O
ex-presidente Lula recebeu a visita da deputada Gleisi Hoffmann, presidente do
PT, do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, e do coordenador nacional
do MST João Paulo Rodrigues. Ele revelou "pequena ansiedade" com
julgamento do STF, mas que seu objetivo é que Moro seja declarado suspeito e o
processo, anulado
(Foto: Ricardo Stuckert) |
Rede
Brasil Atual - O ex-presidente Luiz Inácio da Silva admitiu hoje (7) –
data em que completa 19 meses de prisão arbitrária em Curitiba – uma “pequena
ansiedade” a respeito do julgamento que acontece no Supremo Tribunal Federal
(STF) da inconstitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância.
Lula recebeu
visita da presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), do presidente do
Instituto Lula, Paulo Okamoto, e do coordenador nacional do MST João Paulo
Rodrigues, que relataram parte do encontro na Vigília Lula Livre. “Se Deus
quiser essa é a última visita que fazemos”, disse João Paulo.
Para Lula, segundo os visitantes, uma
decisão da Corte levando em conta a Constituição e o Código Penal significa que
uma privação de liberdade só poderia ocorrer após o trânsito em julgado do
processo. E isso não ocorreu. Há diversos recursos em defesa do ex-presidente a
serem apreciados, inclusive o que trata da suspeição do juiz que virou
ministro.
Mesmo podendo ser beneficiado com eventual
vitória dos legalistas, no julgamento de hoje, Lula afirma não ser este seu
objetivo. Ele quer mesmo é ver sua inocência provada perante a Justiça. “A
expectativa do julgamento de hoje não é em relação a ele. É em relação à
democracia e à Constituição. Ninguém pode ser condenado antes do trânsito em
julgado. E o que Lula quer mesmo é que a suspeição de Moro seja julgada”, disse
Gleisi.
Okamoto reforçou a importância do
julgamento no Supremo sobre a prisão após condenação pela segunda instância
como um tema de relevância nacional, para além de Lula. “É um elemento
importante para centenas de pessoas que precisam ter seu direito de ser julgado
decentemente.”
A defesa de Lula ainda aguarda no Supremo
um pedido de suspeição de Sergio Moro. Quando juiz, Moro condenou Lula em
primeira instância. Depois engajou-se no projeto bolsonarista, e assumiu cargo
de ministro da Justiça.
“Queremos Lula com plenos direitos. Vamos
continuar lutando pela anulação desse processo e pela condenação de Moro que
cumpriu um papel indecente de deixar um homem inocente na cadeia e ajudar a
eleger um homem que está entregando nosso país”, completou Gleisi.
Expectativa
João Paulo, do MST, disse esperar que a
visita de hoje ao ex-presidente seja a última. “Se Deus quiser essa é a última
visita que fazemos. Ele está forte, com preparo em dia e muito animado. Ele
disse que vai sair mais à esquerda do que quando entrou. Estamos na contagem
regressiva para termos Lula conosco”, disse.
Sobre o que Lula fará ao deixar a prisão,
João Paulo disse que a primeira coisa é passar na Vigília Lula Livre para
agradecer. Desde a prisão, no dia 7 de abril do ano passado, os militantes seguem
fortes com intensa programação diária ao lado da sede da Polícia Federal do
Paraná. Após isso, Lula “quer preparar um grande pronunciamento à nação. Ele
acompanha a America Latina e falou muito sobre uma luta contra o
neoliberalismo. Contra esse modelo que está sendo aplicado no Brasil”,
completou o líder do MST.