quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Todas as regiões do Paraná estão em alerta de tempestade até o fim da noite desta quinta

(Foto: Fernando Frazão-ABr)

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, ontem, um alerta para a possibilidade de tempestades sobre o Paraná desde a zero hora até o final da noite desta quinta-feira (15). O grau de severidade do alerta é de “perigo”. Segundo o comunicado, podem ocorrer chuvas entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h), e queda de granizo. O alerta vale para a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Central Paranaense, Litoral Paranaense, Norte Paranaense, Oeste Paranaense, Sudoeste Paranaense, Sul Paranaense, além do Planalto Norte Catarinense e do Oeste Catarinense.

Em Curitiba, as pancadas de chuva podem ocorrer à qualquer hora do dia e as temperaturas ficam mais baixas por causa das condições do tempo. Os ventos na Capital devem ir do fraco ao moderado. Amanhã ainda podem ocorrer chuviscos na cidade e faz um pouco de frio durante a tarde, quando a máxima não deve passar dos 16ºC, segundo o Inmet. Até o final do fim de semana, as condições não se modificam muito, com dias com muitas nuvens e temperaturas mais baixas.

Fonte: Bem Paraná

 

Arapongas registra 13 novos casos de Covid-19, 31 curados e dois óbitos



Prefeitura de Arapongas, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou nesta quarta (14/10) o registro de 13 novos casos, 19 curados e 02 óbitos por COVID-19 no município. Agora o município chega a 4.444 casos dos quais 4.149 já estão curados (93,4%), 185 ainda estão com a doença e 110 infelizmente vieram a óbito. Ao todo, já foram realizados 24.363 testes. Sobre estes novos casos a Secretaria de Saúde informa que: 
109º óbito, ocorrido em 12/10: Paciente do sexo masculino, 74 anos com comorbidades, internado em Hospital e referência em Londrina, realizado coleta do exame em 03/10, vindo a óbito em 12/10, resultado do exame positivo divulgado em 14/10.
110º óbito, ocorrido em 13/10: Paciente do sexo masculino, 72 anos com comorbidades, coleta do exame realizada em 18/09 com resultado divulgado em 18/09, internado em 19/09 em leito e UTI, vindo a óbito no dia 13/10.   
O município possui 46 casos que aguardam resultados. Entre os resultados dos testes públicos e privados realizados no município foram divulgados 32 resultados negativos.
Entre os 13 casos confirmados, estão 04 do sexo feminino com as respectivas idades: 24, 39, 40 e 46 anos.
Do sexo masculino, foram diagnosticados 09 pacientes com as respectivas idades: 20, 33, 39, 41, 51, 54, 62, 63 e 75 (óbito) anos.
Referente aos pacientes de Arapongas com COVID-19, 05 permanecem na UTI e 02 na enfermaria;
Referente aos leitos hospitalares em Arapongas, existem 16,6% dos 30 leitos de UTI e 10% dos 40 leitos de enfermaria ocupados;
A Secretaria de Saúde de Arapongas reforça a importância de que a população siga as orientações dos especialistas, mantendo os cuidados de higiene, usando máscaras e evitando aglomerações, inclusive em festas e confraternizações familiares.

Apucarana confirma mais dois óbitos e 17 novos casos de Covid-19



Mais dois óbitos provocados por Covid-19 foram confirmados nesta quarta-feira (14) em Apucarana. As vítimas são um homem de 38 anos e uma idosa de 92. Agora, o município soma 48 mortes por causa da doença. A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) também confirmou mais 17 casos de Covid-19, elevando o número de diagnósticos positivos para 1.437.

O homem de 38 anos sofria de hipertensão arterial. Ele foi internado no Hospital da Providência no dia 8 de outubro e morreu na última segunda-feira (12). Já a idosa de 92 anos tinha como comorbidade hipertensão arterial, diabetes e senilidade. Ela foi internada no dia 4 de outubro também no “Providência” e morreu no dia 8.

Os 17 novos resultados positivos para Covid-19 foram confirmados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). São seis homens (22, 28, 34, 38, 38 e 39 anos) e onze mulheres, incluindo uma criança (7, 23, 23, 24, 34, 36, 44, 46, 55, 76 e 92 anos).

