terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Recorde de Bolsonaro e Temer: 14 milhões de famílias estão na miséria

 

De acordo com o Ministério da Cidadania, o número de famílias em extrema pobreza cadastradas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal superou 14 milhões. É o maior número desde o final de 2014, quando os números começaram a aumentar. São quase 40 milhões na miséria

(Foto: Alan Santos/PR | Reuters | ABr)

247 - Um balanço divulgado pelo Ministério da Cidadania apontou que o número de famílias em extrema pobreza cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único para programas sociais do governo federal) superou 14 milhões e alcançou o maior número desde o final de 2014. De acordo com a pasta, o total de pessoas na miséria no Brasil equivale a cerca de 39,9 milhões de pessoas atualmente. São consideradas famílias de baixa renda aquelas que sobrevivem com até R$ 89 por pessoa (renda per capita). Além das famílias na miséria, havia em outubro outras 2,8 milhões de famílias em situação de pobreza, com renda per capita média de moradores entre R$ 90 e R$ 178.

Os números refletem o fracasso da agenda neoliberal após o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff. Naquele mesmo ano, Michel Temer formou um governo que aprovou o congelamento de investimentos públicos, além do corte de direitos sociais e trabalhistas.

Segundo reportagem do jornalista Carlos Madeiro, no portal Uol, durante o governo Jair Bolsonaro, o número de famílias cadastradas em extrema pobreza aumentou em 1,3 milhão. Eram 12,7 milhões em dezembro de 2018, último mês do governo de Michel Temer.

Os dados mais atualizados do Bolsa Família apontaram eram 14,3 milhões de famílias aptas e aprovadas no programa em novembro. A média do valor pago naquele mês foi de R$ 329,19. Com o fim do auxílio emergencial (valores que variaram de R$ 300 a R$ 1.200 por mês), essa média baixará para R$ 190, como era antes da pandemia. 

“Rotatória do São José” vai otimizar fluxo centro-bairro

 

Paralelo à obra viária na rua Padre Severino Cerutti, prefeitura executa urbanização e paisagismo junto à Praça Duque de Caxias, que receberá um monumento em homenagem aos 100 anos dos Oblatos de São José no Brasil 

(Fotos/PMA)

Importante corredor de tráfego, a Rua Padre Severino Cerutti vai ganhar uma rotatória junto à Praça Duque de Caxias. O logradouro público começou a ser remodelado nesta semana pela Prefeitura de Apucarana para receber a obra que vai permitir um melhor fluxo de veículos. Já batizada de “rotatória do São José”, por estar próximo ao Colégio São José, o equipamento foi projetado pela Superintendência de Trânsito do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan) e representa um investimento na ordem de R$542.341,93, em recursos municipais.

Paralelo à obra de otimização viária, será executada urbanização e paisagismo junto à praça, que receberá um monumento histórico em homenagem aos 100 anos dos Oblatos de São José no Brasil, celebrado em 2019. O investimento nesta etapa do projeto será de R$289.203,67, sendo R$238.750,00 de verba estadual. “Esta rotatória, com remodelação da praça, faz parte do planejamento da Apucarana do futuro. Uma cidade planejada para atender as necessidades do presente e também para absorver o desenvolvimento que estamos atraindo”, diz o prefeito Júnior da Femac.

Uma via comercial, a Rua Padre Severino Cerutti tem cerca de 1,5 quilômetro de extensão, entre a Rua Ponta Grossa – na área central – até a Avenida Minas Gerais, na região da Vila Nova. Júnior da Femac, que é engenheiro civil, assinala que a implantação de rotatórias já se comprovou eficaz em outros pontos da cidade. “Realizamos os estudos técnicos que confirmaram a necessidade de uma rotatória neste ponto da Rua Padre Severino Cerutti para otimizar o fluxo de veículos, que é intenso durante todo o dia. Conflitos semelhantes em outros locais da cidade foram resolvidos com este tipo de equipamento, como por exemplo, na Avenida Central do Paraná junto ao cruzamento com a Rua Dom Pedro II, no Jardim Ponta Grossa, e na Avenida Curitiba, na confluência com as avenidas Rio de Janeiro, Paraná e Carlos Schmidt, além da modernização da rotatória nas imediações do campus Apucarana da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)”, disse o prefeito, lembrando que em breve a Rua Cristiano Kussmaul, na interseção com a Avenida Governador Roberto da Silveira também terá uma rotatória.

