sábado, 29 de agosto de 2020

Deu no New York Times: por que o clã Bolsonaro e Michelle receberam dinheiro de Queiroz?


Maior jornal do mundo dedicou reportagem de página inteira aos escândalos de corrupção do clã Bolsonaro, como o esquema da rachadinha, que desviava salários de servidores e tinha como tesoureiro Fabrício Queiroz
Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Fabrício Queiroz
Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil | Reprodução)

247 - O jornal New York Times dedica neste sábado reportagem de página inteira ao escândalo de corrupção da rachadinha, o esquema de desvio de parte dos salários de servidores públicos para pagamento das despesas pessoais do clã Bolsonaro. O jornal também pergunta por que os filhos de Bolsonaro e Michelle, a primeira-dama, receberam recursos do miliciano Fabrício Queiroz, tesoureiro do esquema.
“O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, estava visitando uma catedral na capital nos últimos dias quando um repórter fez uma pergunta: Presidente, por que sua esposa recebeu US$ 16.000 de um ex-assessor sob investigação de corrupção? A resposta foi agressiva, mesmo para um presidente conhecido por expressar sua raiva a jornalistas e críticos. ´O que eu gostaria de fazer´ , disse Bolsonaro ao repórter, ´é quebrar sua boca´”, aponta a reportagem de Ernesto Londoño, Manuela Andreoni e Letícia Casado.
“Em seus dois anos de mandato, quando Bolsonaro e seu círculo íntimo, incluindo seus filhos, foram envolvidos em um número crescente de investigações criminais e legislativas, ele atacou repórteres, investigadores e até mesmo membros de seu próprio gabinete que o fizeram. ousou ir contra ele”, escreveram ainda os jornalistas. “Os brasileiros estão fazendo uma pergunta que pode ameaçar o futuro político do presidente Jair Bolsonaro: por que sua esposa e filho receberam pagamentos de um homem sob investigação por corrupção?”
Confira, abaixo, tweet de Guga Chacra sobre a reportagem:


Argentina sai na frente e quer taxar grandes fortunas para ter fundos contra a Covid-19


O governo da Argentina enviou ao Congresso um projeto de lei que pretende arrecadar cerca de R$ 300 bilhões de pesos através de um imposto extraordinário sobre grandes fortunas

247 - O governo da Argentina enviou na sexta-feira (28) um projeto de lei ao Congresso que pretende arrecadar cerca de 300 bilhões de pesos através de um imposto extraordinário sobre grandes fortunas. A ideia é reverter os valores para cobrir despesas estatais na luta contra a pandemia da Covid-19, entre outras medidas sociais. A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo.
O imposto será aplicado apenas uma vez e teria como contribuintes pessoas com um patrimônio declarado de mais de 200 milhões de pesos (R$ 13 milhões).
O projeto de lei foi apresentado pelo deputado Carlos Heller e pelo líder do partido governista Frente de Todos na Câmara, Máximo Kirchner, filho da atual vice Cristina Kirchner, acrescenta a reportagem. 
Cerca de 12 mil pessoas seriam alcançadas. A nova taxa, se aprovada, terá base de 2% e aumentará de acordo com o tamanho do patrimônio. Contribuintes que estiverem dentro da faixa, possuindo bens no exterior terão que pagar uma alíquota 50% maior.

Acusado por cinco anos pela Lava Jato, deputado do PT é absolvido por unanimidade no STF


Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu o deputado federal Vander Loubet (PT-MS). Vander foi denunciado em 2015 e se tornou réu em 2017, acusado de receber R$ 1 milhão em suposto esquema de corrupção na BR Distribuidora, da Petrobras
2ª Turma do STF absolve o deputado federal Vander Loubet (PT-MS)
2ª Turma do STF absolve o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) (Foto: Divulgação)

247 - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) por unanimidade. Vander se tornou o primeiro parlamentar réu por acusações no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão do ministro Edson Fachin, que é relator da Lava Jato no STF, apontou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresentou provas do cometimento de crime por parte deputado federal do PT. A informação é do portal DCM.
Vander foi denunciado em 2015 e se tornou réu em 2017, acusado de receber R$ 1 milhão em suposto esquema de corrupção na BR Distribuidora, da Petrobras. O deputado também foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
O julgamento teve início na manhã de 14 de agosto e foi concluído em 21 de agosto, por meio de sessão virtual. Além de Fachin, votaram a favor de Vander os ministros Celso de Mello (revisor da ação), Carmén Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.


