segunda-feira, 20 de julho de 2020

Economistas preveem contração de 5,9% do PIB este ano


Os economistas passaram a ver retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,95% este ano. O resultado reflete uma contração também menor esperada para a indústria este ano, de 7,86% contra queda de 9% prevista para a produção antes
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
air Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Reuters | ABr)

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado voltou a ajustar a expectativa de contração da economia brasileira neste ano, esperando agora queda de menos de 6% do PIB, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.
Os economistas passaram a ver retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,95% este ano, contra recuo de 6,10% estimado na semana passada. Essa foi a terceira vez seguida em que a pesquisa mostrou melhora da estimativa.
O resultado reflete uma contração também menor esperada para a indústria este ano, de 7,86% contra queda de 9% prevista para a produção antes.
Para 2021, os especialistas consultados continuam vendo um crescimento do PIB de 3,50%, com a indústria apresentando avanço de 4%.
O levantamento semanal mostrou ainda que a inflação permanece estimada em 1,72% este ano e 3,0% no próximo. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para a taxa básica de juros também não houve mudanças, e a Selic segue sendo calculada a 2,0% ao fim de 2020 e a 3,0% em 2021.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, elevou ligeiramente a conta para a Selic este ano a 2,0%, de 1,88% na mediana das projeções antes. Para 2021, permanece em 2,38%.


Ala do STF favorável à Lava Lato quer derrubar decisão de Toffoli


Membros do Supremo Tribunal Federal partidários da Operação Lava Jato querem derrubar decisão do presidente da Corte que determina o compartilhamento de informações com a Procuradoria Geral da República
Plenário do Supremo Tribunal Federal
Plenário do Supremo Tribunal Federal (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A decisão do presidente da corte, Dias Toffoli, de determinar o compartilhamento de todos os dados de investigações da operação com a PGR (Procuradoria-Geral da República) pode ser derrubada no próprio tribunal.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, cogita incluir o caso em agosto, na volta do recesso, no plenário virtual, que não depende do presidente para ser pautado. Nesse caso, a decisão seria discutida online ou Toffoli seria submeter o tema à análise conjunta por videoconferência. 
O tribunal está dividido sobre o tema e é grande o risco de se formar uma maioria contrária à decisão de Toffoli.
O presidente do STF determinou, no último dia 9, que a equipe da Lava Jato envie à PGR todos os dados de investigações já colhidos, no âmbito da operação, pelas forças-tarefas de Curitiba, do Rio e de São Paulo. O ministro invocou o princípio da unidade do Ministério Público Federal, informa o jornalista Matheus Teixeira na Folha de S.Paulo. A decisão de Toffoli foi tomada a pedido da PGR. 
Os defensores da Lava Jato no STF consideram que a ordem de Toffoli foi muito ampla e não respeitou a jurisprudência atual sobre a necessidade de indicação de fatos e pessoas específicas para justificar o acesso a dados sigilosos.


CNJ intima desembargador que humilhou guardas em SP a prestar esclarecimentos


O ministro Humberto Martins, da Corregedoria Nacional de Justiça, determinou a abertura de uma apuração sobre a conduta do desembargador do TJ-SP Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, que arrumou confusão ao ser multado pela Guarda Municipal por não usar máscara de proteção contra a Covid-19
Desembargador Eduardo Siqueira


Desembargador Eduardo Siqueira (Foto: Reprodução)


247 - O ministro Humberto Martins, da Corregedoria Nacional de Justiça, determinou a abertura de uma apuração sobre a conduta do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira contra um agente da Guarda Civil Municipal de Santos, no litoral paulista. O desembargador deve ser intimado e terá um prazo de 15 dias para prestar esclarecimentos a respeito dos acontecimentos expostos.
O magistrado arrumou confusão ao ser multado depois de ser abordado por agentes da GCM por descumprir um decreto municipal sobre uso obrigatório de máscaras faciais. Ele chamou o guarda de 'analfabeto', rasgou a multa e jogou o papel no chão.  
O desembargador tem salário que chega a R$ 57 mil. Em junho, Siqueira recebeu R$ 50.215,88 brutos, incluindo vantagens eventuais e pessoais. O rendimento líquido foi de R$ 36.866,52.
De acordo com o ministro, há indícios de possível violação aos preceitos da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e ao Código de Ética da Magistratura, o que impõem a necessidade de averiguação pela CNJ.
A Prefeitura de Santos confirmou a aplicação da multa. 