Para remodelação da Praça Duque de Caxias e implantação da rotatória, algumas árvores foram removidas. “Contudo, seguindo o licenciamento ambiental obtido pelo município junto ao Instituto Água e Terra do Paraná (IAT) – antigo IAP – já promovemos a compensação ambiental em número 10 vezes maior junto à Unidade de Conservação Ambiental e Parque Ecológico da Raposa”, informa Sérgio Bobig, secretário Municipal de Meio Ambiente.

Bobig relata que a compensação ambiental acontece em todas as obras públicas onde há necessidade de remoção de espécies arbóreas. “Quando árvores precisam ser retiradas para a realização de uma obra pública, como duplicação de rodovia, abertura de rua, implantação de rotatória, construção de uma escola, creche, posto de saúde ou outro prédio público, junto à concessão do licenciamento a autoridade ambiental competente fixa uma quantidade de mudas que devem ser plantadas como forma de compensação ambiental”, reforça o secretário.

Recentemente, seguindo deliberações do Instituto Água e Terra (IAT) – antigo IAP – a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Apucarana (Sema) realizou o plantio de 22,3 mil mudas de espécies nativas junto às unidades de conservação Parque Ecológico da Raposa e Colônia Mineira, e também junto ao Parque das Araucárias. “Evitamos ao máximo a retirada de uma árvore, mas quando é inevitável, promovemos sempre a reparação com o plantio de uma quantidade muito maior”, frisa Sérgio Bobig, secretário de Meio Ambiente.

 




Gleisi diz que PT tem “responsabilidade com o país” e buscou evitar retrocessos

 

Presidente do PT, que votou a favor da aliança do partido à candidatura de Baleia Rossi à presidência da Câmara, diz saber “o que representa” o bloco de Rodrigo Maia, mas que, se Bolsonaro tiver mais força na Câmara, “aumentará os retrocessos”


(Foto: Stuckert / Divulgação)

247 - A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu a aliança do partido à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara, posição vencida por 27 a 23 pela bancada e anunciada mais cedo nesta segunda-feira (4). Ela também disse que o partido tem “responsabilidade com o Brasil”.

Segundo Gleisi, que votou com a maioria, a intenção foi impedir que Jair Bolsonaro ganhe mais força na Câmara e assim, avance com os retrocessos, caso o candidato apoiado por ele, Arthur Lira (PP-AL), vença o pleito.

“[A decisão é para] não permitir que Bolsonaro atuasse ou avançasse sobre a Câmara dos Deputados com a sua candidatura. Nós avaliamos que isso seria muito ruim para a democracia e para o Congresso Nacional”, declarou, em entrevista à CNN.

“Sabemos que esse bloco foi, sim, [a favor] do golpe contra a presidenta Dilma, mas também entendemos que depois disso, nesses últimos dois anos de governo, teve um distanciamento, uma racha nesse bloco do sistema”, argumentou.

“Bolsonaro é muito perverso para com o Brasil. O governo dele, sendo um governo que tenha muito peso institucional na Câmara, aumentará os retrocessos e barrará qualquer tipo de ofensiva que nós possamos ter para defender o povo brasileiro. Isso para nós vem em primeiro lugar”, completou.

