quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Boulos prevê "epidemia de desespero" com o fim do auxílio emergencial

 

Candidato derrotado do Psol em São Paulo participou de live com Manuela D'Ávila, que também perdeu em Porto Alegre, em que ambos fizeram um balanço da disputa em 2020

Boulos e Manuela D'Ávila (Foto: Reprodução)


Por Cláudia Motta, para a Rede Brasil Atual – Uma live alegre, instigante, animadora e curta foi protagonizada na noite de hoje (2) por duas das principais lideranças políticas do campo da esquerda no Brasil. E que saíram fortalecidas das eleições de 2020, apesar de terem perdido as prefeituras de Porto Alegre e de São Paulo. Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (Psol) se encontraram virtualmente para debater o resultado dos pleitos municipais e o futuro. Durante 37 minutos os dois jovens candidatos falaram sobre a revolução que promoveram nos últimos dois meses com suas campanhas eleitorais criativas, respeitosas, que mobilizaram milhões de cidadãos em duas das maiores capitais do Brasil.

“Nossas campanhas, (e também) a campanha da Marília (Arraes), lá em Recife, tiveram uma coisa muito boa em comum. Mobilizaram muita esperança. A gente apresentou projetos de cidade críticos, de combate à desigualdade, de dar voz à periferia. Mas a gente mobilizou uma coisa que foi muito além da eleição, que não terminou domingo passado, e que não terminaria, independente de qual fosse o resultado. Que é o sentimento da juventude de olho brilhando…”, disse Boulos. “O sonho”, emendou a jornalista e deputada federal. “Voltar a fazer política com sonho”, completou o líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST).

Sonho real

Em um bate-papo informal, eles falaram sobre projetos, unidade e, principalmente, sobre os sentimentos que ambas as campanhas despertaram nas pessoas. “E o quanto isso é importante para nossa cidade e nosso país”, disse Boulos, que segue isolado em casa, em quarentena, após ter testado positivo para covid-19 às vésperas da votação em segundo turno.

 

“Quando tudo acabou, fiquei pensando: com quem gostaria de falar sobre o que eu vivi? E aí te mandei a mensagem e te convidei pra live. Queria falar com alguém que está com a mesma sensação que eu, que é uma sensação bonita”, relatou a jovem porto-alegrense. “Isso de a gente ver as pessoas com orgulho, carregando a bandeira, chorarem de felicidade, as mulheres, os negros e as negras, os jovens. E de conseguir compreender a dimensão real do seu sonho.”

Para Manuela, a eleição municipal permite isso. Menos abstrata, menos difusa, traz muito sonho, mas um sonho materializável. “A juventude, essa geração que é um pouco mais nova que a gente – porque o Boulos se faz de muito mais novo que eu, mas é só uns meses mais novo (risos) – tem mais presente isso do que a nossa tinha. A ideia de quem quer mudar o mundo, mas quer ver a mudança acontecer na sua cidade. Eles querem mudar hoje e ver acontecendo. Acho que nossas campanhas tiveram muito a ver com isso também.”

Ideais no poder

Boulos concorda com Manuela. “Quanto a gente está falando de eleição, está falando de sonhos e ideias disputarem o poder. Isso é muito potente. A política faz sentido quando ela é uma forma de fazer fluir aquilo que a gente acredita, que a gente sonha.”

O candidato do Psol descreve sua animação com a campanha. Além do pragmatismo, diz ele, foi uma campanha para ganhar, disputar o poder para valer, o projeto de cidade. E cita a vitória de Edmilson Rodrigues (Psol), em Belém do Pará, onde ele acredita que haverá uma referência de capital democrática. E numa frente de esquerda unitária, desde o início, frisa Manuela. “Mas o que me aninou, ainda que não seja dessa vez que a gente consiga ganhar essa eleição, a gente ganhou o projeto de uma geração. Isso vale mais que tudo”, diz Boulos falando sobre a mobilização dos jovens. “Uma parte que há dois anos estava um pouco seduzida pela ideia da anti-política. Eu vi esses jovens aqui em São Paulo com o olho brilhando, pensando cidade, pensando projeto, pensando futuro. Isso acumulou para depois e vai muito além da eleição que se encerrou domingo passado. Reencantou uma geração.”

Campanhas alegres

Manuela lembra que nos dois casos, tanto a candidatura dela como a de Boulos só no segundo turno reuniu “todo mundo” do campo da esquerda. “Mas tenho a impressão que essa é uma geração que já sente no projeto a identidade de campo.  Isso fez com que nossas candidaturas fossem além dos nossos partidos. Tivessem esse sentido de projeto de transformação na sociedade.”

Outro ponto em comum entre as duas campanhas foi destacado por Manuela: “serem megapolitizadas e divertidas”, descreveu. “Isso era crime uns anos atrás. Alguém achar que podia fazer uma campanha alegre, com felicidade, com brincadeiras. Essa dimensão do lúdico entrar de novo na política.”

Boulos relembrou. “Nunca imaginei que faria dança no TikTok”, disse, gargalhando. “Eu ri mais ainda contigo jogando com o Felipe (Neto, youtuber). Quando eu te vi, busquei aula com minha sobrinha para não pagar o mesmo mico, ficar com cara de não estou nem sabendo o que é”, provocou Manuela. “Eu tive assessoria da Sofia e da Laura (filhas de Boulos). Se não, ia ser um negócio absolutamente vergonhoso. Mas fiquei um pouquinho com essa cara, confesso”, assumiu Boulos.

