segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Procurador da Lava Jato se referia a Lula como "nove", em referência a seu dedo amputado


Novos diálogos da Vaza Jato também apontam preconceito de integrantes do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula
"A sociedade brasileira teve sempre a discriminação como um dos seus pilares", escreve Emir Sader; para o sociólogo, "Lula é o personagem preferencial desses sentimentos, porque sintetiza os aspectos que a elite paulista mais detesta: nordestino, não branco, operário, esquerdista, líder popular", e "não bastasse sua imagem de nordestino, de trabalhador, sua linguagem, seu caráter, está em sua mão: Lula perdeu um dedo não em um jet-sky, mas na máquina, como operário metalúrgico"; "O ódio a Lula é um ódio de classe, vem do profundo da burguesia paulista e do centro sul do país e de setores de classe média que assumem os valores dessa burguesia. O anti-petismo é expressão disso. Os tucanos foram sua representação política e a mídia privada seu porta-voz", avalia
"A sociedade brasileira teve sempre a discriminação como um dos seus pilares", escreve Emir Sader; para o sociólogo, "Lula é o personagem preferencial desses sentimentos, porque sintetiza os aspectos que a elite paulista mais detesta: nordestino, não branco, operário, esquerdista, líder popular", e "não bastasse sua imagem de nordestino, de trabalhador, sua linguagem, seu caráter, está em sua mão: Lula perdeu um dedo não em um jet-sky, mas na máquina, como operário metalúrgico"; "O ódio a Lula é um ódio de classe, vem do profundo da burguesia paulista e do centro sul do país e de setores de classe média que assumem os valores dessa burguesia. O anti-petismo é expressão disso. Os tucanos foram sua representação política e a mídia privada seu porta-voz", avalia (Foto: Emir Sader)

247 – A reportagem do jornalista Rafael Neves, do site The Intercept, sobre como a força-tarefa de Curitiba obteve dados sigilosos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também revela o preconceito dos procuradores do Ministério Público Federal. Um deles, Paulo Galvão, se referia a Lula como "nove", em razão do seu dedo amputado em decorrência de um acidente de trabalho no tempo em que foi metalúrgico.
"No início de fevereiro de 2016, quando a Lava Jato já preparava a condução coercitiva de Lula, o procurador Paulo Galvão consultou o chat FT MPF Curitiba 3, de uso exclusivo dos membros da força-tarefa, sobre a possibilidade de receberem investigações contra o ex-presidente que corriam em Brasília", aponta a reportagem.
"Em mensagem no dia 2 de fevereiro, Galvão avaliou que a equipe do Paraná já conhecia os fatos que vinham sendo apurados na capital federal, exceto por 'telegramas do itamaraty que mencionam benefícios às empreiteiras e o uso do 9 para lobby'. Era uma referência a Lula, assim apelidado por causa do dedo amputado num acidente de trabalho", escreve ainda o jornalista.
"Os tais telegramas eram um conjunto de correspondências trocadas de 2011 a 2014 entre o governo brasileiro e autoridades de Angola, Cuba, Panamá, República Dominicana e Venezuela. Eles foram reunidos pelo MPF de Brasília de forma sigilosa, em outubro de 2015, numa investigação aberta três meses antes para apurar se Lula havia favorecido a Odebrecht em obras financiadas pelo BNDES", lembra Rafael Neves, que também revelou o interesse da Lava Jato em destruir a Odebrecht.

Vaza Jato revela novo abuso da Lava Jato contra Lula


Reportagem do jornalista Rafael Neves, publicada no Intercept, mostra como o Ministério Público do Distrito Federal vazou investigação sigilosa contra o ex-presidente à força-tarefa de Curitiba
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: 247 - Reuters)

