quarta-feira, 29 de julho de 2020

Providência compra últimos equipamentos para funcionamento da unidade de radioterapia


A previsão de entrega é para outubro, mês em que é esperada a autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear para início do atendimento

Ao receber ontem a visita do prefeito Junior da Femac, a direção do Hospital da Providência anunciou mais um importante passo para colocar em funcionamento a unidade de radioterapia do seu setor de oncologia. Foi concluído o processo licitatório para compra dos últimos equipamentos necessários para as sessões de radioterapia.
As empresas vencedoras já estão definidas e autorizadas para importar dos Estados Unidos dosímetros e posicionadores, que servem, respectivamente, para a medição das doses de radiação emitidas durante o tratamento e o posicionamento do paciente. A compra dos equipamentos será feita com recursos da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), no valor de quase R$ 800 mil.
“Os dosímetros são equipamentos responsáveis pela calibração do feixe de radiação e os posicionadores são, por exemplo, máscaras de imobilização, colchões a vácuo de imobilização do paciente na máquina do acelerador linear”, explica Guilherme Borges, diretor executivo do Hospital da Providência.
De acordo com a diretora do Hospital, irmã Geovana Ramos, a previsão para chegada destes equipamentos é para o início de outubro. “Quando isso acontecer não faltará mais nada para começar o atendimento na nossa unidade de radioterapia. A única pendência será a vistoria e certificação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que  autoriza o funcionamento deste setor. Estamos nos mobilizando para essa vistoria acontecer praticamente simultaneamente à chegada destes equipamentos para, já no dia seguinte, darmos início ao atendimento”, afirma irmã Geovana.
Irmã Geovana destaca que os equipamentos licitados são de alta qualidade “para que Apucarana tenha o melhor serviço de radioterapia da região e isso só foi possível porque contamos a ajuda da nossa comunidade, do Secretário de Saúde, Dr. Beto Preto, do prefeito Junior da Femac que destinou os primeiros recursos para esta grande construção, deputado Sergio Souza, Itaipu Binacional, Câmara de vereadores e prefeitos da nossa região. Vimos a solidariedade de todos em prol dos pacientes que lutam contra o câncer.”
Irmã Geovana reforçou seu agradecimento ao prefeito Junior da Femac, lembrando que a prefeitura municipal destinou R$ 1 milhão  para o início da construção do setor da radioterapia. “Junior da Femac garantiu também a compra de um tomógrafo no valor R$ 800 mil, já que o aparelho que temos não é compatível com a tecnologia dos modernos equipamentos para o atendimento da radioterapia”, disse irmã Geovana, informando que o esse equipamento foi importado do Japão e deve ser entregue em torno de 20 de agosto próximo.
“É com muita alegria que recebo essa notícia de termos mais uma etapa vencida para a unidade de radioterapia se tornar uma realidade em Apucarana, evitando que os pacientes tenham que pegar a estrada para Londrina para fazer esse tratamento. Vamos salvar tantas vidas durante décadas. Com a chegada dos equipamentos que estavam faltando, em dois meses teremos a liberação da radioterapia em nossa cidade”, comemora Junior da Femac, que na visita estava acompanhado do diretor presidente da Autarquia Municipal de Saúde, Roberto Kaneta.
O investimento total do setor de radioterapia do Providência é de cerca de R$ 8 milhões, sendo R$ 3 milhões destinados a sua estrutura física e R$ 5 milhões na aquisição do moderno equipamento acelerador linear.
Com área total de 368 metros quadrados, além do bunker onde está instalado o acelerador linear, unidade de radioterapia conta com uma área de apoio composta por sala de espera do acelerador linear, posto de comando do acelerador linear, sala de espera, box de troca de roupa, sala de confecção de máscaras, dois consultórios, sala de planejamento, copa, DML, sala de atividades e banheiros.


Paraná perde 47 mil postos de trabalho, mas termina semestre com luz no fim do túnel

A construção civil e a agricultura salvaram a geração de empregos no Paraná durante a pandemia de Covid-19
A construção civil e a agricultura salvaram a geração de empregos no Paraná durante a pandemia de Covid-19 (Foto: Franklin de Freitas)