Ainda segundo boletim da Autarquia de Saúde, o município tem outras 91 suspeitas em investigação. O número de recuperados subiu para 1.305.

Já o Pronto Atendimento do Coronavírus chegou a 10.472 pessoas atendidas presencialmente desde o início da pandemia. O número de pacientes monitorados atualmente é de 317.

Já foram testadas 12.777 pessoas, sendo 7.367 em testes rápidos, 4.289 pelo Lacen (RT-PCR) e 1.121 por laboratórios particulares (RT-PCR).

São seis pacientes de Apucarana internados, sendo dois na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e quatro em leitos de enfermaria.

ÓBITOS

Dos 48 óbitos registrados por Covid-19 em Apucarana, 30 são de homens (62,5%) e 18 de mulheres (37,5%).

 


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Gilmar Mendes diz que suspeição de Moro será votada no STF apenas em 2021

Processo que trata da suspeição de Moro no processo do tríplex contra Lula está paralisado na Segunda Turma do STF desde 2018, após um pedido de vista feito pelo próprio ministro Gilmar Mendes; votação vem sendo postergada desde então e agora foi novamente adiada para 2021

Gilmar Mendes e Sergio Moro (Foto: STF | Senado)

247 -  O julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) somente no próximo ano. O assunto, que deveria ter entrado na pauta da Corte em 2018, vem sendo postergado e agora, segundo o ministro Gilmar Mendes, deverá ser pautado somente com a retomada dos trabalhos presenciais, suspensos em função da pandemia da Covid-19.

Segundo reportagem do blog da jornalista Bela Megale, Gilmar Mendes vem afirmando no STF que o caso é considerado delicado e precisa ser avaliado em sessão presencial. Além disso, o ministro também teria admitido a pessoas próximas que não há mais tempo para que o julgamento ocorra ainda em 2020. O processo que trata da suspeição de Moro está paralisado desde 2018 devido a um pedido de vista feito pelo próprio Gilmar Mendes. 

Atualmente, a Segunda Turma do STF – responsável pelo julgamento – encontra-se dividida sobre a questão. Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes já apontaram que devem votar pela suspeição de Moro. Edson Fachin e Carmen Lúcia, porém, já se posicionaram de forma favorável ao ex-juiz. 

Como Celso de Mello deverá se aposentar na próxima semana, o quinto voto poderá ser de Kassio Marques, indicado por Jair Bolsonaro para a vaga aberta com a saída do decano da Corte. Uma outra possibilidade, é que alguém da Primeira Turma seja transferido para a segunda, antes da entrada de Kassio Marques. 

Arapongas registra 14 novos casos de Covid-19 e 31 curados



Prefeitura de Arapongas, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou nesta terça (13/10) o registro de 14 novos casos e 31 curados de COVID-19 no município. Agora o município chega a 4.431 casos dos quais 4.130 já estão curados (93,2%), 193 ainda estão com a doença e 108 infelizmente vieram a óbito. Ao todo, já foram realizados 24.287 testes. Sobre estes novos casos a Secretaria de Saúde informa que: 
O município possui 15 casos que aguardam resultados. Entre os resultados dos testes públicos e privados realizados no município foram divulgados 89 resultados negativos.
Entre os 14 casos confirmados, estão 09 do sexo feminino com as respectivas idades: 20, 29, 34, 40, 40, 41, 65, 65 e 75 anos.
Do sexo masculino, foram diagnosticados 05 pacientes com as respectivas idades: 5, 27, 28, 33 e 79 anos.
Referente aos pacientes de Arapongas com COVID-19, 05 permanecem na UTI e 01 na enfermaria;
Referente aos leitos hospitalares em Arapongas, existem 20% dos 30 leitos de UTI e 10% dos 40 leitos de enfermaria ocupados;
A Secretaria de Saúde de Arapongas reforça a importância de que a população siga as orientações dos especialistas, mantendo os cuidados de higiene, usando máscaras e evitando aglomerações, inclusive em festas e confraternizações familiares.