Wassef diz que Bolsonaro sabia que ele pagava seu advogado e chama ministros do STF de “bandidos”


Em conversa gravada em 2017, Wassef diz que presidenciável deu aval à indicação de advogado a quem ele pagou R$ 276 mil, aponta reportagem de Rafael Moro Martins, no Intercept. Wassef também classificou ministros do STF como “bandidos”
Jair Bolsonaro e Frederick Wassef
Jair Bolsonaro e Frederick Wassef (Foto: Reuters | Reprodução)

247 - Uma reportagem do Intercept, publicada pelo jornalista Rafael Moro Martins, demonstra que Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento de que algumas de suas despesas pessoais eram pagas também pelo “anjo” Frederick Wassef. “Uma gravação entregue ao Intercept reforça elos antigos entre o advogado Frederick Wassef e Jair Bolsonaro que o entorno presidencial tem feito força para negar. No áudio, o dono da casa em Atibaia onde foi preso o tesoureiro dos Bolsonaro, Fabrício Queiroz, diz ter autorização de Jair para passar a defesa do então presidenciável em duas ações no Supremo Tribunal Federal para as mãos de Arnaldo Faivro Busato Filho”, aponta a reportagem.
Busato é o advogado que, como mostrou o jornal O Globo esta semana, recebeu de Wassef pagamentos que somam R$ 276 mil. Ele admite o pagamento, mas nega que tenha sido por defender Bolsonaro.
A conversa foi gravada em junho de 2017. Nela, Wassef fala a interlocutor que havia sido ´autorizado pelo próprio Bolsonaro a botar um dos feras respeitados da advocacia´ nos casos que tiravam o sono do presidenciável. Tratavam-se de duas ações abertas contra o ex-militar de extrema direita pela deputada Maria do Rosário, do PT gaúcho, no STF. Ela foi à justiça após Bolsonaro afirmar, na Câmara, que ela ´não merecia ser estuprada´ por ser, segundo ele, muito feia. Uma condenação criminal no Supremo poderia abrir margem a pedidos de impugnação da candidatura de Bolsonaro em 2018. Wassef também chama ministros do Supremo de ´bandidos´.

ARAPONGAS: Prefeitura registra 60 novos casos de Covid-19 e 69 curados


Prefeitura de Arapongas, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou nesta sexta, (28/08) o registro de 60 novos casos por coronavírus (Covid-19), 69 pacientes curados e pela doença na cidade. Agora o município chega a 3.100 casos dos quais 2.398 já estão curados (77,4%), 623 ainda estão com a doença e 79 infelizmente vieram a óbito. Ao todo, já foram realizados 17.187 testes. Sobre estes novos casos a Secretaria de Saúde informa que:
A Secretaria de Saúde esclarece que os casos divulgados no dia de hoje são resultados de exames realizados nos últimos 07 dias.
Entre os 60 casos confirmados, estão 39 do sexo feminino com a respectivas idades: 6, 12, 16, 16, 18, 19, 20, 25, 25, 25, 25, 26, 26, 27, 28, 31, 31, 33, 34, 34, 37, 38, 39, 40, 42, 44, 44, 44, 46, 46, 48, 50, 52, 54, 56, 57, 59, 59 e 60 anos.
Do sexo masculino, foram diagnosticados 21 pacientes com as respectivas idades: 17, 20, 27, 27, 30, 31, 33, 34, 35, 36, 38, 38, 43, 50, 51, 51, 52, 54, 61, 66 e 71 anos.
Referente aos pacientes de Arapongas com COVID-19, 07 permanecem na UTI e 06 na enfermaria;
Referente aos leitos SUS hospitalares ocupados em Arapongas, existem 56,6% dos 30 leitos de UTI e 30% dos 40 leitos de enfermaria ocupados;
A Secretaria de Saúde de Arapongas reforça a importância de que a população siga as orientações dos especialistas, mantendo os cuidados de higiene, usando máscaras e evitando aglomerações, inclusive em festas e confraternizações familiares.


