quinta-feira, 11 de março de 2021

Claudio Couto: ‘direita moderada’ e Bolsonaro disputarão por vaga no 2º turno contra Lula

 

Com Lula “moderado” ocupando o centro da disputa, cientista político Cláudio Couto (FGV) prevê disputa “renhida” entre a centro-direita e a extrema-direita nas eleições do ano que vem, com risco de Bolsonaro não passar do primeiro turno

Cientista político Claudio Couto (Foto: Reprodução)


Rede Brasil Atual - O crescente desgaste do presidente Jair Bolsonaro, em função do colapso da pandemia e da gestão desastrada na economia, entre outros fatores, revela que seu futuro eleitoral na disputa de 2022 parece cada vez mais incerto. Com isso, os partidos da centro-direita – a chamada “direita moderada”, em oposição à extrema-direita liderada por Bolsonaro – buscam um nome que possa vir a ocupar o espaço deixado pelo esvaziamento do atual presidente.

De acordo com o cientista político Cláudio Couto, professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao centro do jogo político deve tornar ainda mais “renhida” a disputa no campo conservador por uma vaga no segundo turno nas eleições presidenciais do ano que vem.

Em seu primeiro pronunciamento após terem sido anuladas as condenações impostas pela Lava Jato, Lula fez um discurso considerado “moderado”, segundo Couto. Com acenos a diversos setores da sociedade, o líder petista “lançou pontes” e sinalizou disposição ao diálogo. A consequência disso, segundo o cientista político, é que diminuiu o espaço para candidaturas que se apresentem como “centristas”.

Em função disso, Couto acredita que a viabilidade de um candidato da centro-direita vai depender da “corrosão” da base de apoio de Bolsonaro. “Esse representante da centro-direita só vai prosperar se houver uma corrosão muito grande da popularidade de Bolsonaro. Se ele perder sustentação política, uma parte do eleitorado – os 30% que ainda consideram o governo bom ou ótimo – pode ser levada para essa candidatura mais moderada”, disse Couto, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta quinta-feira (11).

Incógnita

“Acho possível, diante do desgaste, que Bolsonaro não vá para o segundo turno. E, assim, tenhamos uma disputa entre Lula e um candidato da centro-direita. Mas não sei se vai se viabilizar. Estou apenas dizendo que a política comporta essa possibilidade, diante da forma como os processos vem ocorrendo”, acrescentou. Ele lembrou que grande parte dos votos destinados a Bolsonaro nas últimas eleições anteriormente eram direcionados a esse campo da centro-direita, especialmente às candidaturas do PSDB.

O desafio maior, segundo ele, nem é o provável desgaste do atual presidente. Mas que as forças políticas desse campo consigam encontrar um nome com capacidade eleitoral para superá-lo. O governador de São Paulo, João Doria, encontra resistência de outros políticos importantes, inclusive dentro do seu próprio partido. Por outro lado, o apresentador Luciano Huck parece indeciso entre disputar à presidência ou ocupar o espaço deixado por Fausto Silva. O titular das tardes de domingo anunciou sua saída da Rede Globo a partir do ano que vem.

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Prefeito de Belém, do Psol, pede que Lula lidere a esquerda brasileira

 

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), usou suas redes sociais para defender a figura do ex-presidente Lula como líder da esquerda brasileira. “Lula segue sendo uma referência. Que lidere a esquerda brasileira”, disse

(Foto: Stuckert | Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

247- O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), usou suas redes sociais nesta quarta-feira (11)  para defender a figura do ex-presidente Lula como líder da esquerda brasileira, após o discurso do petista que ganhou repercussão internacional. 

“O ex-presidente @LulaOficial afirmou hoje que foi vítima da maior mentira jurídica em 500 anos, mas disse que seu sofrimento não é nada perto do que sofre a população brasileira com a covid-19 e a crise econômica. 

Alexandre de Moraes nega pedido de liberdade do deputado bolsonarista Daniel Silveira

 

Na tarde desta quinta-feira, o plenário do STF adiou para data ainda indefinida o julgamento da denúncia contra Daniel Silveira

Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) (Foto: Reprodução/TV Globo)


247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou nesta quinta-feira (11) o pedido de liberdade do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).

Daniel Silveira foi preso no dia 16 de fevereiro após divulgar vídeo em que ele defende o AI-5 - o instrumento mais duro da ditadura militar - e a destituição dos ministros do STF o que é inconstitucional.