Com mais seis confirmações, Apucarana chega a 1.420 casos de Covid-19



Mais seis casos de Covid-19 foram confirmados nesta terça-feira (13) pela Autarquia Municipal de Saúde (AMS) em Apucarana. Agora, são 1.420 registros da doença. O município segue com 46 óbitos e tem 81 suspeitas em investigação. O número de recuperados subiu e chega a 1.292.

São 82 casos ativos de Covid-19 atualmente em Apucarana (5,8%) e 1.292 pacientes recuperados (91%). O número de mortes representa 3,2% do total.

Os resultados positivos de Covid-19 foram confirmados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). São três homens (44, 48 e 64 anos) e três mulheres (25 e duas de 38 anos). Todos estão em isolamento domiciliar.

O Pronto Atendimento do Coronavírus chegou a 10.384 pessoas atendidas presencialmente desde o início da pandemia. O número de pacientes monitorados atualmente é de 243.

Já foram testadas 12.733 pessoas, sendo 7.352 em testes rápidos, 4.271 pelo Lacen (RT-PCR) e 1.110 por laboratórios particulares (RT-PCR).

São oito pacientes de Apucarana internados, sendo um na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e sete em leitos de enfermaria.





terça-feira, 13 de outubro de 2020

Mandetta diz que Bolsonaro fez opção consciente de colocar vidas em risco

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na noite desta segunda-feira no programa Roda Viva que Jair Bolsonaro tomou decisão consciente de pôr as vidas das pessoas em risco, ao fazer declarações minimizando a pandemia de Covid-19. Segundo Mandetta, ainda em março Bolsonaro sabia que o país poderia chegar a 180 mil mortos pela Covid-19

Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta (Foto: Reuters)

247 - Ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta disse que o presidente da República fez falas minimizando a Covid-19, não por despreparo, mas por ter tomando uma decisão consciente de pôr em risco as vidas das pessoas. "Não acho que seja despreparo, acho que foi uma decisão consciente, sabendo dos números, apostando num ponto futuro (...) Ele se abraçou na tese da economia, já para ter uma vacina para ele e falar: 'a economia vai recuperar, fui eu que recuperei, não deixei'. Ele fez uma opção política consciente que colocava em risco a vida das pessoas. Isso foi consciente da parte dele, não tenha dúvidas", afirmou Mandetta no programa Roda Viva.

Mandetta disse que apresentou todos os tipos de cenários para Bolsonaro e outros ministros e que Bolsonaro escolheu no que acreditaria. Ainda, acrescentou que o protocolo para uso da hidroxicloroquina era "muito bem arquitetado para uso político".

"Joga cloroquina, começa a chamar de vírus chinês, fala que a culpa é da China. Então não dá para falar da China, fala que é da OMS. Passou o Ministério da Saúde a ser o elemento de raiva, esse é o cara que traz a notícia ruim, fala o que não quero ouvir. Tanto que eles trocam o ministro e uma das primeiras coisas que o ministro militar chega e fala e que não vai mais dar números", narrou Mandetta.

O ex-ministro da Saúde responsabiliza também o ministro da Economia, Paulo Guedes, que segundo sua opinião, pode ter influenciado as decisões de Jair Bolsonaro sobre o tema. Mandetta conta que Bolsonaro disse: "eu prefiro atender a econômica porque acho que é mais importante que atender a saúde', informa o UOL.

'Barraqueiros': Os 3 signos que adoram discutir e armar confusão

 As pessoas destes signos não conseguem conter-se

© DR


‘Calma' - não, as pessoas de alguns signos não conhecem essa palavra!

A verdade é que determinados signos do zodíaco têm prazer em discutir e amam confrontos, aliás não perdem uma oportunidade não só de exprimir a sua opinião como de fazê-lo a alto e bom som, e à vista de todos - seja qual for a ocasião ou lugar...

Áries

Regido pelo elemento Fogo, o ariano é naturalmente o mais briguento. Indivíduos deste signo são explosivos, impulsivos e extremamente competitivos, e tal torna-os simplesmente mais propensos a discutir. E muito cuidado, porque durante o confronto, ele vai registrar cada palavra que você disser e usá-la contra si - o ariano é um perito neste ponto. 