domingo, 19 de julho de 2020

Após espalhar mentira sobre esquerda e pedofilia, Bolsonaro é processado por deputados de vários partidos


Encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a petição é assinado por parlamentares do PT, Psol, PCdoB, Rede, PDT e PSB
Presidente Jair Bolsonaro 06/03/2020
Presidente Jair Bolsonaro 06/03/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Sputnik – Deputados de diversos partidos entraram com notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por ele ter dito, por meio do Twitter, que a esquerda quer descriminalizar a pedofilia.
Encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a petição é assinado por parlamentares do PT, Psol, PCdoB, Rede, PDT e PSB. 
Em 14 de julho, Bolsonaro usou o Twitter para anunciar a apresentação de Projeto de Lei que aumenta em 50% a pena para o crime de pedofilia. Na publicação, ele disse que a "esquerda busca meios de descriminalizar a pedofilia, transformando-a em uma mera doença ou opção sexual". 
​Os deputados acusam Bolsonaro de "desenterrar" uma notícia falsa divulgada na época das eleições de 2018, segundo a qual o então candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, queria legalizar a pedofilia. A fake news dizia que o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Saúde tinha criado o PL 236/2012 para esse fim. 
No entanto, nem Haddad nem outros representantes da esquerda nunca propuseram um projeto de lei ou fizeram campanha nesse sentido. 
PL de autoria de José Sarney
O projeto, na realidade de autoria do então senador José Sarney (MDB-AP), reforma o Código Penal Brasileiro. Embora tenha pontos considerados polêmicos, ele não legaliza a pedofilia. Entre outras mudanças, o projeto diminui de 14 para 12 anos a idade máxima da vítima para que qualquer relação sexual seja considerada estupro. 
"Desse modo, configura-se de um ataque vil, difamatório e inverídico, que visa desqualificar e criminalizar os cidadãos, cidadãs, instituições e movimentos que se opõem à concepção de mundo arcaica defendida pelo Representado e seu grupo", diz a notícia-crime.
A acusação cita o artigo 139 do Código Penal, que considera crime difamar alguém, "imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação". A pena é de detenção, de três meses a um ano, e multa.


Religiosos bolsonaristas são responsáveis por rede de desinformação sobre covid-19


De acordo com estudo, uma rede formada por religiosos atingiu, em 47 dias, 11 milhões de visualizações só em vídeos que citavam o novo coronavírus
(Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

247 - Líderes religiosos simpáticos a Jair Bolsonaro são responsáveis pelo fortalecimento da rede de desinformação no YouTube sobre a pandemia. De acordo com estudo, uma rede formada por este pérfil de religiosos atingiu, em 47 dias, 11 milhões de visualizações só em vídeos que citavam o novo coronavírus. São canais e aplicativos de mensagens que minimizam a pandemia e divulgam histórias de curas mirabolantes e prevenções caseiras contra a doença.
De acordo com dossiê elaborado por pesquisadores do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da USP, do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Demaocracia Digital (INCT.DD), os conteúdos incluíam sermões que minimizavam a doença, pregações de teorias conspiratórias, informações enviesadas e de desqualificação da ciência. 
O levantamento foi feito entre 1.º de fevereiro e 17 de março, numa etapa antes das primeiras mortes. No dia 11 de março, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já anunciava que o Brasil viveria pelo menos “20 semanas duras”.
“É uma questão de saúde pública. Ninguém está desmerecendo a fé de nenhuma religião. Sabemos que a fé ajuda as pessoas, mas a saúde e a medicina devem prevalecer”, afirmou a delegada gaúcha Laura Rodrigues Lopes, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
A reportagem cita o discurso do pastor César Augusto, da Associação Fé Perfeita de João Pessoa, que aproveitou um culto transmitido pela internet, em 17 de março, para profetizar o fim da pandemia. “O que eu vejo é que daqui para frente pessoas que estavam sendo analisadas como suspeitas (de ter covid-19) vão começar a dar negativo”, disse aos seus seguidores. “O diabo pode colocar a viola no saco”, acrescentou.
O país registra mais de 2 milhões de brasileiros foram infectados e 76 mil morreram.