O ministro Alexandre de Moraes afirmou na decisão que só irá reavaliar a prisão de Daniel Silveira após o STF julgar se recebe ou não a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República.

Na tarde desta quinta-feira, o plenário do STF adiou para data ainda indefinida o julgamento da denúncia contra Daniel Silveira.

Marco Aurélio: decisão de Fachin que anula condenações de Lula é "bomba atômica"

 

Ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse que se o caso for levado a plenário do STF, a decisão de Edson Fachin deve ser derrubada por 6 votos a 5 e com isso Lula perderia os direitos políticos

(Foto: Agência Brasil)


247 - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) classificou como "bomba atômica" a decisão do colega Edson Fachin que anulou condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), restituindo-lhe os direitos políticos. 

"Nesta semana em primeiro lugar, tivemos uma verdadeira bomba atômica com a decisão do ministro Fachin anulando quatro processos-crime alusivos ao ex-presidente Lula. Se houver agravo [recurso] e ele levar à Turma, acredito em um score [pontuação] confirmando a decisão dele em 4 a 1", disse Marco Aurélio em declaração ao UOL.

Já se o caso for levado a plenário, porém, o ministro prevê que a decisão de Fachin deva ser derrubada por 6 votos a 5 e com isso Lula perderia os direitos políticos.

Apesar de todas as provas da parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, o ministro Marco Aurélio criticou o julgamento de sua suspeição contra Lula pela Segunda Turma do STF.

"Tivemos o início do julgamento na Turma sobre a suspeição do juiz Sergio Moro. Não cabe desqualificar aquele que foi tido como herói nacional. Aquele que inaugurou a responsabilidade de poderosos no campo penal e que prestou um grande serviço à pátria", disse o ministro do STF.

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Moro atinge recorde de rejeição entre eleitores, aponta pesquisa Atlas

 

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (11) pela consultoria Atlas indica que o ex-juiz Sergio Moro está com recorde de rejeição: 63% desaprova sua postura, após revelações da Vaza Jato apontarem suas ações arbitrárias na força tarefa para sentenciar o ex-presidente Lula

Sérgio Moro (Foto: Divulgação)


247 - Sergio Moro, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro de Jair Bolsonaro, que outrora foi considerado o “homem do ano” por canais da mídia corporativa e denunciado após o escândalo da Vaza Jato, agora amarga um recorde de 63% rejeição popular, segundo pesquisa da consultoria Atlas divulgada no portal El País nesta quinta-feira (11). 

De acordo com a  Atlas, é Luiz Henrique Mandetta é o político com a imagem mais positiva entre os líderes medidos pela pesquisa (40%), seguido por Bolsonaro, que tem 36% de imagem positiva, contra 60% de negativa. Lula, por sua vez, aparece com os mesmos 36% de índice positivo do presidente, alta de três pontos em relação a janeiro, provavelmente o começo do reflexo de sua reabilitação política. Seu nêmesis, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro, aparece com recorde de rejeição (63%), a maior desde que o Atlas começou a medir.

A pesquisa Atlas foi realizada por meio de  3.721 entrevistas por meio da internet e possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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A pesquisa também aponta que o ex-presidente Lula venceria Jair Bolsonaro se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, com 44,9% dos votos válidos, contra 36,9% do ex-capitão

 

Pesquisa Atlas: Lula venceria Bolsonaro no segundo turno por margem folgada de 8 pontos percentuais

 

Pesquisa realizada pela consultoria Atlas aponta que o ex-presidente Lula venceria Jair Bolsonaro se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, com 44,9% dos votos válidos, contra 36,9% do ex-capitão

Lula e Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

247 - Pesquisa realizada pela consultoria Atlas aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria Jair Bolsonaro se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje. De acordo com o levantamento, Lula teria 44,9% dos votos válidos contra 36,9% de Bolsonaro. Na simulação de primeiro turno, porém, Bolsonaro venceria com 32,7% das intenções de voto, contra 27,4% de Lula.

Num cenário entre Bolsonaro e o ex-ministro Ciro Gomes, o pedetista também bateria o ex-capitão no segundo turno com 44,7% dos votos, contra 37,5%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) estaria empatado tecnicamente, mas o jornal El País, que divulgou a pesquisa, não revelou os dados referentes ao tucano. 

Já em cenário eleitoral em que a disputa se daria entre Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde  seria eleito com 46,6% dos votos válidos, contra 36,9% do ex-capitão. 