Mais ainda, se a discussão for sobre quem é melhor em algum aspecto ou tarefa então as coisas vão piorar rapidamente. Porque o ariano é sempre o melhor (ele não tem duvidas disso...) e jamais aceita um insultuoso segundo lugar. 

Touro

Nunca volta atrás numa discussão e só se vai sentir satisfeito se a discussão seguir à sua maneira.

Mas, há mais. Conseguem ser extremamente dramáticos e estão bem à vontade para fazer uma 'cena' com direito a lágrimas, palavrões e gritos se perceberem que estão perdendo a discussão que eles próprios iniciaram. 

Leão

Vivem para uma bela confusão, porque adoram ser o centro das atenções. É possível que o enganem e comecem o confronto com uma 'discussão saudável' para chamar a atenção das pessoas ao seu redor e depois começam o verdadeiro 'barraco'.

E obviamente que acreditam que estão sempre certos e que ganham todas as discussões (pelo menos na cabeça deles...), afinal tal faz parte do espetáculo. 

Fonte: Notícias ao Minuto

Temer e membros da cúpula militar tiveram encontro secreto um ano antes do golpe do impeachment

Durante lançamento do livro 'A escolha', uma longa entrevista do ex-presidente, o jornalista Denis Rosenfield revelou que Michel Temer e integrantes da cúpula das forças armadas se encontraram em sigilo um ano antes do impeachment que afastou a ex-presidente Dilma

Michel Temer e Eduardo Villas Bôas (Foto: Marcos Corrêa/PR)

247 - No lançamento do livro de Michel Temer, “A Escolha”, nesta segunda (12), Denis Rosenfield contou que, em 2015, um ano antes do impeachment, o então comandante do Exército, Eduardo Villas-Bôas, lhe procurou para saber de Temer. Os militares estavam “preocupados com o país”, segundo Rosenfield. Ele marcou um encontro sigiloso com o então vice-presidente. 

Segundo Rosenfield, além de Villas-Bôas, também participou da reunião o chefe do Estado Maior, Sergio Etchegoyen, que depois se tornaria ministro de Temer, informa o Painel da Folha de S.Paulo.

O livro é uma entrevista de Temer gravada em 2018. O ex-presidente revelou à Folha que os militares lhe ajudaram em pelo menos duas ocasiões. Durante rebeliões em presídios, em 2016, e em GLOs (Garantia da Lei e da Ordem), como a do Rio, em 2017. 

 

Vaza Jato: Dallagnol fez pressão sobre Judiciário para ter juiz "amigo" no lugar de Moro

Em mais um capítulo da Vaza Jato, novas mensagens revelam que o procurador Deltan Dallagnol fez pressão sobre um Poder independente, o Judiciário, para conseguir a indicação de um juiz "amigo" à frente da Lava Jato, depois da saída de Sergio Moro. Pressão não tem precedentes. O MP nunca havia feito pressão do tipo sobre o Judiciário

Deltan Dallagnol e Sérgio Moro (Foto: Agência Brasil)

Rafael Neves e Rafael Moro Martins, Intercept Brasil - Os procuradores da Lava Jato no Paraná atuaram nos bastidores para interferir na sucessão do ex-juiz Sergio Moro nos processos da operação em primeira instância. A força-tarefa do Ministério Público Federal fez lobby num outro poder, o Judiciário, para garantir que o novo escolhido para a cadeira do então recém-nomeado ministro do governo de Jair Bolsonaro fosse alguém que agradasse aos investigadores.

As articulações estão explícitas em duas mensagens de áudio do então coordenador da força-tarefa, o procurador Deltan Dallagnol. Nelas e em várias mensagens de texto trocadas pelo Telegram em janeiro de 2019, ele elenca os principais candidatos à vaga de Moro, elege os preferidos da força-tarefa e esboça o plano em andamento para afastar quem poderia “destruir a Lava Jato”, na opinião dele.

Quando Moro abandonou a carreira de juiz, em novembro de 2018, logo após a eleição de Bolsonaro, deixou vaga a cadeira de responsável por julgar os processos da Lava Jato na primeira instância. A sucessão ou substituição de um magistrado é um processo comum no poder Judiciário, que tem autonomia para decidir – obedecendo a um regimento interno.