Apoiadores de Bolsonaro cantam ‘Milla’ e compositor repudia: "que a próxima música minha seja 'Acabou'"


O compositor Manno Goes reagiu a um vídeo publicado nas redes sociais e afirmou: "Que a próxima música minha que esses idiotas cantem seja 'Acabou'"
(Foto: Reprodução)

Revista Fórum - Apesar de estar com coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro fez um encontro com apoiadores no jardins do Palácio da Alvorada na noite deste sábado (18). No final da reunião, bolsonaristas cataram o hit “Milla”, conhecido pela gravação de Netinho, que também apoia o presidente.
No entanto, um dos compositores da canção, Emmanuel Goes Boavista, o Manno Goes, é crítico de Bolsonaro e reagiu à insólita festa. “Que a próxima música minha que esses idiotas cantem seja ‘Acabou'”, escreveu em seu perfil no Twiiter, em referência a outra de suas composições.


Flávio Bolsonaro presta depoimento nesta segunda sobre vazamento de operação da PF


Depoimento ao MPF está marcado para às 14h, em Brasília, e faz parte do inquérito que apura os vazamentos da Polícia Federal na Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro de 2018
Investigação do Ministério Público sobre Flávio Bolsonaro atinge 37 imóveis
Investigação do Ministério Público sobre Flávio Bolsonaro atinge 37 imóveis (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O Ministério Público Federal (MPF) informou que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho de Jair Bolsonaro, prestará depoimento nesta segunda-feira (19), às 14h, em Brasília, no inquérito que apuram supostos vazamentos da Polícia Federal na Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro de 2018.
De acordo com reportagem do UOL. por conta da prerrogativa do cargo que exerce, o local, a data e a hora em que gostaria de ser ouvido foram definidos pelo próprio senador. A defesa de Flávio já informou que ele será ouvido por um procurador da República em Brasília, em “condição de testemunha”.
A investigação foi aberta após o empresário Paulo Marinho, ex-apoiar do clã Bolsonaro, afirmar em entrevista à Folha, que Flávio teve conhecimento prévio da operação da PF que prendeu 22 pessoas, entre elas dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Marinho é suplente de Flávio no Senado e cedeu sua casa para ser “quartel-general” da campanha de Bolsonaro para a Presidência.

Bolsonaro critica lei que combate fake news e anuncia veto


"Essa liberdade de expressão, essa mídias sociais, que me botaram aqui na Presidência", disse ele, que usa a mentira como método permanente de ação política
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução)

247 – Jair Bolsonaro, que foi eleito presidente à base de fake news e utiliza a mentira como método permanente de ação política, anunciou que vai vetar a lei que pretende combater esse tipo de prática. "O Congresso está discutindo, já passou no Senado e está na Câmara, o que seria a lei das fake news. Eu acho que é mais uma maneira de botar limites na liberdade de expressão. Não tem que ter limites, no meu entender", declarou, em live no fim de semana.
"Se alguém se ver prejudicado, entra na Justiça. Está previsto calúnia, difamação, injúria. Não tem que inventar mais nada, porque nunca vai saber qual o limite. Vai virar um terreno onde vai perder a liberdade, não vai poder mais se manifestar sobre nada. Essa liberdade de expressão, essa mídias sociais, que me botaram aqui na Presidência", disse ainda Bolsonaro.
Neste fim de semana, deputados de vários partidos anunciaram a decisão de processá-lo por espalhar mais uma mentira: a de que a esquerda pretendia legalizar a pedofilia no Brasil.


