Barros: articulador da “Aliança” (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados) |
A Executiva
Nacional do PSL determinou nesta terça-feira (4) nova suspensão das atividades
de Eduardo Bolsonaro (SP) e outros 16 parlamentares alinhados ao presidente
Jair Bolsonaro (sem partido), na tentativa de recuperar a liderança do partido
na Câmara Federal. A lista inclui dois deputados federais paranaenses: Aline
Sleutjes e Filipe Barros, que ficaram ao lado de Bolsonaro na briga entre o
presidente da República e a direção nacional da sigla, comandada por Luciano
Bivar.
A medida ainda precisa ser referendada
pelo diretório nacional da legenda, que tem reunião marcada para o próximo dia
11.
Uma parte da direção da sigla tende a
rejeitar a decisão de ontem para evitar prolongar a briga interna no PSL, que
se arrasta desde outubro de 2019. Dirigentes ligados a Bivar, porém, acreditam
que é necessário reforçar a posição contrária à conduta dos bolsonaristas para
isolá-los internamente.
No ano passado, 14 deputados federais já
haviam sido suspensos pelo partido e tiveram a decisão homologada pela Câmara.
Filipe Barros é um dos articuladores, no Paraná, da formação da “Aliança pelo
Brasil”, novo partido de Bolsonaro. Ele, inclusive, vem rodando o Estado com um
ônibus apelidado de “Busão da Aliança”, em busca de apoio para a criação da
nova sigla.
Maioria
Um dos objetivos da ala ligada a Bivar era conseguir a maioria dos 53 deputados
para emplacar Joice Hasselmann (SP) na liderança da bancada no lugar de Eduardo
Bolsonaro. Joice chegou a ser nomeada líder do PSL. Os parlamentares punidos,
porém, conseguiram reverter as sanções na Justiça e Eduardo retomou o posto. O
objetivo do novo ato é conseguir mais uma vez a maioria da bancada para fazer
de Joice a líder do partido no lugar de Eduardo em definitivo. Suspensos das
atividades partidárias, eles não podem representar o PSL na Câmara.
Depois disso, novas representações contra
o grupo foram apresentadas na comissão de ética do PSL, no final do ano. Nestes
novos questionamentos à conduta dos deputados, foram usados como argumento o
fato de eles fazerem campanha pela desfiliação de integrantes do PSL e apoio à
Aliança pelo Brasil, partido que Jair Bolsonaro tenta criar. A comissão de
ética entendeu que eles incorreram em infidelidade partidária e por isso
recomendou aos dirigentes da legenda a aplicação de sanções.
Dos parlamentares suspensos, apenas Helio
Negão, Tonietto e Sleutjes haviam sido sancionados com advertência no ano
passado. Além deles, foi sugerida a suspensão dos deputados estaduais Gil Diniz
(SP) e Douglas Garcia (SP). Dirigentes do partido entendem que a decisão da
Justiça que impediu um grupo da sigla de ser suspenso da atividade parlamentar
não o protege de novas sanções.
Fonte:
Bem Paraná