247 – Uma nova reportagem da série Vaza Jato, publicada pelo site The Intercept, revela mais um abuso judicial cometido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato, investigação que foi decisiva para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e permitir a ascensão do bolsonarismo no País. "A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba recebeu uma investigação sigilosa sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de fazer um pedido formal para o compartilhamento dela. O caso ocorreu durante os preparativos para a operação que obrigou o petista a prestar depoimento, em 2016. Semanas antes da condução coercitiva de Lula, os procuradores de Curitiba obtiveram a cópia de uma apuração que, oficialmente, só seria compartilhada um mês depois por colegas do Ministério Público Federal no Distrito Federal", aponta a reportagem do jornalista Rafael Neves.
Segundo aponta o jornalista, "a apuração sigilosa era um Procedimento Investigatório Criminal, ou PIC, instrumento usado pelo Ministério Público Federal para iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da justiça."  Ele lembra ainda que, desde que foi obrigada a entregar seu banco de dados à Procuradoria-Geral da República, no início de julho, a força-tarefa afirma que "o compartilhamento de PICs é indevido e que deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal" e que "o compartilhamento atualmente está suspenso por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal."
No entanto, quando o alvo era o ex-presidente Lula, nenhuma regra era respeitada. "Quando lhe foi conveniente, porém, a equipe liderada por Deltan Dallagnol se aproveitou da falta de normas claras sobre compartilhamento de provas no Ministério Público para 'dar uma olhadinha' em investigações de colegas", aponta o jornalista Rafael Neves. "Na prática, isso quer dizer que os procuradores de Curitiba não julgaram necessários os ritos e formalidades que agora exigem da PGR."
Em um desses PICs, aberto por procuradores do MPF em Brasília, apurava-se um possível tráfico de influência de Lula para ajudar a empreiteira Odebrecht a fechar contratos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, no exterior.
Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de Leandro Demori, editor do site, à TV 247:

Participe da campanha de assinaturas solidárias do Brasil 247. Saiba mais.

domingo, 9 de agosto de 2020

Presidenciável, Mandetta culpa Bolsonaro pelos 100 mil mortos por coronavírus


"Foi uma somatória de fatores, mas principalmente liderados pela posição do governo, que trocou dois ministros e botou um terceiro que fez uma ocupação militar sem técnicos na Saúde", disse ele
(Foto: Divulgação)

Sputnik – O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo em abril, disse neste sábado (8) que a postura do presidente Jair Bolsonaro foi um fator "preponderante" para o Brasil atingir a marca de 100 mil mortes por COVID-19
A declaração de Mandetta foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
"Houve uma série de fatores, mas o fator presidente foi preponderante. Ele deu argumento para as pessoas não ficarem em casa. Ele deu esse exemplo e serviu de passaporte para as pessoas aderirem politicamente a essa ideia", disse.
Segundo o ex-ministro, prefeitos se sentiam pressionados por Bolsonaro para acabar com o isolamento.
"[Prefeitos] veem a popularidade diminuir, e como tem um contraponto político feito pelo presidente, ficam pressionados", afirmou.
​Mandetta disse também que o governo federal "abriu mão da ciência" e "ficou em um debate menor, que é a cloroquina".
"Foi uma somatória de fatores, mas principalmente liderados pela posição do governo, que trocou dois ministros e botou um terceiro que fez uma ocupação militar sem técnicos na Saúde", completou o ex-ministro.
Segundo a plataforma do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 100.477 mortes causadas pela COVID-19 e 3.012.412 de casos confirmados da doença.


Lula: o Brasil só sairá desta crise com mais solidariedade


"Se o coronavírus revelou e resgatou a empatia do brasileiro de se solidarizar, ele também mostrou um lado cruel do egoísmo, e uma dose de desprezo pela vida de nossos mais velhos e mais vulneráveis", disse o ex-presidente
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

