segunda-feira, 10 de agosto de 2020

GM de Apucarana firma convênio com a Secretaria de Segurança Pública do PR


Prefeito Junior da Femac, secretário Beto Preto e o comandante Carletti participaram do ato em Curitiba.

A partir de hoje, a Guarda Civil Municipal de Apucarana poderá compartilhar todas informações disponíveis na rede informatizada da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. O termo de cooperação técnica foi firmado na manhã desta segunda-feira (10), na sede da SESP. Pelo acordo, as instituições ficam comprometidas a ceder, entre si, informações de seus sistemas de gestão e de registro de ocorrências, da SESP.
O ato de formalização do convênio teve as presenças dos secretários de saúde, Beto Preto, e de segurança, Coronel Rômulo Marinho Soares; prefeito Junior da Femac; e o comandante da GCM, Alessandro Carletti. Também participaram o coordenador do Centro de Análise, Planejamento e Estatística da Secretaria da Segurança, Capitão Cláudio Todisco; e a chefe de gabinete da Secretaria, delegada Luciana de Novaes.
O termo irá facilitar o trabalho de investigação e inteligência das forças policiais, e viabilizar um atendimento mais rápido às demandas da população, inclusive por meio da Guarda Civil Municipal. “A partir deste convênio, a Guarda Civil Municipal de Apucarana será capacitada a registrar e editar ocorrências na plataforma do Boletim de Ocorrências Unificado (BOU), sistema já utilizado pelas polícias Militar e Civil”, informa o prefeito Junior da Femac.
Segundo ele, os guardas civis municipais terão acesso a uma importante ferramenta de gestão da SESP – o Business Inteligence -, usado para compilação e gerenciamento de dados.
Outras questões abrangidas no termo de cooperação envolvem o acesso às notificações de violência infantil e contra mulheres, além de dados do Programa Nacional Bolsa Família e das áreas de saúde e educação do município, além do fornecimento da base cartográfica da cidade, com pontos de interesse para a Segurança Pública.
“Essa integração de sistemas contribuirá para ampliar a efetividade da Guarda Civil Municipal junto aos órgãos do Estado. Vamos ter na íntegra as consultas a sistemas de checagem de placas veiculares, identificação pessoal, mandados de prisão em aberto. enfim, vamos dispor de um banco de dados, permitindo maior agilidade no nosso dia a dia de trabalho”, avalia o comandante da GCM, Alessandro Carletti.
Para o secretário de saúde, Beto Preto, o termo de cooperação técnica é benéfico, principalmente, para a Guarda Municipal. “Neste momento, a Secretaria de estado da Segurança Pública está ampliando o compartilhamento de seu banco de dados com as guardas municipais e Apucarana foi um dos primeiros municípios a serem contemplados”, comentou.



Deltan recorre ao STF para não ser afastado da Lava Jato


Procurador pediu ao Supremo nesta segunda-feira (10) para suspender dois processos contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pedem seu afastamento da força-tarefa da Lava Jato
Deltan Dallagnol
Deltan Dallagnol (Foto: Pedro de Oliveira/ ALEP)

247 - O procurador Deltan Dallagnol recorreu ao Supremo Tribunal Federal para não ser afastado da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Seu pedido é para que a Corte suspensa dois processos contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pedem seu afastamento do grupo de Curitiba. Por sorteio, os pedidos foram encaminhados ao ministro decano, Celso de Mello.
Na semana que vem, o CNMP deve julgar pedidos que foram apresentados por Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PP-TO) por manifestações críticas de Deltan nas redes sociais.
Deltan argumenta que há irregularidades nos processos no CNMP, por conterem acusações já rejeitadas pela Corregedoria do MPF.

Fachin nega recurso da PGR e leva ao plenário decisão sobre dados da Lava Jato


Ministro Luiz Edson Fachin, do STF, negou nesta segunda-feira (10) recurso da PGR, de Augusto Aras, contra decisão que negou o compartilhamento de dados da Lava Jato com a PGR. O ministro encaminhou a deliberação final sobre o assunto, então, ao Plenário da Corte
Ministro Edson Fachin durante sessão plenária do STF. (20/02/2020)
Ministro Edson Fachin durante sessão plenária do STF. (20/02/2020) (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