Fake venceu

Mas nem só de bom humor se alimentou a live. As fake news de que foram vítimas tanto Guilherme Boulos quanto Manuela D’Ávila e outros tantos candidatos, e principalmente candidatas do campo da esquerda Brasil afora, foram lamentadas por ambos. “Foi um tema que a gente não conseguiu vencer nesta eleição. Nem na de 2018. Acho que já tem um avanço porque as pessoas sabem que existe” disse a candidata do PCdoB. Em Porto Alegre, estima-se, foram veiculadas 600 mil notícias falsas contra ela.

Boulos citou uma pesquisa eleitoral inventada na capital gaúcha. “Isso foi mais feio porque saiu da Bandeirantes. Uma emissora legitimou a notícia falsa”, criticou Manuela. “E com a crise, muita gente deixou de ter internet. Então eles fizeram as fake news circular em caminhões de som. Tu não tem ideia da minha cara quando passo por um caminhão de som dizendo que seu eu fosse prefeita ia ter carne de cachorro em Porto Alegre legalizada, que a gente ia derrubar as igrejas, ia transformar todos os banheiros em unissex.”

 

Boulos lembrou que em São Paulo as fake news foram delimitadas em dois tipos. No primeiro turno, com o gabinete do ódio batendo na sua trajetória política. “Tive mais tempo de TV com direito de resposta do Russomano que meu próprio tempo, tantas as mentiras que ele jogou”, lembrou. “Não surtiu efeito. Tive o dobro de votos dele no primeiro turno. O bolsonarismo a gente conseguiu derrotar em São Paulo. E dizer que Doria foi o vitorioso na eleição de São Paulo também é mentira. Para ganhar, Covas escondeu o cara a sete chaves”, comparou. “No segundo turno, a máquina dos tucanos fez a estrutura”, disse, lembrando mentiras veiculadas junto às creches conveniadas, a distribuição de cesta básica pela campanha de Covas.

Erundina inspira

Os candidatos consideram que há uma tendência política, um renascer. “Claro que ainda tem muito medo, muito ódio, o bolsonarismo não está morto. Mas o nível de reação foi outra eleição”, disse Boulos, comparando com as eleições de 2018. “Política a gente não lê só pelo resultado da urna, na fotografia daquele momento. É um filme. E o filme mostra o crescimento do nosso campo. O resultado da urna não foi o fim, está mais para um recomeço do que a gente vai viver adiante.”

Manuela lembrou que em Porto Alegre seu grupo não ia para o segundo turno desde 2008. “É uma virada. Não é o resultado que a gente sonhava, mas é uma tendência de transformação da política.”

A candidata comunista comemorou, ainda, a dupla formada entre Boulos e sua vice, Luiza Erundina, que é a deputada federal do Psol. “Manu, você não tem ideia. Erundina é uma força da natureza”, disse. “É inacreditável o que ela inspirou. Ela falou para a juventude, uma mensagem direta que mobilizou o sonho. E com uma força.”

Manuela curtiu Erundina chamando o vice de Covas, Ricardo Nunes, para o debate. “Bonito isso da questão intergeracional. Uma mulher que está há 70 anos, já foi prefeita, deputada, ministra e segue lutando firme.”

Isso aponta a diferença entre os projetos, avalia Boulos. “De quem faz política com ideal, porque acredita num mundo melhor, tem compromisso visceral com o povo. Isso não envelhece jamais. Nossas campanhas do ponto de vista histórico, simbólico, foram profundamente vitoriosas. Muita gente não consegue ver isso hoje, mas vão ver. A história não acontece nos ritmos que a gente quer, no tempo que a gente deseja. Tem um processo em curso, tem muita coisa se movimentando.”

E 2022?

Em um momento da live, Manuela relata que, nos comentários, muitas pessoas falam em candidatura, em 2022. “Nossa luta não passa só por candidaturas, é uma luta de todo dia na sociedade. Podem culminar em candidatura ou não. Claro que tem de olhar para 2022, precisamos derrotar o bolsonarismo. Mas tem de olhar para o dia de hoje, para como dar sequência na mobilização social que construímos”, alerta. “E tem esse drama para saber como vai ser a vacinação. A gente além de não ter negociação da vacina, não tem insumos, não tem seringa, pela desindustrialização do país. Temos de saber que vamos viver um 2021 talvez pior, com o possível fim da renda emergencial. Tem muita luta até 2022”, reforça Manuela.

“Política pra gente não é simplesmente disputar cargo. É uma frente fundamental, mas não a única. A gente só conseguiu mostrar isso agora na disputa das eleições porque a gente traduziu um acúmulo de organização, de luta, de sentimento, que vem de muito antes e vai continuar depois das eleições”, detalhou Bolulos. “Desafio é estar junto com nosso povo, brigar pelo SUS, pela valorização dos profissionais de saúde, pela vacina. Porque no Brasil isso é uma briga política e ideológica mesmo. E brigar pelo nosso povo que está sofrendo na ponta. Se consumarem o corte do auxílio emergencial vai ser uma tragédia, uma epidemia de desemprego, de desespero. A eleição acaba, os problemas continuam, e nosso compromisso com o povo continua. Espero que a gente chegue em 2022 não só mais fortes, mas também mais unidos, para derrotar o bolsonarismo no país.”

