quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Bolsonaro e Guedes preparam arrocho fiscal com cortes de até R$ 20 bi

 

O governo Bolsonaro prepara para 2021 um arrocho fiscal com cortes de até R$ 20 bilhões na despesa pública. Prisioneiros dos dogmas neoliberais, o Palácio do Planalto e o Ministério da Economia têm como prioridade cumprir o teto de gastos

Bolsonaro e Guedes preparam arrocho fiscal para 2021 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

247 - O governo Bolsonaro prepara para 2021 um corte de até R$ 20 bilhões na despesa pública para manter o teto de gastos. Isto significa que na economia o Brasil continuará vivendo sob arrocho fiscal.

Prisioneiro de uma visão fiscalista e neoliberal,o ministro da Economia, Paulo Guedes pretende manter o teto de gastos como principal âncora fiscal do país. 

Reportagem de Thiago Resende na Folha de S.Paulo indica que o ministro Paulo Guedes garante que o teto de gastos será cumprido. Para ele, se essa regra for flexibilizada, haverá fuga de investidores, comprometendo a retomada da economia.

Por isso, técnicos do Ministério da Economia analisam a proposta de Orçamento do próximo ano para remanejar despesas e discutir de quais áreas precisará tirar verba para acomodar o aumento de despesas obrigatórias, como aposentadorias e benefícios sociais.

Para isso, o governo precisará garantir um bom diálogo com o Congresso Nacional . Devido às disputas políticas, o Legislativo ainda não votou o Orçamento de 2021. A previsão é que o projeto seja analisado em fevereiro, após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.

 

IPVA 2021 poderá ser parcelado em até 5 vezes

 

O pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no Paraná terá uma novidade em 2021: poderá ser feito em até 5 parcelas mensais. Até então, o parcelamento máximo era de três meses. Tal aumento das parcelas tem por motivo facilitar a vida do contribuinte paranaense tendo em vista as dificuldades causadas pela continuidade da pandemia do coronavírus.




O calendário de pagamento começa no dia 18 de janeiro, quando a Receita Estadual inicia o recolhimento do tributo. O contribuinte pode pagar à vista, com desconto de 3%, ou em cinco parcelas com vencimentos em janeiro, fevereiro, março, abril e maio (veja as datas na tabela abaixo).

Assim como em 2020, os contribuintes não receberão o boleto em casa para efetuar o pagamento, nem qualquer outro tipo de correspondência. Para emitir a guia, basta acessar o site www.fazenda.pr.gov.br e selecionar a opção “Consultar Débitos do IPVA” na aba de Serviços. É preciso ter em mãos o número do Renavam, que consta no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV).

Apenas com o número do Renavam também é possível pagar o imposto diretamente nos caixas ou canais de atendimento de sete bancos credenciados: Banco do Brasil, Itaú, Santander, Bradesco, Sicredi, Banco Rendimento e Bancoop.

A quitação do IPVA é requisito obrigatório para emissão certificado de licenciamento de veículo pelo Detran/PR.

 

PRAZO DE PAGAMENTO – IPVA 2021

 

À VISTA (bonificação de 3%)

FINAL DE PLACA

PRAZO DE PAGAMENTO

1 e 2

18/01

3 e 4

19/01

6 E 6

20/01

7 E 8

21/01

9 E 0

22/01

 

PARCELADO (sem bonificação)

5 parcelas – janeiro a maio de 2021

FINAL DE PLACA

1º PARCELA

2º PARCELA

3º PARCELA

4º PARCELA

5º PARCELA

1 e 2

18/01

18/02

18/03

19/04

18/05

3 e 4

19/01

19/02

19/03

20/04

19/05

5 e 6

20/01

22/02

22/03

22/04

20/05

7 e 8

21/01

23/02

23/03

23/04

21/05

9 e 0

22/01

24/02

24/03

26/04

24/05

 

 

Revisão do plano diretor é entregue ao prefeito Junior da Femac

 

Estudo do planejamento futuro da cidade agora será enviado para análise e votação na câmara de vereadores

 


Depois de meses de estudos e a realização de 74 eventos entre reuniões e audiências públicas, a revisão geral do plano diretor municipal de Apucarana foi entregue ao executivo na tarde desta terça-feira (22) pela empresa responsável pela elaboração do plano, a DRZ Tecnologia. Amanhã pela manhã, o prefeito vai apresentar aos vereadores, no gabinete municipal, as 11 leis do plano e suas respectivas mudanças para que no final da tarde faça a entrega oficial do documento na câmara municipal.

