Está
instalada uma verdadeira guerra de versões dentro do Palácio do Planalto sobre
o vídeo que o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou
que o governo entregue no âmbito das investigações sobre a acusação do
ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.
Jair Bolsonaro não quer entregar a gravação completa
Celso de Mello, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (Foto: STF | PR) |
247 - O vídeo, segundo depoimento de Moro à PF, revela o que
foi discutido durante a reunião ministerial de 22 de abril. As divergências
sobre aliados de Bolsonaro sobre onde o cartão de memórias da gravação está
guardado e sobre o que contém o vídeo mostra que Bolsonaro tem algo a esconder.
As divergências
entre aliados de Bolsonaro sobre o vídeo que o ministro Celso de Mello
determinou o Planalto entregar estão levando o governo a dizer que vão
disponibilizar uma versão o curta da reunião ao Supremo.
Em seu depoimento à PF, Sergio Moro
afirmou que na reunião ministerial Bolsonaro pediu a substituição do
diretor-geral da PF, do superintendente da corporação no Rio, solicitou acesso
a relatório de inteligência e ameaçou demiti-lo caso ele não cedesse, informa a
jornalista Julia Chaib na Folha de S.Paulo.
A reportagem relata que o chefe da
assessoria especial da Presidência da República, Célio Faria Júnior, nega que
esteja com o vídeo e afirmou que não compete à sua área o registro de imagens
de reuniões, tampouco o arquivo de eventuais registros.
Ele foi citado como o auxiliar de
Bolsonaro que teria ficado com o cartão de memória da gravação e o
formatado.
O registro da reunião teria sido feito
pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que, segundo integrantes do Planalto,
grava imagens para serem utilizadas institucionalmente.
No caso específico da reunião do dia 22,
pessoas ligadas a Bolsonaro dizem que o encontro não foi gravado do início ao
fim.