta –inclusive porque as variantes têm mais chance de surgir diante da alta circulação do vírus e do descontrole da pandemia.

A fadiga da pandemia e do alongamento das estratégias de distanciamento entram na equação desse relaxamento.

"Não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona", afirma Max Igor Banks Ferreira Lopes, infectologista do Hospital Sirio-Libanês, sobre a extensão de tempo das medidas aplicadas no país (sem necessariamente um controle efetivo da doença) e sobre a complexidade de como relaxar adequadamente as medidas aplicadas.

Vale lembrar que o Brasil permaneceu em um platô de, aproximadamente, 400 a 600 mortes por dia nos quatro últimos meses de 2020, segundo os dados de média móvel do consórcio de veículos de imprensa. Há mais de 50 dias essa métrica ultrapassa os mil óbitos.

"Não temos uma maturidade política e técnica para discutir isso", diz o infectologista, sobre medidas restritivas para conter a pandemia.

E aí entra a falta de políticas públicas para controle da pandemia. O Brasil não implementou políticas de testagem em massa e posterior tentativa de rastreamento de contatos, o que permite um olhar mais localizado e pode facilitar medidas de isolamento.

Até hoje, para conseguir testes PCR (considerado o padrão-ouro para detecção) são necessários alguns dias, mesmo para quem tem convênio, diz Ferreira Lopes.

O monitoramento por mortes e casos é falho, segundo o infectologista, porque está sempre olhando no retrovisor, para o que aconteceu há semanas. Ou seja, é limitado o conhecimento imediato sobre o que é necessário naquele momento.

Segundo a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), os governantes em diversas esferas se limitaram à preocupação com vagas de UTI e, com isso, "investiram na doença".

"Estamos esperando as pessoas adoecerem para dar a elas [com UTI] uma forma mais digna de morrer. Se tivéssemos um medicamento maravilhoso contra Covid seria uma coisa, mas não temos", diz Maciel. "A angústia é saber que muitas coisas poderiam ser feitas, e o Brasil não está fazendo nada. Não é só o governo federal, é todo mundo."

Para o epidemiologista e professor da USP Paulo Lotufo, as variantes foram usadas politicamente. "Elas serviram para governos colocarem a culpa do descontrole atual no vírus", diz.

Na primeira onda, grandes metrópoles de forma geral, como São Paulo e Rio de Janeiro, concentraram casos e mortes e, com suas medidas de restrição, conseguiram pelo menos diminuir um pouco a marcha do Sars-CoV-2 território adentro. Agora, o vírus se encontra muito mais alastrado.

Em meio às mortes da pandemia e à falta de políticas públicas, houve ainda a minimização da situação. "Você tem um presidente que usou máscara poucas vezes. Você tem uma narrativa política de que 'não tem problema, que as pessoas têm que sair, que é mimimi'", afirma Maciel.

Aliado a tudo isso, vieram feriados do segundo semestre, eleições, festas de final de ano e Carnaval. A união dessas variáveis –e outras tantas– desembocou em grande pressão no sistema de saúde do país todo ao mesmo tempo e nos profissionais já cansados. E, finalmente, na explosão de

Covid à qual o Brasil assiste, sem ação.
"Não dá para fingir normalidade. Não está dando", afirma Ferreira Lopes, com barulhos de UTI ao fundo.
*
50 CIDADES ONDE AS MORTES EXPLODIRAM NA SEGUNDA FASE DA PANDEMIA

Angra Dos Reis (RJ)
Apucarana (PR)
Araraquara (SP)
Ariquemes (RO)
Assis (SP)
Bagé (RS)
Barbacena (MG)
Barra Do Piraí (RJ)
Cabo Frio (RJ)
Camaçari (BA)
Caraguatatuba (SP)
Cascavel (PR)
Catalão (GO)]
Caxias Do Sul (RS)
Chapecó (SC)
Criciúma (SC)
Curitiba (PR)
Divinópolis (MG)
Erechim (RS)
Florianópolis (SC)
Gravataí (RS)
Guarapuava (PR)
Guaratinguetá (SP)
Itacoatiara (AM)
Jaú (SP)
Ji-Paraná (RO)
Juiz De Fora (MG)
Londrina (PR)
Manaus (AM)
Marília (SP)
Maringá (PR)
Mauá (SP)
Niterói (RJ)
Ourinhos (SP)
Passos (MG)
Petrolina (PE)
Petrópolis (RJ)
Poços De Caldas (MG)
Ponta Grossa (PR)
Porto Velho (RO)
Resende (RJ)
Santa Cruz Do Sul (RS)
Santarém (PA)
Santo André (SP)
São Carlos (SP)
Sapucaia Do Sul (RS)
Teresópolis (RJ)
Umuarama (PR)
Uruguaiana (RS)
Varginha (MG)