Cooperação entre Lava Jato e Estados Unidos foi ilegal, diz Cristiano Zanin Martins


O Decreto nº 3.810/01 não permite essa forma de relação entre promotores brasileiros e norte-americanos, aponta o advogado
Cristiano Zanin, Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol
Cristiano Zanin, Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Ricarod Stuckert | Reuters)

247 – O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, ressaltou a ilegalidade da cooperação informal entre Lava Jato e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, após tomar conhecimento da reportagem de Brian Mier. "Promotores dos EUA não negam 'cooperação informal' e fora dos 'canais oficiais' com a Lava Jato após cobrança de 13 parlamentares daquele país. O Decreto nº 3.810/01 não permite essa forma de relação entre promotores brasileiros e norte-americanos", postou ele, em seu twitter.
"Segundo o Decreto 3.810 a cooperação em matéria penal entre EUA e Brasil deve: ser por escrito; passar pelo Ministério da Justiça; ter comprovante de entrega dos documentos apresentados; e não pode 'prejudicar a segurança ou interesses essenciais semelhantes do Estado Requerido'”, lembrou Zanin.

Departamento de Justiça dos Estados Unidos confirma atuação informal na Lava Jato


Reportagem do jornalista Brian Mier aponta que esta cooperação desestabilizou a economia brasileira, cortou centenas de milhares de empregos, impediu a participação de Lula nas eleições e preparou o terreno para a ascensão do bolsonarismo
Brian Mier: Lula é um prisioneiro de guerra dos Estados Unidos
Brian Mier: Lula é um prisioneiro de guerra dos Estados Unidos

Por Brian Mier, no Brasilwire –  Em agosto de 2019, um grupo de 13 membros do Partido Democrata dos EUA exigiu respostas para as evidências de apoio sobre o papel do Departamento de Justiça na investigação anticorrupção corrupta da Lava Jato.
A requisição foi feita depois que as mensagens vazadas do Telegram publicadas no Intercept mostraram que, entre dezenas de outros crimes, o juiz Sergio Moro trabalhou de forma antiética para ajudar a depor Dilma Rousseff, grampeando ilegalmente seu telefone na véspera das audiências de impeachment, editando a conversa para ser mais danosa e liberá-la para a maior estação de televisão do Brasil.
Liderada pelo congressista da Geórgia Hank Johnson e composta principalmente por membros do Partido Democrata (com a notável ausência de Alexandria Ocasio Cortez), a carta ao procurador-geral William Barr expressou preocupação de que as ações do DOJ estavam desestabilizando a democracia do Brasil e solicitou respostas e esclarecimentos.
O DOJ prestou assistência na coleta e análise de evidências compiladas pela força-tarefa da Lava Jato e pelo juiz Moro no caso do presidente Lula? A carta completa, que pode ser lida aqui (abaixo), deu ao procurador-geral William Barr um prazo até 30 de setembro de 2019 para responder às perguntas.
William Barr, que enquanto procurador geral de George H.W. Bush, perdoou 6 funcionários do governo Reagan, incluindo Casper Weinbeger, depois de terem sido condenados na investigação Irã-Contras, tem um longo histórico de ocultar informações do público sobre as irregularidades do governo dos EUA.
Nunca houve uma grande expectativa de que ele respondesse adequadamente às consultas, no entanto, a demanda por informações era juridicamente vinculativa.
Em 7 de julho de 2020, mais de 8 meses após o prazo final, a Procuradoria Geral da República finalmente respondeu, com 13 cartas idênticas entregues aos parlamentares que assinaram a requisição original. Esse evento passou completamente sob o radar da mídia e a Brasil Wire finalmente recebeu cópias das cartas em 17 de julho.
A resposta falha em esclarecer satisfatoriamente qualquer uma das 12 perguntas. É uma carta formal, reconhecendo que trabalhou com o Ministério Público brasileiro na Lava Jato, mas “por uma questão de política e prática de longa data, o Departamento de Justiça não pode fornecer informações sobre aspectos não públicos desses assuntos, nem o Departamento pode divulgar detalhes não públicos de outros assuntos ”.
A única documentação incluída na carta refere-se a 4 artigos no próprio site do DOJ, datados de 2016, que demonstram a parceria do US DOJ e SEC na operação Lava Jato.
A resposta do DOJ ao pedido do congressista Johnson e de seus colegas é totalmente insatisfatória, representando certamente a quantidade mínima absoluta de informações necessárias para cumprir legalmente a solicitação.
No entanto, serve como mais um reconhecimento público do papel do governo dos EUA em uma operação anticorrupção corrupta, armada e politizada que: 1.) desestabilizou a economia brasileira em 2015, causando 500.000 empregos perdidos e causando a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff durante a preparação para o golpe de 2016; e 2.) removeu o principal candidato presidencial do Brasil das eleições de 2018, abrindo a porta para uma vitória de Bolsonaro (pela qual os membros da força-tarefa da Lava Jato foram expostos em bate-papos por telegrama dizendo que estavam “orando a Deus”).
Além disso, como um dos comunicados de imprensa do DOJ mencionados na carta é datado de 21 de dezembro de 2016, este documento também serve como um lembrete de que a parceria do governo dos EUA com a Lava Jato é uma questão de registro público há pelo menos 3,5 anos.
Quando você vir jornalistas autoproclamados esquerdistas da mídia comercial circulando em suas turnês, recuando e mudando de assunto quando perguntados sobre o envolvimento dos EUA no golpe de 2016 e na prisão política de Lula, lembre-se disso.