O mercado formal de trabalho registrou uma retração histórica no Paraná. No primeiro semestre deste ano, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério da Economia, o estado viu fechar 47.070 postos de trabalho, resultado de um total de 541 mil admissões e 588 mil desligamentos entre janeiro e junho. Trata-se do pior resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) desde 2003, pelo menos, que é o primeiro ano com dados disponíveis na base de dados da Secretaria de Trabalho.
Apesar das marcas negativas, entretanto, os dados do Caged também trazem motivo para esperança. É que no mês de junho o Paraná conseguiu, pela primeira vez desde fevereiro, registrar saldo positivo na criação de empregos, com a abertura de 2.829 postos de trabalho. O resultado positivo se deve ao aumento das admissões (27,90%) e à redução das demissões (-14,31%) na comparação com maio.
Em sua análise dos dados do Caged, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) ressaltou que o saldo positivo em junho “demonstra que a atividade econômica no estado começa a se recuperar após os impactos da crise provocados pela pandemia da Covid”.
Entre os cinco grandes grupos econômicos analisados, os destaques positivos no primeiro semestre foram a construção e a agropecuária, que criaram, respectivamente, 7.400 e 2.654 novos postos de trabalho entre janeiro e junho. Por outro lado, o comércio (-26.761) e o setor de serviços (-23.008) registraram os resultados mais negativos, seguidos pela indústria (-7.355).
Considerando somente os dados do mês de junho, temos que a construção (1.828) segue apresentando saldo positivo, enquanto a indústria (1.599) esboça reação. Em contrapartida, o setor de Comércio continua apresentando perda de postos de trabalho, sendo que no último mês fechou 721 vagas.
Evolução do mercado formal de trabalho no Paraná em 2020
Janeiro
Admissões: 116.018
Desligamentos: 98.159
Saldo: 17.859
Fevereiro
Admissões: 134.004
Desligamentos: 105.223
Saldo: 28.781
Março
Admissões: 112.703
Desligamentos: 125.781
Saldo: -13.078
Abril
Admissões: 48.666
Desligamentos: 107.406
Saldo: -58.740
Maio
Admissões: 56.897
Desligamentos: 81.618
Saldo: -24.721
Junho
Admissões: 72.771
Desligamentos: 69.942
Saldo: 2.829
Curitiba é a cidade que mais fechou vagas de empregos
Entre todas as cidades do Paraná, justamente a capital paranaense, Curitiba, foi a que mais fechou postos de trabalho (-22.262), seguida por Foz do Iguaçu (-5.691), Londrina (-5.585), Maringá (-4.541), São José dos Pinhais (-3.817), Pinhais (-1.928), Guarapuava (-1.011), Apucarana (-848), Guaratuba (-803) e Fazenda Rio Grande (-670).
Por outro lado, cinco cidades se destacaram na geração de postos de trabalho formais: Matelândia (1.822), Ortigueira (1.318), Toledo (1.288), Rio Negro (923) e Paraíso do Norte (808). Entre as cidades que mais geraram empregos neste período analisado, destacam-se os setores de Abate de aves, Obras de infraestrutura, Abate de suínos, Processamento industrial de fumo, e de Cultivo de cana de açúcar.
Dos 399 municípios paranaenses, informa ainda o Dieese, 398 tiveram movimentação de admissões e desligamentos no acumulado do ano 2020 (janeiro a junho), sendo que destes, a maioria, 217 (54,39%) tiveram saldos negativo empregos, 178 (44,61%) apresentaram saldos positivos, e por fim, em apenas três (0,75%) o saldo foi zero.
As profissões em alta no Paraná
(grupos profissionais com maior saldo entre admissões e desligamentos)
·         Trabalhadores da fabricação de alimentos, bebidas e fumo: 4.697
·         Trabalhadores da Indústria Extrativa e da Construção Civil: 4.694
·         Profissionais do Ensino: 1.664
·         Trabalhadores da Mecanização Agropecuária e
·         Florestal: 1.156
·         Técnico de nível médio das Ciências Biológicas,
·         Bioquímicas, da Saúde e afins: 1.126
·         Profissionais das Ciências Biológicas, da Saúde e Afins: 1.063

Fonte: Bem Paraná

Salles passou a boiada na área ambiental durante a pandemia


O governo Bolsonaro está realizando a proposta que o ministro da Agricultura, Ricardo Salles, fez na reunião ministerial de 22 de abril, de "passar a boiada" durante a pandemia com atos que prejudicam o meio ambiente
Queimadas atingem área da Amazônia em Porto Velho; Jair Bolsonaro e Ricardo Salles
Queimadas atingem área da Amazônia em Porto Velho; Jair Bolsonaro e Ricardo Salles (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Marcos Corrêa/PR)

247 - O governo de Jair Bolsonaro acelerou a edição de medidas prejudiciais ao meio ambiente durante a pandemia. Atos do Poder Executivo entre março e maio indicam que a boiada defendida por Salles está passando. 
Levantamento publicado na edição desta quarta-feira (29) da Folha de S.Paulo em parceria com o Instituto Talanoa mostra que, entre março e maio deste ano, o governo publicou 195 atos no Diário sobre o meio ambiente. Nos mesmos meses de 2019, foram apenas 16 atos publicados relacionados ao tema, um aumento de 12 vezes.
Trata-se da a realização da proposta do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de "passar a boiada" em termos de legislação ambiental, no período da pandemia. O ministro considerava que enquanto a opinião pública estava voltada para o noticiário sobre a pandemia, o governo poderia passar medidas prejudiciais ao meio ambiente sem ser percebido. 
"Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos neste momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa porque só se fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas", afirmou Salles na reunião ministerial. 
Desde então, entidades ligadas ao meio ambiente têm protestado contra o propósito do governo Bolsonaro de desmontar as políticas ambientais previstas por lei. 