Fonte: Noticias ao Minuto

 

Brasil registra recorde na média móvel de mortes por covid pelo 15º dia seguido

 

Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +51%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença


O Brasil registrou 1.940 novas mortes pela covid-19 neste sábado, 13. Pela primeira vez em três dias, o País ficou abaixo na marca de duas mil vítimas do novo coronavírus. Por outro lado, a média móvel de óbitos semanal bateu recorde pelo 15º dia consecutivo e ficou em 1.824 neste sábado. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +51%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

No total, o Brasil tem 277.216 mortos. Já o número de novos casos neste sábado foi de 70.934. Com isso, o País atingiu a marca de 11.439.250 infectados. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h.

Um ano após o reconhecimento oficial da pandemia, o Brasil vive o pior momento da doença com aumento de casos e mortes em praticamente todas as regiões. Já são 52 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil. O Rio Grande do Sul registrou o maior balanço diário de mortes causadas pela covid-19, com 331 óbitos nas últimas 24 horas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. O recorde anterior era de 276 mortes, alcançado na última quinta-feira (11). No Paraná, 97% dos leitos de UTI para tratamento da doença no Sistema Único de Saúde (SUS) estão ocupados. Neste sábado, quase um terço das mortes registradas no dia veio da região Sul.

Diante do avanço da pandemia, governadores e prefeitos adotam medidas mais restritivas para conter a circulação de pessoas e evitar a disseminação do acelerada do vírus. Pela primeira vez desde o início da pandemia, Curitiba (PR) adotou o lockdown por nove dias para frear o vírus. No Ceará, as medidas mais restritivas passam a valer em todo o Estado.

Boletim quinzenal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na última quinta-feira, confirma a gravidade do momento, apontando alta taxa de ocupação de leitos, tendência de avanço nos casos de síndromes respiratórias e elevada participação do País no total de mortes causadas pela doença no mundo. O Brasil é a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos. Na contagem total de infectados, o País superou a Índia nesta sexta-feira, de acordo com o site Worldometers. No país asiático, porém, os índices de contágio estão em declínio.

O Estado de São Paulo registrou neste sábado 434 mortes por coronavírus. Na cidade de São Paulo, a secretaria de saúde municipal informou que a rede alcançou 83% de ocupação para leitos de UTI.

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

Fonte: Notícias ao Minuto

 

Ombudsman da Folha desmonta papo furado do "risco Lula" nos mercados

 

"Explicar as oscilações da Bolsa, do dólar ou dos juros futuros sem que o resultado soe como um conjunto frágil de narrativas desconexas ou conclusões apressadas é um desafio para o jornalismo econômico", diz ela

(Foto: Ricardo Stuckert)


247 – A jornalista Flávia Lima, ombudsman da Folha, criticou a mais recente armação do jornalismo econômico, que foi associar a volta de Lula a efeitos negativos no mercado financeiro. "Os acontecimentos dos últimos dias mostram como algumas interpretações podem ser efêmeras, um problema que não precisa ser resolvido pelo mercado financeiro, que opera nessa lógica, mas pela imprensa, cuja função é também alimentar a reflexão e o debate", escreveu, em sua coluna.

"São leituras provisórias e arriscadas, que tentam estabelecer relação entre eventos financeiros complexos e a mais recente novidade política — envolvendo Lula, Bolsonaro ou qualquer outro personagem. O retorno de Lula ao jogo foi a grande notícia da semana e é relevante entender seus efeitos econômicos e políticos. Explicar as oscilações da Bolsa, do dólar ou dos juros futuros sem que o resultado soe como um conjunto frágil de narrativas desconexas ou conclusões apressadas é um desafio para o jornalismo econômico", disse ainda.