sábado, 18 de julho de 2020

Sete parlamentares do Paraná estão entre os “cabeças” do Congresso Nacional


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(Foto: Alessandro Dantas)

O DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) elegeu os 100 “cabeças” do Congresso Nacional em 2020, incluindo sete parlamentares do Paraná.
Foram nomeados “cabeças” os seguintes representantes paranaenses:
·         Deputado Ênio Verri (PT)
·         Deputado Felipe Francischini (PSL)
·         Deputada Gleisi Hoffmann (PT)
·         Deputado Gustavo Fruet (PDT)
·         Senador Alvaro Dias (Podemos)
·         Deputado Ricardo Barros (PP)
·         Deputado Rubens Bueno (Cidadania)
O DIAP utiliza como critérios para estabelecer os “cabeças” atributos como a capacidade de articulação, elaboração de projetos e criação de forças para desempenhar as funções parlamentares.
A indicação neste ano sofreu com a pandemia da Covid-19 que fez com que as sessões parlamentares desde março fossem feitas de forma virtual, além de impactar na instalação de comissões permanentes no Congresso Nacional.
Vale lembrar que deputados como Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e ereza Cristina (DEM-MS) que ocupam cargos ministeriais não entram na lista de avaliação.
Confira a lista completa dos “cabeças” do Congresso Nacional neste link.

Fonte: Paraná Portal

Colunista do Globo que ofereceu perdão ao PT tenta separar Lula e Haddad


Uma semana depois de dizer que "é preciso perdoar o PT", Ascânio Sêleme salienta que se refere ao Partido dos Trabalhadores de Fernando Haddad – e não do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula e Fernando Haddad
Lula e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