A previsão é de que a revisão do plano diretor seja votada em sessões extraordinárias pelo legislativo ainda neste ano para entrar em vigor em janeiro de 2021. “Teremos um plano diretor revisado e pronto para que, depois da pandemia, Apucarana esteja pronta para ter um crescimento ainda mais ordenado, gerando emprego, renda e desenvolvimento econômico para o município” , avalia o prefeito Junior da Femac.

O prefeito Junior da Femac deu ênfase ao fato de que muitas cidades não conseguiram realizar ou revisar seu plano diretor. “Esse é um momento histórico porque Apucarana, que com muita seriedade foi avançando neste estudo importantíssimo. Agora o nosso plano diretor está pronto. Vai ser um instrumento incrível para quando a vacina da Covid chegar podermos retormar as atividades por completo e com o planejamento necessário para avançarmos em cada setor”, reiterou Junior da Femac.

O evento de hoje, denominado “Conferência Pública da Revisão do Plano Diretor Municipal”, reuniu no salão nobre da prefeitura o prefeito Junior da Femac, secretários municipais, representantes da empresa responsável pela elaboração do plano (DRZ Tecnologia), a equipe técnica municipal e membros do Conselho de Desenvolvimento Urbano. A população em geral pôde acompanhar ao vivo pelo Canal Oficial da Prefeitura no youtube (youtube.com/apucaranapref).

O secretário de Obras, Herivelto Moreno, adianta algumas mudanças que constam na revisão do plano diretor. Uma delas é a autorização de construção de prédios em parte da região do Bairro

28 de janeiro, mais especificamente entre as ruas Clotário Portugal e Coronel Luiz José dos Santos, e ao longo das ruas Professor Isidoro Luiz Cerávolo e José Francisco Ferreira. Também está autorizado loteamento na Bacia do Rio Pirapó, na região norte, na área abaixo da linha férrea que faz o trajeto Londrina/Maringá, com obrigatoriedade de esgoto e especificações no tamanho do lote.

Ainda haverá mudança na questão de elevadores em edificações. No plano atual, que vale para cidade toda, fica isento de elevadores construções com térreo e mais dois andares. A revisão do plano abriu uma exceção para as regiões das universidades e faculdades, como a UNESPAR, UTFPR e FAP, onde os prédios com térreo e mais três andares não terão a necessidade de instalação de elevadores.

Para garantir plena participação popular neste processo foram realizadas diversas audiências públicas, inclusive nos distritos. Os 74 eventos promovidos reuniram mais 1,7 mil participantes. Conforme prevê a legislação, a revisão completa do plano diretor deve ser feita a cada 10 anos, podendo ser atualizada somente após cinco anos. Atualmente, encontra-se em vigor uma versão parcialmente atualizada do plano diretor de 2008, que passou por alguns ajustes no ano de 2015. O Plano Diretor consiste num conjunto de leis que contemplam o desenvolvimento, zoneamento e perímetro urbano, uso e ocupação do Solo, edificações e sistema viário, além do código de posturas.

 


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Desembargadora mantém prisão de Crivella e prefeito do Rio vai para presídio de Benfica

 

Marcelo Crivella e outros presos na operação da polícia que foram ouvidos na audiência serão levados para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio. Na decisão que determinou a prisão preventiva, a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita também determinou o afastamento de Crivella do cargo

Marcelo Crivella (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


247 - A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), manteve na tarde desta terça-feira (22) a prisão preventiva do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). Decisão ocorreu após a audiência de custódia. 