Apucarana confirma mais dois óbitos por Covid-19 nesta sexta-feira



Apucarana confirmou nesta sexta-feira (28) mais duas mortes provocadas por Covid-19. São duas mulheres de 66 e 72 anos. Agora, o município soma 29 óbitos causados pela doença. A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) também registrou mais 16 resultados positivos para Covid-19 no município, elevando o número de ocorrências para 993.
A mulher de 66 anos sofria de hipertensão arterial e diabetes. Ela estava internada desde 25 de julho e morreu nesta sexta-feira (28). A mulher de 72 anos também tinha hipertensão arterial. Ela estava internada desde 29 de julho e morreu nesta sexta-feira (28).
Das 29 mortes confirmadas por Covid-19 em Apucarana até agora, 17 são de homens e 12 de mulheres. Agosto é o mês com maior registro de óbitos: 15.
Dos 16 novos casos de Covid-19 confirmados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), 12 são homens, incluindo três crianças (10 meses, 11 meses, 4 anos, 20, 38, 40, 42, 42, 48, 48, 55 e 66 anos), e quatro são de mulheres (26, 30, 34 e 43 anos).
Ainda segundo boletim da Autarquia de Saúde, o município tem outras 119 suspeitas em investigação. O número de recuperados aumentou para 836.
O Pronto Atendimento do Coronavírus chegou a 7.921 pessoas atendidas presencialmente desde o início da pandemia. O número de pacientes monitorados atualmente é de 670.
Já foram testadas 9.907 pessoas, sendo 6.245 em testes rápidos, 2.827 pelo Lacen (RT-PCR) e 835 por laboratórios particulares (RT-PCR).
São 17 pacientes de Apucarana internados, sendo cinco na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 12 em leitos de enfermaria.


sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Eleições 2020: TSE amplia horário de votação em uma hora, e eleitores irão às urnas das 7h às 17h


Tribunal também decidiu reservar horário preferencial das 7h às 10h para pessoas acima de 60 anos, que integram grupo de risco
Com o mote #SeuVotoTemPoder, a logo reforça a importância da participação popular no processo el...
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, decidiu na noite desta quinta-feira (27) ampliar o horário de votação nas Eleições Municipais de 2020 em uma hora por conta da pandemia da Covid-19. A intenção é garantir mais tempo para que eleitores votem com segurança e tentar reduzir as possibilidades de aglomeração nos locais de votação.
Com isso, os quase 148 milhões de eleitores aptos a participar do pleito irão às urnas de 7h as 17h (considerando o horário local) no primeiro turno, marcado para 15 de novembro, e, onde for necessário, no segundo turno, marcado para 29 de novembro.
O horário foi definido após análise de estatísticos do tribunal e avaliação de uma consultoria técnica, formada por especialistas do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Insper e Universidade de São Paulo (USP).
O TSE também definiu, por orientação da consultoria sanitária formada pela Fiocruz, Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein, que haverá horário de votação preferencial de 7h as 10h para pessoas acima de 60 anos, que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus.
O ministro Barroso afirmou que a antecipação do início da votação para 7h – em lugar da extensão para 18 h -- atende pleito dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). "Após ouvirmos os presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais e os respectivos diretores-gerais, ficou decidido, por unanimidade, que este horário será de 7 horas da manhã às 17 horas. Não foi possível estender para mais tarde do que isso porque, em muitas partes do Brasil, depois dessa hora, há dificuldade de transporte e há problemas de violência."
Barroso lembrou ainda que o TSE adotará "todas as medidas possíveis e razoáveis" para garantir a segurança dos eleitores e mesários no dia da votação. Ele lembrou que um grupo de empresas e de entidades de classe doará equipamentos de proteção individual, como máscaras, protetores faciais (face shiels) e álcool em gel e spray para quem trabalhar na eleição, além de álcool em gel para que eleitores higienizem as mâos nas seções de todo o país.
Barroso ressaltou que, apesar do momento delicado para a saúde pública do país, os eleitores podem e devem exercer o direito do voto - com todos os cuidados necessários -, uma vez que esse é o instrumento pelo qual os cidadãos definem os rumos do país.
"Nós estamos fazendo todo o possível para conciliar, na maior medida, a saúde pública da população com as demandas da democracia. É votando nas eleições municipais que você define o destino da sua cidade e, em última análise, os rumos do Brasil. Vote consciente", afirmou o presidente do TSE.
"Após ouvirmos os estatísticos do Tribunal Superior Eleitoral e estatísticos externos do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, do Insper e da USP, o Tribunal Superior Eleitoral está definindo a extensão do horário de eleições em uma hora.
Após ouvirmos os presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais e os respectivos diretores-gerais, ficou decidido, por unanimidade, que este horário será de 7 horas da manhã às 17 horas. Não foi possível estender para mais tarde do que isso porque, em muitas partes do Brasil, depois dessa hora, há dificuldade de transporte e há problemas de violência.
E, após ouvir a consultoria sanitária, o Tribunal Superior Eleitoral estará reservando o primeiro horário, de 7h às 10 horas da manhã, preferencialmente, para as pessoas maiores de 60 anos, que já estão no grupo de risco para a pandemia de Covid-19.
O Tribunal Superior Eleitoral está diligenciando todas as medidas possíveis e razoáveis para promover a segurança dos mesários e dos eleitores. E nós estaremos oferecendo, em parceria com a iniciativa privada, 7,5 milhões de máscaras para todos os mesários, para que possam trocá-las três vezes ao longo do dia; estaremos fornecendo mais de 1 milhão e 800 mil proteções faciais - o face shield -, igualmente, para os mesários.
Cada mesário terá um frasco de 200 mililitros de álcool em gel, para a sua higienização pessoal, e teremos mais de um milhão de litros de álcool em gel espalhados pelas seções eleitorais de todo Brasil, para que os eleitores - que devem entrar com máscara própria - possam limpar as suas mãos na entrada, votar e limpar novamente as mãos na saída da votação.
Nós estamos fazendo todo o possível para conciliar, na maior medida, a saúde pública da população com as demandas da democracia. É votando nas eleições municipais que você define o destino da sua cidade e, em última análise, os rumos do Brasil. Vote consciente!"
MO/LC
Fonte: TSE