 

Moro vai receber R$ 1,7 milhão de salário na empresa que administra os escombros da Odebrecht


Após a atuação na Lava Jato que destroçou a Odebrecht, uma maiores geradoras de emprego no Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro vai ganhar salário de R$ 1,7 milhão por ano na empresa Alvarez & Marsal, que administra a recuperação judicial da empreiteira

Sérgio Moro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, receberá um salário milionário para atuar como sócio-diretor da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela administração judicial da Odebrecht, atingida em cheio pelas da Lava Jato julgadas pelo ex-juiz.

Segundo o colunista Lauro Jardim, Sérgio Moro receberá R$ 1,7 milhão por ano. Este é o valor que recebe um executivo no cargo que será ocupado pelo ex-aliado de Jair Bolsonaro. 

Segundo Jardim, Moro ganhava R$ 410 mil por como juiz, sem os benefícios; e R$ 380 mil como ministro de Bolsonaro, também sem os benefícios indiretos.

Nesta quarta-feira (2), o Tribunal de Ética e Disciplina da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil notificou o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro para reiterar que é vedada a prática de atividade privativa da advocacia aos clientes da consultoria Alvarez & Marsal. 

O texto alerta que Moro não pode praticar atividade privativa da advocacia para clientes da A&M, sob pena de adoção de medidas administrativas e judiciais pertinentes.

 

Preço do botijão de gás de cozinha fica 5% mais caro a partir desta quinta-feira



O preço do gás de cozinha, o GLP, está mais 5% mais caro a partir desta quinta-feira, 3 de dezembro, nas distribuidoras. A informação do reajuste foi repassada pela Petrobras. Com isso, o preço médio da Petrobras às revendedoras será equivalente a R$ 33,89 por botijão de 13 kg.

Com o reajuste, o produto passa a acumular no ano alta média de 21,9%, ou R$ 6,08 por botijão. "Os preços de GLP praticados pela Petrobras seguem a dinâmica de commodities em economias abertas, tendo como referência o preço de paridade de importação, formado pelo valor do produto no mercado internacional, mais os custos que importadores teriam, como frete de navios, taxas portuárias e demais custos internos de transporte para cada ponto de fornecimento. Esta metodologia de precificação acompanha os movimentos do mercado internacional, para cima e para baixo", informou a Petrobras.

A estatal destacou também que, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), 43% do preço ao consumidor final correspondem atualmente à parcela da Petrobras e os demais 57% traduzem as parcelas adicionadas ao longo da cadeia até clientes finais como tributos e margens brutas de distribuição e revenda.

Segundo pesquisa da ANP, na última semana de novembro o preço médio do botijão praticado no país era de R$ 73,22. Os preços, no entanto, são livres, e variam nos postos de venda aos consumidores.

"Ao longo do ano, refletindo as reduções e as variações do mercado internacional, a Petrobras reduziu os preços de venda do GLP às companhias distribuidoras, chegando a uma variação acumulada de -21,4% em maio (-5,96 R$/ botijão de 13 kg). Da mesma forma, os preços acompanharam a recuperação do mercado internacional, também sendo influenciados pelo câmbio", acrescentou.

Fonte: Bem Paraná com assessorias

Prefeito e Filipe Barros visitam obras do novo Pronto Socorro do Honpar


Roberto Koch, dep. Filipe Barros e Onofre durante visita em obra de Pronto Socorro

O prefeito Sérgio Onofre e o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) visitaram nesta quarta-feira (02) as obras do novo Pronto Socorro do Honpar. Com investimentos de R$ 13,5 milhões do governo do Estado, o novo prédio terá quatro pavimentos e fica às margens da PR-444. A unidade, com capacidade de cuidar de 4 mil pacientes por mês, será destinada ao atendimento de urgência e emergência do município e da região. “Trata-se de uma conquista importante, que consolida Arapongas como um polo ainda mais forte na área da saúde. O deputado Filipe Barros, que já vem auxiliando o município em várias demandas, também poderá nos auxiliar neste sentido”, afirma Sérgio Onofre.
O prefeito lembrou que Filipe Barros já beneficiou Arapongas na liberação de recursos para enfrentamento à pandemia e para outros setores, como o recapeamento da Rua Rouxinol e na marginal da Avenida Maracanã – trecho da antiga Mercedes até a empresa Araplac. O pacote de melhorias faz parte dos investimentos na ordem de R$ 1.735.000,00 de uma emenda orçamentária apresentada por Filipe Barros.
Também participou da visita às obras do novo Pronto Socorro do Honpar o Dr. Roberto Koch.