Da Rede Brasil Atual  Em carta escrita em memória e luto pela morte de 100 mil brasileiros vítimas da covid-19, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, neste sábado (8) sobre a vergonhosa marca atingida pelo país.
Lula solidarizou-se com a tristeza dos familiares dos mortos pela covid-19 e, em seguida, apontou objetivamente a responsabilidade pelos óbitos. “Em 144 dias, o coronavírus levou embora precocemente 100 mil pais, mães, filhos, irmãos, avós. Eram amigos, conhecidos, eram trabalhadores que se viram obrigados a deixar seus lares e lutar pelo pão de cada dia”, escreveu.
Lula mostrou indignação, ao falar da postura do presidente Jair Bolsonaro, negando alertas da comunidade internacional e expondo a população ao vírus da covid-19. E isso sem garantias mínimas de proteção e amparo pelo governo. “Uma doença que paralisou o mundo, mas que no Brasil foi desprezada por quem mais deveria cuidar do povo. Pela arrogância e prepotência de um presidente que um dia escolheu chamar esse vírus cruel de gripezinha, desafiando a ciência, a lógica, e até a morte, e que carregará na alma a responsabilidade por milhares de vidas.”
O ex-presidente encerra a carta com um chamamento à solidariedade para que o país saia o mais rápido possível da crise sanitária que pode provocar uma tragédia ainda maior. “Nesta data trágica em que completamos 100 mil vidas perdidas (…) me pergunto: a quantas mortes estamos dispostos a chegar? Peço ao povo brasileiro, do fundo do coração, que se cuidem. Lembrem-se que a vida é o dom mais precioso do ser humano. Usem máscara, lavem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias, ajudem aqueles que mais precisam. Cuidem dos seus. (…) A solidariedade se faz obrigatória para sairmos dessa crise”, completou.
Leia a íntegra da carta de Lula:
100 mil vidas. Em 144 dias, o coronavírus levou embora precocemente 100 mil pais, mães, filhos, irmãos, avós. Eram amigos, conhecidos, eram trabalhadores que se viram obrigados a deixar seus lares e lutar pelo pão de cada dia.
Eram médicos, enfermeiros, agentes de saúde, motoristas de ambulância, agentes de segurança. Homens e mulheres que dedicaram a própria vida a salvar a de seus companheiros. Eram parte do povo brasileiro.
Uma doença que paralisou o mundo, mas que no Brasil foi desprezada por quem mais deveria cuidar do povo. Pela arrogância e prepotência de um presidente que um dia escolheu chamar esse vírus cruel de gripezinha, desafiando a ciência, a lógica, e até a morte, e que carregará na alma a responsabilidade por milhares de vidas.
Se o coronavírus revelou e resgatou a empatia do brasileiro de se solidarizar, ele também mostrou um lado cruel do egoísmo, e uma dose de desprezo pela vida de nossos mais velhos e mais vulneráveis. Que hoje sofrem com o medo e o isolamento forçado, abandonados à própria sorte pela desorientação do presidente da República.
Nesta data trágica em que completamos 100 mil vidas perdidas, em um país com quase 3 milhões de infectados, me pergunto: a quantas mortes estamos dispostos a chegar? Peço ao povo brasileiro, do fundo coração, que se cuidem. Lembrem-se que a vida é o dom mais precioso do ser humano. Usem máscara, lavem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias, ajudem aqueles que mais precisam. Cuidem dos seus.
Deixo meu abraço fraterno a todos que perderam alguém que amavam para o coronavírus. E neste dia de saudade, que honremos a vida daqueles que se foram promovendo a consciência. A solidariedade se faz obrigatória pra sairmos dessa crise.
Um abraço,
Lula


Avanço de Bolsonaro entre os mais pobres pode ameaçar o lulismo, diz André Singer


Estudioso do "lulismo", o cientista político André Singer, que foi porta-voz do ex-presidente Lula, avalia a guinada política de Jair Bolsonaro, que começa a trocar o eleitorado mais rico e de classe média por segmentos mais populares
André Singer e Jair Bolsonaro
André Singer e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | ABr)

247 – Um dos principais cientistas políticos do Brasil, o professor André Singer, que foi porta-voz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois se dedicou a estudar o fenômeno do "lulismo" concedeu uma importante entrevista ao jornalista Sérgio Roxo, do jornal O Globo, que deve servir de alerta para a esquerda brasileira. Segundo ele, Bolsonaro começa a ensaiar uma guinada política, em direção a um eleitorado mais popular, que pode vir a ameaçar o chamado lulismo.
"Ainda não sabemos muito bem o que aconteceu. Olhando superficialmente ocorreu uma espécie de acidente. O governo fez uma proposta que foi inteiramente revertida pelo Congresso e acabou, por meio dessa proposta, atingindo um eleitorado que nunca tinha sido base do bolsonarismo. Não sabemos a extensão e a profundidade dessa possível mudança. Seja como for, é muito claro que o governo decidiu se beneficiar politicamente de tudo que ocorria e a viagem do presidente ao Nordeste na semana passada é talvez o elemento mais visível dessa operação. O governo Bolsonaro nunca foi próximo do Nordeste. Parece claro que algo está acontecendo", disse ele, referindo-se ao auxílio-emergencial e à tentativa de aproximação com o Nordeste.
"A mecânica do auxílio emergencial fez com que as pessoas tivessem que abrir mão do Bolsa Família. É como se as pessoas tivessem saindo do programa lulista e entrando num programa bolsonarista. O governo começou a pensar numa estratégia inteligente, mas depende de ter recursos, que é fazer com que as pessoas não voltem mais para o Bolsa Família, mas entrem direto no Renda Brasil. Nesse caso, a pandemia criou uma situação inesperada que pode facilitar uma transição inesperada. Porque o Bolsa Família era muito consolidado. Não seria fácil simplesmente mudar de nome, as pessoas iriam continuar chamando de Bolsa Família", afirma ainda Singer. 
O professor diz, no entanto, que não basta turbinar os programas sociais, mas também colocar os mais pobres como eixo principal do crescimento. "Se o governo Bolsonaro adotar uma política econômica, que nunca esteve presente nos seus planos, de reativação da economia por baixo, aí sim não há dúvida de que pode haver um novo realinhamento. Neste momento, é visível o esforço do governo em encontrar dinheiro pra fazer alguma coisa, o que já é uma novidade, porque esse governo nunca havia se preocupado com as camadas mais pobres. E tem mais um acontecimento importante que é o governo perdendo apoio na classe média", lembra Singer.