Bolsonaro veta projeto que dava preferência às mães no pagamento do auxílio emergencial


O governo Jair Bolsonaro vetou o projeto aprovado pelo Congresso que dava preferência às mulheres no pagamento de R$ 1.200 do auxílio emergencial
Jair Bolsonaro e Fila na Caixa Econômica Federal
Jair Bolsonaro e Fila na Caixa Econômica Federal (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Roberto Parizotti/FotosPublicas)

247 - Jair Bolsonaro vetou integralmente o projeto de lei aprovado por parlamentares do Congresso Nacional que dava preferência às mulheres no pagamento de R$ 1.200 do auxílio emergencial na pandemia do coronavírus. Homens ou mulheres chefes de família poderiam solicitar uma cota dupla para trabalhadores informais, que é de R$ 600. Mas, de acordo com algumas denúncias, homens que não sustentam a família ou separados estavam se aproveitado para receber o valor.
Segundo o texto aprovado pelo Congresso, se houvesse divergência de informação, a preferência seria dada à mulher. O homem poderia questionar a decisão se fosse responsável pela guarda dos filhos. 
Ao justificar o veto, o governo disse, por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República, que "não há estimativa do impacto orçamentário e financeiro dessa proposição, o que impede juridicamente a sua aprovação".
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de confirmações (2,4 milhões) e mortes (88,6 mil) provocadas pelo coronavírus. 
De acordo com reportagem da agência Reuters, publicada nesta terça-feira (28), o Brasil registra a mais elevada média de mortes por dia
"Com restaurantes, bares, academias e shoppings abertos, o coronavírus encontrou terreno fértil para avançar pelo país, que registrou na semana passada seu maior número de casos semanais desde o início da pandemia: 319.653 infecções, uma alta de 36% em comparação com os 235.010 da semana anterior", disse a agência. 


Funcionários do BB pedem investigação sobre venda de créditos de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões para o BTG Pactual


Foi uma das últimas transações feitas na gestão de Rubem Novas, que pediu demissão e criticou a cultura de corrupção de Brasília
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

247 – A venda de uma carteira de crédito do Banco do Brasil para o banco BTG Pactual, por pouco mais de 10% do valor, chamou a atenção dos funcionários, que pediram uma investigação ao Tribunal de Contas da União. Foi uma das últimas transações feitas na gestão de Rubem Novas, que pediu demissão e criticou a cultura de corrupção de Brasília.
"A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue a operação de venda da carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões para o BTG Pactual. O Banco do Brasil está sendo criticado por partidos políticos e sindicatos por supostamente vender barato demais a carteira de crédito. Ela foi vendida por R$ 371 milhões. A operação foi anunciada no início do mês, sob a gestão do presidente Rubem Novaes, que entregou na sexta-feira o pedido de demissão ao ministro da Economia, Paulo Guedes", aponta reportagem de Adriana Fernandes, publicada no Estado de S. Paulo.
Guedes foi um dos fundadores do BTG Pactual, hoje controlado por André Esteves. "Em ofício ao TCU, o presidente da ANABB pediu ao Tribunal que se “debruce” sobre a legalidade dos negócios efetuados e verifique por meio de auditoria eventuais prejuízos aos acionistas", aponta ainda Adriana Fernandes.


terça-feira, 28 de julho de 2020

TCE manda devolver R$ 4,7 milhões pagos por escola investigada na Operação Quadro Negro

(Foto: TCEPR)


O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) julgou procedente Tomada de Contas Extraordinária complementar instaurada para apurar, pela segunda vez, a irregularidade nos pagamentos por obras nas escolas estaduais Nova Jardim Paulista e Ribeirão Grande, localizadas no Município de Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba).
O processo complementa a Tomada de Contas Extraordinária (Processo nº 512754/15), julgada parcialmente procedente (Acórdão nº 4041/17 - Tribunal Pleno), que já havia apurado a falta de execução das obras dessas duas escolas e por meio da qual os responsáveis foram penalizados com a devolução de R$ 3.207.646,43 ao cofre estadual, multa proporcional ao dano, inabilitação para o exercício de cargos em comissão e proibição de contratação com o poder público.
A instauração do procedimento complementar originou-se da apresentação de  nova Comunicação de Irregularidade pela Sétima Inspetoria de Controle Externo (7ª ICE) do Tribunal de Contas, que constatara a ilegalidade dos pagamentos, por meio da qual foi apontado que a Secretaria de Estado da Educação restituíra ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com recursos do Estado, os investimentos federais aplicados nas obras, num montante de R$ 4.719.944,83,
Devido à decisão, a gestora dos contratos, Ângela Maria Mocelin Gueno; o fiscal das obras, Bruno Francisco Hirt; o coordenador de Fiscalização, Evandro Machado; o diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) da SEED à época dos fatos, Maurício Jandoí Fanini Antônio; a empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais Ltda.; o representante da construtora, Eduardo Lopes de Souza, e suas sócias Tatiane de Souza e Vanessa Domingues de Oliveira; e a engenheira civil da contratada e responsável técnica pela obra, Viviane Lopes de Souza, foram sancionados à devolução solidária de R$ 4.719.944,83, referentes a pagamentos adiantados pela execução das obras - R$ 2.550.985,91 referentes à escola Nova Jardim Paulista e R$ 2.168.958,92, à escola Ribeirão Grande.
Além disso, cada uma das oito pessoas condenadas pela devolução recebeu, na medida de suas responsabilidades, a multa de 30% sobre o montante a ser restituído, cujo valor será atualizado pela Coordenadoria de Monitoramento e Execuções (CMex) do TCE-PR. Também foi determinada a inclusão dos nomes de todas elas na lista dos responsáveis com contas irregulares.

