Barroso diz que sugestão é uma
janela que vai de 15 de novembro até 20 de dezembro, mas que decisão final é do
Congresso Nacional: "Sugerimos
adiar as eleições por algumas semanas"
O atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso - (Foto: Roberto Jayme/ASCOM/TSE) |
Após quase três
meses de pandemia de Covid-19, é
hora de definir os impactos da doença no calendário das eleições municipais
deste ano, de acordo com o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o
ministro antecipou os planos do TSE, que preveem o adiamento do pleito e novas
regras de votação.
Segundo eles, medidas para a realização
das "Eleições
2020" tem sido elaboradas após reunião por
videoconferência com médicos de diferentes especialidades. A percepção é que,
possivelmente em setembro, a curva de casos e óbitos pelo novo coronavírus
"já estaria decrescendo".
"Como a gente precisa programar isso
[as eleições] com alguma antecedência, sugerimos adiar por algumas semanas. Mas
a decisão é do Congresso. A sugestão do TSE é uma janela que vai de 15 de novembro
até 20 de dezembro. Seria o limite para o segundo turno para que possamos dar
posse até o dia 1.º de janeiro", afirmou Barroso.
Questionado sobre novas regras para as
eleições municipais em meio à pandemia, o ministro explica que a ideia de
estender o horário é muito provável. "Possivelmente de 8h às 20h. Com
isso, ganharíamos três horas de votação. Recomendarmos, darmos preferência a
faixas etárias por horário para evitar aglomeração também é uma ideia que está
colocada", disse. Ainda segundo o presidente do TSE, a proposta é que as
pessoas mais idosas votariam na primeira hora da manhã.
Barroso também apontou que há
"problemas" em realizar as eleições em dois dias. O primeiro é que
encareceria cerca de R$ 180 milhões extras aos cofres públicos e o segundo, de
acordo com ele, "é a segurança das urnas durante a noite".
Cuidados com a saúde
"Estamos ouvindo especialistas para
preparar uma cartilha com o passo a passo das eleições. Coisas básicas como não
levar a mão à boca, aos olhos. O eleitor vai ter que votar e, em seguida à
votação, ter um servidor de luva que dará um jato de álcool gel para limpar a
mão. O álcool gel tem que ser depois do voto, porque senão estraga a urna e a
biometria", falou Barroso sobre cuidados a serem tomados durante o voto.