Flávio Bolsonaro pagou R$ 86,7 mil em espécie na compra de salas comerciais no Rio


Em depoimento ao Ministério Público, o senador Flávio Bolsonaro contou que pegou o dinheiro emprestado com o pai, Jair Bolsonaro, e um irmão. Ainda de acordo com o parlamentar, os empréstimos também teriam sido quitados com dinheiro vivo
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A compra de salas comerciais pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por R$ 86,7 mil, na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi paga em dinheiro vivo, aponta o jornal O Globo deste domingo (9). Segundo a reportagem, a informação foi confirmada em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) pelas próprias construtoras envolvidas na transação e do próprio parlamentar no âmbito do inquérito que apura a existência de um rachadinha na Alerj. 
Flávio teria pedido ao pai, Jair Bolsonaro, e a um irmão – não identificado - que emprestassem o dinheiro utilizado na transação. Ele também teria recebido uma possível ajuda de Jorge Francisco, pai do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Jorge Francisco, que faleceu em 2018, foi chefe de gabinete de Bolsonaro. 
“Eu saí pedindo emprestado para o meu irmão, para o meu pai, eles me emprestaram esse dinheiro.  tudo declarado no meu imposto de renda, que foi comprado dessa forma (por meio de empréstimo). Depois eu fui pagando a eles esses empréstimos. Acho que o Jorge (Oliveira), que era chefe de gabinete do meu pai, também me ajudou”, disse Flávio em depoimento prestado promotor Luis Fernando Ferreira Gomes no dia 7 de julho. 
A declaração de Flávio foi em resposta ao questionamento feito pelo promotor sobre a origem dos R$ 86.779,43 em espécie, por meio de depósitos bancários, que foram utilizados para a compra de 12 salas comerciais no centro comercial Barra Prime Offices em 2008. 
Ainda segundo a reportagem, ao ser questionado como havia quitado os empréstimos, Flávio Bolsonaro afirmou que também pagou os valores em dinheiro vivo. “Era em espécie, em dinheiro”, disse. “Como era em família, não lembro agora exatamente como foi feito. Se foi parcelado ou uma vez só”, completou. 


De 8 a 80, os dez profetas da pandemia que erraram quase tudo


Do Presidente da República a médicos e empresários erraram todas as previsões que faziam desde a primeira morte por coronavírus no Brasil em março. Veja o que disseram os “profetas da pandemia” antes de se saber que, neste domingo (8) já eram 100 mil os brasileiros morreram por causa da doença.

Bolsonaro dizia que seria apenas uma “gripezinha” e que o número total de mortes de mortes talvez não chegasse nem a mil. Mas houve quem previsse que em agosto o país já estivesse contando até 1 milhão de mortes.
No 8 ou 80 entre todos os “profetas da pandemia”, havia também os que achavam não ter importância se os óbitos chegassem a 5 ou 7 mil, desde que seus negócios não fossem afetados, como afirmou Junior Durski, o dono da hamburgueria Madero.
Veja abaixo um levantamento feito pela Folha de S. Paulo sobre algumas das profecias mais furadas:
1. “A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos [796 mortes pela H1N1] no tocante ao coronavírus”

profeta
Jair Bolsonaro, em entrevista à Record, em 22/3
O que aconteceu: marca foi ultrapassada em 8 de abril