Operação Quadro Negro
Em relação à chamada Operação Quadro Negro, o TCE-PR abriu tomadas de contas relativas a obras de seis empresas e 42 agentes públicos e privados, com recursos impugnados em valor superior a R$ 30 milhões. Desde setembro de 2017, já haviam sido julgados 15 processos, correspondentes a 16 escolas. Com a Tomada de Contas relativa às escolas estaduais Nova Jardim Paulista e Ribeirão Grande, o número de processos julgados sobre este caso chega a 16, com determinações de restituição de aproximadamente R$ 29,3 milhões.
Nos 15 processos julgados anteriormente, o Pleno do TCE-PR determinou a devolução de mais de R$ 24,6 milhões desviados da construção de 14 escolas: essas duas em Campina Grande do Sul, cujas obras eram de responsabilidade da Construtora Valor; uma na Cidade Industrial de Curitiba, o Colégio Estadual Dirce Celestino do Amaral, de responsabilidade da Construtora TS; uma no bairro Capão Raso, em Curitiba, o Colégio Estadual Yvone Pimentel, também de responsabilidade da Construtora Valor;  uma em Campo Largo,  o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP), de responsabilidade da Machado Valente Engenharia Ltda.; duas em Guarapuava, de responsabilidade da MI Construtora de Obras Ltda.; outras duas em Curitiba: Colégio Estadual Amâncio Moro, também de responsabilidade da Valor, e Escola Estadual Padre João Wislinski, de responsabilidade da empresa Brioschi Engenharia Ltda.; uma em Almirante Tamandaré, de responsabilidade da empresa Atro Construção Civil; mais quatro de responsabilidade da Valor: um em Rio Negro, o CEEP Professor Lysímaco Ferreira da Costa; um em Coronel Vivida, o Colégio Estadual Tancredo Neves; um em Cornélio Procópio, o Colégio Estadual Professor William Madi; e outro Santa Terezinha de Itaipu, o Colégio Estadual Arcângelo Nandi; um de responsabilidade da empresa Elos Engenharia Ltda., o CEEP de Medianeira; e um de responsabilidade da empresa TS Construção Civil Ltda., o CEEP de Ibaiti.

Instrução do processo
De acordo com a Comunicação de Irregularidade da 7ª ICE, os procedimentos eram praticados na Sude, por aqueles que "maquiavam" as informações e pelos que autorizavam os atestados e as certificações de regularidade. Posteriormente, os processos eram encaminhados à SEED, para que fosse efetuado o procedimento burocrático de pagamento.
A inspetoria afirmou que a omissão de Fanini quanto ao seu dever de controlar as despesas foi determinante para a consumação das irregularidades; e que não é plausível que ele não tivesse conhecimento das práticas irregulares. Assim, ele não teria atuado de forma diligente no acompanhamento e vigilância de seus subordinados, embora tivesse condições de evitar as irregularidades.
A inspetoria ressaltou, ainda, que houve dano ao erário de R$ 4.719.944,83; e individualizou a conduta dos interessados para proporcionalizar o valor de responsabilidade de cada a ser restituído solidariamente. A 7ª ICE também destacou que as irregularidades se restringem à diferença entre o total de serviços realizados e o montante recebido pela contratada; e que a construtora não conseguiu justificar a indevida antecipação dos pagamentos em seu favor.
Finalmente, a inspetoria destacou que os recursos federais restituídos pela SEED deveriam ser devolvidos ao erário estadual; e lembrou que o contratado é obrigado a responder pelos danos causados diretamente à administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato.
O Ministério Público de Contas (MPC-PR) concordou com a instrução técnica.