247 – A estratégia do grupo Globo, que, na semana passada, ofereceu perdão ao Partido dos Trabalhadores, por meio da coluna do jornalista Ascânio Sêleme, ex-diretor de Redação do jornal e um de seus principais colunistas, fica mais clara nesta semana. Em novo artigo, Sêleme salienta que a clemência oferecida pela Globo se dirige a um suposto Partido dos Trabalhadores de Fernando Haddad, e não ao PT que inclui os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O artigo também nega a realidade, ao não reconhecer que houve um golpe de estado no Brasil em 2016 e que Lula foi um preso político – dois fenômenos apoiados pela Globo que permitiram a ascensão do bolsonarismo.
"Se o Partido dos Trabalhadores se organiza internamente através de algumas tendências políticas que lutam pelo poder na legenda, do lado de fora se consegue ver apenas dois PTs distintos. Um deles é o de Lula, o que manda, e tem entre seus expoentes Gleisi Hoffmann e José Dirceu. Estes não querem nem ouvir falar de entendimento político, de frente contra Bolsonaro. Apostam na ruptura como única forma de retomar o poder. Entendem que um alinhamento com as demais forças do campo democrático pode resultar na eleição de um não petista. Além disso, afirmam que se a rejeição ao PT acarretar a reeleição de Bolsonaro, esse será um problema do Brasil, não do partido", diz Ascânio Sêleme, em seu artigo.
"Mas há um outro PT, tão de esquerda quanto o de Lula, ou até mais do que este. Essa turma, liderada pelo ex-ministro, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad, já reconheceu publicamente os erros do PT e se mostrou pronta para reconstruir e reerguer o partido. Esse grupo não tem as amarras populistas de Lula e companhia, é mais moderno, pensa no futuro e não se contenta apenas com o atendimento de interesses imediatistas e corporativistas", afirma o colunista. "O futuro do maior partido de esquerda do Brasil será determinado pela prevalência de um grupo sobre o outro. Hoje, o PT de Haddad é minoritário, sofre aberta censura do campo majoritário e muitas vezes precisa se calar para sobreviver e seguir brigando internamente pela transformação do partido", afirma Sêleme, tenta criar uma divisão inexistente entre Lula e Haddad.


Durante o casamento com Bolsonaro, ex-esposa comprou 5 imóveis em dinheiro vivo


Antes do casamento, a segunda ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina, não tinha nenhum imóvel registrado em seu nome. Após a separação, 14 imóveis foram adquiridos, sendo que cinco foram comprados em dinheiro vivo
Ana Cristina Siqueira Valle e Jair Bolsonaro
Ana Cristina Siqueira Valle e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação/Podemos | Reuters)

247 - Além do fato da segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, ter adquirido, quando casada com Bolsonaro, 14 apartamentos, casas e terrenos, 5 desses imóveis foram comprados em “moeda corrente”, ou seja, dinheiro vivo.
De acordo com reportagem da revista Época, somados, os imóveis valiam R$ 243,3 mil na época e R$ 680 mil hoje, com a inflação corrigida. As 2 casas, os 2 apartamentos e 1 terreno foram adquiridos a partir de 2000 até 2006, período investigado no caso das “rachadinhas” –a prática de tomar parte do salário de servidores.
O levantamento da Época foi feito com base em quase 40 escrituras de compra e venda e 20 registros em cartórios no Rio de Janeiro e em Brasília. 
Entre o fim de 1997 até 2008, a então mulher de Bolsonaro, mãe de Jair Renan Bolsonaro, adquiriu terrenos e casas valiam cerca de R$ 3 milhões na data da separação (2008) e hoje, com valores corrigidos pela inflação, chegam aos R$ 5,3 milhões.
Antes do casamento, Ana Cristina não tinha nenhum imóvel registrado em seu nome. Bolsonaro tinha 2 apartamentos no Rio de Janeiro e um terreno em Angra dos Reis.
Depois da separação, em 2008, Ana Cristina ficou com 9 imóveis. Entre eles, 5 terrenos na cidade de Resende, Rio de Janeiro, que levantam a suspeita de transações incomuns. Os terrenos foram revendidos pelo valor de R$ 1,9 milhão, 5 anos depois de serem comprados, em 2006, por R$ 160 mil.
Os imóveis pagos em dinheiro vivo foram 2 casas, os 2 apartamentos e 1 terreno adquiridos a partir de 2000 até 2006, período investigado no caso das “rachadinhas” no gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro.
Seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem Ana Cristina foi chefe de gabinete por 7 anos, também é investigado. Ela é alvo da investigação do Ministério Público do Rio por suspeita de ter sido funcionária fantasma.