Conjur - Por considerar que os fundamentos estão mantidos, apesar das razões recursais, o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, negou, nesta segunda-feira (10/8), agravo interposto pela Procuradoria-Geral da República contra decisão que negou o compartilhamento de dados da "lava jato" com a PGR. O ministro encaminhou a deliberação final sobre o assunto, então, ao Plenário da Corte
"Considerando que a linha central da peça recursal suscita ao STF violação à sua competência e a não observância da autoridade de decisão do próprio Supremo Tribunal Federal em Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, prolatada em controle concentrado de constitucionalidade, à luz do disposto no art. 22, parágrafo único, b, do RISTF assento desde logo que a matéria será submetida à deliberação do Tribunal Pleno", afirmou o ministro em despacho.
A PGR tinha apresentado agravo contra a decisão de Fachin que revogou outra decisão, do presidente do Supremo, Dias Toffoli. No plantão judiciário, Toffoli tinha autorizado o compartilhamento de dados da autoproclamada força-tarefa da "lava jato" no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Ao voltar do recesso, Fachin decidiu de modo contrário.
Reclamação
A PGR apontou que os procuradores das forças-tarefas têm resistido a compartilhar informações e a se submeter à supervisão do órgão. Segundo a procuradoria, essa resistência estaria em desacordo com postulado fixado pelo STF na ADPF 482: "as forças-tarefas funcionando no âmbito do Ministério Público Federal em feitos sobre fatos comuns a mais de uma instância do Poder Judiciário não podem ser compreendidas como órgãos estanques à margem de institucionalidade ministerial, que é uma e incindível".
Segundo o ministro, no entanto, a resistência e negativa de acesso às bases de dados mantidas pelas forças-tarefas "não se amolda, com o grau de precisão que o procedimento desta ação constitucional requer, à decisão proferida pelo Plenário do Supremo no julgamento da ADPF nº 482, já que não se cuida, aqui, de providência relacionada à remoção de membros do Ministério Público".
Fachin também não acolheu a outra motivação da reclamação, acerca de uma possível usurpação da competência criminal originária do STF por parte do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, cujo trâmite ainda não foi concluído. De acordo com Fachin, a PGR se baseia nos argumentos "declinados de forma unilateral por outro reclamante, sobre os quais ainda sequer há pronunciamento jurisdicional".
A liminar de Toffoli, que havia determinado o compartilhamento, foi dada no âmbito da Reclamação 42.050. Tal processo, no entanto, não guarda relação com decisões de primeira instância da 13ª Vara Federal de Curitiba que já haviam estabelecido o compartilhamento de informações pela "lava jato" do Paraná com a PGR. Assim, tais decisões continuam valendo, de modo que a revogação de liminar, na Reclamação 42.050, na prática, aplica-se apenas à "lava jato" de São Paulo e do Rio de Janeiro. 
Rcl 42.050


Bolsonaro evita ataques, mas STF mantém ritmo de derrotas ao governo


Nas duas primeiras sessões após o fim do recesso do Judiciário, na última semana, o STF impôs derrotas ao governo