Decisão
Ao fundamentar o seu voto, o relator do processo, conselheiro Ivan Bonilha, concordou com a instrução da 7ª ICE e com o parecer do MPC-PR. Ele afirmou que os interessados não se insurgiram em relação às divergências averiguadas quanto ao real estado da obra e sua parcial execução, limitando-se a se defender em relação às suas competências funcionais; ou seja, confirmaram as constatações descritas na Comunicação de Irregularidade.
O conselheiro ressaltou que, ainda que tenham sido fundamentadas as razões que justificaram a devolução dos recursos federais por parte SEED, os prejuízos pelas obras, que eram divididos entre os cofres públicos do Estado do Paraná e da União, passaram a recair integralmente sobre o erário estadual.
Assim, o Bonilha aplicou aos responsáveis as sanções previstas nos artigos 85, 89 e 97 da Lei Orgânica do TCE-PR (Lei Complementar Estadual nº 113/2005).
Os conselheiros aprovaram por unanimidade o voto do relator, na Sessão do Plenário Virtual do Tribunal Pleno nº 5, concluída em 2 de julho. Eles determinaram a comunicação da decisão à Procuradoria-Geral do Estado, ao Ministério Público Estadual, à Secretaria da Receita Federal e ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná, conferindo-lhes acesso à integra dos autos digitais, para as providências que considerarem pertinentes no âmbito de suas competências.
A decisão, contra a qual cabe recurso, está expressa no Acórdão nº 1447/20 - Tribunal Pleno, veiculado em 22 de julho, na edição nº 2.344 do Diário Eletrônico do TCE-PR.

Fonte: Bem Paraná com TCE/PR

Arapongas anuncia lockdown no final de semana para conter o coronavírus

Lockdown será nos dias 01 e 02 de agosto. Apenas serviços essenciais serão permitidos


A Prefeitura de Arapongas vai decretar lockdown - versão mais rígida do distanciamento social e quando a recomendação se torna obrigatória - nos dias 01 e 02 de agosto (sábado e domingo.)  O anuncio foi feito pelo prefeito Sérgio Onofre, nesta terça-feira, 28. O decreto será publicado na quinta-feira, 30. O toque de recolher começa na sexta-feira, 31 de julho, a partir das 22h, e visa gerar maior conscientização, além de um meio para desacelerar a propagação do coronavírus (Covid-19). A Feira Livre também está suspensa.  
Onofre explica que a decisão foi tomada junto à Secretaria Municipal de Saúde e que, havendo necessidade, será imposta novamente. “Se não abaixarmos a curva, vamos ter outras situações de fechamento geral. Inicialmente será neste final de semana. Não haverá feiras livres e todas as atividades comerciais e templos religiosos estarão suspensos. Haverá fiscalização rigorosa. Temos notado que as recomendações de isolamento e distanciamento social, ou até mesmo o simples uso de máscaras, não têm sido acatadas o suficiente, por isso tomamos essa decisão”, afirma. Ele reforça ainda que, havendo descumprimento, os estabelecimentos estarão sujeitos a penalidades. 
ACIA - Ainda nesta terça, 28, Onofre esteve reunido com representantes da Associação Comercial e Empresarial de Arapongas (ACIA). Para a presidente, Evelyse Segura, a decisão é válida e não afetará bruscamente o comércio. “Será um fechamento neste final de semana, a fim de enfatizar a importância de se cumprir as recomendações em saúde. Acreditamos que tudo ocorrendo de maneira positiva, no próximo final de semana, que antecede o Dia dos Pais, poderemos manter nossas atividades comerciais, sempre zelando pela segurança e saúde dos lojistas e consumidores”, afirmou. 

SERVIÇO:
Veja o que vai funcionar nos dias 01 e 02 de agosto:
- Farmácias
- Postos de Combustíveis (sem abrir lojas de conveniência) 
- Estabelecimentos de Saúde
- Estabelecimentos que forneçam exclusivamente serviços de delivery – entrega domiciliar 
- Mercados,  supermercados, padarias e açougues


Escola Juiz Luiz Fernando de Araújo Pereira ganha quadra esportiva coberta


Aguardada há muitos anos pela comunidade do Núcleo Djalma Mendes, a obra já começou e vai beneficiar quase seiscentos alunos

Em breve, os alunos da Escola Municipal Juiz Luiz Fernando de Araújo Pereira terão um espaço amplo e moderno para praticarem atividades físicas e recreativas. A Prefeitura de Apucarana, por meio da Autarquia Municipal de Educação, iniciou recentemente a construção de uma quadra poliesportiva coberta na unidade situada no Núcleo Djalma Mendes. O investimento soma R$ 376.565,09.
O prefeito Junior da Femac esteve na Escola Juiz Luiz Fernando de Araújo Pereira na manhã de hoje (28/7), para acompanhar de perto os serviços que vêm sendo executados. “A construtora H&M, vencedora do processo licitatório, já fez a locação do canteiro de obras e a fundação com estacas,” adiantou.
A secretária de educação, Marli Fernandes, lembra que a administração municipal precisou comprar um terreno ao lado da escola para a construção da quadra esportiva. “Dez lotes foram adquiridos ao custo de R$ 1,1 milhão. Além da quadra esportiva, nós pretendemos construir um novo refeitório e mais salas de aula nesse espaço, para ampliar a capacidade de atendimento da unidade de ensino. É o próximo passo,” afirmou.
“A compra do terreno demorou mais do que nós gostaríamos porque enfrentamos um entrave judicial em relação a um dos lotes. Eu agradeço a todos que contribuíram para a conquista, especialmente à secretária Marli Fernandes, à diretora escolar Cláudia Locatelli e ao líder comunitário Zenilton Bispo,” disse o prefeito.
Segundo a superintendente de engenharia e obras da Autarquia Municipal de Educação, Miriam Elena Favaretto Corbacho, a quadra esportiva terá 498,91 m2. “Ela será feita com estruturas metálicas, telhas metálicas e fechamento nas laterais em alambrado. Contará também com iluminação, vestiário e arquibancada coberta,” detalhou.
A Escola Juiz Luiz Fernando de Araújo Pereira tem 583 alunos matriculados no momento, em turmas da educação infantil (Pré I e II) e nos anos iniciais do ensino fundamental (1° ao 5° ano).


