A CUT e
as demais centrais farão no próximo dia 21 um protesto em frente às revendas
Ford com o objetivo de alertar para a necessidade de proteção a trabalhadores
que serão impactados pelo fechamento da montadora no Brasil. Sindicalistas
aproveitaram para pedir o impeachment de Jair Bolsonaro e convocaram a
população para o panelaço marcado para esta sexta-feira
247 - A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
demais centrais farão no próximo dia 21 um protesto em frente às revendas Ford,
contra o anúncio de fechamento de fábricas feito pela montadora, o que vai
gerar mais desemprego no Brasil. O Ministério Público do Trabalho (MPT)
acompanhará de perto os desdobramentos do encerramento das atividades da Ford
no Brasil. Após reunião com representantes da multinacional nessa quinta-feira
(14), o órgão criou um Grupo Especial de Atuação Finalística (Geaf) para
monitorar os impactos do fechamento de três fábricas da companhia
norte-americana, que podem afetar até 5 mil trabalhadores.
A CUT aproveitou
para convocar a população a participar do panelaço
marcado para esta sexta-feira (15), às 20h30, com o objetivo de
pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a abrir
um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro em razão da má condução da
política econômica e da falta de coordenação no gerenciamento da crise na saúde
provocada pelo coronavírus.
O presidente da
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz
Carlos Moraes, rebateu Jair Bolsonaro, que citou a necessidade de
subsídios eventualmente pleiteados pela empresa para continuar no País.
"Nós não queremos incentivos, nós queremos competitividade", disse
Moraes.
Trabalhadores e
trabalhadoras da Ford em Camaçari (BA) e em Taubaté (SP) viram seus planos e
projetos irem por água abaixo ao saberem do fechamento da montadora norte-americana
no país, de um dia para o outro. Além da insegurança financeira com o fim do
recebimento de salários, agora estão sem plano de saúde e sem proteção.
"Nada
fácil o que estamos vivendo, não temos muitas informações de como se dará este
fechamento e se nossos direitos serão pagos pela empresa" afirmou um
trabalhador da Ford em Taubaté que não quis ser identificado. "Porque do
mesmo modo que a gente teria estabilidade até 2024 e a empresa quer rever este
acordo, isso nos assusta muito, pois não teremos convênio médico em plena
pandemia. Eu tenho filho do grupo de risco. Estamos em choque pois jamais
esperávamos o fechamento da fábrica no país", disse.
Com
nove anos de trabalho na montadora, o metalúrgico diz que está lutando todos os
dias pelos empregos, dele e de milhares de colegas que vivem esta situação.
Segundo o trabalhador, a decisão unilateral da empresa vai afetar toda a região
e os comércios locais. Se não tem salário e nem emprego como é que vai comprar,
questiona.
"Abrimos mão
do aumento de salários, reduzimos salários, aceitamos coparticipação no plano
de saúde e várias mudanças nas cláusulas sociais para conseguirmos nos manter
empregados e o que a empresa nos deu em troca? Um pé na bunda na calada da
noite", desabafa.
Outro
trabalhador, que também não quis se identificar, disse que é arrimo de família
e que não sabe como será a vida dele sem o emprego. O plano de saúde também é
uma preocupação.
"Agora
que a pandemia piorou e a gente tá vendo as mortes e os casos da doença
aumentarem todos os dias, a gente pode ficar desamparado. Sei que o SUS é
importante, mas ele não tem capacidade para atender todo mundo, se ficarmos
todos doentes. O jeito é lutar e rezar para que a gente reverta tudo isso e que
não sejamos contaminados. O risco existe já que teremos que manter a
resistência e a defesa dos empregos", afirmou o metalúrgico.
*Com informações da CUT
*Com informações da CUT