Bolsonaro evita ataques, mas STF mantém ritmo de derrotas ao governo
Gettty

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A mudança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para um perfil mais apaziguador e a ofensiva nos bastidores para se aproximar do STF (Supremo Tribunal Federal) não surtiram efeito na relação do Palácio do Planalto com a corte.
Após a prisão do policial aposentado Fabrício Queiroz, em junho, que pode implicar a família Bolsonaro e o próprio presidente, e das operações contra correligionários acusados de espalhar fake news, o chefe do Executivo passou a evitar o confronto e deixou de criticar as decisões do Supremo.
O tribunal, porém, não tem retribuído no mesmo tom e manteve o ritmo de julgamentos contrários ao Executivo. Prova disso é que nas duas primeiras sessões após o fim do recesso do Judiciário, na última semana, o STF impôs derrotas ao governo.
Por unanimidade, o Supremo referendou a decisão do ministro Luís Roberto Barroso que obrigou o Executivo a adotar medidas para conter o avanço do novo coronavírus em aldeias indígenas.Também nesta semana, o ministro Gilmar Mendes derrubou uma série de vetos de Bolsonaro ao projeto de lei aprovado pelo Congresso que torna obrigatório o uso de máscaras em locais públicos. O magistrado invalidou a decisão do presidente de vetar a obrigatoriedade da proteção em prisões e em estabelecimentos socioeducativos.
Além disso, Gilmar restaurou a validade do ponto do projeto do Legislativo que obrigava a fixação de cartazes informativos em locais fechados sobre a forma correta de usar a máscara e o número máximo de pessoas permitidas ao mesmo tempo no local. Influenciado pelo STF, o esvaziamento do poder de Bolsonaro na condução da pandemia vai na contramão do movimento mundial.
Na Índia, por exemplo, o governo federal acabou até com a autonomia de entes da federação e não teve empecilho para isso. Na Polônia, o nacionalista Andrzej Duda, aliado de Bolsonaro, aproveitou a pandemia, sem resistência da Suprema Corte, para ampliar seus poderes e mudar até as regras eleitorais para se beneficiar das restrições impostas à população por causa do novo coronavírus.
No Brasil, porém, a cúpula do Judiciário impôs limites aos poderes do chefe do Executivo. Desde o início da crise de saúde, foram ao menos 32 decisões tomadas a contragosto do governo. O Supremo decidiu, entre outras coisas, que estados e municípios têm autonomia para regulamentar o isolamento social, fortalecendo a atuação dos entes da federação frente o governo federal.Os ministros da corte também não evitaram embates públicos com o Executivo.
Em julho, Gilmar protagonizou um duro confronto ao afirmar que o Exército brasileiro estava se associando a um genocídio por causa da presença do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, e de outros assessores militares na pasta, responsável pelas medidas de enfrentamento à pandemia.
A reação de Bolsonaro, porém, não foi de partir para o ataque e, além de não rebater o ministro, ainda trabalhou nos bastidores para acalmar os ânimos, obrigando Pazuello a ligar para Gilmar.Interlocutores do chefe do Executivo consideraram o episódio um teste para o novo estilo do presidente.Os aliados do governo apontam que houve um motivo a mais para a calmaria do chefe do Executivo: Gilmar é relator da ação em que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pede ao STF para ter direito a foro especial. E, como já é o responsável por esse caso, o ministro deve ser automaticamente o relator de outros pedidos da defesa do congressista, filho do presidente.
O ministro Alexandre de Moraes é outro ator importante na relação entre os Poderes. Ele também manteve a mesma postura após a inflexão de Bolsonaro.Moraes é relator do inquérito das fake news e não recuou após os ataques de aliados do presidente à investigação, que enfrenta críticas jurídicas por ter sido iniciada de ofício pelo STF, ou seja, sem provocação da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Em 27 de maio, o ministro determinou o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão e adotou outras medidas contra congressistas, empresários e blogueiros ligados ao presidente. Além disso, mandou tirar do ar perfis em redes sociais de diversos apoiadores de Bolsonaro.A ordem para retirada de 16 contas bolsonaristas não foi cumprida pelo Twitter e pelo Facebook, que alegaram que o ministro não havia indicado o endereço exato das contas, mas o ministro não desistiu.Dois meses depois, ele reforçou a decisão, que, então foi cumprida.
Na ocasião, o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten, criticou o despacho do ministro, que classificou como censura.Os apoiadores do presidente tentaram driblar a decisão de Moraes e mudaram as configurações de localização para outros países e continuaram publicando nas redes sociais.
Moraes insistiu e afirmou que houve cumprimento parcial da decisão, pois a exclusão das contas deveria ocorrer independentemente do meio de acesso e do IP, seja no Brasil ou fora do país.Twitter e Facebook emitiram notas para criticar a decisão de Moraes, mas o ministro não voltou atrás.Nesse caso, Bolsonaro também mudou de estratégia. Ele trocou o desgaste dos ataques por meio da imprensa por um protesto pelas vias legais por meio de uma ação apresentada ao Supremo.Quando Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal, o presidente acusou magistrado de tomar uma decisão política e insinuou que ele chegou ao STF por ser amigo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Outro ponto de tensão da relação entre governo e Supremo, o inquérito dos atos antidemocráticos, que apura manifestações a favor do fechamento do Congresso e do STF que contaram com a presença de Bolsonaro, também segue avançando.Foi nesse processo que o STF desarticulou o grupo armado de extrema direita 300 do Brasil, com a prisão de sua líder, Sara Giromini, conhecida como Sara Winter.
Fonte: Notícias ao Minuto


"Temos que expor as entranhas dessa Odebrecht e mostrar que é a pirata dos piratas", disse procurador da Lava Jato