2. “Agente está estimando 30 mil, 40 mil casos. E o número de mortos deve ficar em mil e poucos, 2.000. […] Todas as epidemias têm um padrão, elas duram em torno de 13 semanas”
Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania, em áudio em março
O que aconteceu: número de casos superou 40 mil em 20 de abril, e o de mortes ultrapassou 2.000 em 17 de abril; epidemia já dura mais de cinco meses
3. “[O número de mortos] deve chegar a 4.000”
Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, em conversa ouvida pela CNN em 9 de abril
O que aconteceu: marca foi atingida em 25 de abril
4. “As [mortes] de hoje e o número de internações estão bem inferiores ao que já aconteceu”
De 8 a 80, os dez profetas da pandemia que erraram quase tudo
Luciano Hang, em videoconferência com empresários em 8 de junho
O que aconteceu: curva de casos e mortes continuou a subir em junho e julho
5. “Dentro de dois, no máximo três meses, o surto vai acabar. […] O Brasil vai chegar a 1.000 casos? Muito provavelmente. A 1.500? É possível”
Anthony Wong, toxicologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em 12 de março
O que aconteceu: surto já dura mais de cinco meses; patamar de 1.500 casos foi atingido em 22 de março
6. “Em quatro meses haverá 45 mil pessoas com coronavírus só na Grande São Paulo”
Fábio Jatene, cardiologista do Incor, em áudio relatando avaliação de médicos em 12 de março
O que aconteceu: em quatro meses, eram 228 mil casos na Grande SP
7. “Se o Brasil só adotar medidas de mitigação, mas não um cenário completo [de fechamento], o que a gente vê é 1 milhão de pessoas mortas ou mais até o final de agosto”
Atila Iamarino, biólogo, em seu canal no YouTube, em 20 de março
O que aconteceu: Brasil não adotou fechamento completo, e mortes devem ficar ao redor de 120 mil até o fim de agosto
8. “Aqui [em SP] estamos prevendo que [o pico] será em maio, mas não dá para precisar qual a semana de maio”
David Uip, infectologista e integrante do comitê estadual de combate ao coronavírus, em entrevista à Folha em 15 de abril
O que aconteceu: números começaram a cair no estado, e lentamente, apenas no final de julho
9. “Os óbitos de Covid-19 no Brasil apontam possivelmente para total inferior a 10 mil”
Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil e colunista da Folha, em 22 de abril
O que aconteceu: marca de 10 mil mortos foi atingida em 9 de maio
10. “Não podemos [parar] por conta de 5 ou 7.000 pessoas que vão morrer”
profeta
Junior Durski, empresário, dono da rede Madero, em 23 de março
O que aconteceu: marca de 7.000 mortos foi alcançada em 3 de maio
Fonte: Contraponto


sábado, 8 de agosto de 2020

Requião candidato a presidente da República em 2022


O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), eleito o “Rei da Live” durante a pandemia, foi aconselhado por correligionários nesta quinta-feira (6) a se colocar como candidato a presidente da República em 2022.

Depois de ouvir atentamente seu séquito, o emedebista disse que dificilmente o MDB lhe daria a legenda para concorrer contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) porque, segundo o ex-senador, o partido estaria “aderido” às experiências de bolsonaristas com as exóticas aplicações de ozônio para conter a Covid-19.
Os correligionários de Requião também apontaram a necessidade de o político deixar a agremiação, se quiser pensar concorrer ao Palácio do Planalto em 2022.
Não é à toa que o ex-senador tem buscado se diferenciar em suas ‘lives’ do senso comum. Tenta colocar-se como alternativa nessa peleja presidencial. É o anti-Moro e anti-lava jato, porém intolerante com a corrupção.
Ainda discutiram a hipótese de o ex-senador Roberto Requião concorrer à Vice-Presidência da República, ao governo do Paraná ou ao Senado, projeto que sempre encantou o velho emedebista.
Porém, advertiram os alquimistas requianistas, uma polarização entre Requião e o senador Alvaro Dias (PODE), por exemplo, poderia beneficiar um candidato “tercius” –a famosa terceira via.
Na eleição de 2002, há duas décadas, esse fenômeno do ‘tercius’ surgiu na disputa pelo Senado entre Paulo Pimentel (PMDB) e Tony Garcia (PPB). Enquanto os dois principais “players” se digladiavam no horário eleitoral da TV, surgiu o então azarão petista Flávio Arns, que acabou ficando com a vaga.
Fonte: Blog do Esmael

