A decisão
do ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilo bancário
de dez deputados e um senador, todos da base de Jair Bolsonaro no Congresso.
Medida foi tomada em conjunto com a Operação Lume, que cumpriu diligências
nesta terça-feira contra 21 pessoas ligadas
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Carla Zambelli, Bia Kicis e Alexandre de Moraes (Foto: Divulgação) |
247 - O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a quebra do
sigilo bancário de deputados bolsonaristas supostamente envolvidos com o
financiamento dos recentes e recorrentes atos antidemocráticos que pediam o
fechamento do Supremo, do Congresso Nacional e a volta do AI-5.
A decisão do
ministro foi tomada em conjunto com a Operação Lume, que cumpriu diligências
nesta terça-feira contra 21 pessoas ligadas aos
atos.
Segundo os jornalistas Daniela Lima e
Daniel Adjuto, da CNN, tiveram o sigilo quebrado dez deputados e um senador:
Daniel Silveira, Cabo Junio Amaral, Otoni de Paula Júnior, Caroline de Toni,
Carla Zambelli, Alessanda da Silva Ribeiro, Beatriz Kicis, General Girão, Guiga
Peixoto, Aline Sleutjes e Arolde de Oliveira (senador).
A quebra do sigilo bancário foi solicitada
pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Leia também reportagem da agência Reuters
sobre o assunto:
BRASÍLIA (Reuters)
- A
Polícia Federal cumpre nesta terça-feira 26 mandados de busca e apreensão no
inquérito que investiga o financiamento de manifestações antidemocráticas e
entre os 21 alvos estão bolsonaristas como o empresário Luiz Felipe Belmonte,
envolvidos na criação do partido Aliança pelo Brasil, e o deputado federal
Daniel Silveira (PSL-RJ).
A PF cumpre ainda mandados em endereços
ligados a Sérgio Lima, marqueteiro do Aliança —partido que o presidente Jair
Bolsonaro tenta criar—, ao blogueiro Allan dos Santos, que já foi alvo
recentemente de outra operação, esta para investigar a produção e distribuição
de notícias falsas.
Também estão entre os 21 investigados
outros blogueiros, youtubers e influenciadores digitais ligados ao
bolsonarismo, como Fernando Lisboa, do Vlog do Lisboa, Alberto Silva, do O Giro
de Notícias, e Adilson Dini, conhecido como Ravox Brasil, e Barbara Destefani,
do canal Te Atualizei.
O empresário Belmonte e o publicitário
Lima foram procurados pela Reuters mas não responderam os pedidos de
comentário. Os demais confirmaram ser alvo da operação em suas contas nas redes
sociais.
“Polícia Federal em meu apartamento. Estou
de fato incomodando algumas esferas do velho poder. E cada dia estarei mais
firme nessa guerra!”, escreveu o deputado Daniel Silveira em sua conta no
Twitter. Pouco depois, na mesma rede social, o deputado disse que permaneceu em
silêncio durante depoimento à PF, mas afirmou que prestará esclarecimentos após
ter acesso ao inquérito, que classificou de “absurdo e recheado de
inconstitucionalidades”.
“A Polícia Federal está novamente na sede
do Terça Livre na manhã desta terça-feira, residência do jornalista Allan dos
Santos. De acordo com informações recebidas, as autoridades relacionam a visita
com a prisão da ativista conservadora Sara Winter”, afirma nota no site.
As manifestações investigadas no
inquérito, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), defendem o fechamento do Supremo e do Congresso Nacional e pedem
uma intervenção militar no Brasil.
Em nota, a Procuradoria-Geral da República
afirmou que “a linha de apuração é que os investigados teriam agido
articuladamente com agentes públicos que detêm prerrogativa de foro no STF para
financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime
pela Lei de Segurança Nacional”.
A ação é uma sequência da operação feita
na segunda-feira, também sob o comando de Moraes, que levou à prisão de Sara
Geromini, conhecida como Sara Winter, e outras cinco pessoas ligadas ao grupo
de extrema-direita 300 do Brasil, que ela lidera.
As ações de busca e apreensão estão sendo
feitas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa
Catarina e no Distrito Federal, de acordo com nota da Polícia Federal.
O inquérito foi aberto em abril, a pedido
da Procuradoria-Geral da República, para investigar, dentro da Lei de Segurança
Nacional, a organização e o financiamento de atos contra a democracia. Vários
deles tiveram a participação do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a
discursar em uma das manifestações realizada em frente ao quartel-general do
Exército em Brasília.
O presidente, no entanto, não é alvo da
investigação.