O que é no mínimo incomum, nesse caso, é a pressão e a interferência de um órgão externo, o Ministério Público Federal. Em mensagens de texto e áudio, Dallagnol também pede a colegas familiarizados com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF4, responsável pela Justiça Federal do Paraná, que tentassem “advogar” junto a ele por uma solução que agradava à força-tarefa.

A ideia compartilhada por Dallagnol e por juízes federais do Paraná era colocar três magistrados na posição de assessores de um quarto, o veterano Luiz Antônio Bonat, num esforço para convencê-lo a disputar a vaga de Moro. “Ele colocou ali o nome dele por amor à camisa”, narrou Dallagnol. “Então a gente tem que conseguir um apoio. A ideia talvez seria de ter juízes assessores ali designados junto a ele”.

A Lava Jato considerava que Bonat, um juiz com 64 anos e de perfil extremamente discreto (jamais deu palestras ou entrevistas desde que assumiu o comando da operação, há quase dois anos), precisaria de ajuda para dar conta das dezenas de processos que corriam no Paraná. Assim, Dallagnol e equipe buscaram uma forma de garantir que nem todo o trabalho da operação cairia sobre ele.

O plano articulado para montar o time de juizes acabou por não sair do papel, mas o principal foi feito: Bonat foi convencido a disputar a vaga. “Aí ontem os juízes estavam preocupados e conseguiram fazer, conseguiram convencer o número 1 da lista, o que é ótimo para nós, assim, simbolicamente, a aceitar o desafio de ir para a 13ª”, celebrou Dallagnol, em áudio.

E, como era previsto pelos procuradores, Bonat herdou a cadeira de Moro por ser o mais antigo juiz federal em atividade na jurisdição do TRF4.

Nas conversas, fica claro que o juiz resistiu a entrar na disputa e que ele foi convencido a concorrer por colegas e procuradores que “estavam preocupados” com a vitória iminente de alguém visto com desconfiança pela Lava Jato: Julio Berezoski Schattschneider, um juiz que atuava em Santa Catarina. Procurados, nenhum deles quis dar entrevista.

A candidatura de Bonat surpreendeu a comunidade jurídica. Magistrado com 25 anos de carreira, à época, ele estava afastado da área criminal havia 15 anos. Até um juiz federal que atua na região do TRF4, e que falou ao Intercept sob a condição de anonimato, diz ter estranhado: “Era uma vara difícil, cheia de trabalho, daquelas que habitualmente ninguém quer pegar e acaba sobrando nas mãos de um juiz mais novo. E aí aparece um monte de gente mais antiga [na disputa]”, ele observou.

Sergio Moro foi o primeiro grande nome confirmado por Bolsonaro para seu governo após a vitória nas urnas. A adesão do então juiz ao político de extrema direita se deu meros três dias após o segundo turno: ele viajou ao Rio, visitou Bolsonaro em sua casa na Barra da Tijuca, ouviu o convite para ser ministro da Justiça e Segurança Pública e disse sim poucas horas depois.

Com a entrada formal na política, Moro foi obrigado a passar o bastão dos processos da Lava Jato. Temporariamente, a operação passou a ser conduzida pela juíza substituta Gabriela Hardt até que um novo magistrado assumisse a vaga de titular.

Pelas regras de funcionamento da justiça no Brasil, os processos seguiriam com a 13ª Vara Federal de Curitiba. Com a saída de Moro, a vaga de titular dessa vara entrou em disputa. Qualquer juiz da 4ª região da Justiça Federal – que abrange Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – poderia disputar o posto. O escolhido seria quem tivesse mais tempo de carreira entre os inscritos, seguindo o regimento do TRF4.