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Eleitor de Bolsonaro ameaça Lula em vídeo de tiro ao alvo (vídeo)

"Lula, seu filho da puta, eu quero dar um recado pra você. Presta atenção no recado que vou dar para você, seu vagabundo: se você não devolver os R$ 84 bilhões que você roubou do fundo de pensão dos trabalhador (sic), você vai ter pobrema (sic)", diz o homem, segurando um revólver

Eleitor de Bolsonaro ameaça de morte o ex-presidente Lula (Foto: Reprodução: Redes Sociais)

247 - Um bolsonarista ainda não identificado ameaçou de morte o ex-presidente Lula, após ter efetuado disparos em alvos de tiro.

"Lula, seu filho da puta, eu quero dar um recado pra você. Presta atenção no recado que vou dar para você, seu vagabundo: se você não devolver os R$ 84 bilhões que você roubou do fundo de pensão dos trabalhador (sic), você vai ter pobrema (sic)", diz o homem, segurando um revólver. "Outro recado. Não tenta transformar o meu país numa Venezuela. Eu vou derramar meu sangue, mas vou lutar por meu país", completa.

Confira o vídeo abaixo:

Conduta ilegal de Moro torna presidência de Bolsonaro ilegítima, aponta Janio de Freitas

 

A informação de que o ex-juiz de Curitiba perseguiu o ex-presidente Lula mancha de vez o processo eleitoral brasileiro

Mídia foi parceria da delinquência de Moro, diz Janio de Freitas


247 – Com a confirmação pelo Supremo Tribunal Federal de que o ex-juiz Sérgio Moro não era competente para julgar o ex-presidente Lula e também agiu de forma ilegal e suspeita, cai a própria legitimidade da eleição presidencial de 2018.

"As duas ações em que Edson Fachin emitiu decisão e Gilmar Mendes proferiu voto, apesar de formalmente separadas, tratam do mesmo tema. Na aparência, a conduta ilegal e persecutória de Sergio Moro nos processos com que retirou o candidato Lula da Silva (39% das preferências) da disputa pela Presidência em 2018, encaminhando a eleição de Bolsonaro (18%). A rigor, o que está na essência das ações judiciais é uma operação de interferências distorcivas no processo eleitoral que comprometeram, por inteiro, a legitimidade de uma eleição presidencial", escreve Janio de Freitas, em sua coluna.

"Nem Sergio Moro é 'caso de suspeição', nem a ocupação da Presidência por Bolsonaro, mesmo que vista como legal, tem legitimidade", aponta ainda o colunista.

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'Decisão de Fachin confirma que prisão de Lula foi política', diz Pedro Serrano

 

Jurista disse que eleição de 2018 foi ilegítima pois Lula foi impedido de participar por algo que agora é considerado ilegal

(Foto: Divulgação)


Opera Mundi - Nesta segunda-feira (08/03), em uma edição extraordinária do programa 20 MINUTOS, após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin que anulou as sentenças da 13a Vara Federal de Curitiba contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restituiu os direitos eleitorais do petista, o jornalista Breno Altman entrevistou o jurista e professor de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) Pedro Serrano. 

ara Serrano, o que realmente se conquistou com o fato foi considerar, por primeira vez, que o julgamento, a prisão e a interdição do ex-presidente foram atos políticos.

Assista à entrevista na íntegra:


“Fachin reconheceu que Lula foi preso ilegalmente, confirmando que a prisão era política, não jurídica. Portanto a eleição de 2018 não foi legítima porque um dos candidatos foi impedido de participar por algo que agora é considerado ilegal. Então, nesse ponto, eu comemoro que um ser humano está sendo liberado de algo feito contra ele. Mas protesto porque ninguém vai repor um ano do Lula na cadeia, ninguém vai repor as eleições de 2018, ninguém vai repor as vidas perdidas pelo governo escolhido por essa gente”, disse.

O jurista, no entanto, apontou para o fato de que podem estar montando uma armadilha contra Lula, pois a decisão do ministro não é definitiva. "Pode comemorar, mas com cautela”, disse. A Procuradoria Geral da República inclusive já avisou que irá recorrer. 

O recurso não terá data para ser julgado. Serrano explicou que o STF poderia esperar até as vésperas da inscrição de candidatos para as eleições de 2022 para julgar o recurso e acatá-lo, desfazendo a decisão de Fachin, o que voltaria a tornar Lula inelegível. 

“É muito estranho o Fachin vir com essa decisão, principalmente quando nós juristas levamos anos dizendo isso e quando estava muito próximo o julgamento do habeas corpus do ex-presidente, em que a segunda turma do STF ia debater a nulidade dos processos por parcialidade do juiz Sergio Moro. O que, aí sim, teria caráter definitivo e cujo impacto seria muito maior”, defendeu.