Ministro do STJ que afastou Witzel diz que objetivo foi impedi-lo de continuar a liderar "organização criminosa"


Ministro do STJ Benedito Gonçalves escreveu em decisão que afastamento de Witzel "serve para obstar que continue liderando a referida organização criminosa e a dilapidar o Erário do Estado do Rio de Janeiro". Ele negou pedido de prisão do governador
Benedito Gonçalves e Wilson Witzel
Benedito Gonçalves e Wilson Witzel (Foto: Gustavo Lima/STJ | Philippe Lima/GOVRJ)

247 - O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves afirmou que o afastamento de Wilson Witzel, teve como objetivo frear a liderança do governador do Rio de Janeiro na organização criminosa que promoveu desvios dinheiro da saúde no estado. Ele negou pedido de prisão de Witzel feito pelo Ministério Público.
"Na forma exposta pelo MPF, ainda, a medida de afastamento serve para obstar que continue liderando a referida organização criminosa e a dilapidar o Erário do Estado do Rio de Janeiro, extremamente combalido em razão do grande histórico de casos de desvio de recursos públicos e corrupção envolvendo os governadores anteriores", escreveu o ministro. O teor da decisão foi obtido pela Globo e publicado no portal G1
"Os fatos não só são contemporâneos como estão ocorrendo e, revelando especial gravidade e reprovabilidade, a abalar severamente a ordem pública, o grupo criminoso agiu e continua agindo, desviando e lavando recursos em pleno pandemia da Covid-19, sacrificando a saúde e mesmo a vida de milhares de pessoas, em total desprezo com o senso mínimo de humanidade e dignidade, tornando inafastável a prisão preventiva como único remédio suficiente para fazer cessar a sangria dos cofres públicos, arrefecendo a orquestrada atuação da ORCRIM", acrescentou Gonçalves.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Witzel usou o escritório de advocacia da esposa, Helena, para receber R$ 500 mil em propinas por contratos emergenciais no combate à epidemia do coronavírus. A defesa dele classificou a decisão do STJ como "monocrática e com tamanha gravidade".
Segundo as investigações da Polícia Federal, o esquema no governo Witzel foi dividido em três eixos: um liderado pelo presidente nacional do PSC, Everaldo Dias Pereira, o pastor Everaldo; um pelo empresário Mário Peixoto; e outro pelo empresário da área de ensino José Carlos de Melo, pró-reitor administrativo da Universidade Iguaçu (Unig).
O pastor foi preso. No mês de maio de 2016, enquanto o Senado se preparava para votar o afastamento da presidente Dilma Rousseff, sem crime de responsabilidade, Jair Bolsonaro estava nas águas do Rio Jordão, no nordeste de Israel, onde foi batizado na igreja Assembleia de Deus pelo religioso.