Folha insiste em campanha para que brasileiros voltem a usar amarelo, a cor do fascismo pós-golpe


Jornal da família Frias, que apoiou o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão política de Lula, lança música para que os brasileiros voltem a usar a cor apropriada pelos neofascistas em suas manifestações
(Foto: ABr | Divulgação)

247 – O jornal Folha de S. Paulo lançou uma música para alavancar sua campanha, até agora de baixo alcance, para que os brasileiros voltem a usar a cor amarela "em defesa da democracia". A dificuldade reside no fato de que a cor amarela foi tomada pelos neofascistas em suas manifestações pelo golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff – golpe que teve apoio da Folha de S. Paulo.
“Amarelo/ A cor que já te fez votar/ Agora vai ter que voltar”, diz a música. A campanha dá voz à grande maioria dos brasileiros que considera a democracia inegociável”, afirma Antonio Manuel Teixeira Mendes, superintendente do Grupo Folha, jornal que apoiou os golpes de 1964 e 2016. Confira o vídeo da campanha da Folha:

Apresentador da CNN enquadra Alexandre Garcia sobre cloroquina: e os 100 mil mortos?


"Se a cloroquina funciona, por que o mundo teria deixando tanta gente morrer se tem um remédio barato à disposição? A troco de que tanta gente morreria se a cloroquina funciona?", questionou o âncora
Jornalista Alexandre Garcia comenta na CNN
Jornalista Alexandre Garcia comenta na CNN (Foto: Reprodução)

247 – A defesa da cloroquina feita pelo bolsonarista Alexandre Garcia recebeu uma dura resposta do âncora Rafael Colombo, durante programa na CNN, na noite de ontem. Colombo perdeu a paciência depois que Garcia defendeu o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. "E os 100 mil que morreram? Se realmente funcionasse não seríamos o 3° país com o maior número de mortos no mundo", disparou. "Se a cloroquina funciona, é barata, e serviu como você falou na Amazônia para lúpus, malária e outros tipos de doença, por que o mundo teria deixando tanta gente morrer se tem um remédio barato à disposição? A troco de que tanta gente morreria se a cloroquina funciona?", questionou ainda.
Garcia reagiu com ironia. "Se não funcionar, ela não existe, pois está funcionando", afirmou, totalmente fora da realidade. O Brasil é país que lidera as mortes no mundo. Saiba mais abaixo:
Sputnik – O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta sexta-feira (7), informou que o número de mortes causadas pelo novo coronavírus ao redor do mundo subiu para 709.511.
Segundo a organização internacional, o Brasil lidera o ranking mundial de novos óbitos pelo segundo dia consecutivo, informou o site UOL.
A quantidade de casos de COVID-19 confirmados oficialmente no mundo aumentou para 18.902.735. Os dados podem estar defasados em relação aos últimos levantamentos divulgados individualmente pelos países, pois foram fechados no começo do dia.
Consideradas as informações disponíveis, a taxa global de mortalidade dos casos confirmados de coronavírus é de 3,7%. No período registrado pela OMS, os três países onde houve maior número de novos casos nas últimas 24 horas foram Índia (62.538), Brasil (57.152) e Estados Unidos (53.373).
Neste mesmo intervalo de tempo, Brasil (1.437), Estados Unidos (1.307) e Índia (886) foram os que registraram o maior número de novas mortes.


ONG Rio de Paz espalha cruzes e balões para lembrar dos quase 100 mil mortos pela Covid-19 no Brasil


ONG Rio de Paz espalhou cruzes e balões na areia da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em memória aos quase 100 mil mortos pelo novo coronavírus no Brasil
Protesto em Copacabana, no Rio, pelos 100 mil mortos pela Covid-19
Protesto em Copacabana, no Rio, pelos 100 mil mortos pela Covid-19 (Foto: Reprodução/Instagram)

247 - A ONG Rio de Paz realizou um protesto para lembrar os quase 100 mil mortos pela Covid-19 no Brasil. A manifestação, realizada na manhã deste sábado (8), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, contou com mil balões de gás biodegradáveis e cem cruzes espalhadas pela areia, além de uma faixa criticando a inação do poder público no enfrentamento da pandemia.
''Quando o Brasil chega à triste estatística de 100 mil brasileiros mortos pela Covid-19, o Rio de Paz pergunta: por que somos o segundo país em número de mortos? A frase está num cartaz de dois metros fixado na areia da praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, na manhã deste sábado'', postou a ONG Rio de Paz em sua conta no Instagram.
Ao término do protesto, previsto para acabar no final da manhã, os balões serão soltos como forma de homenagear as pessoas que morreram em função da doença. Segundo reportagem do jornal O Globo, uma dramatização será conduzida pelo taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva. Na última manifestação realizada pela ONG, Silva foi quem recolocou as cruzes na areia após elas terem sido derrubadas por bolsonaristas.