Júnior da Femac garante capela mortuária para a região leste


A estrutura será edificada em terreno de 1,2 mil metros quadrados, doado pela Associação dos Funcionários Públicos de Apucarana, localizado na Avenida Aviação esquina com Rua Guaianazes 
(Foto: Divulgação)

O prefeito Júnior da Femac anunciou nesta terça-feira (28/07) a construção de uma capela mortuária para atender ao Jardim Colonial e imediações. A estrutura, que será viabilizada com recursos da Autarquia dos Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa), será edificada em terreno de 1,2 mil metros quadrados, localizado na Avenida Aviação esquina com Rua Guaianazes, doado pela Associação dos Funcionários Públicos de Apucarana (AFAP).
A obra deverá absorver recursos na ordem de R$350 mil e vai seguir o padrão das capelas construídas no Distrito de Vila Reis e Jardim Ponta Grossa, contando com cerca de 160 metros quadrados de área, hall de entrada, sala de velório, varandas externas cobertas, sala de estar, copa, depósito e dois sanitários adaptados para portadores de necessidades especiais.
Em vistoria ao terreno, o prefeito Júnior da Femac revelou que a obra é um pedido da comunidade que chegou à prefeitura através da vereadora Márcia Sousa. “Agradeço ao trabalho da vereadora e a todos da AFAP, nas pessoas do presidente Adir e do vice Marcos, que juntamente com a diretoria atuaram para que pudéssemos chegar a um bom termo, definindo esta área para construção da capela mortuária que vai atender a uma grande e importante região de Apucarana”, disse o prefeito Júnior da Femac.
A cessão amigável do terreno será oficializada através de decreto municipal de utilidade pública. “Esta obra faz parte de um planejamento da atual administração que fortaleceu e vem expandindo os serviços funerários no município com construção de capelas mortuárias em comunidades distantes da área central. O então prefeito Beto Preto viabilizou as capelas do Distrito de Vila Reis e Jardim Ponta Grossa, que também eram pedidos antigos da população, e agora chega o momento do Jardim Colonial e imediações, residem mais de 20 mil pessoas que terão um espaço adequado em um momento tão difícil para todos nós, que é o luto”, disse o prefeito, lembrando ainda de investimentos feitos pela Aserfa nos cemitérios municipais, reforma e ampliação da capela mortuária central e da capela mortuária do Distrito de Pirapó.
Para definição da construção da nova capela, a Aserfa levou em consideração diversos critérios. “Primeiro avaliamos o distanciamento do centro e também o número de moradores. Quando se tem uma população deste porte, distante da área central, já se justifica ter uma capela mortuária”, explicou Marcos Bueno, diretor-presidente da Aserfa. Ele relata que a região atendida é bastante extensa e populosa. “E em breve terá uma capela adequada, com capacidade para dois velórios simultâneos, toda equipada para oferecer conforto às famílias”, reforçou.
A vereadora Márcia Sousa agradeceu à administração municipal por atender ao pedido da população. “O prefeito Júnior da Femac vem dando continuidade ao trabalho do ex-prefeito Beto Preto, ouvindo e atendendo aos anseios das comunidades. Agradeço por mais esta obra, da qual foi interlocutora junto aos moradores. É o dinheiro público sendo bem aplicado”, destacou a vereadora.
O vice-presidente da Associação dos Funcionários Públicos de Apucarana (AFAP), Marcos Francisco dos Santos, relata que a entidade tem uma área de quase um alqueire, onde disponibiliza uma estrutura de lazer para os associados e que a parte doada estava ociosa. “A associação está sempre disponível e, neste momento, estamos muito felizes com este apoio que estamos podendo dar ao Município”, disse Santos. Segundo ele, a doação da área foi aprovada pela diretoria da entidade e atende a pedido do prefeito Júnior da Femac. “Constatamos que é um gestor que quer muito atender à população desta região. Esta obra será muito importante para as famílias em um momento muito difícil, que é quando se perde um ente querido. Assim, quando isso ocorrer, não será preciso se deslocar para capelas distantes”, comentou o dirigente da associação.
O secretário Municipal de Obras, Herivelto Moreno, relata que com a definição do terreno, a prefeitura vai concluir o orçamento do projeto para dar início à licitação. “É uma obra de quatro meses e acreditamos já ser possível inaugurar e entregar para uso da comunidade no início do ano que vem”, disse o secretário, destacando que a “área cedida é excelente, de fácil acesso e conectada com todos os conjuntos habitacionais do entorno”.