Novo capítulo da Vaza Jato também revela que os procuradores de Curitiba tinham como missão destruir a maior empresa brasileira de engenharia, que demitiu mais de 150 mil brasileiros desde o início da operação
Roberson Pozzobon e Sergio Moro
Roberson Pozzobon e Sergio Moro (Foto: Ascom/MPF | Senado)

247 – novo capítulo da série Vaza Jato, publicado por Rafael Neves, no site The Intercept, também traz um importante diálogo, em que o procurador Roberson Pozzobon aponta que uma das missões da operação era destruir a Odebrecht, maior empresa de engenharia do Brasil, que chegou a empregar mais de de 200 mil funcionários e demitiu mais de 150 mil brasileiros desde o início da operação. Num diálogo de 7 de fevereiro, Pozzobon fala sobre a necessidade de "expor as entranhas dessa Odebrecht", empresa que vinha ocupando espaços na África, na América Latina e até mesmo nos Estados Unidos, onde venceu concorrência para construir o aeroporto de Miami, deslocando concorrentes internacionais. Confira, abaixo, o diálogo de 7 de fevereiro de 2016:
Roberson Pozzobon – 14:32:41 – Exatamente. Tvz pudéssemos dar uma “olhadinha” antes. Pedir para os colegas mandarem informalmente uma cópia integral digitalizada.
Pozzobon – 14:35:08 – To lendo um relatório paralelo da Cpi do BNDES. Acho que teremos muito coisa para trabalhar lá. É uma pouca vergonha. Tão ou mais revoltante que a Petrobras.
Pozzobon – 14:35:08 – E digo mais. Nada melhor para nós, LJ, minimizarmos ao máximo o risco de perder o caso por competência, do que entrarmos com CNO [Construtora Norberto Odebrecht] e LULA. Se entrarmos fraco, ou com um caso satelitário, é capaz de não nos deixarem trabalhar.
Júlio Noronha – 14:37:40 – Concordo!
Pozzobon – 14:37:48 – aí já sabem, colocou a perninha da LJ [Lava Jato] lá com força, teremos ótimos trabalhos para mais uma década. Rsrsrs
Pozzobon – 14:38:23 – Temos que expor as entranhas dessa ODEBRECHT. Mostrar que é a pirata das piratas. Demonstrar que espoliou o Brasil desde sua origem.
Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de Leandro Demori, editor do site, à TV 247:
 Vídeo incorporado 



Sikêra Jr. é condenado a pagar R$ 300 mil a modelo trans por agressões verbais


Apresentador bolsonarista usou imagem de Viviany Beleboni em reportagem sobre crime sem qualquer relação com ela, com o termo ‘raça desgraçada’
Sikêra Jr.
Sikêra Jr. (Foto: Reprodução)

Portal Forum - O apresentador Sikêra Jr. foi condenado a pagar R$ 300 mil a Viviany Beleboni por crime de injúria e difamação. A informação foi confirmada pelo jornal O Dia.
O apresentador do Alerta Amazonas, na TV A Crítica, em Manaus, e do Alerta Nacional, na RedeTV!, exibiu no programa uma imagem da modelo trans ao falar sobre um crime cometido por um casal de lésbicas e usou o termo “raça desgraçada”.
Leia a íntegra da matéria no Portal Forum
Fonte: Brasil 247

Colunista da Folha defende prisão de Jair Bolsonaro


O colunista da Folha de S.Paulo Celso Rocha de Barros opina que Jair Bolsonaro deve ser preso, pois cometeu crime contra o país e a população. Durante a pandemia, o presidente tentou o autogolpe e aparelhar a Polícia Federal, escreve
Celso Rocha de Barros e Jair Bolsonaro
elso Rocha de Barros e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

