Esposa do
ex-policial Ronnie Lessa, acusado de executar Marielle Franco, Elaine Lessa
enviou no dia 22 de janeiro foto da planilha escrita à mão pelo porteiro do
condomínio Vivendas da Barra (RJ), que mostra que o ex-militar Élcio de Queiroz
teria tido acesso ao local por permissão do “Seu Jair”, da casa 58 – de
propriedade de Jair Bolsonaro
247 - A nutricionista
Elaine Lessa, esposa do ex-policial Ronnie Lessa, acusado de ter disparado os
tiros contra a ex-vereadora Marielle Franco, enviou no dia 22 de janeiro a foto
da planilha escrita à mão pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra (RJ), que
mostra que o ex-militar Elcio Queiroz teria tido acesso ao local por permissão
do “Seu Jair”, da casa 58 – de propriedade de Jair Bolsonaro. Dois dias depois
daquele ano, Lessa e Queiroz foram ouvidos na Delegacia de Homicídios sobre o
assassinato, quando ainda estavam soltos.
De acordo com reportagem da
Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (31), a planilha foi alvo
da investigação somente em outubro, quando peritos acessaram dados do celular
de Lessa e encontraram a foto enviada pela esposa.
O advogado Fernando Santana, que defende
Elaine Lessa, afirmou que sua cliente nunca foi questionada sobre a mensagem
mencionada pelas promotoras que investigam o caso. Também negou que ela tenha
enviado a foto ao marido.
Vale ressaltar que, no dia 7 de outubro, o
síndico do condomínio Vivendas da Barra entregou à Polícia Civil arquivos com
gravações do interfone da portaria de janeiro a março de 2018. Nesta mesma
data, o porteiro prestou depoimento e afirmou que Élcio foi autorizado a entrar
por uma pessoa da casa 58 com a voz de Jair Bolsonaro, que se identificou como
“Seu Jair”. Dois dias depois, o porteiro confirmou a versão em novo depoimento.
De acordo com revelações feita pelo Jornal
Nacional, porteiro do condomínio afirmou à polícia que, horas antes
do assassinato, em 14 de março de 2018, o Élcio de Queiroz entrou no local e
disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. Os registros de
presença da Câmara dos Deputados mostram que o então parlamentar estava em
Brasília no dia, embora, naquele dia, tinha passagem marcada para o Rio (veja aqui).
O MP-RJ afirmou que o porteiro mentiu ao
relatar a versão de Élcio de Queiroz.