Crivella e outros presos na operação da polícia que foram ouvidos na audiência serão levados para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio. Na decisão que determinou a prisão preventiva, a desembargadora também determinou o afastamento de Crivella do cargo. 

Conforme o despacho da magistrada, o esquema de corrupção apontado na Operação Hades, que teve desdobramento com a prisão dos denunciados, intensificou-se na campanha de Crivella à prefeitura em 2016. Na ocasião, diz a magistrada, um dos empresários denunciados pediu que o doleiro providenciasse contas bancárias pelas quais pudesse receber quantias em espécie a serem utilizadas na campanha.

De acordo com Rosa Helena, depois de Marcelo Crivella ser eleito, o empresário passou a ocupar uma sala na sede da Riotur, empresa municipal de turismo, mesmo sem exercer qualquer cargo público. O doleiro Sergio Mizrahy disse que esteve no local diversas vezes para entregar ao empresário dinheiro em espécie, oriundo de operações de troca de cheques resultantes da cobrança de taxa de serviço.

Na denúncia, o Ministério Público ressalta que, embora Crivella não tenha sido reeleito, o que resulta na “perda de foro especial por prerrogativa de função e cessação da competência deste primeiro grupo de câmaras criminais para o julgamento da causa, as medidas cautelares requeridas, dada a sua natureza de urgência, devem ser imediatamente analisadas, sob pena de se verem frustrados a sua eficácia e os fins por elas colimados”.

De acordo com o MPRJ, as investigações começaram com a instauração do inquérito policial em decorrência do acordo de colaboração firmado com Sérgio Mizrahy, preso preventivamente no âmbito da Operação Câmbio, Desligo. Tal operação foi deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio no dia 3 de maio de 2018, como desdobramento das operações Calicute e Eficiência, em que foram apuradas denúncias de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, cartel e fraudes em licitações pela organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral.

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"Década": após ser motivo de piadas, Folha muda manchete, mas omite méritos do PT

 

Matéria da Folha de S.Paulo sobre negros nas universidades brasileiras agora está intitulada como "Negros estão na faculdade, e não (só) para fazer faxina". O título anterior era "Década colocou os negros na faculdade, e não (só) para fazer faxina". Mesmo com a mudança, o jornal omitiu que essas conquistas se devem, principalmente, aos governos Lula e Dilma

Ex-presidentes Dilma, Lula e negros no ensino superior (Foto: Stuckert / Reprodução / Agência Brasil)

247 - Após ser alvo de uma enxurrada de críticas nas redes sociais, a Folha de S.Paulo mudou o título de manchete sobre negros nas universidades brasileiras. Agora a matéria está intitulada como "Negros estão na faculdade, e não (só) para fazer faxina", diferentemente do gancho anterior - "Década colocou os negros na faculdade, e não (só) para fazer faxina" -, que omitiu os méritos dos governos Lula e Dilma no aumento do números de negros e pardos nas instituições de ensino superior. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retuitou algumas postagens do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP), atual deputado federal, sobre as conquistas dos governos do PT. 

"Foi na década governada pelo presidente@LulaOficial que a pobreza mais diminuiu no Brasil. As 'minorias' começaram a ocupar espaços de poder e o país era referência mundial em avanço tecnológico e desenvolvimento social e econômico", escreveu o parlamentar no Twitter. 

Segundo o congressista, "o PT foi agente no combate ao racismo no Brasil e central na inclusão desse recorte da população às universidades e outras posições de poder". 

"O PT fez e faz parte da luta antirracista", disse. "E isso é comprovado pelos dados. Muito ainda precisa ser feito, ainda mais agora depois do golpe e de tantos retrocessos desde então. Por isso seguimos lutando, no Congresso, para conter esses ataques".