No dia do anúncio de Moro, procuradores da Lava Jato já especulavam no Telegram quem sucederia o magistrado. Mas a interferência da força-tarefa no Judiciário só ganhou forma em janeiro de 2019, quando Dallagnol fez um comunicado aos colegas:

9 de janeiro de 2019 – Chat Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 18:56:19 – Caros, vamos visitar as pessoas que seria bom que assumissem a 13ª Vara para convencê-las. Vou levantar nomes bons e vou convidar quem puder pra irmos estimular rs

Dallagnol – 18:56:24 – Isso é crítico para nosso futuro

Dallagnol parecia obcecado. No dia seguinte, o então coordenador da força-tarefa apresentou aos colegas um prognóstico sobre os potenciais postulantes, endereçado especificamente a Januário Paludo, um dos veteranos da força-tarefa e com quem Dallagnol contava para ajudá-lo no lobby:

10 de janeiro de 2019 – Chat Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 18:18:59 – Jan, fizemos a reunião. Segue mapeamento

Dallagnol – 18:20:06 – Luiz Antonio Bonat, 1 (21ª Vara Federal de Curitiba) (dois vão conversar) Taís Schilling Ferraz, 2 (Moro considerava uma opção – ligada a Gilmar) Eduardo Vandré, 6 (seria péssimo) Loraci Flores (irmão do Luciano Flores), 8 Marcelo Malucelli, 10 Artur César de Souza, 11 (Londrina) Julio Guilherme Berezoski Schattschneider, 19 (péssimo, mas parece que não quer mais) Nivaldo, 37, impedimento ? Danilo, 64, impedimento mas com interpretação pq de execução Friedmann, 70 Claudia Maria Dadico, 95 (Diretora foro SC, perigosos vínculos) Antonio César Bochenek, 106 Marcos Josegrei, 111 Bianca Arenhart, 112

Dallagnol – 18:20:38 – Welter, Jan ou Je, Vcs conhecem a Taís Schilling?

Dallagnol – 18:21:42 – Ou conhecem algum destes de POA? Algum é bom? Vcs sondam?

Dallagnol – 18:21:45 – [Imagem não encontrada]

Jerusa Viecili – 18:29:01 – esses se inscreveram? o que são os númeors ao lado?

Viecili – 18:29:32 – conheço o Hermes, fui estagiária dele há mil anos. parece que ele sempre atuou mais no cível. está no CEJUSCON agora.

Viecili – 18:29:41 – a Tais conheço de vista só. ela é bem conceituada, até onde sei.

Dallagnol – 18:39:02 – não. O risco é a posição 6, o Vandré. precisamos de um coringa, alguém que se disponha a vir até o número 5 e renuncie se o vandré não se inscrever

Dallagnol – 18:39:18 – o número do lado é a posição na lista de antiguidade

Viecili – 18:40:05 – entendi

Viecili – 18:47:21 – http://www.gaz.com.br/conteudos/regional/2018/11/08/133864-juiz_de_santa_cruz_pode_substituir_sergio_moro_na_lava_jato.html.php

Ali Dallagnol expôs o primeiro alvo da força-tarefa e uma estratégia para tirá-lo da disputa. Tratava-se do juiz Eduardo Vandré, que trabalhava numa vara  federal de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele ocupava o sexto lugar na lista de antiguidade, mas “seria péssimo” para a Lava Jato, segundo o coordenador.

Os motivos para a desconfiança foram descritos por Paludo, que afirmou na mesma conversa, mais tarde, que Vandré era “pt e não gosta muito do batente”.

Com isso em mente, Dallagnol buscava fazer uma espécie de seguro: garantir a candidatura de um dos cinco juízes mais antigos, de forma que Vandré ficasse sem chances na disputa. Paludo detalhou o plano pouco depois:

10 de janeiro de 2019 – Chat Filhos do Januario 3

Januário Paludo – 19:17:36 – Tais já foi cnj. Vínculos politicos.

Paludo – 19:20:55 – Loraci diz que não quer. Tentei convence-lo. Seria nossa melhor opção. Bonat é ótimo, mas não tem pique. Alexandre lippel nem pensar. Vandre e pt e não gosta muito do batente. Marcelo de nardi não é de todo ruim, tem trânsito, assi, como o Hermes.

Paludo – 19:21:57 – em que ser o bonat. Depois faz permuta.

Deltan Dallagnol – 19:50:21 – super próxima do Gilmar, segundo o Malucelli

Dallagnol – 19:50:57 – Mas qual a posição do Loraci?