‘A Câmara vai respaldar Bolsonaro, vai ser genocida como ele?’, questiona Gleisi


Para deputada, já há um pacto da direita com a extrema direita, do establishment e da elite, para conservar Bolsonaro até 2022
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) aponta negligência de Jair Bolsonaro ao estimular o fim da quarentena
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) aponta negligência de Jair Bolsonaro ao estimular o fim da quarentena (Foto: Esq.: Agência Câmara / Dir.: Marcos Corrêa - PR)

Rede Brasil Atual - A deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), defende enfaticamente a necessidade de a Câmara abrir processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Mesmo com o apoio que o chefe do Executivo ainda tem (de cerca de um terço da população, apesar da crise econômica e sanitária que o país atravessa), a parlamentar acredita que “condições favoráveis” para a destituição de Bolsonaro não podem ser criadas pela imobilidade, mas decorrem do debate e do embate político.
“A esquerda e a oposição têm obrigação de denunciar e cobrar. A gente não briga só nas condições ideais da política, temos que criar as condições para as coisas acontecerem”, afirma. Para ela, a abertura da comissão de impeachment produziria um debate nacional sobre o que está acontecendo com o país. “Bolsonaro tem crimes de sobra para isso. O desgaste dele é crescente”, completa.
O número de mortes pela covid-19 (que já se aproxima de 80 mil pessoas), o número de infectados (mais de 2 milhões), a crise econômica, a quebradeira de empresas, principalmente as micro e pequenas, que geram emprego. Junto a isso, a dramática situação da área da saúde, já mais que alarmantes, formam um quadro que ainda vai se deteriorar muito, na opinião de Gleisi. “A Câmara vai respaldar o Bolsonaro, vai ser genocida com ele?”, questiona.
“O que queremos é que o Rodrigo Maia abra o processo para começar o debate na sociedade”, defende. “Se a Câmara achar que temos que fortalecer o Bolsonaro e ficar com ele, vai ser responsável pelo que está acontecendo no país.”
Mesmo diante do fato de a oposição ter uma bancada pequena na Câmara (cerca de 135 deputados), a deputada acredita que a imobilidade não é a solução. “Nós não temos número para passar o impeachment. Mas se não fizermos nada, vamos continuar não tendo.”
Até porque, de acordo com ela, os setores conservadores estão pareados. “Já tem acordo do setor financeiro e do Centrão com o Bolsonaro, para que a pauta do Paulo Guedes continue”, acusa.
“Eles já estão com uma grande articulação, um pacto da direita com a extrema direita, do establishment, da elite, para conservar Bolsonaro até 2022.  Vão destruir o Estado brasileiro, destruir a vida da maioria da população, dos trabalhadores, e nós não vamos sequer fazer o embate?”, questiona.

Lava Jato: disputa entre procuradores de SP e Curitiba acirra e pode comprometer investigações contra Temer e cúpula do PSDB