 

COVID-19: Arapongas registra 139 novos casos e 98 curados nesta terça-feira

 


Prefeitura de Arapongas, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou nesta terça (22/12), o registro de 139 novos casos e 98 curados de COVID-19 no município. Agora o município chega a 6.564 casos dos quais 5.583 já estão curados (85,1%), 852 ainda estão com a doença e 129 infelizmente vieram a óbito. Ao todo, já foram realizados 32.287 testes. 
Sobre os casos, a Secretaria de Saúde informa que:
O município possui 219 casos que aguardam resultados. Entre os resultados dos testes públicos e privados realizados no município foram divulgados 202 resultados negativos nesta data.
Os resultados abaixo divulgados são provenientes de exames realizados a partir do dia 17/12.
Entre os 139 casos confirmados, 82 são do sexo feminino com as respectivas idades: 14, 15, 17, 17, 17, 18, 18, 19, 19, 20, 21, 21, 22, 22, 22, 23, 24, 24, 27, 27, 27, 27, 28, 29, 29, 30, 31, 31, 31, 32, 33, 33, 33, 33, 34, 36, 36, 36, 37, 38, 38, 39, 39, 39, 39, 40, 40, 41, 41, 41, 41, 42, 43, 43, 43, 44, 45, 46, 47, 47, 49, 49, 50, 50, 52, 52, 52, 53, 54, 55, 55, 55, 58, 59, 59, 61, 65, 67, 68, 71, 81 e 83 anos.
Do sexo masculino, foram diagnosticados 57 pacientes com as respectivas idades: 13, 13, 19, 19, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 26, 27, 28, 28, 30, 30, 30, 31, 31, 31, 33, 33, 33, 34, 35, 35, 35, 35, 35, 35, 36, 37, 40, 42, 42, 44, 44, 45, 46, 46, 47, 47, 51, 52, 53, 53, 54, 54, 55, 57, 61, 61, 63, 70, 71, 72 e 77 anos.
Referente aos pacientes de Arapongas com COVID-19, o município possui 06 pacientes internados em leitos de UTI e 15 pacientes internados em leito de enfermaria.
Referente aos leitos hospitalares em Arapongas, a ocupação informada pelo hospital hoje é de 73,3% de dos 30 leitos de UTI e de 70% dos 40 leitos de enfermaria. 
Referente aos leitos hospitalares em Arapongas, houve aumento dos leitos exclusivos para COVID-19 do Hospital de referência pela SESA-PR a partir de 05/12. O Hospital conta atualmente com 30 leitos de UTI e 40 leitos de enfermaria.
A Secretaria de Saúde de Arapongas reforça a importância de que a população siga as orientações dos especialistas, mantendo os cuidados de higiene, usando máscaras e evitando aglomerações, inclusive em festas e confraternizações familiares.

Requião sobre prisão de Crivella: "festejar o arbítrio é uma estupidez indefensável"

 

"Perdão. Me recuso a festejar a prisão espetáculo do Crivella", afirmou Roberto Requião (MDB-PR). "Festejar o arbítrio é uma estupidez indefensável", disse

(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

247 - O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) disse que foi um "arbítrio" a decisão judicial que ordenou a prisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), detido em operação da Polícia Civil nesta terça-feira (22) por causa de um esquema de recebimento de propinas pelo Executivo municipal. 

Perdão. Me recuso a festejar a prisão espetáculo do Crivella. Como todo cidadão Crivella tem direito ao devido processo legal e amplo direito de defesa. Festejar o arbítrio é uma estupidez indefensável", escreveu o ex-parlamentar no Twitter.

O arrecadado em propina pela organização criminosa chefiada por Crivella chega a R$ 50 milhões, informou o MP-RJ. De acordo com as investigações, empresários pagavam para ter acesso a contratos e para receber valores que eram devidos pela prefeitura do Rio. Delatores também teriam sofrido ameaças.