Ainda segundo o El País, em uma simulação de primeiro turno, Bolsonaro também venceria  ex-ministro Sergio Moro (9,7%), Ciro Gomes (7,5%), Luiz Henrique Mandetta (4,3%), o governador paulista João Doria (4,3%) e o apresentador Luciano Huck (2,5%). E um cenário com Lula fora da disputa, o ex-prefeito Fernando Haddad aparece em segundo lugar, com 15,4%. 

A pesquisa Atlas foi realizada por meio de  3.721 entrevistas por meio da internet e possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.  

 

Apucarana começa vacinar idosos de 78 e 79 anos nesta sexta

 

O prefeito anunciou que a imunização vai prosseguir até domingo e será no sistema drive-thru, no estacionamento do Lagoão. 

(Foto/PMA)

Com o recebimento de 960 novas doses da vacina contra o coronavírus, Apucarana vai realizar nesta sexta, sábado e domingo outra etapa de vacinação. A imunização vai ocorrer no sistema drive-thru, no estacionamento do Complexo Esportivo José Antônio Basso (Lagoão).

Na sexta e no sábado, a vacinação vai ocorrer no período das 8h30 às 17 horas. Já no domingo, a imunização acontecerá no período das 8h30 às 13 horas. “Além dos idosos de 78 e 79 anos, vamos concluir também a vacinação da faixa etária de 80 a 84 anos. É o que conseguiremos fazer com as doses que recebemos”, anunciou Junior da Femac, através de live nas redes sociais.

O prefeito afirma que na faixa etária de 75 a 79 anos existem 2.100 pessoas para serem imunizadas. “Recebemos somente 960 doses e, por isso, vamos vacinar neste momento as pessoas com 78 e 79 anos. Vamos aguardar, na sequência, a chegada de mais imunizantes para vacinar todos desta faixa etária”, pondera, lembrando que as pessoas, para receber a dose, deverão apresentar o CPF ou cartão do SUS e um documento com foto.

Junior da Femac salienta que o sistema de saúde já está sentindo os primeiros resultados da vacinação. “Verificamos claramente a diminuição nos óbitos na faixa entre 85 e 95 anos, que abrange as pessoas já imunizadas. A vacinação é o grande instrumento que temos e, enquanto avançamos, peço para que as pessoas mantenham os cuidados, usando máscara, álcool gel e evitando aglomerações”, reitera.

SEGUNDA DOSE – Na semana que vem, também através do sistema drive-thru no Lagoão, será aplicada a segunda dose da vacina para a faixa etária de 90 a 94 anos. “A aplicação da segunda dose vai ocorrer na segunda e na terça-feira, das 8h30 às 17 horas no estacionamento do Lagoão. Além do CPF ou cartão do SUS e de um documento com foto, é imprescindível que a pessoa leve também a carteira da vacinação da primeira dose”, orienta Roberto Kaneta, diretor-presidente da Autarquia Municipal de Saúde.

 

O voto de ódio

 



Por Requião Filho*

 

Como a euforia, a raiva e o desespero podem influenciar negativamente na escolha de um governante.

Nas eleições de 2018, vimos uma enxurrada de votos direcionados a um candidato simplesmente para evitar que o outro ganhasse, sem sequer analisar quais eram suas propostas. Foi um voto jogado no lixo, um voto “contra o outro”, não um voto pensando num projeto de recuperação econômica para o Estado, para o país. Virou uma guerra de torcidas pelo mais “popular”, sem pensar em quem tinha realmente a melhor proposta.

O Presidente, os Deputados e os Governadores da onda bolsonarista, por exemplo, não tinham projeto, eram fundamentados unicamente no ódio do outro lado, puro e simples. E foi aí que, tomados por esse sentimento vingativo, pensaram somente em votar contra algo, quando deveriam ter votado a favor de um projeto maior.

O presidenciável eleito, além da aparente dificuldade cognitiva, não consegue combater a inflação galopante, os aumentos nos combustíveis, o coronavírus e, quiçá, a corrupção, já que sua família, até onde sabemos, está se afundando na lama. Não tinha projeto de renda, geração de empregos, saúde, segurança e educação. E ainda assim, quem hoje reclama, votou nele fazendo arminha com a mão.

