"O
que falta para algum juiz decretar a prisão de Flávio Bolsonaro?", diz o
deputado Paulo Pimenta (PT-RS), após a descoberta do esquema de nepotismo,
desvio de salários e lavagem de dinheiro que envolve o clã Bolsonaro
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Deputado Paulo Pimenta e ministro Sergio Moro (Foto: Agência Brasil) |
247 – O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) cobrou a prisão de
Flávio Bolsonaro,.após a denúncia sobre o esquema das rachadinhas na Alerj, que
beneficiou toda a família presidencial. Ele disse ainda que o esquema de
corrupção constrange Sergio Moro. Confira seus tweets e também reportagem da
Reuters:
RIO DE JANEIRO
(Reuters) - Uma
loja franquia de uma rede de chocolates que tem como sócio o senador Flávio
Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de
busca e apreensão nesta quarta-feira em uma operação comandada pelo Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro na investigação que investiga um suposto
esquema de “rachadinha”, quando se há apropriação de salários de servidores da
época em que ele era deputado estadual fluminense.
O advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick
Wassef, confirmou em nota a batida em um dos endereços do seu cliente.
“Recebemos a informação sobre as novas
diligências com surpresa, mas com total tranquilidade. Até o momento, a defesa
não teve acesso a medida cautelar que autorizou as investigações e, apenas após
ter acesso a esses documentos, será possível se manifestar”, disse.
“Confirmo que a
empresa do meu cliente foi invadida, mas garanto que não irão encontrar nada
que o comprometa. O que sabemos até o momento, pela imprensa, é que a operação
pode ter extrapolado os limites da cautelar, alcançando pessoas e objetos que
não estão ligados ao caso”, completou.
Em meio às investigações, o senador foi ao
Palácio da Alvorada no início da noite desta quarta, onde foi recebido pelo
pai, o presidente Jair Bolsonaro, que, diante da presença do filho, não parou
para falar com apoiadores e jornalistas que o aguardavam em frente à residência
oficial, como costuma fazer, limitando-se a tirar algumas fotos brevemente com
alguns simpatizantes.
As investigações envolvendo Queiroz
chegaram a ser paralisadas este ano depois de uma decisão do presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que proibiu investigações que
usassem como base informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) —como ocorre na investigação do Ministério Público do RJ. A medida foi
derrubada posteriormente pelo plenário do Supremo.
Uma fonte ligada
ao senador disse, reservadamente, que ele esperava alguma ação do MP
fluminense, mas não estava claro se isso realmente ocorreria por agora. O
senador avaliava que algo poderia ocorrer após a decisão do Supremo sobre Coaf.
Ele, que está em Brasília, ficou surpreso com a operação, segundo essa fonte.
A operação desta quarta é um desdobramento
das investigações que descobriram movimentações financeiras atípicas de então
assessores de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual, em especial de
Fabrício Queiroz e de familiares da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.
Queiroz era um dos principais assessores de Flávio na Alerj.
Em nota, o Ministério Público do Rio
informou que 24 endereços foram alvos de busca e apreensão numa apuração que
visa investigar movimentações suspeitas envolvendo Queiroz. Em razão do sigilo
da operação, segundo a nota, mais informações não poderiam ser divulgadas.
“A operação é uma continuidade do fluxo da
investigação”, disse uma fonte com envolvimento direto na ação, sob sigilo. “A
operação está em curso e as diligências estão sendo cumpridas”, acrescentou uma
segunda fonte.
A defesa de Queiroz afirmou em nota que
recebeu com tranquilidade e surpresa a medida de busca e apreensão deflagrada
nesta quarta-feira, “uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já
tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos à respeito dos fatos”.
Segundo fontes com conhecimento da ação
deflagrada nesta quarta-feira, Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro,
e pessoas próximas a ela que teriam trabalhado como assessores de Flávio
Bolsonaro na Alerj estão entre os alvos. Não foi possível localizar de imediato
representantes de Valle.
Flávio Bolsonaro é investigado pelo MP do
Rio de Janeiro por suspeita de irregularidades financeiras em seu gabinete na
Alerj. Queiroz, que seria o coordenador do esquema, movimentou mais de 1 milhão
de reais em suas contas bancárias no intervalo de um ano, de acordo com as
investigações.