Arapongas registra 67 novos casos, 27 curados e um óbito por Covid-19



Prefeitura de Arapongas, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou nesta quarta (02/12), o registro de 67 novos casos e 27 registros de curados de COVID-19 no município. Agora o município chega a 5.325 casos dos quais 4.742 já estão curados (89,1%), 466 ainda estão com a doença e 117 infelizmente vieram a óbito. Ao todo, já foram realizados 29.414 testes. 
Sobre os casos a Secretaria de Saúde informa que:
117º óbito ocorrido em 30/11: Paciente do sexo masculino, 58 anos, com comorbidades, realizado coleta de exame no dia 23/11 com resultado divulgado em 23/11, internado em Hospital em Londrina, vindo a óbito no dia 30/11.
A Secretaria de Saúde se solidariza com os familiares.
O município possui 453 casos que aguardam resultados. Entre os resultados dos testes públicos e privados realizados no município foram divulgados 95 resultados negativos nesta data.
Entre os 67 casos confirmados, 40 são do sexo feminino com as respectivas idades: 13, 15, 16, 18, 20, 22, 23, 24, 26, 26, 27, 27, 27, 28, 29, 29, 30, 31, 34, 34, 40, 40, 41, 41, 42, 42, 42, 42, 44, 44, 45, 51, 52, 54, 57, 61, 62, 63, 63 e 70 anos.
Do sexo masculino, foram diagnosticados 27 pacientes com as respectivas idades: 09, 15, 17, 19, 21, 21, 21, 23, 25, 26, 27, 29, 29, 33, 39, 40, 40, 42, 48, 50, 57, 62, 63, 64, 65, 65 e 71 anos.
Referente aos pacientes de Arapongas com COVID-19, o município possui 03 pacientes internados em leitos de UTI e 03 pacientes internados em leito de enfermaria.
Referente aos leitos hospitalares em Arapongas, existem de   existem 70% dos 10 leitos de UTI e 80% dos 10 leitos de enfermaria ocupados. 
Obs.: Na ata de hoje o placar divulgado estava com 60% de taxa de ocupação de enfermaria. Retifica-se esta informação para 80% de ocupação. 
Referente aos leitos hospitalares em Arapongas, houve redução dos leitos exclusivos para COVID-19 do Hospital de referência pela SESA-PR a partir de novembro. O Hospital conta atualmente com 10 leitos de UTI e 10 leitos de enfermaria.
A Secretaria de Saúde de Arapongas reforça a importância de que a população siga as orientações dos especialistas, mantendo os cuidados de higiene, usando máscaras e evitando aglomerações, inclusive em festas e confraternizações familiares.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Moro diz que cláusula contratual o afasta de empreiteiras que pegou na Lava Jato


(Foto: Agência Brasil)

Passados pouco mais de sete meses de seu conturbado desembarque do governo Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro começou nesta terça-feira, 1, um novo capítulo de sua carreira. Agora, pela primeira vez, na iniciativa privada. O ex-juiz federal que ganhou expressão internacional pela atuação na Operação Lava Jato é o novo sócio-diretor da consultoria de gestão de empresas Alvarez & Marsal.

Gigante americana com atuação global, a empresa conta com mais de 500 funcionários no Brasil e, além da sede em São Paulo, tem escritórios no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

O Estadão conversou com o executivo Marcos Ganut, líder do setor que vai alocar o ex-ministro, e com o próprio Sérgio Moro para entender o novo trabalho.

As negociações, conta Ganut, levaram cerca de cinco semanas e envolveram rodadas de conversas com equipes no Brasil e no exterior. Com a contratação, Moro se junta a outros nomes egressos do setor público que já trabalham na consultoria - incluindo ex-procuradores e servidores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

"Essa já é uma prática bastante robusta globalmente na empresa. Nós temos, por exemplo, pessoas que vieram do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, com um background também de ter vivido de um ângulo diferente do processo de investigação", explica Ganut. "Não é uma novidade para a empresa. Claro que a gente está falando de uma figura que tem uma expressão ainda maior para o nosso mercado", completa.

Na A&M, Moro vai atuar na área de 'Disputas e Investigações'. O foco do trabalho será ajudar empresas clientes no desenvolvimento de políticas antifraude e corrupção, governanças de integridade e conformidade e políticas de compliance.

"A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Tem que trabalhar dos dois lados", diz o novo sócio-diretor da consultoria.

Segundo o ex-ministro, a migração ao setor privado não afasta sua atuação na defesa de uma agenda anticorrupção. Mas o objetivo agora é 'ajudar as empresas a fazer a coisa certa'.

"As empresas não precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito", afirma. "No fundo, a minha ida a uma empresa como a Alvarez & Marsal segue a mesma linha do que eu sempre defendi: que é importante nós adotarmos políticas de integridade e anticorrupção. O caminho do setor privado é um caminho absolutamente louvável também, não há nenhum demérito em relação a se trabalhar por esses objetivos no setor público", disse.

O anúncio de sua contratação, no último domingo, 29, levantou a discussão sobre um possível conflito de interesses. Isso porque o rol de clientes atendidos pela consultoria inclui empresas investigadas na Operação Lava Jato. A Alvarez & Marsal foi designada, por exemplo, como agente de recuperação judicial da Odebrecht - empreiteira que firmou acordo de leniência com a força-tarefa de Curitiba e viu 77 de seus executivos fecharem delação premiada, inclusive o patriarca Emílio Odebrecht e seu filho Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro em diferentes ações penais. Também trabalha na reestruturação da Queiroz Galvão e atende ainda a OAS e a Sete Brasil.

Moro e Ganut afirmam que a questão foi pensada antes da assinatura do contrato e, para evitar questionamentos, incluída uma cláusula que proíbe expressamente a atuação do novo sócio em qualquer caso que inclua empresas envolvidas em processos que já passaram por suas mãos nos tempos de magistratura.