 


Petistas dizem que divisão do partido não indica que parte da bancada vai votar em Lira

 

Membros do PT dizem não ver chance de que deputados da legenda votem no candidato de Jair Bolsonaro à presidência da Câmara

Baleia Rossi, Gleisi Hoffmann e Ênio Verri (Foto: Divulgação)


247 - Apesar das críticas generalizadas à negociação feita com o chamado bloco do Maia, que tem por candidato Baleia Rossi, do MDB, ao comando da Câmara dos Deputados, petistas negam que a divisão do partido vá fazer com que migrem votos para Arthur Lira, do PP. 

Petistas que foram contra a adesão a Baleia Rossi dizem que dificilmente haverá votos no candidato governista, mas se queixam que faltou negociação, informa o Painel da Folha de S.Paulo.

“A divisão [desta segunda] não vai se refletir na votação do PT. Ainda podem existir alguns a se abster na reta final, mas com certeza mais de 50 deputados vão com o Baleia”, diz Alexandre Padilha (PT-SP), que votou favoravelmente ao bloco liderado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

 

Trabalhadores do Google anunciam criação de sindicato, 22 anos depois da fundação da empresa

 

Mais de 200 trabalhadores do Google anunciaram na segunda-feira (4), a criação de um sindicato, um fato inédito em uma grande empresa de tecnologia. Empresa foi fundada há 22 anos e até hoje impede a organização de seus trabalhadores e trabalhadoras

(Foto: Reuters | Reprodução/Twitter)

247 - O Alphabet Workers Union está sendo lançado com o apoio dos Communications Workers of America. É o primeiro esforço para estabelecer um sindicato no Google. Empresa foi fundada há 22 anos e até hoje impede a organização de seus trabalhadores e trabalhadoras

“Isso é histórico - o primeiro sindicato em uma grande empresa de tecnologia por e para todos os trabalhadores de tecnologia”, disse Dylan Baker, engenheiro de software do Google, em um comunicado.

“Elegeremos representantes, tomaremos decisões democraticamente, pagaremos taxas e contrataremos organizadores qualificados para garantir que todos os funcionários do Google saibam que podem trabalhar conosco se realmente quiserem que sua empresa reflita seus valores.”

Os funcionários do Google têm algum histórico de ação coletiva. Em 2018, milhares de trabalhadores assinaram uma petição protestando contra o Projeto Maven, um contrato para ajudar o Departamento de Defesa a rastrear indivíduos em imagens de vídeo capturadas por drones. Essa campanha de pressão acabou tendo sucesso, pois o contrato foi rescindido.

Mais tarde naquele ano, o Google anunciou que encerraria sua prática de arbitragem forçada depois que 20.000 trabalhadores fizeram uma greve crítica ao tratamento da empresa em relação à má conduta sexual.

Nos últimos meses, a empresa também foi criticada pela demissão de Timnit Gebru, uma importante pesquisadora de inteligência artificial do Google e uma das poucas mulheres negras na área. Milhares de funcionários do Google assinaram uma petição protestando contra sua saída.

O National Labor Relations Board no mês passado culpou o Google pela demissão ilegal de dois trabalhadores que estavam se organizando contra a contratação de uma notória firma de combate ao sindicato.

O sindicato tem várias tarefas importantes pela frente. Obter apoio de 120.000 trabalhadores da empresa é um desafio. Além disso, o Google pode não reconhecer o sindicato voluntariamente, devido ao seu histórico de impedir a organização dos trabalhadores, informa o site The Hill.

 

Mais uma vez, China puxou as exportações brasileiras em 2020

 

A soja, principal produto de exportação do Brasil em valores, apesar de não ter superado o recorde em volume de 2018, teve um crescimento nos embarques de 13% ante 2019, para 83 milhões de toneladas, contando com a firme demanda chinesa

Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

SÃO PAULO (Reuters) - Apesar dos impactos da pandemia de Covid-19 em 2020, o Brasil registrou recordes de volumes embarcados de suas principais commodities, com destaque para o petróleo, açúcar e carnes, que tiveram apoio de compras da China, enquanto o café também teve uma máxima histórica, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia.

