Reportagem
do jornalista Rafael Neves, publicada no Intercept, mostra como o Ministério
Público do Distrito Federal vazou investigação sigilosa contra o ex-presidente
à força-tarefa de Curitiba
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: 247 - Reuters) |
247 – Uma nova reportagem da série Vaza Jato, publicada pelo site
The Intercept, revela mais um abuso judicial cometido contra o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato, investigação que foi decisiva
para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e permitir a ascensão do
bolsonarismo no País. "A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba
recebeu uma investigação sigilosa sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva antes de fazer um pedido formal para o compartilhamento dela. O caso ocorreu
durante os preparativos para a operação que obrigou o petista a prestar
depoimento, em 2016. Semanas antes da condução coercitiva de Lula, os
procuradores de Curitiba obtiveram a cópia de uma apuração que, oficialmente,
só seria compartilhada um mês depois por colegas do Ministério Público Federal
no Distrito Federal", aponta a reportagem do jornalista Rafael Neves.
Segundo aponta o
jornalista, "a apuração sigilosa era um Procedimento Investigatório
Criminal, ou PIC, instrumento usado pelo Ministério Público Federal para
iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da
justiça." Ele lembra ainda que, desde que foi obrigada a entregar
seu banco de dados à Procuradoria-Geral da República, no início de julho, a
força-tarefa afirma que "o compartilhamento de PICs é indevido e que
deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal"
e que "o compartilhamento atualmente está suspenso por decisão do ministro
Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal."
No entanto, quando o alvo era o
ex-presidente Lula, nenhuma regra era respeitada. "Quando lhe foi
conveniente, porém, a equipe liderada por Deltan Dallagnol se aproveitou da
falta de normas claras sobre compartilhamento de provas no Ministério Público
para 'dar uma olhadinha' em investigações de colegas", aponta o jornalista
Rafael Neves. "Na prática, isso quer dizer que os procuradores de Curitiba
não julgaram necessários os ritos e formalidades que agora exigem da PGR."
Em um desses PICs,
aberto por procuradores do MPF em Brasília, apurava-se um possível tráfico de
influência de Lula para ajudar a empreiteira Odebrecht a fechar contratos com
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES,
no exterior.
Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de
Leandro Demori, editor do site, à TV 247:
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