"Tanto eu quanto a Alvarez & Marsal concordamos expressamente com essa cláusula para evitar qualquer tipo de questionamento", afirma Moro. "Nós estamos aqui para fazer a coisa correta e não o contrário".

Além disso, segundo os executivos, a empresa funciona através de um modelo de unidades de negócios setorizadas e com equipes independentes.

"O setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro setor que não aquele que eu vou trabalhar", adianta o ex-ministro, que avalia que houve uma 'confusão desnecessária' em torno da contratação.

Na mesma linha, Ganut afirma que o objetivo com a contratação de Moro foi atender a uma demanda das próprias empresas em busca de consultorias especializadas para adequação aos padrões de integridade e compliance globais.

"Em nenhum momento a gente fez nenhum desenho pensando em qualquer discussão decorrente ou remanescente de Lava Jato. A agenda é muito pró-privado, dentro de um ambiente de negócios onde a gente já atua, já tem presença global. A chegada dele só faz fortalecer esse movimento. A figura dele de combate à corrupção trazida para o setor privado tem um valor enorme e acho que esse é o contexto da contratação dele", diz.

Na nova rotina, quando estiver superada a pandemia e com ela o home office, o ex-juiz e ex-ministro deve enfrentar a ponte aérea internacional pelo menos uma vez por mês. Apesar da atuação global, por ora, segundo Moro, o plano é continuar em Curitiba. "Vou colocar uma plaquinha aqui: filial da Alvarez & Marsal", brinca.

Perguntado sobre os planos políticos e eventuais pretensões eleitorais para a disputa presencial em 2022, Moro desconversa e diz que 'não é o momento de pensar nisso'.

"O foco hoje, a agenda, é trabalhar no setor privado, assistindo as empresas para fazer a coisa certa na condução dos seus negócios. Sobre projetos políticos, esse não é foco", diz. "Como cidadão a gente permanece discutindo e defendendo as pautas nas quais nós acreditamos. Acho que qualquer projeto que se discute precisa levar em consideração essa agenda anticorrupção também", observa.

Leia abaixo a entrevista completa:

ESTADÃO: Há dois anos, o Sr. ainda era juiz federal, depois passou pelo cargo de ministro de Estado e agora está assumindo como sócio-diretor de uma consultoria global. Para quem vem da magistratura, que é uma carreira relativamente estável, como foram todas essas mudanças?

SÉRGIO MORO: Eu fui juiz criminal por mais de 20 anos, depois fui Ministro da Justiça e Segurança Pública e, especialmente nos últimos anos, a dedicação foi muito intensa ao enfrentamento da corrupção, como juiz da Lava Jato e depois como ministro da Justiça, buscando no segundo caso implementar políticas anticorrupção. Indo agora para o setor privado, a minha intenção basicamente é continuar fazendo um papel similar, mas no âmbito do setor privado. Minha crença em particular é que o setor privado brasileiro tem muito a contribuir em relação a esta temática de adoção de políticas de integridade e a Alvarez & Marsal é uma empresa internacionalmente renomada, com um grande time. Recebi com muita satisfação este convite para trabalhar em conjunto. Ou seja, é ajudar as empresas a fazer a coisa certa. Isso pode fazer a diferença independentemente do governo, do Congresso. As empresas não precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito. Precisa fazer a coisa certa, precisa ter sistemas de compliance efetivos, precisa ter investigações corporativas quando necessário.

ESTADÃO: E o que muda agora com a ida ao setor privado?

SÉRGIO MORO: O Brasil foi uma referência, durante a Lava Jato, com uma onda anticorrupção aqui na América Latina e que de certa maneira também chegou no mundo todo por conta das operações de cooperação internacional com a Suíça, com a Dinamarca, com a Noruega, com os Estados Unidos. As empresas brasileiras que querem ter negócio lá fora estão percebendo cada vez mais a necessidade de buscar as melhores práticas com inspiração dos standarts norte americanos, europeus. A Lava Jato representou um despertar muito forte no Brasil em relação a esta preocupação das empresas com a integridade, também do setor público. Hoje estamos vendo alguns eventuais reveses no setor público, mas o setor privado pode caminhar com as próprias pernas. E até a minha percepção é a de que as empresas querem ir muito além das exigências que estão sendo feitas pelo setor público. Isso a gente tem visto de uma maneira muito clara, por exemplo, no setor ambiental: as empresas querendo adotar políticas de conformidade mesmo diante de posturas eventualmente questionáveis no âmbito do setor público. A mesma coisa para essas políticas de integridade: as empresas querem se antecipar a problemas e para isso precisam ter sistemas de compliance, sistemas de prevenção a corrupção dentro do seu meio ou na interação do setor público com o privado que podem fazer a diferença, podem fazer com que o País avance muito no setor privado e isso já pode fazer uma grande diferença no que se refere à diminuição da corrupção.