A soja, principal produto de exportação do Brasil em valores, apesar de não ter superado o recorde em volume de 2018, teve um crescimento nos embarques de 13% ante 2019, para 83 milhões de toneladas, contando com a firme demanda chinesa, conforme os dados do governo.

Já o minério de ferro, que juntamente com a soja e petróleo formam a trinca de produtos que lideram a pauta de exportação do país, registrou redução de 2% no total embarcado, após a produção da mineradora Vale ter ficado aquém do esperado no ano passado. Em 2019, diante das consequência do desastre de Brumadinho (MG), os embarques já tinham caído para cerca de 335 milhões de toneladas.

Em receita, contudo, houve uma alta de 14,3% nas exportações de minério de ferro, com o preço médio subindo 16,7% na comparação anual, também por efeito da menor produção da mineradora brasileira, assim como pela forte demanda chinesa.

As exportações brasileiras de petróleo no ano passado atingiram 70,6 milhões de toneladas, alta de 18,5% na comparação com 2019, com países como a China tirando proveito para adquirir grandes quantidades a preços mais baixos --em faturamento, os embarques caíram quase 19%, para 19,5 bilhões de dólares.

Os embarques de óleos combustíveis também somaram máximas históricas de 15,5 milhões de toneladas, à medida que cresce a produção do pré-sal.

Ainda sobre as agrícolas, se os embarques de soja em 2020 ficaram apenas 200 mil toneladas inferiores ao volume de 2018, as exportações de farelo de soja tiveram máximas históricas no ano passado, somando 17,5 milhões de toneladas.

O café não torrado fechou o ano com embarques históricos de 2,373 milhões de toneladas (ou 39,55 milhões de sacas de 60 kg), com alta de 7,2% no volume embarcado e 9,6% no faturamento, para quase 5 bilhões de dólares.

Também foi recorde o embarque de algodão, cujas exportações brasileiras chegaram a ser postergadas em algum momento no ano em função de incertezas geradas pelo coronavírus.

As exportações da pluma ainda atingiram máximas históricas em valor, com 3,2 bilhões de dólares e um total de 2,12 milhões de toneladas, contando com a demanda da China, que também ajudou o país a alcançar os maiores exportações já vistas de carnes bovina e suína.

O açúcar foi outro produto que teve recorde, muito na esteira das compras dos chineses, que conseguiram sair mais rápido da pandemia, embora o coronavírus tenha tido origem no país asiático. Os embarques totais do adoçante atingiram 31 milhões de toneladas, somando quase 9 bilhões de dólares.

No caso do milho, as exportações caíram cerca de 18% ante o recorde de 42,7 milhões de toneladas de 2019.

Mais cedo, o Ministério da Economia divulgou dados referentes ao mês de dezembro.

 

Segundo o Datafolha, o pior está por vir: ‘69% diz que situação econômica do país não vai melhorar’


O jornal Folha de S. Paulo, enfim, disse uma verdade nesta terça-feira (5) por meio da pesquisa Datafolha: a maioria dos brasileiros reprovam a política econômica do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

De acordo com o levantamento, 69% acreditam que o pior ainda está por vir e a situação econômica do país não vai melhorar em 2021.

O Datafolha afirma que 41% dos entrevistados tem a expectativa de piora. Para 28%, a situação vai ficar como está. Somente 28% acredita que a situação vai melhorar.

De certa maneira, o Datafolha confirma a desilusão e o desalento entre os brasileiros identificados pela Paraná Pesquisas.

Nesta segunda-feira (4), o Blog do Esmael publicou sondagem do instituto Paraná Pesquisas apontando que 62,6% dos brasileiros acham que este ano será pior que o passado.