“Dom Romeu” recebe parque infantil e manutenção de quadra esportiva


Prefeitura fez ainda a reforma da Academia ao Ar Livre, roçagem e limpeza geral desta área que fica entre a UBS Takaiti Myiadi e a Paróquia Imaculado Coração de Maria.

Além de revitalizar as áreas já existentes, a Prefeitura está também criando nos bairros novos espaços para as crianças e as famílias. Foi o que aconteceu no Núcleo Dom Romeu Alberti. Com a autorização da Mitra Diocesana, o Município instalou um parque infantil, um balanço, mesas e bancos ao lado da Paróquia Imaculado Coração de Maria. Ao mesmo tempo, os equipamentos públicos que ficam no terreno em anexo foram consertados e revitalizados.
“O bairro é a extensão da casa da gente, por isso trabalhamos para levar iluminação e asfalto de qualidade, bem como áreas para a prática de esporte e espaços para as crianças. É o que fizemos no Dom Romeu, onde instalamos um parquinho e fizemos manutenção na quadra esportiva que existe no local”, frisa o prefeito Junior da Femac.
Além da quadra esportiva, a Prefeitura fez a reforma da Academia ao Ar Livre, roçagem e limpeza geral desta área que fica nos fundos da UBS Takaiti Myiadi. “A quadra esportiva foi totalmente revitalizada. Consertamos a tela do alambrado, assim como os postes de sustentação. Fizemos também toda a pintura do piso da quadra e a demarcação das linhas”, informa Helligtonn Gomes Martins (Tom), superintendente municipal de Serviços Públicos, acrescentando ainda que os dois gols de futsal ganharam rede nova, providenciadas pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer.
 

Mais um escândalo: BNDES vende participação de empresa por valor menor do que proposta concorrente e derruba as ações


Banco estatal favoreceu a empresa americana AES Corp, que ofereceu menos do que a concorrente Eneva, e derrubou em mais de 10% os papéis da AES Tietê
BNDES credencia 22 bancos para programa emergencial de acesso a crédito
BNDES credencia 22 bancos para programa emergencial de acesso a crédito (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

247 - O BNDES surpreendeu o mercado hoje ao decidir vender sua participação na geradora de energia AES Tietê ao grupo americano AES Corp., que já deu vários calotes ao banco estatal no passado. A surpresa deve-se ao fato de a proposta dos americanos ser mais baixa do que a do concorrente no processo e se refletiu imediatamente no preço das ações da geradora: os papéis da AES Tietê caíam mais de 10% no final da manhã.
Vai ser difícil para o banco explicar porque esnobou a proposta da concorrente, a também geradora Eneva, considerada superior por viabilizar a fusão entre as duas geradoras, criando um gigante do setor elétrico. Isso significaria que, além de receber um prêmio de 17% ante o valor de mercado por parte de sua participação, o BNDES se tornaria sócio de uma empresa maior e com grande capacidade de crescimento. A proposta também agradou por estender os benefícios aos demais minoritários da AES Tietê, incluindo a Eletrobras.
Apesar de tudo isso, o BNDES decidiu beneficiar a AES Corp, que ofereceu um preço mais baixo e vai comprar apenas 18,5% dos 28,41% da participação do banco. 
Para o mercado, a decisão beneficiou uma empresa que, além de pagar menos pelas ações, tem um passado obscuro na relação com o banco e já deixou claro publicamente que não respeitará os direitos dos minoritários da AES Tietê.
Histórico de calotes
O primeiro calote da AES Corp. ao BNDES aconteceu em 1999, quando os americanos não pagaram e pediram para renegociar as parcelas do financiamento recebido para adquirir a Eletropaulo. Mesmo depois da renegociação, já em abril de 2002 a AES Corp. voltou a atrasar os pagamentos e pedir para refinanciar sua dívida. Não foi suficiente: novo calote aconteceu em setembro daquele ano.
O ano de 2003 começou com novos calotes da AES Corp. e suas subsidiárias nos meses de janeiro, fevereiro e abril. A postura arrogante e o contínuo descumprimento de compromissos por parte dos americanos levou o então presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa a propor a reestatização da Eletropaulo: “Eles vieram, levaram a empresa com dinheiro público e continuam tratando o País como uma quitanda. É a maior sacanagem”, desabafou, numa entrevista à revista IstoÉ.
O BNDES tentava resolver a situação com a AES Corp. por meio de acordo, mas sempre esbarrava no comportamento ardiloso dos americanos. Uma tentativa de solucionar o problema da dívida foi a criação de uma nova sociedade entre as duas partes, a Novacom, que receberia um aporte de US$ 600 milhões do banco e reuniria os ativos da Eletropaulo, AES Uruguaiana, AES Tietê e AES Sul.
Tudo parecia resolvido até o BNDES perceber que um dos ativos do acordo, a AES Tietê, já tinha sido dada pelos americanos como garantia a um empréstimo de US$ 300 milhões na Argentina. Além disso, descobriu-se que a empresa era controlada por três diferentes holdings sediadas em paraísos fiscais, numa tentativa de blindar seu capital de qualquer tipo de ação por parte do banco.
Em entrevista à revista Época, o então presidente do BNDES, Carlos Lessa, deixava clara a insatisfação com o comportamento ardiloso dos americanos:
“Uma empresa que está em 34 países não pode deixar de nos pagar. Senão cadê minha moral para cobrar da fabriqueta de farinha? Alguém que nos deve US$ 1,2 bilhão não pode chegar e dizer apenas “Refinancie!”. Ou a AES nos paga ou devolve a Eletropaulo”, ameaçou.
A solução encontrada pelo banco para reduzir suas perdas foi entrar na sociedade da Brasiliana, empresa formada com a maior parte dos bens da AES Corp. no Brasil. Mesmo assim, o banco foi obrigado, à época, a perdoar juros de mora da ordem de US$ 193 milhões para solucionar o caso.
A arrogância da AES Corp. em relação ao Brasil não se resume aos seguidos calotes contra o BNDES. No processo de discussão sobre uma possível fusão com da AES Tietê com a Eneva, os americanos disseram publicamente que não reconheceriam o direito a voto dos acionistas minoritários na análise da operação.
O problema é que as ações da AES Tietê são negociadas no nível 2 da B3, cujo regulamento é explícito em determinar que, nos casos de combinação de negócios, os detentores de ações preferenciais também têm direito a voto na análise da operação. A postura dos americanos fez a B3 divulgar publicamente um parecer reforçando o direito dos minoritários.
“A mudança de regras durante eventual evento societário não é uma melhor prática e dá margem a questionamentos sobre as reais intenções das partes”, avaliou o presidente da Associação dos Investidores de Mercado de Capitais (Amec), Fábio Coelho, sobre a atitude da AES Corp.