Dallagnol – 19:51:12 – O Bonat pode assumir e pessoas trabalharem por trás, como Gabriela e Bianca, talvez…

Os comentários mostram que Paludo e Dallagnol viam Bonat (o juiz federal com mais tempo de serviço em toda a região Sul) como um instrumento para impedir que um nome indesejável ficasse com a vaga de Moro. Mas havia um problema: justamente pela idade, achavam que ele não teria “pique” para assumir os processos da Lava Jato. Por isso, Dallagnol aventou a possibilidade de que Bonat fosse escolhido, mas deixasse outros “trabalharem por trás” dele, como juízes assessores.

O assunto voltou ao Telegram quase uma semana depois, em 16 de janeiro. Dallagnol encaminhou aos colegas a mensagem de um juiz que chamou de “nosso preferido” para ocupar a cadeira de Moro: “estou avaliando, sim….temos até segunda…. Conversei com o Malucelli ontem e ele me disse que conversou com Bonat, e ele disse que não vai pedir e que nem cogita”, escreveu o magistrado, segundo o relato de Dallagnol.

A mensagem não deixa claro quem era o “preferido”, mas as tratativas nos dias seguintes indicam tratar-se do juiz Danilo Pereira Júnior, que já atuava noutra vara federal de Curitiba. Malucelli é o juiz Marcelo Malucelli, então diretor do foro da Seção Judiciária do Paraná – na prática, o administrador da unidade.

Àquela altura, Eduardo Vandré já desistira de concorrer, mas a Lava Jato tinha outra preocupação. O nome dela era Julio Berezoski Schattschneider, que trabalhava em Santa Catarina, outro a receber a alcunha de “péssimo” na lista de Dallagnol.

O chefe da força-tarefa afirmou ter conversado sobre o assunto com a juíza Gisele Lemke, de uma vara federal de Curitiba, e narrou aos colegas o que foi discutido:

Segundo o áudio, Schattschneider havia informado o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, instância máxima da Justiça Federal no Sul do país, que desejava ser transferido para Curitiba, mas não fazia questão de ficar com o lugar de Moro. Assim, a Lava Jato planejava convencê-lo a aceitar outra posição que não fosse a de Moro. Se ele não topasse, haveria um problema: por ser mais antigo, Schattschneider teria preferência sobre Danilo Pereira Júnior, o favorito da Lava Jato. O juiz Bonat continuava decidido a não concorrer.

Esse quadro permaneceu até 21 de janeiro de 2019, último dia para inscrição dos interessados. A força-tarefa estava tensa porque o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, então presidente do TRF4 (que ironicamente foi cotado para suceder Moro no ministério de Bolsonaro por ser próximo aos militares), havia anunciado que os dois nomes preferidos da Lava Jato estavam impedidos de entrar no páreo.

A razão era um item do regimento do tribunal que vedava a transferência de juízes para uma vara com a mesma especialidade daquela em que já atuam.

Dallagnol se afligiu e pediu lobby sobre Thompson Flores:

21 de janeiro de 2019 – Chat Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 15:27:23 – Welter, mensagem do Danilo: “Oi…vou conversar com o Marcelo e descobrir. Mas, em princípio, o presidente sinalizou que eu e Nivaldo temos impedimento regimental, pois são caras de mesma especialidade.

Dallagnol – 15:27:31 – Você não consegue falar com o presidente por aí?

Dallagnol – 15:27:37 – Welter/Jan

Laura Tessler – 15:30:31 – Danilo é da Vara de Execuções Penais e juizado…13ª é vara de lavagem…nada a ver esse impedimento..salvo engano, no cível eles não colocam impedimento para remoção entre Vara Civel geral e Vara especializada (previdenciária, p.ex)

Tessler – 15:30:59 – Presidente do TRF tá viajando na maionese….