No fundo, a minha ida a uma empresa como a Alvarez & Marsal segue na mesma linha do que eu sempre defendi: de que é importante nós adotarmos políticas de integridade e anticorrupção. O caminho do setor privado é um caminho absolutamente louvável também, não há nenhum demérito em relação a se trabalhar por esses objetivos no setor público. A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Tem que trabalhar dos dois lados. Prevenir certamente é a melhor política. Isso, na minha percepção, também é bom para os negócios. Além de garantir que a empresa não se envolva em riscos reputacionais ou riscos de danos, porque muitas destas empresas que se envolveram de alguma forma em problemas criminais tiveram até risco de desaparecimento, sofreram grandes baques financeiros, no meu entendimento, no médio e no longo termo, é bom também para os negócios, atrai investimentos. Não é só uma questão de fazer a coisa certa, mas é bom também para os lucros.

ESTADÃO: E o escritório de advocacia em Curitiba, como fica?

SÉRGIO MORO: Eu estou no escritório inclusive. Vou colocar uma plaquinha aqui: filial da Alvarez & Marsal. Na verdade essa escritório é da minha esposa, tem que pedir para ela.

ESTADÃO: Quando e como foram as negociações para assumir esse cargo?

MARCOS GANUT: Como firma global, dentro das várias iniciativas que a área de Disputas e Investigações atua globalmente, surgem naturalmente oportunidades e discussões de negócios em que a gente tem que trazer talentos para dentro de casa - talentos estes que vão atuar em uma plataforma global. Dentro deste pensamento a gente tomou conhecimento de que o Moro estaria procurando um caminho na iniciativa privada e assim foi a chegada dele aqui.

Nós soubemos no mercado, somos mais de cinco mil pessoas pelo mundo, estamos conectados com esses departamentos, com o mundo de investigação, com o mundo de tecnologia, etc., soubemos que existiria a oportunidade, porque o Moro estava olhando para o setor privado. E aí foi uma investida da Alvarez & Marsal para acessar o Moro e apresentar as possibilidade sde negócio. Percebemos que havia uma conciliação do interesse dele com aquilo que a gente já faz e as conversas foram avançando. Levou umas cinco semanas, entre acessá-lo e a gente conseguir fechar o acerto dele, levou-se uns 35 a 45 dias. Houveram várias rodadas com o time daqui e com o time internacional.

A gente já tinha feito algumas contratações relativamente recentes pessoas com experiências de procurador de estado, de Departamento de Justiça pelo mundo. Isso não é uma novidade para a empresa. Claro que a gente está falando de uma figura que tem uma expressão ainda maior para o nosso mercado e, estrategicamente pensando, estamos olhando para um negócio que cresce a passos largos.

ESTADÃO: Qual será exatamente a sua função na área de 'Disputas e Investigações' da consultoria?

SÉRGIO MORO: A perspectiva é atuar globalmente. Isso não significa que não vai ser atendido o mercado brasileiro, vai sim. Mas a ideia principal é atuar globalmente, porque é uma empresa global. A própria equipe aqui no Brasil, embora também focada nos projetos para atender as empresas brasileiras, corriqueiramente está envolvida em projetos internacionais. Até porque nessa área de integridade e de compliance existe uma progressiva uniformização de standarts buscando os níveis mais altos. Isso dá vantagem a uma empresa global como a Alvarez & Marsal.

MARCOS GANUT: Na parte de disputas, a gente atua em disputas de infraestrutura, disputas de contratos de concessão, disputas societárias, econômicas, contábeis, de transações. A parte de investigação eu separaria em dois blocos, mas isso pode derivar em uma série de serviços: o bloco de práticas, políticas e prevenção e, quando algumas vezes isso não é efetivo, exige alguma intervenção sobre o incidente. Aí nós estamos falando em de fato fazer uma investigação corporativa, uma resposta a um ciberataque, por exemplo.

ESTADÃO: Quais são hoje as principais demandas das empresas clientes nesta área de 'Disputas e Investigações' da consultoria?

MARCOS GANUT: A gente tem demandas diversas. Empresas que querem as suas boas práticas de integridade, não só na gestão do dia a dia de negócios, mas gestão ambiental, gestão da forma de lidar com reguladores e agentes, gestão na forma de pagamentos.

ESTADÃO: Como será composta a remuneração?

MARCOS GANUT: Ele tem dedicação exclusiva para a Alvarez & Marsal. Ele é remunerado pelo trabalho que ele participa. Ele não tem nenhum benefício financeiro, direto ou indireto, de qualquer trabalho de outros setores. A remuneração dele está vinculada aos projetos nas unidades de Disputa e Investigação.

ESTADÃO: Ontem o Sr. se manifestou pela primeira vez sobre a admissão como sócio-diretor da Alvarez & Marsal e logo disse que não vai atuar em casos de potencial conflito de interesses. Dá para explicar melhor o que poderia configurar um caso do tipo? Como pretende, se é que pretende, contornar esse tipo de situação envolvendo empresas cujos executivos o Sr. colocou no banco dos réus?

