“Seu
imbecil. Hoje morreram mais de 1000 brasileiros. MIL. Cala essa boca um santo
dia”, escreveu o candidato do PT à presidência nas eleições de 2018 ao comentar
o vídeo em que o presidente dissemina teorias anti-vacina
Fernando Haddad, Bolsonaro e Pazuello (Foto: PT no Senado | Reuters)
Por Lucas Rocha, na revista Fórum – O ex-ministro Fernando Haddad reagiu na noite
desta quinta-feira (17) à polêmica declaração do presidente Jair Bolsonaro em
que o mandatário afirma que uma pessoa que tomar a vacina produzida pela Pfizer
pode “virar jacaré”, entre outros absurdos
“Seu imbecil. Hoje
morreram mais de 1000 brasileiros. MIL. Cala essa boca um santo dia”, escreveu
o candidato do PT à presidência nas eleições de 2018 ao comentar o vídeo em que
o presidente dissemina teorias anti-vacina.
Em
crítica à farmacêutica estadunidense Pfizer, Bolsonaro disse o seguinte: “Lá no
contrato da Pfizer, está bem claro nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por
qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você. Se você
virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a
falar fino, eles não têm nada a ver isso. O que é pior mexer no sistema imunológico
das pessoas”. Leia a íntegra na Fórum e saiba mais sobre a
postura de Bolsonaro:
BRASÍLIA (Reuters)
- Ao
mesmo tempo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) formava maioria em torno da
obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro
afirmava nesta quinta-feira que ninguém pode ser obrigado a se imunizar.
O
presidente argumentou, em cerimônia de apoio ao setor produtivo, que a
responsabilidade é da pessoa caso ela se infecte no futuro por não ter tomado a
vacina, citando ainda que na negociação com Pfizer para a compra de vacinas não
há uma responsabilização por qualquer efeito colateral.
“Peço a
Deus que me oriente, como sempre tenho pedido, para tomar decisões, não ser
levado por algum clima, como está acontecendo agora. De passagem eu perguntei
para a Polícia Federal, o que está sendo votado no Supremo”, disse Bolsonaro,
acrescentando que ainda iria se informar melhor sobre o assunto.
“Ninguém pode
obrigar ninguém a tomar a vacina... Se o cara não quer ser tratado, que não
seja, eu não quero fazer uma quimioterapia e vou morrer, problema é meu, pô”,
afirmou.
O
presidente, no entanto, disse que haverá disponibilização do imunizante para a
população.
“A
vacina, uma vez certificada pela Anvisa, vai ser extensiva a todos que queiram
tomá-la. Eu não vou tomar.”
Bolsonaro rebateu,
em meio a xingamentos, as críticas de que estaria dando um “péssimo exemplo” ao
dizer que não será vacinado, argumentando que já teve a doença causada pelo
novo vírus.
“Alguns
falam que estou dando um péssimo exemplo. Ô imbecil, ô idiota que está dizendo
do péssimo exemplo, eu já tive o vírus, eu já tenho anticorpos, para que tomar
de novo?”, questionou.
Avocou,
ainda, a tese da liberdade individual para justificar uma recusa à imunização,
acrescentando que não há uma ditadura em vigor no país.
O STF
decidiu nesta quinta-feira que a vacina é obrigatória, mas não pode ser
forçada. No lugar, segundo voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski,
poderão ser impostas medidas restritivas a quem se recusar a ser imunizado.
Para os
ministros da corte, a ideia de um bem maior comum, a ser proporcionado pela
imunização coletiva, não pode ser sobreposto por questões individuais.