247 - "A edição da revista piauí deste mês traz uma matéria, assinada por Monica Gugliano, com o título ‘Vou Intervir’!. Ela conta a história de uma reunião de 22 de maio, no Palácio do Planalto, em que Bolsonaro teria decidido mandar tropas para fechar o STF", escreve Celso Rocha de Barros. 
"O plano seria substituir os 11 ministros por 11 puxa-sacos de Bolsonaro, por tempo indeterminado. Uma quartelada vagabunda raiz"... "O presidente teria sido dissuadido pelo general Heleno, que, para apaziguá-lo, soltou uma nota ameaçando o STF".
"A revelação da piauí não teve repercussão política nenhuma. E a explicação é simples: em geral, só se admite em voz alta aquilo de cujas consequências práticas se está disposto a arcar".
"Muito antes da matéria da piauí, todo mundo já tinha visto Bolsonaro tentar o autogolpe em 2020. Mas, se você disser em voz alta que Bolsonaro tentou um autogolpe, a solução é impeachment e cadeia. Se você não puder e/ou não quiser fazer impeachment e cadeia, é mais fácil não dizer em voz alta que Bolsonaro tentou um autogolpe".
"Ainda não parece haver correlação de forças para impeachment e cadeia: o centrão está no bolso do governo, o auxílio emergencial ainda deve durar alguns meses. Enquanto for assim, a turma vai fingir que não viu o golpe, os 100 mil mortos, o aparelhamento na Polícia Federal".
"O dia de trabalho de Bolsonaro durante a pandemia de 2020 se dividiu entre organizar um golpe de manhã, aparelhar a Polícia Federal de tarde e demitir o ministro da Saúde no telejornal da noite".


Procurador da Lava Jato se referia a Lula como "nove", em referência a seu dedo amputado


Novos diálogos da Vaza Jato também apontam preconceito de integrantes do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula
"A sociedade brasileira teve sempre a discriminação como um dos seus pilares", escreve Emir Sader; para o sociólogo, "Lula é o personagem preferencial desses sentimentos, porque sintetiza os aspectos que a elite paulista mais detesta: nordestino, não branco, operário, esquerdista, líder popular", e "não bastasse sua imagem de nordestino, de trabalhador, sua linguagem, seu caráter, está em sua mão: Lula perdeu um dedo não em um jet-sky, mas na máquina, como operário metalúrgico"; "O ódio a Lula é um ódio de classe, vem do profundo da burguesia paulista e do centro sul do país e de setores de classe média que assumem os valores dessa burguesia. O anti-petismo é expressão disso. Os tucanos foram sua representação política e a mídia privada seu porta-voz", avalia
"A sociedade brasileira teve sempre a discriminação como um dos seus pilares", escreve Emir Sader; para o sociólogo, "Lula é o personagem preferencial desses sentimentos, porque sintetiza os aspectos que a elite paulista mais detesta: nordestino, não branco, operário, esquerdista, líder popular", e "não bastasse sua imagem de nordestino, de trabalhador, sua linguagem, seu caráter, está em sua mão: Lula perdeu um dedo não em um jet-sky, mas na máquina, como operário metalúrgico"; "O ódio a Lula é um ódio de classe, vem do profundo da burguesia paulista e do centro sul do país e de setores de classe média que assumem os valores dessa burguesia. O anti-petismo é expressão disso. Os tucanos foram sua representação política e a mídia privada seu porta-voz", avalia (Foto: Emir Sader)

247 – A reportagem do jornalista Rafael Neves, do site The Intercept, sobre como a força-tarefa de Curitiba obteve dados sigilosos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também revela o preconceito dos procuradores do Ministério Público Federal. Um deles, Paulo Galvão, se referia a Lula como "nove", em razão do seu dedo amputado em decorrência de um acidente de trabalho no tempo em que foi metalúrgico.
"No início de fevereiro de 2016, quando a Lava Jato já preparava a condução coercitiva de Lula, o procurador Paulo Galvão consultou o chat FT MPF Curitiba 3, de uso exclusivo dos membros da força-tarefa, sobre a possibilidade de receberem investigações contra o ex-presidente que corriam em Brasília", aponta a reportagem.
"Em mensagem no dia 2 de fevereiro, Galvão avaliou que a equipe do Paraná já conhecia os fatos que vinham sendo apurados na capital federal, exceto por 'telegramas do itamaraty que mencionam benefícios às empreiteiras e o uso do 9 para lobby'. Era uma referência a Lula, assim apelidado por causa do dedo amputado num acidente de trabalho", escreve ainda o jornalista.
"Os tais telegramas eram um conjunto de correspondências trocadas de 2011 a 2014 entre o governo brasileiro e autoridades de Angola, Cuba, Panamá, República Dominicana e Venezuela. Eles foram reunidos pelo MPF de Brasília de forma sigilosa, em outubro de 2015, numa investigação aberta três meses antes para apurar se Lula havia favorecido a Odebrecht em obras financiadas pelo BNDES", lembra Rafael Neves, que também revelou o interesse da Lava Jato em destruir a Odebrecht.