SÉRGIO MORO: Tem havido uma confusão desnecessária. A Alvarez & Marsal não é uma empresa de advocacia, não é uma empresa dedicada a realizar defesa dessas empresas perante a Justiça, é uma empresa de reestruturação, de transformação dessas empresas. No fundo, é uma consultoria que está ali a orientar as empresas a fazer a coisa certa, inclusive se antecipar a este tipo de problema. Ajudar as empresas a implementarem sistemas efetivos de compliance, promover investigação corporativa quando a própria empresa identifica malfeitos… Não tem nada a ver esta crítica que foi feita na linha de que, por exemplo, eu estaria me juntando a Alvarez & Marsal para defender a Odebrecht. Primeiro, meu próprio contrato prevê que eu não atue em casos que possam envolver eventual conflito de interesses. Segundo, o setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro setor que não aquele que eu vou trabalhar. E também a perspectiva é uma atuação global. Eu vou ficar aqui em Curitiba, mas estão previstas idas a São Paulo, aos Estados Unidos, idas a outros países. Existe uma clientela mundial. Não tem qualquer relação com essas empresas da Lava Jato. E, como eu disse, o trabalho não é de defender as empresas, é de fazer com que elas atuem da maneira correta. Qualquer situação de potencial conflito será afastada. Essa cláusula é expressa no contrato e tanto eu quanto a Alvarez & Marsal concordamos expressamente com ela para evitar qualquer tipo de questionamento. Evidentemente que nem eu, nem a Alvarez & Marsal, ninguém ia fazer nada ilegal. É uma empresa que tem reputação. Eu tenho a minha reputação, eu tenho a minha credibilidade, assim como a empresa. Nós estamos aqui para fazer a coisa correta e não o contrário.

MARCOS GANUT: Esses serviços prestados a empresas investigadas na Lava Jato são feitos por outras unidades de negócio da Alvarez & Marsal, as áreas de administração judicial e de reestruturação de empresas, que têm o seu time, que têm os seus sócios que tomam conta do negócio. Apesar de fazerem parte da Alvarez & Marsal, nós estamos falando de estruturas distintas, com objetivos distintos. Independente da chegada do Moro na Alvarez & Marsal, isso já é uma prática de muito tempo dentro da companhia. A gente vive em um mundo corporativo com um layer muito robusto de conflitos e, quando identificados determinados conflitos, permitem a gente aceitar ou não trabalhos ou fazer a segregação adequada. Aqui a gente tem um elemento complementar, no caso do ministro, porque além de estar separado em uma outra business unit, não vai atuar, conforme todas as condições contratuais.

A gente tem uma coordenação global bastante forte no nosso time de Disputa e Investigação e a gente obviamente debateu essa questão quando surgiu a oportunidade de conversar com o Moro. Em nenhum momento a gente fez nenhum desenho pensando em qualquer discussão decorrente ou remanescente de Lava Jato. A agenda é muito pró-privado, dentro de um ambiente de negócios onde a gente já atua, já tem presença global. A chegada dele só faz fortalecer esse movimento. A figura dele de combate à corrupção trazida para o setor privado tem um valor enorme e acho que esse é o contexto da contratação dele.

ESTADÃO: Já conheceu a equipe? Já foi alocado em um primeiro projeto?

SÉRGIO MORO: Estão sendo construídas agendas para atendimento aos clientes e para conhecimento das equipes. Como é uma empresa robusta, com várias unidades e mais de 500 funcionários só no Brasil, é algo que evidentemente leva o seu tempo.

MARCOS GANUT: A gente acaba compondo as equipes. Tem um time de tecnologia, disputas econômicas, infraestrutura, ambiental. O Moro vai ser também um executivo que tem a possibilidade de buscar nesses vários recursos as competências necessárias dependendo de cada tipo de serviço, de cada indústria que a gente atende. O nosso desafio agora é agenda. A gente tem um número importante de reuniões internas com os times, incluindo o internacional, e projetos que já estão acontecendo e os que estão chegando. Esta é a dinâmica bastante intensa que a gente vem acertando desde segunda-feira.

ESTADÃO: Sua nova missão afasta planos políticos ou não há cláusula de impedimento do contrato com a consultoria? O que o Sr. programa para 2022 no plano político?

SÉRGIO MORO: O foco hoje, a agenda, é trabalhar no setor privado, assistindo as empresas para fazer a coisa certa na condução dos seus negócios. Sobre projetos políticos, esse não é foco. Não é o momento de pensar nisso. Como cidadão a gente permanece discutindo e defendendo as pautas nas quais nós acreditamos. Acho que qualquer projeto que se discute precisa levar em consideração essa agenda anticorrupção também.

ESTADÃO: Embora negue pretensões eleitorais, o Sr. diz que deseja continuar contribuindo ao debate público. Como?

SÉRGIO MORO: Você não precisa ser juiz, procurador, policial, ministro, presidente, para fazer a coisa certa. As empresas, os seus dirigentes, os seus líderes têm condições de andar por sua própria conta. No Brasil, hoje, a principal expectativa é esta. A confiança maior de que o setor privado avance nessa área com maior velocidade e atendo a estes parâmetros internacionais.

ESTADÃO: Apesar dessa nova fase na iniciativa privada, o Sr. ainda é protagonista de inquéritos e processos importantes envolvendo figuras públicas. Um dos mais relevantes é o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Recentemente ele abriu mão de prestar depoimento e, com isso, o inquérito está chegando ao fim. Já se avalia que o estrago para o presidente foi mais político do que jurídico. Quando o Aras pediu a abertura do inquérito ao Supremo, ele apontou também possível denunciação caluniosa e crime contra a honra. Teme que esse inquérito possa se virar contra o Sr.?

