A
jornalista Thais Bilenky, autora de um tuíte de 14 de março de 2018, data do assassinato
da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, afirmou
que a "a informação sobre o retorno antecipado de Bolsonaro ao Rio naquele
14 de março não se comprova”
247 - A jornalista
Thais Bilenky, autora de um tuíte de 14 de março de 2018, data do assassinato
da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, afirmou
que a "a informação sobre o retorno antecipado de Bolsonaro ao Rio naquele
14 de março não se comprova”. Naquela data ela publicou um post no Twitter
afirmando que ele voltaria ao Rio, o que gerou ampla repercussão, pois, neste
dia, os dois apontados como assassinos da então parlamentar se encontraram no
condomínio Vivendas da Barra, que fica na Barra da Tijuca, zona oeste da
capital fluminense.
“No mesmo dia, ele aparece em um vídeo
durante uma sessão da Câmara dos Deputados, por volta das 20h05. O deputado
estava ao lado de seu ex-colega Alberto Fraga (DEM-DF)”, diz a jornalista em
artigo publicado na Revista Piauí.
De acordo com revelações feita pelo Jornal Nacional no
mês passado, porteiro do condomínio contou à polícia que, horas antes do
assassinato, o militar Élcio de Queiroz entrou no local e disse que iria para a
casa do então deputado Jair Bolsonaro. Os registros de presença da Câmara dos
Deputados mostram que o então parlamentar estava em Brasília.
O curioso é que o porteiro que prestou
depoimento e anotou no livro o número 58 não é o mesmo que fala com o PM
reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado pelo vereador
Carlos Bolsonaro, do PSC-RJ (veja aqui).
A jornalista continua. “O registro de
entrada de Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra é das 17h13 daquele
dia. Segundo registros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), quatro voos
partiram do Rio de Janeiro para Brasília em horários próximos da chegada de
Queiroz ao condomínio. O primeiro foi o 6234, da Avianca, que decolou do
aeroporto Santos Dumont às 16h40 – antes, portanto, que a portaria registrasse
a visita de Queiroz. O segundo voo, o 3028, da Latam, saiu do Santos Dumont às
17h49 e chegou às 19h35 em Brasília. Foi o único a pousar antes do horário em
que Bolsonaro aparece no vídeo da Câmara. No entanto, entre a entrada de
Queiroz, às 17h13, e a decolagem do avião da Latam, às 17h49, passaram-se 36
minutos. O aplicativo de trânsito Waze calcula em cerca de uma hora e dez
minutos o tempo de deslocamento do Vivendas da Barra ao Santos Dumont nesse
horário. O condomínio fica na Barra da Tijuca, zona oeste da capital
fluminense. O aeroporto fica na zona central”.
Thais Bilenky lembra ainda que “Bolsonaro
emitiu duas passagens naquele 14 de março de 2018, ambas saindo de Brasília com
destino ao Rio. Uma delas foi reembolsada no dia seguinte. O site da Câmara não
disponibilizou detalhes como o dia do voo efetivamente nem os horários. Ambas
eram da Gol. Solicitei tais informações à Câmara, que ainda não retornou. Por
meio de sua assessoria, a Gol afirmou que não fornece informações sobre seus
passageiros e bilhetes emitidos”.
Ela afirma que voltou a telefonar para o
assessor de Bolsonaro. “Ele disse que não se lembrava da conversa e que até a
Rede Globo mostrou imagens de Bolsonaro na Câmara – reportagem do Jornal
Nacional informou que o então deputado registrou presença nas sessões daquele
dia”.