Pastor Everaldo, um dos chefes do esquema de Witzel, batizou Bolsonaro no Rio Jordão


O Pastor Everaldo, presidente do PSC, preso nesta sexta-feira na operação que afastou Wilson Witzel, era um dos líderes do esquema de corrupção no Estado. Em 12 de maio de 2016, enquanto o Senado afastava Dilma, ele batizava Jair Bolsonaro em sua igreja, a Assembleia de Deus, no Rio Jordão, em Israel
Pastor Everaldo batiza Bolsonaro
Pastor Everaldo batiza Bolsonaro (Foto: Reprodução)

247 - Em 12 de maio de 2016, enquanto o Senado pegava fogo com a votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro mergulhava nas águas do Rio Jordão, no nordeste de Israel. Lá, foi batizado na igreja Assembleia de Deus pelo Pastor Everaldo, agora preso como um dos comandantes do esquema de corrupção de Wilson Witzel no Rio.
Num vídeo de pouco mais de 40 segundos de duração, espalhado pela assessoria do então parlamentar de extrema-direita, era possível ver Bolsonaro, que se diz católico, vestindo uma túnica branca. Na época, Bolsonaro estava no PSC.
A cena chega a ser patética. Ele é chamado pelo pastor Everaldo, presidente do PSC e responsável pela cerimônia e logo tem início o batismo:
- E aí, Bolsonaro, você acredita que Jesus é o filho de Deus?
- Acredito.
- Você crê que Ele morreu na cruz?
- Sim.
- Que Ele ressuscitou?
- Sim.
- Está vivo para todo o sempre?
- Sim
- É o salvador da humanidade?
- Sim.
- Mediante a sua confissão pública, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Depois de mergulhar Bolsonaro nas águas, o pastor faz uma brincadeira.
- Peso pesado (risadas) - diz.
O deputado, então, se afasta agradecendo os aplausos:
- Obrigado, obrigado.
Bolsonaro filiou-se ao PSC em março de 2016, dois meses antes de ser batizado em Israel. O partido foi o responsável por apresentar o ex-capitão como pré-candidato à Presidência da República para 2018. “Recebo a indicação como pré-candidato à Presidência da República pelo PSC como missão. Vamos afinar o discurso, mas pode ter certeza que o direcionamento será para a direita”, disse Bolsonaro, na época.
Ex-deputado, Everaldo tem um longo histórico de relação com o clã Bolsonaro, mas virou desafeto após o rompimento de relações entre o presidente e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
O Pastor Everaldo é um velho conhecido de esquemas fisiológicos no estado. Presidente do PSC desde 2015, onde foi companheiro de partido de Jair Bolsonaro até 2018, Everaldo foi chefe da Casa Civil de Antonhy Garotinho. Naquele tempo, a partir de 1999, formou uma parceria com o Eduardo Cunha.
Um dos feudos que Everaldo passou a dividir com Cunha era a deficitária, mas gigante, Cedae, a estatal de águas e esgotos do estado, informa Lauro Jardim: “No governo Witzel, o guloso Everaldo recebeu a Cedae como um presente do governador hoje afastado: pôde nomear à vontade e cuidar da estatal ao seu modo. A Cedae é deficitária e há anos está na fila para ser privatizada, mas os governadores sempre arranjam um jeito de empurrar com a barriga o processo”.
Na delação da Odebrecht, Everaldo aparece como tendo recebido R$ 6 milhões da empreiteira para que, em 2016, quando foi candidato a presidente da República, jogar sua candidatura a favor de Aécio Neves.