Na prática, dentro da margem de erro, Datafolha e Paraná Pesquisas dizem a mesma coisa: que o povo reprova as políticas econômicas de desemprego e fome de Bolsonaro e Guedes; algo que o leitor do Blog do Esmael está careca de saber.

Fonte; Blog do Esmael





"A batalha agora é eleger Lula presidente em 2022", diz Paulo Pimenta, que votou pelo apoio a Baleia Rossi

"Quem não entendeu isso não compreendeu a importância da unidade no campo popular, da democracia e da soberania", diz o parlamentar

Paulo Pimenta e Lula (Foto: Gustavo Bezerra/PT | Ricardo Stuckert)

247 – O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) usou o twitter para justificar seu apoio à formação de um bloco contra Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. "Vamos preparar o PT, a esquerda e os democratas do nosso País para mais dura das batalhas em 2022. Eleger @LulaOficial presidente em um 2º turno contra @jairbolsonaro. Quem não entendeu isso não compreendeu a importância da unidade no campo popular, da democracia e da soberania", escreveu o parlamentar. Saiba mais sobre a decisão:

BRASÍLIA (Reuters) - Partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro anunciaram nesta segunda-feira apoio à candidatura do deputado federal e presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), na disputa para presidente da Câmara dos Deputados, em eleição prevista para ocorrer no início de fevereiro.

PT, PDT, PSB, PCdoB e Rede divulgaram nota em que listam compromissos e objetivos em comum com Rossi, “além de derrotar Bolsonaro e sua pretensão de controlar o Congresso”. Bolsonaro já anunciou apoio público à candidatura do deputado Arthur Lira (PP), líder do centrão, para a sucessão da Câmara.

A eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ocorre em meio a uma profunda crise social, econômica, política e de saúde pública no Brasil, agravada por um governo federal insensível ao sofrimento do povo, irresponsável diante da pandemia e chefiado por um presidente da República que ao longo de sua trajetória sempre se colocou contra a democracia”, diz a nota dos partidos de oposição.

Entre os objetivos traçados estão defender a Constituição, proteger a democracia e as instituições do país e garantir a independência do Poder Legislativo.

“Nós, dos partidos de oposição, temos a responsabilidade de combater, dentro e fora do Parlamento, as políticas antidemocráticas, neoliberais, de desmonte do Estado e da economia brasileira”, afirmam as legendas de oposição. Também de oposição, o PSOL não assinou o documento.

Pouco antes da divulgação da nota conjunta dos cinco partidos, o PT, dono da maior bancada da Câmara com 52 deputados, havia anunciado sua posição.

Além dos partidos de oposição, Baleia Rossi conta com o apoio do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de outras legendas, como DEM e PSDB, na disputa contra Lira.

  

Epicentro da covid há um ano, Wuhan é hoje a cidade “mais segura”, relata brasileiro

 

Sem registrar infectados desde maio de 2020, cidade chinesa mantém uso de máscaras, medição de temperatura e QR Codes

José Renato Peneluppi Jr., morador de Wuhan há dez anos, durante a celebração da virada do ano: "Cidade heroica" - Arquivo pessoal

Considerada o epicentro global do coronavírus no início do ano passado, Wuhan começa 2021 com uma rotina semelhante ao período pré-pandemia. Comércio, transporte público, parques e restaurantes: exceto pelas máscaras, medições de temperatura e pelo uso de QR code como indicador do status de saúde dos cidadãos, tudo funciona como antes da covid-19.

“Alguém que chegue na cidade hoje, desavisado de onde está, jamais entenderia que essa cidade passou pelo que passou”, relata o advogado brasileiro José Renato Peneluppi Jr., que mora na China há dez anos.

“Wuhan é considerada hoje a cidade mais segura em relação à covid, não só pelo sentimento das pessoas, mas por questões práticas”, acrescenta, lembrando que o último caso de covid-19 foi registrado no início de maio.

