“Sinal vermelho contra
a violência doméstica” envolve farmácias e drogarias como porta de entrada do
registro de agressão familiar
Apucarana começou
a fazer parte, nesta quarta-feira (15/7), de uma rede de municípios que aderiram
à Campanha “Sinal vermelho contra a violência doméstica’”, uma iniciativa do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio da Associação Industrial,
Comercial e Empresarial de Apucarana (Acia), do Sindicato do Comércio Varejista
de Apucarana (Sivana) e da Câmara da Mulher.
O objetivo da campanha é estimular
denúncias por meio do símbolo de um “X” na palma da mão. Ao exibi-lo ao
farmacêutico ou ao atendente da drogaria, ele saberá de imediato que a mulher
está sofrendo violência doméstica. Com isso, poderá receber auxílio, já que a
orientação é para que o funcionário da farmácia acione imediatamente as
autoridades – Polícia Militar, ou encaminhe para atendimento especializado na
Delegacia da Mulher.
A ação conta com a participação de mais de
10 mil farmácias em todo o país, além de diversas entidades apoiadoras. A ideia
da campanha surgiu do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB), para atender mulheres que não podem sair de casa
e que não dispõem, sequer, da possibilidade de fazer denúncia por meios
digitais.
A campanha foi lançada nacionalmente em 10
de junho, em reunião virtual com gestoras estaduais e municipais de políticas
públicas para mulheres de todo o Brasil, para articular ações e atrair mais de
60 mil farmácias para serem parceiras no projeto.
Ação
inibitória
Segundo Cristiane Brito, secretária
Nacional de Políticas para Mulheres do Governo Federal, a campanha traz uma
“conotação inibitória da ação de violência”, que pode até ser salvadora de
vidas, além de “restaurar a dignidade da mulher e a liberdade humana”, afirmou.
Para ela, é necessário “conhecer a
campanha e dar agilidade a ela nos municípios, construir políticas públicas
para ajudar as mulheres especificamente nesse momento difícil de pandemia,
desemprego e escalada de violência familiar”, disse. “O segundo ponto
importante da campanha é fortalecimento do atendimento da Rede de Proteção à
Mulher. Afinal, o Brasil é o quinto país do mundo em incidência de violência
doméstica”, concluiu.
Ação
local
O tema foi trazido à Apucarana pela
Secretaria Municipal da Mulher e Assuntos da Família de Apucarana. A secretária
Denise Canesin explicou que a campanha tem o apoio de drogarias e de farmácias
importantes da cidade. Estiveram presentes ao encontro os gestores da Droga
Nissei, Regiane Veiga, da Droga Raia, da Maxfarma, Suzete Yumi Ueda, e da
Farmácia Vale Verde, Fábio Fiqueros. A adesão da Maxi Farma se deu depois da
reunião – Droga Raia aderiu nacionalmente e Vale Verde em todo o Estado do
Paraná.
“Ressaltamos também que um diferencial que
Apucarana oferece é o fator de contar com o Centro de Atendimento à Mulher, o
CAM, que dispõe de equipe especializada para atender à mulher, com assistente
social, advogada e psicóloga”, frisa a secretária. “Nós não poderíamos ter este
atendimento de qualidade sem o apoio irrestrito da Prefeitura. Para o prefeito
Junior da Femac, “trata- se de mais uma ação de proteção à mulher, que tem o
total apoio da Prefeitura de Apucarana, por meio da Secretaria da Mulher e da
Família, que já vem atuando nesta área com outras iniciativas em parceria com a
Delegacia da Mulher”, assinalou.
“A Acia e o Sivana vão enviar nos próximos
dias o material de trabalho e o termo de adesão à todas as farmácias e
drogarias da cidade, a fim de incentivá-las a participar da campanha, mas é
claro que a decisão compete à cada farmácia, assim como se a adesão se dará em
âmbito nacional ou local”, contou Denise. “As drogarias que aderirem à campanha
terão cartilha e tutorial para capacitação dos funcionários aptos a acolher a
mulher e se tornar um meio para o registro da denúncia.”
O Major Vilson Silva, do 10º Batalhão da
Polícia Militar de Apucarana, ressalta que em um momento como o atual, de
pandemia e isolamento social, houve um aumento de 78% nos casos de violência
contra as mulheres. “Esta é uma campanha importante para ajudar a combater este
mal. Vamos trabalhar com o comércio e em especifico com as farmácias,
orientando a ligar para o número 190 e avisar sobre casos que forem
denunciados”, destacou.
A delegada da Mulher, Sandra Nepomuceno,
também esteve presente à reunião. Ela ressaltou os colaboradores da “campanha
não precisarão prestar depoimento na Delegacia da Mulher. A única função da
rede de farmácias e drogarias é ser um ponto de acolhimento das mulheres em
situação de violência, no qual elas podem literalmente pedir socorro