Vaza Jato revela novo abuso da Lava Jato contra Lula


Reportagem do jornalista Rafael Neves, publicada no Intercept, mostra como o Ministério Público do Distrito Federal vazou investigação sigilosa contra o ex-presidente à força-tarefa de Curitiba
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: 247 - Reuters)

247 – Uma nova reportagem da série Vaza Jato, publicada pelo site The Intercept, revela mais um abuso judicial cometido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato, investigação que foi decisiva para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e permitir a ascensão do bolsonarismo no País. "A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba recebeu uma investigação sigilosa sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de fazer um pedido formal para o compartilhamento dela. O caso ocorreu durante os preparativos para a operação que obrigou o petista a prestar depoimento, em 2016. Semanas antes da condução coercitiva de Lula, os procuradores de Curitiba obtiveram a cópia de uma apuração que, oficialmente, só seria compartilhada um mês depois por colegas do Ministério Público Federal no Distrito Federal", aponta a reportagem do jornalista Rafael Neves.
Segundo aponta o jornalista, "a apuração sigilosa era um Procedimento Investigatório Criminal, ou PIC, instrumento usado pelo Ministério Público Federal para iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da justiça."  Ele lembra ainda que, desde que foi obrigada a entregar seu banco de dados à Procuradoria-Geral da República, no início de julho, a força-tarefa afirma que "o compartilhamento de PICs é indevido e que deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal" e que "o compartilhamento atualmente está suspenso por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal."
No entanto, quando o alvo era o ex-presidente Lula, nenhuma regra era respeitada. "Quando lhe foi conveniente, porém, a equipe liderada por Deltan Dallagnol se aproveitou da falta de normas claras sobre compartilhamento de provas no Ministério Público para 'dar uma olhadinha' em investigações de colegas", aponta o jornalista Rafael Neves. "Na prática, isso quer dizer que os procuradores de Curitiba não julgaram necessários os ritos e formalidades que agora exigem da PGR."
Em um desses PICs, aberto por procuradores do MPF em Brasília, apurava-se um possível tráfico de influência de Lula para ajudar a empreiteira Odebrecht a fechar contratos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, no exterior.
Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de Leandro Demori, editor do site, à TV 247:

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domingo, 9 de agosto de 2020

Presidenciável, Mandetta culpa Bolsonaro pelos 100 mil mortos por coronavírus


"Foi uma somatória de fatores, mas principalmente liderados pela posição do governo, que trocou dois ministros e botou um terceiro que fez uma ocupação militar sem técnicos na Saúde", disse ele
(Foto: Divulgação)

Sputnik – O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo em abril, disse neste sábado (8) que a postura do presidente Jair Bolsonaro foi um fator "preponderante" para o Brasil atingir a marca de 100 mil mortes por COVID-19
A declaração de Mandetta foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
"Houve uma série de fatores, mas o fator presidente foi preponderante. Ele deu argumento para as pessoas não ficarem em casa. Ele deu esse exemplo e serviu de passaporte para as pessoas aderirem politicamente a essa ideia", disse.
Segundo o ex-ministro, prefeitos se sentiam pressionados por Bolsonaro para acabar com o isolamento.
"[Prefeitos] veem a popularidade diminuir, e como tem um contraponto político feito pelo presidente, ficam pressionados", afirmou.
​Mandetta disse também que o governo federal "abriu mão da ciência" e "ficou em um debate menor, que é a cloroquina".
"Foi uma somatória de fatores, mas principalmente liderados pela posição do governo, que trocou dois ministros e botou um terceiro que fez uma ocupação militar sem técnicos na Saúde", completou o ex-ministro.
Segundo a plataforma do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 100.477 mortes causadas pela COVID-19 e 3.012.412 de casos confirmados da doença.