Peneluppi deixou Wuhan logo após a confirmação dos primeiros casos de coronavírus, passou a maior parte do ano passado na Bielorrússia e voltou à China há quatro meses. Desde então, viajou por seis cidades e atestou a diferença na gestão da crise sanitária nos dois países.

Na Bielorrússia, o presidente Aleksandr Lukashenko adotou uma postura negacionista, semelhante à de Jair Bolsonaro (sem partido) no Brasil. O resultado da falta de medidas de contenção e da não obrigatoriedade do uso de máscaras foi a superlotação de hospitais e a explosão do número de mortes, que chegou a 1,4 mil.

Para voltar à China, o advogado brasileiro e a esposa precisaram apresentar teste negativo de covid-19 no check-in e no embarque.

Na semana passada, a capital Pequim entrou em estado de alerta após diagnosticar os primeiros casos de coronavírus em 133 dias. Essa medida fez reforçar o controle nos aeroportos e estações de trem em Wuhan, mas não alterou completamente a rotina.

“Desde o começo da pandemia, o Estado chinês declarou guerra popular. Então, o povo chinês está em guerra contra o vírus”, enfatiza Peneluppi. “Todo mundo tem responsabilidade como indivíduo, como coletivo, de tomar ações e cuidar do país. Enquanto no Brasil ou em qualquer país do mundo houver essa doença, eles acham que tem que manter esse estado de prontidão, que é a única forma de se proteger.”

A virada do ano em Wuhan reuniu mais de 1 milhão de chineses, que se deslocaram de várias partes do país para enaltecer a resiliência e a disciplina dos cidadãos no enfrentamento ao vírus.

“As pessoas soltavam bexigas em formato de coração ou de estrela, e todo mundo exaltava Wuhan como cidade heroína, a cidade que venceu o vírus. Todos muito felizes, tranquilos, mas sempre de máscara”, ressalta.

Peneluppi elogia a consciência coletiva dos chineses e lembra que a vacina não é vista pela população como sinônimo de fim da pandemia.

“O combate à covid-19 na China tem sido tão eficiente que a vacina não é vista pelo povo ou pelo governo como decisiva contra o vírus, mas como mais um instrumento a mais, para somar nessa luta”, explica.

Desde o final de setembro, a vacina tem sido aplicada em trabalhadores de aeroportos e empresas aéreas, militares e corpo diplomático. Na última semana, começaram campanhas de vacinação específicas em Pequim e na região de Shenzhen, para evitar a entrada de infectados na fronteira com Hong Kong.

Leia também: China amplia vacinação e pretende imunizar toda a população até fevereiro

O advogado brasileiro interpreta que a covid-19 serviu como um “processo disruptivo” na China, em que tecnologias usadas para outras finalidades passaram a ser implementadas contra a doença.

“O QR code, que era usado para crédito social, passou a ser usado para gestão de rastreamento da doença. No próprio mapeamento da doença, tratamento, segurança sanitária, EPIs, desenvolvimento da vacina, os avanços e as disrupções tecnológicas ficaram bem claras”, enumera. 

“No que tange a tecnologia social, também chamou atenção a forma de fazer o lockdown. A questão não é fechar, mas onde fechar e de que forma abrir, em que condições, e com quais garantias.”

lockdown em Wuhan durou 76 dias. A covid-19 matou, ao todo, 3.869 pessoas na cidade, o equivalente a 83% de todos os óbitos registrados na China.

Edição: Leandro Melito

Fonte: Brasil de Fato

Documento de propriedade de veículos passa a ser digital. Saiba como funciona


(Foto: Divulgação)

A mudança que vale para todo o Brasil a partir desta segunda-feira (04) foi definida na Resolução 809/2020 do Contran, publicada no Diário Oficial da União em 24 de dezembro. Documentos de propriedade e de licenciamento serão unificados no app Carteira Digital de Trânsito. Com o objetivo de unificar todas as informações sobre veículos em um único documento, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) determinou o fim do Certificado de Registro de Veículo (CRV) impresso em papel-moeda. A partir desta segunda-feira (04) o documento passará a ser digital.