O resultado disso? Um governante despreparado, que prefere desmentir a ciência em seus discursos fáceis e inflamados, do que dar exemplo diante da preocupação que toma conta de todo o planeta na atualidade. Alguém que agora, depois que seu principal opositor foi considerado “livre”, resolveu colocar a máscara e defender a vacina. Quantas vidas custaram essa birra? Quantas famílias choraram ao perder seus entes queridos, porque foram na onda do falso kit profilático para tratar a tal “gripezinha”?

Ano que vem teremos outra eleição. Será o momento para, com seriedade, escolher candidatos que tenham um plano para tirar o país e o Estado da crise econômica. DE NADA ADIANTA ESCOLHER SEU VOTO APENAS POR SER CONTRA ALGUÉM. Espero que você escolha alguém que proporcione condições de gerar riqueza e emprego. Precisamos de alguém com projeto sério para o Paraná e para o Brasil, que priorize geração de riqueza, renda e, especialmente, a vida da população.

*Requião Filho, advogado, é deputado estadual pelo MDB do Paraná.

 

André Singer: Lula tem condições melhores contra Bolsonaro hoje do que em 2018

Ex-porta-voz de Lula no primeiro mandato, um dos mais respeitados estudiosos sobre os governos do PT, André Singer avalia que, hoje, Lula tem condições ainda melhores para vencer Bolsonaro nas urnas do que tinha em 2022

André Singer: Lula é maior que Bolsonaro (Foto: Divulgação)

247 - O cientista político André Singer, porta-voz de Lula em seu primeiro mandato presidencial (2003-2006) e um dos mais respeitados estudiosos sobre os governos do PT afirmou que o ex-presidente tem hoje melhores condições para derrotar Jair Bolsonaro nas eleições atualmente do que teria em 2018.

Em entrevista à BBC News Brasil, Singer diz que o forte sentimento antipetista que ganhou força a partir de 2014-15 e que tinha o tema da corrupção como centro da narrativa da direita e extrema direita tende a perder importância diante de outros problemas que o país enfrenta, como as crises da saúde e da economia e a percepção de ameaça à democracia.

Para Singer, embora Bolsonaro ainda tenha condições para chegar ao segundo turno presidencial, sua atuação na pandemia aumentou de maneira expressiva sua rejeição entre os eleitores de centro.

Apesar de ver Lula mais forte hoje, Singer defende a importância de uma aliança ampla de forças políticas para enfrentar Bolsonaro em 2022.

A avaliação do cientista político sobre a entrevista de Lula na manhã e início da tarde desta quarta-feira (10) é emblemática:

“O discurso dele na manhã de hoje aponta na direção de abrir conversas com setores que estão à esquerda do centro. Ele foi bastante explícito em relação a isso. Ele disse que há bastante tempo ainda para o período eleitoral propriamente dito e que acha importante que esses setores conversem. Por outro lado, a própria candidatura dele, caso venha a se consolidar, tem um peso muito grande. Do ponto de vista de popularidade, de memória, de ele já ter sido presidente, em tese tudo isso dá uma dianteira muito grande em relação a outros possíveis candidatos. Então, é uma situação um tanto quanto ambígua. Ele disse claramente que acha importante que haja uma unidade à esquerda do centro, mas ao mesmo tempo o nome dele tem um peso natural. Ele não descartou a frente ampla, mas claramente ele disse que seria uma segunda etapa. Não necessariamente um segundo turno. É como se ele tivesse dizendo que esse processo caminharia por etapas, e a primeira corresponderia a uma conversa mais no campo à esquerda do centro e talvez depois com setores que estão ao centro ou à direita do centro.”

A entrevista foi concedida em duas etapas, em fevereiro e depois da recuperação dos direitos políticos por Lula, com a anulação de suas condenações pela Lava Jato em decisão histórica do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin.

  

Globo se rende a Lula e diz que Bolsonaro usou máscara por causa do ex-presidente

 

Em uma reportagem de cerca de 12 minutos, o Jornal Nacional destacou várias falas em que Lula reafirma sua inocência, denuncia as ilegalidades de Sérgio Moro e a condução da pandemia

Lula, William Bonner e Renata Vasconcellos (Foto: Brasil247 | Reprodução)

247 - O Jornal Nacional desta quarta-feira (10) destacou o discurso histórico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. 

Em uma reportagem de cerca de 12 minutos, o JN destacou vários trechos de falas em que Lula reafirma sua inocência, denuncia as ilegalidades do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato, e sobre a pandemia do novo coronavírus. Lula criticou a política de acesso às armas, a política econômica e o desemprego. 