Lula: o Brasil só sairá desta crise com mais solidariedade


"Se o coronavírus revelou e resgatou a empatia do brasileiro de se solidarizar, ele também mostrou um lado cruel do egoísmo, e uma dose de desprezo pela vida de nossos mais velhos e mais vulneráveis", disse o ex-presidente
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

Da Rede Brasil Atual  Em carta escrita em memória e luto pela morte de 100 mil brasileiros vítimas da covid-19, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, neste sábado (8) sobre a vergonhosa marca atingida pelo país.
Lula solidarizou-se com a tristeza dos familiares dos mortos pela covid-19 e, em seguida, apontou objetivamente a responsabilidade pelos óbitos. “Em 144 dias, o coronavírus levou embora precocemente 100 mil pais, mães, filhos, irmãos, avós. Eram amigos, conhecidos, eram trabalhadores que se viram obrigados a deixar seus lares e lutar pelo pão de cada dia”, escreveu.
Lula mostrou indignação, ao falar da postura do presidente Jair Bolsonaro, negando alertas da comunidade internacional e expondo a população ao vírus da covid-19. E isso sem garantias mínimas de proteção e amparo pelo governo. “Uma doença que paralisou o mundo, mas que no Brasil foi desprezada por quem mais deveria cuidar do povo. Pela arrogância e prepotência de um presidente que um dia escolheu chamar esse vírus cruel de gripezinha, desafiando a ciência, a lógica, e até a morte, e que carregará na alma a responsabilidade por milhares de vidas.”
O ex-presidente encerra a carta com um chamamento à solidariedade para que o país saia o mais rápido possível da crise sanitária que pode provocar uma tragédia ainda maior. “Nesta data trágica em que completamos 100 mil vidas perdidas (…) me pergunto: a quantas mortes estamos dispostos a chegar? Peço ao povo brasileiro, do fundo do coração, que se cuidem. Lembrem-se que a vida é o dom mais precioso do ser humano. Usem máscara, lavem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias, ajudem aqueles que mais precisam. Cuidem dos seus. (…) A solidariedade se faz obrigatória para sairmos dessa crise”, completou.
Leia a íntegra da carta de Lula:
100 mil vidas. Em 144 dias, o coronavírus levou embora precocemente 100 mil pais, mães, filhos, irmãos, avós. Eram amigos, conhecidos, eram trabalhadores que se viram obrigados a deixar seus lares e lutar pelo pão de cada dia.
Eram médicos, enfermeiros, agentes de saúde, motoristas de ambulância, agentes de segurança. Homens e mulheres que dedicaram a própria vida a salvar a de seus companheiros. Eram parte do povo brasileiro.
Uma doença que paralisou o mundo, mas que no Brasil foi desprezada por quem mais deveria cuidar do povo. Pela arrogância e prepotência de um presidente que um dia escolheu chamar esse vírus cruel de gripezinha, desafiando a ciência, a lógica, e até a morte, e que carregará na alma a responsabilidade por milhares de vidas.
Se o coronavírus revelou e resgatou a empatia do brasileiro de se solidarizar, ele também mostrou um lado cruel do egoísmo, e uma dose de desprezo pela vida de nossos mais velhos e mais vulneráveis. Que hoje sofrem com o medo e o isolamento forçado, abandonados à própria sorte pela desorientação do presidente da República.
Nesta data trágica em que completamos 100 mil vidas perdidas, em um país com quase 3 milhões de infectados, me pergunto: a quantas mortes estamos dispostos a chegar? Peço ao povo brasileiro, do fundo coração, que se cuidem. Lembrem-se que a vida é o dom mais precioso do ser humano. Usem máscara, lavem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias, ajudem aqueles que mais precisam. Cuidem dos seus.
Deixo meu abraço fraterno a todos que perderam alguém que amavam para o coronavírus. E neste dia de saudade, que honremos a vida daqueles que se foram promovendo a consciência. A solidariedade se faz obrigatória pra sairmos dessa crise.
Um abraço,
Lula


Avanço de Bolsonaro entre os mais pobres pode ameaçar o lulismo, diz André Singer


Estudioso do "lulismo", o cientista político André Singer, que foi porta-voz do ex-presidente Lula, avalia a guinada política de Jair Bolsonaro, que começa a trocar o eleitorado mais rico e de classe média por segmentos mais populares
André Singer e Jair Bolsonaro
André Singer e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | ABr)