Como a medida, os dados sobre a propriedade e sobre o licenciamento do veículo ficarão reunidos no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo em meio digital (CRLV-e). A mudança foi definida na Resolução 809/2020 do Contran, publicada no Diário Oficial da União em 24 de dezembro e vale para todo o Brasil.

O antigo DUT (Documento Único de Transferência) se desvincula do CRV e se transforma na Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e). A medida valerá para veículos registrados a partir desta segunda-feira. Os documentos expedidos anteriormente, impressos em papel-moeda verde, continuarão valendo.

“O governo federal, alinhado com as expectativas do governo estadual, está simplificando e desburocratizando a vida do cidadão, avançando na transformação digital. Isso faz com que os serviços prestados fiquem mais ágeis, modernos e seguros”, afirma o diretor-geral do Detran-PR, Wagner Mesquita.

O diretor-geral do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e presidente do Contran, Frederico Carneiro, comenta que o CRLV-e e a ATPV-e foram os últimos documentos a serem digitalizados. “Com isso, nenhum órgão de trânsito utilizará mais o papel-moeda. Estamos gerando economia para nosso país”, afirmou.

APLICATIVO - O CRLV-e estará disponível em formato digital, após a quitação de todos os débitos, no aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT), pelo celular, no portal do Denatran ou por meio dos canais de atendimento do Detran-PR.

O proprietário também pode imprimir o documento em papel A4 comum, branco, que terá o QR Code de segurança, válido para fiscalização.

Situações em que se deve registrar o veículo:

- compra de veículo zero quilômetro;

- compra/venda de veículo usado;

- mudança de município de domicílio ou residência do proprietário;

- mudança de categoria ou alteração de característica do veículo.

O QUE MUDA – As mudanças não trarão impactos para quem já possui o documento de registro e a autorização para transferência de propriedade (popularmente conhecido como DUT) em papel-moeda para os veículos registrados antes de 2021. Quando esse proprietário vender o veículo, segue o mesmo procedimento atual: preenche o verso do documento com os dados do comprador, reconhece firma no cartório e, por fim, o comprador vai ao Detran para efetivar a transferência.

Para os veículos registrados a partir do dia 4 de janeiro, o procedimento será alterado. O Detran expedirá somente o CRLV-e, em formato digital. A ATPV-e, que antes vinha em branco, no verso do documento, a partir de agora será expedida somente quando o proprietário for vender o veículo.

Nessa ocasião, o proprietário solicita junto ao Detran, presencialmente ou por meio de algum canal de atendimento digital, a expedição do documento de transferência, informando os dados do comprador. O Detran disponibiliza a ATPV-e preenchida e com o QR Code de segurança.

A partir daí o procedimento é o mesmo de antes: reconhecimento de firma no cartório e efetivação da transferência no Detran.

Fonte: Bem Paraná

Economia do Paraná 'perde' R$ 7,8 bilhões com fim do auxílio emergencial


Pagamento do auxílio emergencial amenizou a situação econômica, mas seu fim gera temor (Foto: Franklin de Freitas)

O ano de 2020 foi marcado por crises em cadeia. Com a crise sanitária que se instalou por conta da pandemia do novo coronavírus, teve início também uma crise econômica, com inevitáveis reflexos no âmbito social. Com o auxílio emergencial, inicialmente no valor de R$ 600 e depois de R$ 300, grande parte desses impactos sociais e econômicos da pandemia foram amenizados. Mas aí chegou 2021 e o auxílio chegou ao fim. E agora?

No Paraná, conforme dados do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), o auxílio emergencial beneficiou mais de 3,2 milhões de pessoas, o equivalente a 30,7% da população do estado. Ao todo, foram injetados R$ 7.898 bilhões na economia, com o pagamento médio de R$ 2.463,03 no ano para cada favorecido. Só em Curitiba foram 467.995 beneficiários (26,71% da população), com o pagamento total de R$ 1,096 bilhão em auxílio.