Brasil vive pior momento da pandemia e deve passar de 100 mil mortes


Medidas de isolamento voltadas a diminuir a transmissão do vírus foram afrouxadas em praticamente todo o país diante da pressão econômica e da ausência de uma ação nacional coordenada, uma vez que Jair Bolsonaro sempre se mostrou contrário às quarentenas
(Foto: Reuters)
Reuters  - As cenas de aglomerações flagradas por todo o país podem passar uma impressão de volta à normalidade, mas o Brasil atravessa atualmente o momento de maior disseminação do coronavírus e registra a mais elevada média de mortes por dia, rapidamente se aproximando do marco sombrio de 100 mil óbitos e sem expectativa de recuo nas próximas semanas.
Medidas de isolamento voltadas a diminuir a transmissão do vírus foram afrouxadas em praticamente todo o país diante da pressão econômica e da ausência de uma ação nacional coordenada, uma vez que Jair Bolsonaro sempre se mostrou contrário às quarentenas e criticou governadores e prefeitos que as decretaram.
Com restaurantes, bares, academias e shoppings abertos, o coronavírus encontrou terreno fértil para avançar pelo país, que registrou na semana passada seu maior número de casos semanais desde o início da pandemia: 319.653 infecções, uma alta de 36% em comparação com os 235.010 da semana anterior.
Também foi registrado o maior número de mortos em uma semana epidemiológica desde o início da pandemia, com 7.677, uma média de 1.096 por dia — na sexta semana seguida com mais de 1.000 mortes por dia em média.
“As previsões de comportamento de curva de pico não se confirmaram e infelizmente o Brasil está vivendo a pior fase da pandemia, e paradoxalmente as políticas públicas e o próprio comportamento da população vão no sentido contrário, como se nós não estivéssemos vivendo uma tragédia diária”, afirmou Alexandre Naime, chefe do departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Vamos viver nessa condição de um número médio acima de 1.000 ou 1.100 óbitos por muitas semanas, talvez por muitos meses, o que vai levar a um número total de óbitos infelizmente trágico, provavelmente muito superior a 100 mil óbitos”, acrescentou.
Depois de rondar os 50% de adesão ao isolamento social no final de março e durante o mês de abril, o país atualmente tem registrado menos de 40% de adesão durante quase todos os dias de semana em julho, chegando a registrar 35,2% de isolamento no dia 17, segundo o Índice de Isolamento Social — ferramenta que utiliza dados de localização de aplicativos instalados em mais de 60 milhões de telefones celulares pelo país.
Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, usuários do transporte público têm relatado superlotação em ônibus, trens e metrô apesar da pandemia. Uma ameaça de greve na capital paulista, que acabou não se concretizando, gerou aglomeração em diversas estações na manhã desta terça-feira.
Acompanhando o aumento do número de pessoas nas ruas, o Brasil registrou na semana passada o recorde diário de 67.860 casos na quarta-feira e passou dos 50 mil nos três dias seguintes — algo que só havia acontecido uma vez desde o início da pandemia, em 19 de junho, quando o Ministério da Saúde disse que houve a inclusão de dados represados no sistema.