Prefeito de Apucarana
foi o único do estado a participar do debate, criticando a concessão atual e
exigindo mudanças na proposta para o futuro
(Foto/PMA)
A Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) promoveu nesta quarta-feira (24), a primeira
audiência pública – por vídeo conferência -, sobre a nova concessão de rodovias
pedagiadas no Paraná, que deve vigorar a partir de 2022. E, neste início do
debate sobre o modelo de concessão proposto pelo Ministério de Infraestrutura e
Logística, o engenheiro civil Sebastião Ferreira Martins Junior, o “Junior da
Femac”, foi o único prefeito do Paraná a participar da discussão.
Na sua
participação, com cinco minutos de duração, Junior da Femac teceu duras críticas
à concessão denominada de anel de integração rodoviária do Paraná nos últimos
24 anos. “Foram mais de duas décadas de promessas não cumpridas e de obras não
realizadas. Apucarana perdeu o seu contorno leste que estava contratado na
concessão e ninguém deu satisfação sobre isso. Aliás, essa concessão prejudicou
demais o Paraná, com as tarifas mais caras do Brasil”, afirmou o prefeito de
Apucarana.
Segundo
Junior da Femac, a proposta da nova concessão deve ser discutida com
transparência e profundidade. “As cidades do Norte do Paraná foram planejadas e
construídas interligadas, separadas uma das outras por 10 ou 15 quilômetros.
Trata-se de um eixo urbano, e não dá para admitir em hipótese alguma a
implantação de mais praça de pedágio neste trecho, conforme está previsto para
a BR-376, entre Califórnia e Apucarana”, argumentou o prefeito, acrescentando
ainda que “a região não irá aceitar mais uma porteira no desenvolvimento do
Vale do Ivaí”.
Junior
lembrou que os usuários da Rodovia do Café já pagaram muito em quase 25 anos, e
ainda esperam a duplicação de 56 quilômetros que faltaram na ligação entre
Apucarana e Ponta Grossa. “Já existem cinco praças de pedágio na BR-376 até
Curitiba e não se pode penalizar mais os paranaenses. Queremos, efetivamente,
tarifas menores, por favor atendam isso”, concluiu o prefeito de Apucarana.
Ainda
nesta quarta-feira, ao final do primeiro dia da audiência pública, o
superintendente do Ministério da Infraestrutura e Logística, Guilherme Bianco,
respondeu o questionamento do prefeito de Apucarana, Junior da Femac. Ele
explicou que a localização da praça de pedágio prevista para a BR-376, entre
Califórnia e Apucarana, não é definitiva e que poderá ser deslocada para um
trecho mais adiante da rodovia, mais distante de áreas urbanas.
Durante
a audiência pública, realizada das 9 às 18 horas e aberta para todo o Paraná,
somente uma média de trezentas pessoas acompanharam o debate por vídeo
conferência. Já para fazer sugestões, críticas ou avaliações, a ANTT recebeu
apenas 116 inscrições. O debate, no canal do You Tube da ANNTT, prossegue nesta
quinta-feira (25), no mesmo horário.
PROPOSTA
– Nos estudos realizados pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) está
prevista a concessão de 3.327 quilômetros de rodovias estaduais e federais no
estado do Paraná, com investimentos privados de mais de R$ 40 bilhões em obras
de duplicações e contornos. E, a partir de agora, todos os detalhes do projeto
serão debatidos com a sociedade nesta etapa de audiências públicas.
Os
estudos propõem a duplicação de 1.783 quilômetros de rodovias, além da
implementação de 253 quilômetros de faixas adicionais, 104 quilômetros de
terceira faixa e a construção de dez contornos urbanos, que facilitam a
integração da malha viária.
Os
contornos estão localizados nas cidades de Apucarana, Arapongas, Califórnia,
Itaúna do Sul, Londrina, Maringá, Marmeleiro e Ponta Grossa. A maioria das
obras deverá ser entregue até o sétimo ano dos contratos (2029), que terão
duração de 30 anos. O projeto estima uma redução de valores que varia de 25% a
67%, para veículos de passeio, e entre 15% e 63%, para veículos comerciais.