247 – Um dos principais cientistas políticos do Brasil, o professor André Singer, que foi porta-voz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois se dedicou a estudar o fenômeno do "lulismo" concedeu uma importante entrevista ao jornalista Sérgio Roxo, do jornal O Globo, que deve servir de alerta para a esquerda brasileira. Segundo ele, Bolsonaro começa a ensaiar uma guinada política, em direção a um eleitorado mais popular, que pode vir a ameaçar o chamado lulismo.
"Ainda não sabemos muito bem o que aconteceu. Olhando superficialmente ocorreu uma espécie de acidente. O governo fez uma proposta que foi inteiramente revertida pelo Congresso e acabou, por meio dessa proposta, atingindo um eleitorado que nunca tinha sido base do bolsonarismo. Não sabemos a extensão e a profundidade dessa possível mudança. Seja como for, é muito claro que o governo decidiu se beneficiar politicamente de tudo que ocorria e a viagem do presidente ao Nordeste na semana passada é talvez o elemento mais visível dessa operação. O governo Bolsonaro nunca foi próximo do Nordeste. Parece claro que algo está acontecendo", disse ele, referindo-se ao auxílio-emergencial e à tentativa de aproximação com o Nordeste.
"A mecânica do auxílio emergencial fez com que as pessoas tivessem que abrir mão do Bolsa Família. É como se as pessoas tivessem saindo do programa lulista e entrando num programa bolsonarista. O governo começou a pensar numa estratégia inteligente, mas depende de ter recursos, que é fazer com que as pessoas não voltem mais para o Bolsa Família, mas entrem direto no Renda Brasil. Nesse caso, a pandemia criou uma situação inesperada que pode facilitar uma transição inesperada. Porque o Bolsa Família era muito consolidado. Não seria fácil simplesmente mudar de nome, as pessoas iriam continuar chamando de Bolsa Família", afirma ainda Singer. 
O professor diz, no entanto, que não basta turbinar os programas sociais, mas também colocar os mais pobres como eixo principal do crescimento. "Se o governo Bolsonaro adotar uma política econômica, que nunca esteve presente nos seus planos, de reativação da economia por baixo, aí sim não há dúvida de que pode haver um novo realinhamento. Neste momento, é visível o esforço do governo em encontrar dinheiro pra fazer alguma coisa, o que já é uma novidade, porque esse governo nunca havia se preocupado com as camadas mais pobres. E tem mais um acontecimento importante que é o governo perdendo apoio na classe média", lembra Singer.

Flávio Bolsonaro pagou R$ 86,7 mil em espécie na compra de salas comerciais no Rio


Em depoimento ao Ministério Público, o senador Flávio Bolsonaro contou que pegou o dinheiro emprestado com o pai, Jair Bolsonaro, e um irmão. Ainda de acordo com o parlamentar, os empréstimos também teriam sido quitados com dinheiro vivo
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A compra de salas comerciais pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por R$ 86,7 mil, na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi paga em dinheiro vivo, aponta o jornal O Globo deste domingo (9). Segundo a reportagem, a informação foi confirmada em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) pelas próprias construtoras envolvidas na transação e do próprio parlamentar no âmbito do inquérito que apura a existência de um rachadinha na Alerj. 
Flávio teria pedido ao pai, Jair Bolsonaro, e a um irmão – não identificado - que emprestassem o dinheiro utilizado na transação. Ele também teria recebido uma possível ajuda de Jorge Francisco, pai do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Jorge Francisco, que faleceu em 2018, foi chefe de gabinete de Bolsonaro. 
“Eu saí pedindo emprestado para o meu irmão, para o meu pai, eles me emprestaram esse dinheiro.  tudo declarado no meu imposto de renda, que foi comprado dessa forma (por meio de empréstimo). Depois eu fui pagando a eles esses empréstimos. Acho que o Jorge (Oliveira), que era chefe de gabinete do meu pai, também me ajudou”, disse Flávio em depoimento prestado promotor Luis Fernando Ferreira Gomes no dia 7 de julho. 
A declaração de Flávio foi em resposta ao questionamento feito pelo promotor sobre a origem dos R$ 86.779,43 em espécie, por meio de depósitos bancários, que foram utilizados para a compra de 12 salas comerciais no centro comercial Barra Prime Offices em 2008. 
Ainda segundo a reportagem, ao ser questionado como havia quitado os empréstimos, Flávio Bolsonaro afirmou que também pagou os valores em dinheiro vivo. “Era em espécie, em dinheiro”, disse. “Como era em família, não lembro agora exatamente como foi feito. Se foi parcelado ou uma vez só”, completou.