“Um
conjunto de situações mostram a predisposição condenatória para atingir o
presidente Lula”, afirmou o ex-ministro da Justiça na TV 247. Ele também falou
sobre as novas revelações a respeito da Lava Jato. Assista
Lula, José Eduardo Cardozo e Sergio Moro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Agência Brasil) |
247 - Ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, o advogado
José Eduardo Cardozo conversou com a TV 247 sobre o julgamento de suspeição do
ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, que está prometido para ocorrer ainda
neste ano no Supremo Tribunal Federal, além das novas revelações da Vaza Jato.
Cardozo relembrou a divulgação ilegal, por parte de Moro, de áudio de uma
conversa entre os ex-presidentes Lula e Dilma. Para ele, apenas este fato já é
suficiente para declarar Moro suspeito.
“Não é que Sergio
Moro é suspeito, ele é suspeitíssimo, ele é ‘suspeitérrimo’ por todo um
conjunto de situações que cercam o processo do presidente Lula. Eu posso citar
vários fatos. Além da condenação sem prova, além de tudo que aconteceu nesse
processo, houve a divulgação daquele áudio indevidamente, contrariamente à lei
por Sergio Moro, que foi inclusive objeto de repreensão pelo Supremo Tribunal
Federal, e naquele momento ele pediu desculpas. Aquilo é escandaloso. Escândalo
um: quando eu faço interceptações telefônicas, pela legislação, se uma conversa
entre presidente da República e alguém, no caso o ex-presidente Lula,
envolvesse algum crime, imediatamente cessaria a competência de Sergio Moro e
ele teria que ter mandado aquilo, em sigilo, ao Supremo Tribunal Federal. Se
eventualmente a conversa não envolvesse sigilo, pela lei ele teria que
inutilizar a conversa. A única coisa que ele não podia fazer é o que ele fez:
divulgar. Um agravante: neste caso específico entre o ex-presidente Lula e a
ex-presidente Dilma, já tinha cessado oficialmente, já havia decisão dele sobre
a interceptação [das gravações]. Ele nunca poderia ter feito aquilo”, afirmou.
Para o ex-ministro, Moro já tinha a
intenção de condenar o ex-presidente Lula mesmo que no processo se encontrassem
provas que apontassem para uma decisão contrária. “Já basta esse fato, e eu
posso citar muitos outros, como a condução coercitiva do presidente Lula, que
foi feita sem nenhuma razão de ser, uma coisa completamente arbitrária,
atabalhoada, cinematográfica, um conjunto de situações que mostram a
predisposição condenatória para atingir o presidente Lula”.