Durante a
"Mesa Redonda", um dos programas de debates de maior audiência da
televisão cubana, foram atualizadas informações sobre o andamento das pesquisas
para a produção das vacinas cubanas contra a Covid-19
247 - As pesquisas para a produção de vacinas contra a
Covid-19 em Cuba avançam passo a passo, conforme ficou demonstrado na
"Mesa Redonda", um dos programas de debates de maior audiência na
ilha, transmitido dia 4 de fevereiro.
Cuba poderá
produzir em abril, um milhão de doses das vacinas “Soberanas” contra a
Covid-19, informou o diretor do Instituto Finlay, Vicente Vérez. A Ilha está
preparando as capacidades para essa produção, caso os resultados dos ensaios
clínicos sejam positivos, informa o Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba.
Ao
intervir na "Mesa Redonda", o especialista informou que estão
atualmente no processo de fabricação de 100 mil doses, para garantir a
realização dos ensaios clínicos das candidatas a vacinas Soberana 01 e Soberana
02.
Vérez destacou que
a Soberana 02 deve iniciar sua fase III de ensaios em 1º de março próximo, com
42.600 voluntários, para os quais já estão garantidas as doses necessárias.
A esse
respeito, o presidente do Grupo Empresarial da Indústria Biotecnológica e
Farmacêutica, Eduardo Martínez, ressaltou que o país tem capacidade para esses
processos e que, no futuro, serão criadas mais capacidades, a fim de garantir a
produção simultânea das 4 vacinas (Soberana 01, Soberana 02, Mambisa e Abdala),
se forem todas aprovadas.
Sobre o
esquema de imunização na terceira etapa de ensaios clínicos com a Soberana 02,
Vérez assinalou que serão utilizadas duas doses mais uma. Esta última tanto
pode ser do mesmo candidato vacinal, como da Soberana 01, como um reforço para
induzir resposta imune de neutralização viral.
O especialista
explicou que a Soberana 01, pelos resultados dos ensaios, é um possível reforço
para a imunidade em pacientes convalescentes da Covid-19, e também para os
vacinados com outros produtos biotecnológicos.
Esse
primeiro projeto, apresentado pela Ilha em agosto de 2020, já demonstrou alta
segurança na fase 1 de seus ensaios, e não teve efeitos adversos em um estudo
com 30 convalescentes da enfermidade.
Cuba
trabalha atualmente na criação de capacidades para produzir 100 milhões de
doses da Soberana 02, com o objetivo de satisfazer a necessidade do país e
também de outras nações interessadas em comprar o produto, sempre tendo em
conta que os resultados dos ensaios sejam positivos.
Vérez destacou que
a estratégia de comercializá-la tem uma combinação de humanismo e de impacto na
saúde mundial. Acrescentou que os estrangeiros que cheguem ao país, se quiserem
vacinar-se com os candidatos cubanos, poderão fazê-lo.
No
final de fevereiro, também se iniciará o ensaio clínico na população pediátrica
com ambos os produtos (Soberana 01 e 02), ministradas a pessoas com idades
entre 5 e 18 anos.
Sobre a
questão de porque Cuba ter apostado em quatro candidatos vacinais para
enfrentar a atual pandemia, Eduardo Martínez Díaz, presidente do grupo
BioCubaFarma, afirmou que essa decisão deve-se a que o país não podia ter uma
única opção, pois, se esta não fosse efetiva, provocaria um atraso nos
procedimentos científicos. Em suas palavras, “não podemos apostar em [apenas]
uma variante e que depois os estudos não tenham os resultados esperados. Nesse
caso, teríamos de começar de novo”.
Além
disso, sublinhou que, ante as distintas variantes desse coronavírus, contar com
diversas vacinas permitirá dirigi-las a diferentes grupos de pessoas.
Resuminho
para entender a situação neste momento:
Cuba tem quatro
candidatas a vacinas. Dois deles passarão à fase III de ensaios clínicos em
março: Soberana 02, do Instituto Finlay, e Abdala, do Centro de Engenharia
Genética e
Biotecnologia
A vacina
Soberana 02, na fase III de ensaios clínicos, poderá ser aplicada a 42.600
voluntários, em duas doses mais uma. A terceira dose poderá ser da mesma
fórmula ou da Soberana 01. Para essa fase, já está assegurada a produção de 150
mil doses.
Além
disso, Cuba está criando as capacidades para a produção de 100 milhões de doses
da Soberana 02, para imunizar toda a população da Ilha e fornecer a outros
países que se interessem em comprá-la.
Martínez
Díaz afirmou que “março e abril serão meses decisivos para as vacinas cubanas,
e temos a confiança de que os resultados serão os que esperamos e que poderemos
desfrutar das Soberanas”. Mas lembrou que “as vacinas até agora não protegem
cem por cento. Enquanto não se conseguir cortar a circulação do vírus, é
preciso manter as medidas e proteger-se."