Para se ter noção do que esses valores representam, o montante pago à população paranaense por meio do auxílio emergencial é quase quatro vezes superior ao pago aos idosos que tem direito ao BPC (228.588 pessoas, que receberam um total de R$ 2,211 bilhões no ano passado) e quase 13 vezes superior ao valor injetado na economia com o Bolsa Família (R$ 620,06 milhões, com 411.413 beneficiários no Paraná).

Sem esse dinheiro entrando, com o fim do auxílio emergencial, e a pandemia persistindo, o que virá a seguir?
Economista e professor da Universidade Positivo (UP), José Pio Martins explica que o Brasil é como uma máquina, um agrande sistema econômico operado por todos os brasileiros em condição de trabalhar. Antes da pandemia, eram 106 milhões de pessoas, das quais 13 milhões estavam no setor estatal, que não demitiu ninguém nem reduziu salários, mesmo com a chegada do novo coronavírus. Entre os que dependem do setor privado, contudo, houve perda de renda e aumento do desemprego e da subocupação.

“Essa máquina de produzir foi afetada, grande parte dos trabalhadores ficou sem renda, ficou ociosa. Com o auxílio emergencial, essas pessoas mantiveram condição de continuar consumindo e isso evitou uma catástrofe social, mantendo o consumo familiar, que é a aquisição alimentos, medicamentos, roupas, água, energia”, explica o economista

No momento em que acaba o auxílio, aponta ainda o professor Pio, seria necessário uma recuperação rápida da atividade econômica. “A máquina tem de ser religada”, comenta. Mas aí vem um problema: quando a população estará imunizada contra a Covid-19? Afinal, será só depois disso que a retomada plena da atividade econômica será possível.

‘O certo era retirar só quando começasse a vacinação em massa’
Se a atividade econômica só será retomada em sua plenitude com a imunização de boa parte população e um abrandamento significativo da pandemia, o ideal, defende Pio Martins, era que o auxílio emergencial fosse pago ao menos até o momento em que começasse a vacinação em massa.

“Digamos que isso [vacinação] vem na metade de fevereiro. Os vacinados podem voltar [a trabalhar normalmente] e os que não foram vacinados também, porque irão conviver com os imunizados, que não transmitem a doença. É lamentável, é um problema [o fim do auxílio emergencial]. Parece um valor pequeno R$ 600 por pessoa, mas é um valor que sustenta pelo menos a compra de alimentos, a pessoa não passa fome completa”, afirma.

Ainda segundo o professor Pio, a retomada depende que a sociedade tenha coragem de sair de casa e ir para o trabalho. Mas essa coragem só virá com a vacina. “A retomada é necessária e tem de ser rápida, mas depende de um aspecto que é a perda do medo”, diz.

Ciclo da soja pode amenizar impactos no Paraná
No caso paranaense, aponta ainda Pio Martins, um fato que pode amenizar o impacto do fim do auxílio emergencial é o ciclo da soja. Isso porque os meses de fevereiro e março são de colheita do produto, cuja cultura possui grande relevância no Paraná. “Isso mobiliza não só a colheira, mas toda a cadeia, com transporte, armazenagem, cooperativa, os portos e as estradas. Então o Paraná tem essa característica, que pode amenizar”.

Por outro lado, o perigo é que, com o fim do auxílio, a parcela da população que ficou sem renda ou viu cair ainda mais o rendimento seja obrigada a retomar precocemente a “normalidade”, o que poderia ter impactos dramáticos para o enfrentamento da pandemia. “O auxílio sendo cortado, a pessoa corre risco na volta ao trabalho. A população pode começar a desobedecer [os protocolos sanitários] não só para fazer festa, mas para trabalhar”, comenta o economista.

Fonte: Bem Paraná