 



Sem máscaras, bolsonaristas dizem não à vacina em protesto na Paulista (vídeo)

 

Sem máscara e promovendo aglomeração, no momento que as taxas de contaminação aumentaram quatro vezes na cidade de São Paulo, bolsonaristas foram para Avenida Paulista dizer que vacina não pode ser obrigatória

(Foto: Reprodução/Twitter)


247 - Sem máscara e promovendo aglomeração, no momento que as taxas de contaminação aumentaram quatro vezes na cidade de São Paulo, bolsonaristas foram nesta terça-feira (22) para Avenida Paulista dizer que vacina não pode ser obrigatória, no momento que países já vacinam a população e o Brasil sequer possui um plano efetivo de vacinação nacional. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu aval na quarta-feira (17) para que os governos locais possam estabelecer medidas para vacinação compulsória da população contra a covid-19. Conforme o entendimento, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios podem estabelecer medidas legais pela obrigatoriedade, mas não podem determinar a vacinação forçada.





Projeto de Rubens Bueno sobre pagamento por serviços ambientais segue para sanção

 

Segue para sanção presidencial o projeto de lei que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA). A matéria, destinada a ajudar produtores rurais, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais a conservar áreas de preservação, foi aprovada pela Câmara dos Deputados nessa segunda-feira (21) na forma do substitutivo do Senado Federal.


De autoria do deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), o projeto recebeu contribuições do relator, senador Fabiano Contarato (Rede-ES) quando aprovado no Senado em 16 de dezembro. A proposta institui pagamento, monetário ou não, para serviços que ajudem a conservar áreas de preservação. De acordo com o texto, serviços ambientais são atividades individuais ou coletivas que favorecem a manutenção, a recuperação ou a melhoria de ecossistemas.

O projeto disciplina a atuação do poder público, das organizações da sociedade civil e de agentes privados em relação aos serviços ambientais. Serão priorizados os serviços oferecidos por comunidades tradicionais, povos indígenas e agricultores familiares.

Pagamento – Pelo texto, ao lado da política, para a qual são definidos objetivos e diretrizes, haverá um programa federal de pagamento por esses serviços (PFPSA).

Esse programa terá como foco as ações de manutenção, recuperação ou melhoria da cobertura vegetal em áreas consideradas prioritárias para a conservação, nas ações de combate à fragmentação de habitats e para a formação de corredores de biodiversidade e conservação dos recursos hídricos.

Reservas particulares – Uma das mudanças promovidas pelo Senado foi a inclusão de reservas particulares (RPPN) entre as áreas beneficiárias e o pagamento por serviços ambientais, com dinheiro público, em áreas de proteção permanente (APPs) e de reserva legal, preferencialmente em bacias hidrográficas consideradas críticas para o abastecimento ou em áreas de conservação prioritária da diversidade biológica que estejam sob processo de desertificação ou de avançada fragmentação.

Para participar, o interessado deverá assinar um contrato, enquadrar-se em uma das ações definidas para o programa, comprovar uso ou ocupação regular do imóvel rural e, para os particulares, inscrever-se no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Para o financiamento do programa, a União poderá captar recursos de pessoas físicas, empresas e de agências multilaterais e bilaterais de cooperação internacional, preferencialmente sob a forma de doações.

Já o pagamento depende da verificação e comprovação das ações, conforme regulamento posterior. Quando se tratar de obrigações de conservação ou restauração de vegetação nativa em imóveis particulares, listadas em contratos de pagamento por serviços ambientais, elas se transmitem aos proprietários futuros, devendo ser cumpridas conforme esse contrato.

Incentivos –  O pagamento pelos serviços ambientais poderá ser de várias formas: direto (monetário ou não); prestação de melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas; compensação vinculada a certificado de redução de emissões por desmatamento e degradação; comodato; títulos verdes (green bonds) e Cota de Reserva Ambiental instituída pelo Código Florestal (Lei 12.651, de 2012).

Receitas obtidas com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, de que trata a Lei 9.433, de 1997, poderão ser usadas para o pagamento desses serviços ambientais, mas dependerão de decisão do comitê da bacia hidrográfica. Outras modalidades de pagamento poderão ser estabelecidas por atos normativos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que será o órgão gestor da política nacional.