Antônio Carlos Welter – 15:32:48 – Quando falei com o Lenz semana passada ele comentou desse impedimento. Parece que ele entende dessa forma. De qualquer modo, se eles tem interesse na remoção, podem pedir e depois contestar no órgão especial a interpretação

Dallagnol – 15:33:30 – O problema é que acho que Danilo não vai querer aparecer como o “juiz que está lutando pra ir pra LJ”

Dallagnol – 15:33:35 – Pode cair mal né…

Dallagnol – 15:33:55 – O ideal seria tentar reverter isso na conversa com o presidente, dizendo que ele é de todos quem mais tem perfil etc

Dallagnol – 15:34:19 – sacanagem isso…independente de LJ, o cara não pode estar condenado a ficar o resto da vida na Vara de Execuções Penais…

O clima só desanuviou quase dez horas da noite. Januário Paludo avisou ao grupo que Luiz Antônio Bonat havia mudado de ideia e decidido se inscrever. No dia seguinte, o TRF4 divulgou a lista dos inscritos com ele na cabeça. Se Bonat não mudasse de ideia até a meia-noite do dia 24, dali a três dias, a vaga seria dele. Mas Schattschneider vinha na segunda posição. Por isso, a articulação continuou para que Bonat não desistisse.

As mensagens indicam que procuradores da Lava Jato trataram pessoalmente desse assunto com a cúpula da Justiça Federal do Paraná. Eles mencionam um encontro em 22 de janeiro, um dia após o encerramento das inscrições. Ao final da reunião, Dallagnol fez um resumo aos colegas:

Em viva voz, o procurador faz duas grandes confissões. Juízes federais alinhados à Lava Jato “estavam preocupados” com a possibilidade de que Schattschneider ficasse com a vaga de Moro, segundo Dallagnol, e, por isso, conseguiram convencer Bonat a se inscrever de última hora, “por amor à camisa”.

Esses magistrados, que não são identificados por Dallagnol no áudio, lançam uma suspeita sobre Schattschneider: a de que ele havia tentado iludir a corregedoria da Justiça Federal sobre sua intenção de suceder Moro. Procuramos Schattschneider em seu gabinete para que comentasse a suspeita levantada pela corregedoria, mas ele não respondeu às tentativas de contato.

Para manter o interesse de Bonat no cargo, os juízes e o MPF decidiram tentar algo que Dallagnol havia sugerido em 10 de janeiro: transformar o magistrado numa espécie de líder de um grupo de três outros juízes que ajudariam a dar agilidade aos processos. Segundo o áudio de Dallagnol, quem estava à frente desse plano era o juiz Marcelo Malucelli, mas a cúpula do TRF-4 já tinha se manifestado contra a ideia.

Procuramos Malucelli para que comentasse a declaração de Dallagnol, mas o juiz disse não saber que Bonat foi convencido de última hora e não esclareceu se articulou ou não o plano de designar juízes assessores para ele. “Várias medidas de auxílio foram tomadas pela corregedoria do TRF4 para a 13ª Vara de Curitiba, antes e depois da saída do juiz Moro. À direção do foro incumbe apenas cumpri-las”, respondeu.

A preocupação dos procuradores se dissipou no dia seguinte, 23 de janeiro, quando eles ficaram sabendo que Schattschneider havia desistido da vaga. No fim das contas, Bonat assumiu a 13ª Vara no dia 6 de março.

Entregamos a transcrição integral dos áudios e um resumo cronológico detalhado das mensagens de texto ao TRF4, à Justiça Federal do Paraná e ao MPF. Aos órgãos do Judiciário, perguntamos se eram verdadeiras as afirmações de Dallagnol de que os juízes só convenceram Bonat a concorrer à vaga de Moro de última hora porque “estavam preocupados” com a chance de vitória de Schattschneider e de que a direção do tribunal discutiu nomear três juízes assessores para “dar um apoio” ao magistrado veterano à frente da Lava Jato.

Também perguntamos se o tribunal não considera que as conversas narradas por Dallagnol são uma interferência indevida no Judiciário e fizemos o mesmo questionamento à força-tarefa da Lava Jato. Ao MPF, perguntamos se os procuradores chegaram a visitar candidatos para a vaga de Moro, como disse Dallagnol, e se o órgão não considerava inadequado o lobby sobre os juízes para viabilizar os nomes de sua preferência e, depois que esse plano falhou, para garantir que Bonat não desistisse da vaga.

Todas as questões ficaram sem resposta. Além de não se manifestar institucionalmente, o TRF4 não emitiu posicionamento de nenhum dos juízes citados nas conversas, aos quais direcionamos perguntas específicas. O MPF também preferiu não se manifestar.