Moro tem traços de ditador e Lava Jato favoreceu Bolsonaro, diz Marcelo Odebrecht


Um dos delatores da Lava Jato, Marcelo Odebrecht afirmou, em entrevista à revista Veja, que o ex-juiz Sérgio Moro tem traços de ditador e a operação favoreceu a eleição de Jair Bolsonaro
(Foto: Reprodução)

Jornal GGN – O empreiteiro Marcelo Odebrecht disse que está “vivendo um inferno” e que preferia ficar mais dois anos preso em Curitiba do que a vida que tem hoje. Um dos delatores da Lava Jato, Marcelo cumpre prisão semi-aberta, podendo sair para trabalhar de dia e volta à noite. “Para o empreiteiro, Sergio Moro tem traços de ditador e a Lava-Jato acabou favorecendo a eleição de Jair Bolsonaro”, diz a revista Veja.
A razão pelo “inferno” que diz estar vivendo são as enxurradas de ações na Justiça, dívidas e bens congelados, além de ter sido demitido da Odebrecht, segundo declarações à revista. A matéria afirma que desde 2015, não somente a Lava Jato impactou os negócios da empresa, como também fez com que Marcelo parasse de falar com o pai, Emílio Odebrecht, com quem dividia a comando da companhia.
Isso porque após deixar a prisão, Marcelo acusou seu pai, Emílio, e a própria empreiteira, que entrou com ações contra ele na Justiça. A Odebrecht pediu o bloqueio de bens e congelaento de aplicações bancárias de Marcelo, pedindo ainda o ressarcimento dos pagamentos feitos a ele após ter fechado o acordo de delação premiada na Lava Jato.
Segundo a revista, Marcelo considera ter sido usado como “bode expiatório”, tengo pagado sozinho pelos crimes da empresa. Ao cumprir a prisão domiciliar, o empresário teria usado o tempo estudando ações judiciais e estudando como rebater as acusações do pai.
“A briga com meu pai envolve me calar. Espero que a Justiça veja isso. Estou lutando. Mas vai chegar a um ponto que não sei o que vou fazer. Não aguento mais”, teria dito Marcelo a um amigo, chamando Emílio de “psicopata”.
Leia a íntegra no jornal GGN. 


Cheques de Queiroz na conta de Michelle podem embasar processo de impeachment de Bolsonaro


Para o jornalista Renato Rovai, os 21 cheques depositados pelo ex-assessor Fabrício Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro podem ser a base para a abertura de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro
(Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil)

Por Renato Rovai, na Revista Fórum - Os 21 cheques depositados na conta de Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz e os outros quatro cheques também depositados em sua conta corrente por Márcia Queiroz são o tal batom na cueca, que não permite mais dúvidas em relação ao envolvimento entre Bolsonaro e Queiroz.
Ambos mantinham uma relação financeira promíscua e que tem relação com as rachadinhas ou com algo pior.
Mas isso é um pedaço da história.
Por que os crimes teriam sido praticados antes de Bolsonaro assumir a presidência da República.
Mas há um outro dado.
Bolsonaro disse, já presidente, que os cheques na conta de sua esposa não eram pagamentos para ela, mas para ele. E que se tratavam da devolução de uma dívida de 40 mil de um empréstimo que teria feito a Queiroz.
Não é verdade. Bolsonaro mentiu como presidente da República.
Michelle recebeu 72 mil de Queiroz e 11 mil de Márcia. Só pelo que foi apurado até agora.
Foi por ter mentido em depoimento numa CPI que Eduardo Cunha foi cassado da presidência da Câmara.
Bolsonaro mentiu no exercício do cargo sobre os depósitos de Queiroz na conta de Michelle e isso, por si só, já ensejaria uma CPI para averiguar o que mais isso pode esconder.
Leia a íntegra na Fórum.