Deduções –No caso dos valores financeiros recebidos a título de pagamento por serviços ambientais, o texto prevê que eles não farão parte da base de cálculo de tributos federais como o Imposto sobre a Renda, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o PIS/Pasep e a Cofins.

Mas isso valerá apenas para contratos realizados pelo poder público. Para a dedução ser aplicada entre particulares, os contratos devem ser registrados no Cadastro Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (CNPSA) e se submeter à fiscalização.

Além dessas medidas, o Poder Executivo poderá conceder incentivos tributários para promover mudanças nos padrões de produção e de gestão dos recursos naturais para incorporação da sustentabilidade ambiental e fomentar a recuperação de áreas degradadas.

Outra forma de benefício é a concessão de créditos com juros diferenciados para a produção de mudas de espécies nativas, a recuperação de áreas degradadas e a restauração de ecossistemas em áreas prioritárias para a conservação, em áreas de preservação permanente (APPs) e em reserva legal em bacias hidrográficas consideradas críticas.

Estão englobadas como medidas de incentivo também a assistência técnica para o manejo sustentável da biodiversidade; programas de educação ambiental voltados a populações tradicionais e agricultores familiares; e incentivos a compras de produtos sustentáveis associados a ações de conservação e prestação de serviços ambientais na propriedade ou posse.

Ações –  O projeto detalha as ações que a política nacional deverá promover, como de conservação e recuperação da vegetação nativa, principalmente daquela de elevada diversidade biológica e importante para a formação de corredores de biodiversidade.

Também estão no foco:

– a conservação de remanescentes vegetais em áreas urbanas e adjacentes, de importância para a manutenção e a melhoria da qualidade do ar, dos recursos hídricos e do bem-estar da população;

– a conservação e melhoria da quantidade e da qualidade da água, especialmente em bacias hidrográficas com cobertura vegetal crítica;

– a recuperação e recomposição da cobertura vegetal nativa de áreas degradadas, por meio do plantio de espécies nativas ou por sistema agroflorestal;

– o manejo sustentável de sistemas agrícolas, agroflorestais e agrossilvopastoris que contribuam para captura e retenção de carbono.

Nessa lista, o substitutivo do Senado incluiu também as áreas cobertas por vegetação nativa que seriam passíveis de desmatamento autorizado para plantio ou gado.

Áreas-  As áreas nas quais podem ser executadas essas ações abrangem as cobertas com vegetação nativa; aquelas sujeitas a restauração ecossistêmica; as unidades de conservação de proteção integral e áreas silvestres das unidades de conservação de uso sustentável; terras indígenas e quilombolas e áreas de exclusão de pesca.

Quando for para aplicar os recursos por serviços ambientais de conservação em parques ou reservas públicas, caberá ao órgão ambiental competente usá-los em atividades de regularização fundiária, elaboração, atualização e implantação do plano de manejo, fiscalização e monitoramento, manejo sustentável da biodiversidade e outras vinculadas à própria unidade. No caso de áreas em que a pesca é proibida, as comunidades tradicionais e os pescadores profissionais poderão ajudar o órgão ambiental na fiscalização da área.

Proibições O substitutivo proíbe a aplicação de recursos públicos para pagamento por serviços ambientais a pessoas físicas e jurídicas inadimplentes em relação a termo de ajustamento de conduta ou de compromisso firmado junto aos órgãos ambientais e também sobre áreas embargadas.

Contrato –Outra contribuição do Senado ao projeto foi ter estabelecido que as cláusulas essenciais do contrato por serviços ambientais passam a ser definidas agora por regulamento. Deverá ser também assegurado ao pagador pleno acesso à área objeto do contrato e aos dados relativos às ações.

Colegiado – O projeto cria um órgão colegiado tripartite (poder público, setor produtivo e sociedade civil) para propor prioridades e critérios de aplicação dos recursos do programa e avaliá-lo a cada quatro anos.(Das agências Câmara e Senado).

Fonte: Contraponto