"Há
15 dias, eu escutava essas palavras ‘fique em casa’ e até cheguei a zombar.
Cheguei na loja e fiz um vídeo dizendo ‘fique em casa, mas quem vai pagar
nossas contas no final do mês?’. Hoje eu digo, 'fique em casa'", contou
Silvana Cunha, que perdeu o marido vítima da Covid
(Foto: Silvana Cunha/Arquivo Pessoal) |
247 - A comerciante de
Santa Rita, na Grande João Pessoa (Paraíba), Silvana Cunha defendia o
funcionamento do comércio e chegou a zombar do "fique em casa", ao
gravar um vídeo para incentivar o isolamento social diante da pandemia do novo
coronavírus.
A situação mudou quando o marido, Marco
Cirino da Cunha, de 57 anos, sargento reformado da Polícia Militar, morreu na
última quinta-feira (30), vítima da Covid-19.
"Há 15 dias, eu escutava essas
palavras ‘fique em casa’ e até cheguei a zombar. Cheguei na loja e fiz um vídeo
dizendo ‘fique em casa, mas quem vai pagar nossas contas no final do mês?’.
Hoje eu digo, 'fique em casa'", lamentou Silvana, que gravou um vídeo após
a morte do marido.
"Essas palavras 'fique em casa' são
muito pesadas pra mim hoje, porque eu não fiquei em casa, meu marido não ficou
e infelizmente faleceu. Ontem eu senti o peso delas mais ainda, quando cheguei
e meu filho olhou pra mim: 'mãe, você salvou meu pai?' e eu apenas disse que
não", relatou.
Silvana e o filho fizeram o teste para
Covid-19 duas vezes, e todos os resultados foram negativos. Dona de uma
vidraçaria em Santa Rita, Silvana fechou a loja e conta que tem sofrido
preconceito na cidade devido à doença.
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