SÉRGIO MORO: Tenho muito orgulho e tenho muito conforto em relação às decisões que tomei na Lava Jato, foi a maior operação contra a corrupção da história do Brasil. E também em relação às minhas decisões e ações no Ministério da Justiça, inclusive quanto a minha saída. Expus ali as minhas razões. É uma investigação que corre nas mãos de outras pessoas, não tenho responsabilidade sobre elas. Mas eu estou bastante tranquilo.

Fonte: Rayssa Motta e Fausto Macedo - Estadão Conteúdo 

 

Flávio Dino diz que descartar Lula é "insanidade" e não há frente ampla sem PT

 

Governador do Maranhão, do PCdoB, disse que há "exagero" na avaliação sobre o desempenho do PT nas eleições municipais, e defendeu o ex-presidente Lula. "É claro que você não pode achar que vai construir uma aliança vitoriosa em 2022 sem o PT", afirmou

Governador Flávio Dino (PCdoB-MA) (Foto: SECAP - Secretaria de Estado de Comunicação Social e Assuntos Políticos do Maranhão)

247 - O governador Flávio Dino (PCdoB) afirmou nesta quarta-feira (2) que o resultado eleitoral do PT não justifica decretar o fim da influência do partido na coalização de forças da esquerda para as eleições de 2022. 

Em entrevista à revista Carta Capital, Dino disse que há um exagero nas avaliações sobre o resultado do partido. "O PT, de fato, colheu um resultado modesto na eleição, não venceu em nenhuma capital. Mas está muito longe de se caracterizar como terra arrasada. Vamos combinar que o PT continua a ser o partido mais nacional. Olhando nacionalmente, o PT continua a ser a coluna vertebral do campo progressista”, afirmou.

Flávio Dino disse também que não há possibilidade de se construir uma  frente ampla no campo progressista sem a presença do PT. “É claro que você não pode achar que vai construir uma aliança vitoriosa em 2022 sem o PT. Isso é um erro gigantesco. Ou contra o PT, o que é pior ainda. Você precisa ter o PT junto, pela importância que ele tem como partido mais nacional, partido com maior aprovação popular e por ter o maior líder político do nosso campo: o presidente Lula“, afirmou.

"Ninguém cometeria, em outro país, a insanidade de descartar um líder da importância do Lula”, acrescentou Dino. 

Assista à entrevista de Flávio Dino:


PGE pede quebra de sigilo de Luciano Hang em ação sobre disparos em massa na campanha de Bolsonaro de 2018

 

O bolsonarista dono da Havan teria financiado um esquema de disparos em massa de mensagens no WhatsApp durante o processo eleitoral de 2018 para favorecer Jair Bolsonaro

LUCIANO HANG, DONO DA HAVAN. (Foto: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS)

247 - A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) indicou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que existem novos indícios de disparo em massa de mensagens no Whatsapp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018.

Em documento enviado ao tribunal, a PGE defende a quebra do sigilo bancário e fiscal do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da Havan, e de quatro empresas no período de 1º de julho a 30 de novembro de 2018.

Também estão sendo investigadas as empresas Quick Mobile, Yacows, Croc Services e SMS Market, suspeitas de terem realizado os disparos em massa, que teriam sido financiados por Hang.

O suposto disparo indevido de mensagens pelo Whatsapp podem caracterizar abuso de poder econômico e uso indevido de meio de comunicação social. 

Por isso, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, pediu ao TSE que julgue em conjunto as quatro ações de investigação judicial eleitoral (Aije) que pedem a cassação da chapa de Bolsonaro em 2018 pelos disparos.

 

Apucarana registra 76 novos casos de Covid-19 nesta quarta-feira, um novo recorde diário



A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) confirmou nesta quarta-feira (02) mais 76 casos de Covid-19 em Apucarana. É um novo recorde diário de diagnósticos positivos da doença. Agora, o município soma 2.471 resultados positivos para o novo coronavírus.

São 36 homens, incluindo duas crianças (9, 10, 15, 21, 21, 23, 24, 29, 31, 31, 32, 33, 34, 35, 35, 37, 37, 38, 38, 38, 39, 41, 43, 43, 43, 43, 46, 48, 52, 57, 58, 60, 65, 68, 71 e 74 anos), e 40 mulheres, incluindo três crianças (8, 10, 10, 13, 15, 18, 22, 24, 24, 25, 28, 28, 28, 31, 32, 33, 36, 36, 36, 37, 40, 41, 43, 47, 51, 52, 53, 53, 54, 55, 57, 58, 59, 64, 68, 71, 74, 74, 80 e 85  anos). Os resultados positivos vieram do Laboratório Central do Estado (Lacen).

Ainda segundo o boletim divulgado pela Autarquia de Saúde, o município tem mais 313 suspeitas em investigação. O número de recuperados chega a 2.050.

O Pronto Atendimento do Coronavírus chegou a 14.339  pessoas atendidas presencialmente desde o início da pandemia. O número de pacientes monitorados atualmente é de 1.167.

Já foram testadas 16.359 pessoas, sendo 8.308 em testes rápidos, 6.455 pelo Lacen (RT-PCR) e 1.596 por laboratórios particulares (RT-PCR).

São 29 pacientes de Apucarana internados, nove na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 20 em leitos de enfermaria.

O município tem no momento 359 casos ativos de Covid-19.