Na mesma edição, o Jornal Nacional noticiou a mudança de comportamento de Jair Bolsonaro em reuniões públicas, passando a usar a máscaras, e que sua mudança ocorreu horas após o pronunciamento de Lula, que estava usando máscara. 

Assista um trecho da reportagem:


  

Felipe Neto se entusiasma com discurso histórico de Lula e pede que seus milhões de seguidores assistam cinco minutos

 

Youtuber e empresário divulgou trecho do pronunciamento do ex-presidente Lula: "5 minutos. Só 5 minutos. Assista", disse Felipe Neto

(Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)


247 - O youtuber e empresário Felipe Neto compartilhou um trecho do discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (10), no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. 

"5 minutos. Só 5 minutos. Assista", disse Felipe Neto pelo Twitter ao compartilhar vídeo com fala de Lula. 

Com 13 milhões de seguidores no Twitter, Felipe Neto, que tem feito forte oposição a Jair Bolsonaro, comentou a decisão do ministro Edson Fachin, que anulou as condenações de Lula na Lava Jato e lhe restituiu os direitos políticos.  

"Se cair um 'Lula vs. Bolsonaro' em 2022 e a imprensa me vier com 'uma decisão muito difícil', acho que eu vou preso dessa vez", escreveu o youtuber em sua página no Twitter.

Confira o post de Felipe Neto:


Com Lula em campo, surge novo debate: presidentes da Câmara e do Senado podem se afastar de Bolsonaro?

 

Levando em conta o comportamento dos presidentes do Congresso em relação ao presidente Jair Bolsonaro, a Sputnik Brasil ouviu duas cientistas políticas sobre a força dessa aliança em um momento em que se discute a volta de uma polarização na política brasileira

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, novos presidentes da Câmara e do Senado (Foto: Divulgação)

Sputnik - Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, eleitos com o apoio de Jair Bolsonaro, vêm fazendo declarações fortes quanto às ações do governo federal durante a pandemia.

Arthur Lira, presidente da Câmara, em carta ao embaixador chinês, reafirmou os compromissos do governo brasileiro com a China, frisando que o Brasil não é apenas o Executivo, mas também o Legislativo e o Judiciário, em referência aos ataques feitos àquele país por Bolsonaro e pessoas próximas. Além disso, junto com o senador Rodrigo Pacheco, enviou um ofício pedindo dados ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre a vacinação, para adoção de 'providências cabíveis'.

Pelas atitudes que os dois vêm demonstrando até aqui, Lira e Pacheco se mostram mais como governistas, como independentes ou como oposição? Para tentar responder a essa pergunta, a Sputnik Brasil ouviu duas especialistas sobre o assunto. 

Lira e Pacheco olham para cenário de mais possibilidades

​​Para a cientista política Clarisse Gurgel, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), há aspectos que são da singularidade de cada um desses políticos, há aspectos que são históricos no Brasil e há aspectos que também são conjunturais.

Em entrevista à Sputnik Brasil, ela destaca que o deputado Lira é uma pessoa que é conhecida por ter um trânsito muito amplo da esquerda para a direita ou do centro para a direita, tendo um diálogo mais aberto e mais articulado com os diversos setores.

"Isso permite que ele faça negociações e componha com diferentes quadros do parlamento, e do Executivo, inclusive, conforme a conveniência. Isso, portanto, é uma singularidade dele".

Algo que é histórico nesse aspecto, a especialista afirma, é que "ainda que a gente sinta que está distante das eleições, para essas figuras públicas, esses quadros políticos — que são parte, são figuras que representam a forma de fazer política no Brasil, que é uma forma bastante pragmática e mercantil, as eleições —, as eleições já estão bem perto."

"Eles precisam preservar neste momento uma certa liberdade e uma certa maleabilidade, porque precisam deixar abertas possibilidades de negociação nesse espectro mais amplo, de esquerda, centro e direita. Então, isso é uma marca também histórica de um país cuja democracia é uma democracia restrita a representação e ao voto."

Em termos conjunturais, a cientista política se debruça sobre uma recente declaração do presidente da Câmara em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve suas condenações no âmbito da operação Lava Jato anuladas nesta semana pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao tomar conhecimento dessa decisão, Lira disse que Lula poderia "até merecer" esse desfecho, que, na prática, o deixa apto a concorrer novamente à presidência da República em 2022. 

