A mansão
luxuosa fica no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. Flávio Bolsonaro é
acusado pelo MP de desviar R$ 6,1 milhões dos cofres públicos, através do
desvio de salários de ex-assessores fantasmas quando era deputado estadual na
Alerj
Mansão de Flávio Bolsonaro em Brasília (Foto: (Adriano Machado/O Antagonista))
247 - O senador Flávio Bolsonaro comprou uma mansão de
quase R$ 6 milhões em Brasília, segundo reportagem do portal O Antagonista. Na semana passada, o parlamentar conseguiu anular no
Superior Tribunal de Justiça (STJ) as quebras de sigilo bancário e fiscal do
inquérito da rachadinha, no qual ele é investigado por enriquecimento ilícito.
A reportagem
anunciou que a mansão luxuosa fica no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul,
e que Flávio e sua mulher “visitaram discretamente outras casas de luxo,
algumas às margens do Lago Paranoá e anunciadas por até R$ 10 milhões”. O
senador lavrou a escritura de compra “num serviço notarial de Brazlândia”.
O
Antagonista ainda afirmou que parte dos R$ 5,97 milhões utilizados na compra do
imóvel foi financiada junto ao Banco Regional de Brasília (BRB), “presidido por
Paulo Henrique, nome do governador Ibaneis Rocha, que é aliado do clã Bolsonaro”.
Na campanha
eleitoral de 2018, o senador declarou patrimônio de R$ 1,7 milhão ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Seu salário enquanto senador é de 25 mil reais
mensais.
No
processo da rachadinha, o Ministério Público do Rio de Janeiro, o acusa de desviar
R$ 6,1 milhões dos cofres públicos, através do desvio de salários de
ex-assessores fantasmas quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa
do Rio (Alerj). Os promotores destacam, ainda, que, entre 2010 e 2017, o então
deputado estadual lucrou R$ 3 milhões em transações imobiliárias com “suspeitas
de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”.
Desde a
década de 1990, a família
Bolsonaro comprou mais de R$ 1,3 milhão em imóveis com dinheiro vivo -
a partir de 1996, sete anos depois de Jair Bolsonaro assumir seu primeiro cargo
político, em 1989, como vereador da cidade do Rio de Janeiro.
Esquemas divulgados
A
prática de compra de imóveis com dinheiro em espécie foi iniciada por Rogéria
Bolsonaro, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe de Carlos, Flávio e Eduardo. Ela pagou R$ 95
mil - R$ 621,5 mil em valores atualizados – por um apartamento no bairro
de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 1996.
Já a
segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, adquiriu,
quando casada com Bolsonaro, 14 apartamentos, casas e terrenos, sendo 5 desses
imóveis foram comprados em dinheiro vivo. Os imóveis
pagos em espécie valiam R$ 243,3 mil na época - R$ 680 mil
hoje, com a inflação corrigida. As 2 casas, os 2 apartamentos e 1 terreno foram
adquiridos a partir de 2000 até 2006, período investigado no caso das
“rachadinhas” –a prática de tomar parte do salário de servidores.
O vereador do Rio
de Janeiro Carlos
Bolsonaro (Republicanos) comprou um apartamento por R$ 150 mil com dinheiro
vivo, em 2003, quando tinha apenas 20 anos. Atualmente o valor
corresponde a R$ 366 mil, corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo).
Já o
senador Flávio Bolsonaro, principal investigado pelo esquema “rachadinha”, pagou R$ 86,7
mil em espécie na compra de salas comerciais no Rio, na época em que
era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj); com
sua esposa, Fernanda, comprou de
dois imóveis em Copacabana, no Rio - eles teriam “lavado” mais
de R$ 638 mil.
Além
disso, Flávio pagou
R$ 30 mil em dinheiro vivo para ficar com móveis que estavam num apartamento
que ele comprou em 2014 na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de
Janeiro. Foram dez depósitos de R$ 3.000 feitos de forma fracionada.
O
parlamentar mais novo do clã, Eduardo
Bolsonaro, em 2011 e 2016, pagou R$ 150 mil em espécie durante a aquisição de
dois apartamentos comprados na Zona Sul do Rio de Janeiro. Corrigido
com a inflação atual, o valor equivale a R$ 196,5 mil.