Witzel orientou fornecedores do governo do Rio a simular contratos com escritório de advocacia de sua mulher


A PGR informou que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, usou o escritório de advocacia da esposa, Helena, para receber propinas por contratos emergenciais no combate à Covid-19
Helena Witzel e Wilson Witzel
Helena Witzel e Wilson Witzel (Foto: Nelson Perez/Divulgação)

247 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, usou o escritório de advocacia da esposa, Helena, para receber R$ 500 mil em propinas por contratos emergenciais no combate à epidemia do coronavírus. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afasto de Witzel do cargo por irregularidades em contratos de saúde. Não há ordem de prisão contra ele. 
O empresário Mário Peixoto liderava um dos eixos do esquema de irregularidades em contratos de saúde e tinha como operador Alessandro de Araújo Duarte, que, de acordo com as investigações, tinha um email com uma planilha mostrando sete pagamentos de R$ 15 mil da DPAD Serviços Diagnósticos Limitada ao escritório da primeira-dama, todo dia 10 de cada mês, por 36 meses. O acordo teve início em agosto de 2019. A DPAD possui Duarte como sócio, mas seria uma empresa-satélite de Mario Peixoto,
Segundo a Polícia Federal, o esquema no governo Witzel foi dividido em três eixos: um liderado pelo presidente nacional do PSC, Everaldo Dias Pereira, o pastor Everaldo; um pelo empresário Mário Peixoto; e outro pelo empresário da área de ensino José Carlos de Melo, pró-reitor administrativo da Universidade Iguaçu (Unig).


STJ afasta Wilson Witzel do governo do Rio e prende Pastor Everaldo


Governador do Rio de Janeiro foi afastado por corrupção na compra de equipamentos médicos e o presidente do PSC, Pastor Everaldo, foi preso nesta manhã. O vice, Cláudio Castro, assume o governo do Rio
São Gonçalo - Alcântara. 15-07-2020 Inauguração do C. E. Coronel PM Marcus Jardim - Alcântara.
São Gonçalo - Alcântara. 15-07-2020 Inauguração do C. E. Coronel PM Marcus Jardim - Alcântara. (Foto: CARLOS MAGNO/GOVRJ)

247 - Após surfar no sentimento da antipolítica e se eleger governador do Rio de Janeiro contra todas as expectativas, Wilson Witzel foi afastado do cargo por corrupção. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, nesta sexta-feira (28), o afastamento imediato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por irregularidades em contratos na saúde. O vice, Cláudio Castro, assume o governo do RJ, segundo informa o portal G1.
A ordem de afastamento é decorrência das investigações da Operação Placebo, em maio, e da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde, que denunciou irregularidades na compra de equipamentos médicos durante a pandemia.
O STJ também expediu mandados de prisão contra o Pastor Everaldo, presidente do partido, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico. Havia mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama, Helena Witzel, e no Palácio Guanabara.
No total, são 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão.
A Operação Placebo
Em maio, Witzel e a mulher foram alvo de mandados de busca e apreensão da PF, expedidos pelo STJ.
A PF buscava provas de supostas irregularidades nos contratos para a pandemia. A Organização social Iabas foi contratada de forma emergencial pelo governo do RJ por R$ 835 milhões para construir e administrar sete hospitais de campanha.


Depósitos em dinheiro nas contas de Flávio Bolsonaro acabaram uma semana antes da campanha eleitoral


Os depósitos em dinheiro feitas nas contas do senador Flávio Bolsonaro terminaram no dia 9 de agosto de 2018, uma semana antes do início da campanha eleitoral. O último depósito foi no valor de R$ 2 mil. O parlamentar é investigado por envolvimento em um esquema conhecido como "rachadinha" e em lavagem de dinheiro
Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro (Foto: Beto Barata - Agência Senado)

247 - Os depósitos em dinheiro feitas nas contas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) terminaram no dia 9 de agosto de 2018, uma semana antes do início da campanha eleitoral - ele cumpria mandato de deputado estadual. Nesse dia aconteceu o último depósito, no valor de R$ 2 mil, nas contas do congressista. De acordo com o empresário Paulo Marinho, dois meses depois, o então senador eleito recebeu informações sobre uma operação que atingiria o então assessor do parlamentar, Fabrício Queiroz, demitido no dia 15 de outubro. A informação é da Revista Crusoé
O filho de Jair Bolsonaro alegava que os depósitos feitos em dinheiro vivo em suas contas viriam da loja de chocolates finos da qual é sócio.
O senador é investigado pelo Judiciário do Rio por envolvimento em um esquema de "rachadinha", quando servidor ou prestador de serviços repassa parte do salário para político ou assessor. O repasse também pode ser feito por meio de funcionários fantasmas.
Queiroz foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, então advogado de Flávio - depois ele deixou a defesa do parlamentar. 
De acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão. 
O procurador da República Sérgio Pinel afirmou ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) investiga o possível esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Alerj desde 2018 e já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.