​A questão, segundo a pesquisadora, é se "a partir do momento em que Lula se torna elegível", Lira, em especial, "vislumbra a possibilidade de um giro para a centro-esquerda, esquerda mais liberal, uma esquerda reformista, como é o perfil do Lula".

"E, sim, claro, o Lula, dada a conjuntura do Brasil, hoje, representa aí um aspecto de mais incerteza em relação ao futuro do país. E uma incerteza que é bem vinda em um contexto em que a ausência de esperança estava certa. Era algo certo e dado. Então, diante de uma certeza infeliz, uma incerteza é recebida com muita alegria e muita felicidade. E, sem dúvida nenhuma, Lira e Pacheco olham o cenário político, como muitos outros políticos, como um cenário que também apresenta mais possibilidades. E, tendo mais possibilidades, a movimentação também se amplia." 

“Polarização é uma falácia”

O impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, deixa na memória a fragilidade de toda coalizão que é estabelecida com aliados frágeis, que não têm uma adesão propriamente ideológica a um projeto, afirma, em entrevista à Sputnik Brasil, a cientista política Mayra Goulart, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Segundo a acadêmica, esse modelo, que foi muito utilizado na gestão do ex-deputado Eduardo Cunha na presidência da Câmara, foi reeditado por Arthur Lira.

"É sabido que esse tipo de padrão de articulação é sempre instável. Então, a governabilidade, o apoio ao governo é sempre custoso e condicional, não é algo que possa ser tido como garantido", afirma. 

De novo, o que se tem, de acordo com Goulart, é uma insatisfação crescente entre vários membros do Centrão, sobretudo lideranças evangélicas, com o atraso na vacinação da população brasileira e com o modo de condução da pandemia pelo governo. Isso, conforme ela pontua, está afetando as dinâmicas de cada uma dessas lideranças em suas bases eleitorais em particular. 

Com esse apoio custoso, se tem, por exemplo, uma pressão pela queda do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deixando Bolsonaro sem saber o que fazer. Pois, ao ceder, isso poderia parecer um "mea culpa" diante das acusações de genocídio que enfrenta. 

"Essa é a forma pela qual eu leio essa movimentação dos presidentes das Casas de pedir esclarecimentos diretamente ao Ministério da Saúde e ao presidente sobre a forma de conduzir a pandemia", sublinha a professora.  

Para a especialista, há atualmente uma conjuntura favorável a mudanças. E isso se deve em parte ao retorno do ex-presidente Lula às discussões de possíveis candidatos para concorrer à presidência nas próximas eleições. 

​Ao contrário de algumas opiniões mais generalistas, Goulart não acha cabível comparar Lula e Bolsonaro como duas faces de uma mesma moeda, dado que, em sua avaliação, o Partido dos Trabalhadores nunca esteve, enquanto no governo, em um espectro de extremo. 

"Em 1989, tudo bem. Mas, desde 2002, sempre foi centro-esquerda. E o bolsonarismo é de extrema-direita. Então, essa polarização é uma falácia." 

No entendimento da cientista política, nessa disputa entre Bolsonaro e Lula, foi muito significativa a recente declaração dada pelo atual presidente ao saber da anulação das condenações do petista, quando ele destacou a reação negativa do mercado à volta de Lula à política.

"Eu acho essa fala muito representativa porque, na minha interpretação, o grande fiador do bolsonarismo é o mercado, é o fato de o mercado achar que ele é um mal menor. E todas as sinalizações dele sempre respeitam o mercado, no sentido de que ele teme perder esse que é o seu sustentáculo principal." 

 

Folha se assusta com a força de Lula e pede pressa nos demais julgamentos contra o ex-presidente

 

Jornal da família Frias apoiou o golpe de 2016 e a prisão política do ex-presidente

(Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)


247 – O jornal Folha de S. Paulo, que apoiou o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrou certo temor com a força política de Lula, ao defender pressa nos demais processos que correm contra ele.

"Os casos em que juízes e procuradores tenham agido contra a lei devem obviamente ser anulados, uma exigência básica do Estado de Direito. Mas é preciso cuidado para não transformar os reparos necessários no célebre plano do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) —'estancar essa sangria', 'com o Supremo, com tudo'”, escreveu o jornal, em editorial.

"Quanto a Lula, todas as instâncias da Justiça farão bem em dar celeridade às decisões que envolvem um candidato em potencial à Presidência que é réu em oito processos, incluindo os dois resultantes em condenações ora anuladas", finalizou o editorialista.

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