Se Moro for considerado parcial no julgamento de Lula, todas as provas do processo seriam anuladas pois foi o juiz quem as coletou. Com a decisão de Edson Fachin, que o considera apenas incompetente, as provas ainda podem ser aproveitadas. Por isso, Serrando acredita ser importante lutar para que se leve adiante o debate do habeas corpus.

'É necessário reestabelecer a dignidade do sistema jurídico'

Serrano disse que espera que a Segunda Turma não suspenda o julgamento do habeas corpus até que seja julgado o recurso da Procuradoria Geral, com o intuito de promover a liberdade plena de Lula.

“No plano público, devemos estimular para que haja esse julgamento. É necessário reestabelecer a dignidade do nosso sistema jurídico, virou uma palhaçada: poucos dias antes de se julgar o habeas corpus da parcialidade decide-se considerar o juiz do caso incompetente? Espero que questionem a sinceridade da decisão do Fachin, que sempre apoiou a Lava Jato”, ponderou. 

O jurista acredita que o ministro atuou para proteger Sergio Moro e os demais procuradores da operação, que poderiam ser punidos por suas ações, uma vez concluído que todo o processo foi político e, portanto, ilícito.

“É uma obra salvacionista da Lava Jato. Existem importantes setores da sociedade brasileira que participaram dessa operação e que agora estão procurando uma justificativa para o que fizeram”, ressaltou.

'Tem muita gente querendo se isentar dessa narrativa'

Para Serrano, está ficando cada vez mais difícil sustentar a legitimidade da Lava Jato, que se mostrou uma operação de perseguição política. Por isso, “tem muita gente querendo se isentar dessa narrativa”. 

O principal é Sergio Moro que, segundo Serrano, não atuou como juiz. “Um juiz é um garantidor de direitos. Moro foi um agente político, militante da extrema direita. Ele nunca usou a lei e a Constituição para fazer justiça. Ele as utilizou para fazer o que queria. E ainda foi recompensado tornando-se Ministro da Justiça”, afirmou.

O jurista ainda defendeu as gravações divulgadas na Vaza Jato, obtidas por hackers, como informações que poderiam ser utilizadas como provas contra os protagonistas da operação. Para ele não são provas ilícitas graças ao conceito de direito de defesa de terceiros.

“Um dos hackers disse que o fez por achar que estavam perseguindo Lula. Isso levanta o direito de defesa de terceiros. Ou seja, uma conduta que em princípio é crime, deixa de ser crime. Se eu, em teoria, posso até matar alguém em legítima defesa de terceiros, quanto mais hackear”, ponderou. Para ele, o argumento ganha força a partir do momento atual, quando se considera a prisão do ex-presidente como política. 

O segundo argumento dado por Serrano foi, na verdade, um questionamento. Ele se perguntou se agente públicos deveriam ter o mesmo direito de preservação da intimidade que o resto dos cidadãos, pois, neste caso específico, as conversas vazadas foram feitas "por telefones públicos, por agentes públicos, sobre processos públicos para perseguir pessoas". 

“Não falo dos celulares pessoais nem nada, falo dos telefones profissionais. Não acho que nesse caso eles deviam ter o mesmo direito de proteção à intimidade quanto eu ou você”, concluiu.

 

3 anos sem Marielle. 14 perguntas sem resposta

 

Neste domingo, completam-se 3 anos do assassinato da ativista e seu motorista Anderson Gomes. Relembre as irregularidades da investigação e as 14 perguntas que seguem sem resposta

Marielle Franco (Foto: Mídia Ninja)

247 - Neste domingo (14), completam-se 3 anos que a ativista, socióloga e política Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados brutalmente pelas milícias extremistas do Rio de Janeiro.

Até hoje, o PM Ronnie Lessa e o ex-PM Elcio Queiroz, apontados pelas autoridades do Rio de Janeiro como os responsáveis, não foram julgados.

Durante a investigação, testemunhas foram dispensadas, confissões forçadas e "empecilhos técnicos" impediram a análise de imagens.  

No dia do crime, segundo o depoimento de um porteiro, Élcio acessou o condomínio onde moram Lessa e Jair Bolsonaro. Ele iria à casa 58, que pertence ao presidente.