O procurador Thiago Lemos de Andrade acionou o Conselho Nacional do Ministério Público para reclamar da forma de distribuição das investigações da Lava Jato
(Foto: Agência Brasil)
247 - Após anos em que a Lava Jato de Curitiba, comandada por Deltan Dallagnol e pelo ex-juiz Sérgio Moro, deteve a competência forçada dos processos, principalmente dos casos envolvendo lideraças do PT, como a do ex-presidente Lula, uma disputa interna no Ministério Público Federal em São Paulo surge com forte potencial para afetar ações e investigações relacionadas à cúpula do PSDB, Michel Temer e ao próprio ex-presidente Lula.
Com quase uma década de atraso, o procurador Thiago Lemos de Andrade acionou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão que fiscaliza os integrantes da Procuradoria, para reclamar da forma de distribuição das investigações da Lava Jato.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o procurador sustenta que o material da operação que chega a São Paulo vindo de Curitiba, do Rio ou de Brasília não tem sido distribuído da forma correta. A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba nega e diz que suas atribuições foram designadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Caso o conselho dê aval aos pedidos do procurador, pode abrir um flanco para que as defesas dos investigados questionem a validade das apurações na Justiça e peçam a anulação dos processos.
Na Lava Jato de São Paulo, há investigações ou ações já apresentadas sobre grandes obras tocadas no estado em gestões dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, como o Rodoanel e o Metrô, e sobre familiares dos ex-presidentes Lula e Temer. Já foram apresentadas denúncias contra Serra, Lula, Temer e também contra suspeitos de serem operadores de propina como Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e seu sucessor na Dersa, Pedro da Silva. No caso de Temer, a ação foi paralisada no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e deverá ser analisada pela quinta turma.
Além da disputa entre São Paulo e Curitiba, há uma crise entre os procuradores da Lava Jato de Curitiba e a PGR (Procuradoria-Geral da República) que teve o seu estopim com uma visita da subprocuradora Lindôra Araújo no Paraná, para obter dados das investigações.
Em agosto, o procurador-geral Augusto Aras decidirá se prorroga ou se deixa que a Lava Jato do Paraná seja desfeita. Fontes ligadas à Lava Jato do Paraná dizem acreditar que Aras não tem intenção de manter a Lava Jato e, por isso, ele se empenha em encontrar falhas na atuação da força-tarefa e tem trabalhado pela criação de um órgão central de combate à corrupção do MPF em Brasília.


Haddad alerta: militares podem usar orçamento público para pagar guerra contra a Venezuela


Presidenciável critica pedido de verba de R$ 500 bilhões a mais nos próximos anos no momento em que o Brasil se coloca a serviço dos Estados Unidos e muda a Política Nacional de Defesa
Haddad afirma que Weintraub cometeu crime ao tentar violar dados sigilosos de estudantes
Haddad afirma que Weintraub cometeu crime ao tentar violar dados sigilosos de estudantes

247 – O ex-prefeito Fernando Haddad, presidenciável do Partido dos Trabalhadores, temem que os militares brasileiros queiram usar o orçamento público brasileiros para promover uma guerra contra a Venezuela. "O que os generais bolsonaristas pretendem com R$ 500 bilhões a mais no seu orçamento em dez anos?", questiona Haddad, em sua coluna na Folha de S. Paulo. 
"O Plano Nacional de Defesa bolsonarista dá a pista. O texto, ao qual a imprensa teve acesso, destaca a possibilidade de 'tensões e crises' no continente que poderiam obrigar o Brasil a mobilizar esforços na defesa de interesses do Brasil na Amazônia e Atlântico Sul (pré-sal)", prossegue o ex-prefeito.
Haddad questiona "se o contribuinte brasileiro também vai pagar por uma guerra que não é nossa contra um vizinho que nunca representou uma ameaça à soberania brasileira". O alerta também foi feito pelo ex-presidente Lula no dia de ontem.


Bolsonaro aparelha máquina pública e entrega 6,1 mil cargos a militares


Só neste ano, o número de cargos civis entregues a militares subiu 122%
O poder militar no governo Bolsonaro.
O poder militar no governo Bolsonaro. (Foto: Fernando Frazão/Agencia Brasil)

247 – Jair Bolsonaro instituiu um governo militar e aparelhou a máquina pública desde que chegou ao poder, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União. "Em 2018, havia 2.765 militares em cargos civis do governo federal. Em 2019, o número chegou a  3.515 cargos destinados a servidores oriundos da caserna. E em 2020, o total chegou a 6.157, um aumento de 122%", aponta reportagem do jornal O Globo, assinada pelo jornalista Vinícius Sassine.
"Os dados mostram que já atuam no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 1.969 militares da reserva. Eles têm contratos temporários, numa estratégia definida para tentar reduzir a fila de processos de aposentadoria e outros benefícios à espera de uma deliberação do órgão. Antes de 2020, no período levado em conta para a comparação, não havia esse tipo de contrato destinado a militares da reserva", mostra ainda a reportagem.