Segundo o Jornal Nacional, o porteiro disse ter reconhecido a voz de quem atendeu como sendo a do "Seu Jair".

O Instituto Marielle Franco fará um tuitaço hoje em memória:


O Instituto lançou um dossiê com todas as informações que se têm do caso e uma linha do tempo. Ele levanta 14 perguntas, que até hoje seguem sem resposta:

  • Quem mandou matar Marielle?
  • Qual a motivação do mandante do crime?
  • Por que ainda não se avançou na investigação sobre a autoria intelectual do crime?
  • Qual é a ligação do responsável pela clonagem do carro com o crime e o grupo de milicianos ligado a Adriano Nóbrega e o Escritório do Crime?
  • Qual é a conclusão das investigações sobre o extravio das munições e armas da Polícia Federal usadas no crime?
  • Quem desligou, como e a mando de quem as câmeras de segurança do trajeto que Marielle e Anderson percorreram?
  • Por que não existe uma atuação coordenada das instâncias em níveis estadual e federal sobre a elucidação do caso de Marielle e Anderson?
  • Por que até agora a Google não entregou os dados solicitados pelo MPRJ e a Polícia Civil para a investigação?
  • Por que houve tantas trocas no comando da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, responsável pela investigação do caso Marielle?
  • Houve tentativa de fraude nas investigações? Por quem?
  • Foi aberto um inquérito pela Polícia Federal para apurar as interferências na investigação do caso. Por que em meio a estas investigações, o superintendente regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro foi trocado?
  • O presidente Jair Bolsonaro informou que Ronnie Lessa foi ouvido pela polícia federal sobre o caso do porteiro. Este interrogatório foi entregue ao Ministério Público e à Polícia Civil do Rio de Janeiro?
  • Por que o governo brasileiro não forneceu todas as informações demandadas pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas?
  • Por que as recomendações da Comissão Externa realizada no âmbito do Congresso Nacional no ano de 2018 ainda não foram implementadas?

Apenas 11% dos homicídios no Rio de Janeiro são solucionados, segundo o Instituto Sou da Paz. Mas o crime político vai muito além dos problemas tradicionais. 

O procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Oliveira Mattos de Souza, anunciou a criação de uma força-tarefa para concluir as investigações.

sábado, 13 de março de 2021

Apucarana registra mais três óbitos e 62 novos casos de Covid-19 neste sábado



A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) confirmou mais três óbitos e 62 novos casos de Covid-19 neste sábado (13) em Apucarana. São agora 174 mortes provocadas pela doença no município e 7.355 resultados positivos para o novo coronavírus.

O primeiro óbito é de um homem de 69 anos, que sofria de hipertensão arterial. Ele foi internado no último dia 5 no Hospital da Providência e morreu no dia 9. O segundo óbito é de um homem de 79 anos, sem comorbidades. O idoso foi internado no “Providência” no último dia 6 e morreu no dia 10. O terceiro óbito é de um homem de 74 anos, que sofria de hipertensão arterial e diabetes. Ele foi internado no último dia 6 em Apucarana e morreu no dia 11.

Os 62 resultados positivos vieram do Laboratório Central do Paraná (Lacen). São 34 homens (9, 13, 18, 19, 26, 26, 30, 31, 31, 33, 34, 34, 34, 37, 37, 37, 39, 39, 43, 43, 44, 45, 45, 49, 50, 51, 59, 59, 62, 62, 69, 74, 79 e 79 anos) e 28 mulheres (8, 9, 11, 12, 15, 21, 23, 26, 26, 36, 38, 39, 41, 42, 42, 43, 45, 52, 53, 55, 55, 61, 63, 67, 67, 67, 69 e 70 anos). Todos estão em isolamento domiciliar.

Ainda segundo o boletim da AMS, Apucarana tem mais 371 suspeitas em investigação. O número de recuperados chega a 6.603.

O Pronto Atendimento do Coronavírus soma 25.868 pessoas atendidas presencialmente desde o início da pandemia. O número de monitorados atualmente é de 1.275.

Já foram testadas 30.100 pessoas, sendo 14.846 em testes rápidos, 12.714 pelo Lacen (RT-PCR) e 2.540 por laboratórios particulares (RT-PCR).

São 35 pacientes de Apucarana internados, oito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 27 em leitos de enfermaria.

O município tem 578 casos ativos da doença.