terça-feira, 29 de outubro de 2019

Gleisi: Bolsonaro é quem age como hiena, atacando o Brasil e retirando direitos


Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann criticou o vídeo publicado por Jair Bolsonaro no Twitter que retrata o PT e outras instituições como o STF como hienas. ""Ele [Bolsonaro] está como uma hiena atacando o Brasil. Retira dos trabalhadores, não está preocupado com a vida dos mais pobres", disse. Para Gleisi, Bolsonaro tenta desviar o foco das denúncias de corrupção envolvendo Fabricio Queiroz

247 - A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, se manifestou sobre o vídeo publicado por Jair Bolsonaro em seu Twitter que retrata várias instituições, entre elas o Supremo Triobunal Federal e o PT, como hienas que querem ataca-lo, representado como um leão. Poucas horas após a publicação do vídeo, ele foi apagado do Twitter de Bolsonaro (leia mais no Brasil 247).
"Ele [Bolsonaro] está como uma hiena atacando o Brasil. Retira dos trabalhadores, não está preocupado com a vida dos mais pobres. A hiena do fogo na Amazônia, a hiena que retirou o aumento real do salário mínimo, a hiena do aumento gás para as famílias brasileiras, a hiena de retirada dos direitos dos idosos que não vão receber Benefício de Prestação Continuada, é a hiena que está entregando o nosso país aos interesses estrangeiros", afirmou Gleisi. 
A deputada disse também que Bolsonaro tenta desviar o foco das denúncias de corrupção envolvendo o ex-assessor Fabricio Queiroz. "Ele deveria ter a responsabilidade de explicar para o Brasil o que ele fez com o Queiroz. Por que ele está envolvido nessas denúncias de corrupção? Afinal, não era ele, Bolsonaro, e seus filhos, arautos da moralidade?", questiona Gleisi. 
O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, reagiu com indignação ao vídeo. Ele disse que o “atrevimento de Bolsonaro não tem limites” (leia mais no Brasil 247). 
 Inscreva-se na TV 247 e assista ao vídeo:



Ministros do STF cobram de Toffoli atitude contra ataques do clã Bolsonaro


Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) insatisfeitos com o novo ataque à suprema corte por parte de Jair Bolsonaro estão exigindo uma atitude do presidente do tribunal, Dias Toffoli. A publicação do vídeo no qual Bolsonaro é retratado como um leão atacado por hienas, entre elas o Supremo, detonou as insatisfações

247 - A coluna Painel da Folha de S.Paulo informa que Toffoli foi acionado por uma ala de ministros segundo os quais a atitude leniente com excessos da família que hoje ocupa o Planalto não é produtiva em “um sistema de responsabilidades, porque não educa”.  
Estes ministros consideram que é preciso cobrar Bolsonaro pelas mensagens enviadas em seu nome.   
Segundo a coluna, como sempre, Toffoli botou panos quentes na polêmica.  
A publicação do vídeo no qual Bolsonaro é retratado como um leão atacado por hienas, entre elas o Supremo, detonou as insatisfações. Integrantes do tribunal avisaram que não é a primeira vez que a corte é alvo do clã Bolsonaro.   
Está vivo na memória da corte o episódio em que Eduardo Bolsonaro disse que bastava um cabo e um soldado para fechar o STF. 
Para esses ministros incomodados com as agressões do clã, esse discurso alimentou a narrativa de militantes bolsonaristas contra a corte.  
Mesmo considerando reservadamente que a publicação do vídeo foi feita por Carlos Bolsonaro, esses ministros opinam que a responsabilidade é do pai, não só sobre a conta, mas sobre o teor do que é postado nela.


Processo da Lava Jato contra Lula andou mais rápido que 85% dos casos


Do momento em que foi protocolada no TRF-4 até a entrega do voto pelo relator, a ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou 71 dias. Antes do sítio, o outro processo em que Lula foi condenado na Lava Jato, sobre o tríplex em Guarujá (SP), também havia tramitado de forma célere no TRF-4.
(Foto: Aquiles Lins)

247 - Reportagem da Folha de S.Paulo aponta que o processo do sítio de Atibaia (SP), cujo principal réu é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve um período inicial de tramitação no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) mais rápido que o de 85% dos casos da oitava turma da corte, responsável pelos processos da Lava Jato.  
O recurso que envolve Lula levou 71 dias entre o momento em que foi protocolado e o fim da elaboração do voto do juiz relator.  
O processo contra o ex-presidente, que foi condenado em primeira instância, é considerado mais complexo e demanda mais análise que outros comparados pela reportagem.   
O jornal fez um levantamento com base em 993 processos que corriam este ano na turma e que foram liberados pelo relator para a revisão - ou seja, nos quais o voto já havia sido concluído.  
Apesar da rapidez com que tramitou, o caso do sítio de Atibaia pode voltar à sua fase inicial porque o Supremo Tribunal Federal decidiu que réus não delatores precisam se manifestar por último em ações penais.  Por isso, nesta quarta-feira (30) o TRF-4 marcou um julgamento que irá decidir se o caso de Lula deve ter a sentença anulada e voltar à primeira instância. 
O procurador regional Maurício Gerum, da força-tarefa da Lava Jato, já se manifestou de forma favorável à anulação.   
Leia a íntegra da reportagem dos jornalistas Wálter Nunes, José Marques e Daniel Mariani.


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

'Não sei do que se trata', diz Meirelles, sobre denúncia contra Lula


Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante todo o governo do ex-presidente, entre 2003 e 2011, foi arrolado como testemunha de defesa de Lula

'Não sei do que se trata', diz Meirelles, sobre denúncia contra Lula
 Agência Brasil / José Cruz

Em depoimento ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles negou ter conhecimento de fatos relacionados à denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva referente a supostas propinas de R$ 40 milhões da Odebrecht ao PT decorrente de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Odebrecht para obras em Angola.
Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante todo o governo do ex-presidente, entre 2003 e 2011, foi arrolado como testemunha de defesa de Lula. Ele foi questionado, em depoimento, pelo Ministério Público Federal, se tinha conhecimento sobre uma suposta solicitação de propinas do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, também réu nesta ação, ao empresário Marcelo Odebrecht.
"Como eu mencionei, da mesma maneira que foi feito durante a gestão do presidente Temer e quando eu era ministro da Fazenda, entre as coisas que eu fiz questão de preservar foi o Banco Central. Eu fui presidente do Banco Central e eu dizia que sou autônomo e não aceitava opinião, nem de ministro da Fazenda, nem de qualquer outro ministro. Eu, de fato, participava muito menos de demais ministérios e não sei do que se trata essa questão referente ao ministro Paulo Bernardo", disse Meirelles.
Segundo Marcelo Odebrecht, em delação premiada, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento) pediu US$ 40 milhões para ampliar para R$ 1 bilhão uma linha crédito do BNDES à Odebrecht, para obras em Angola.
Marcelo relatou ter repassado o dinheiro e descontado o valor da conta de propina "Italiano", controlada pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci em benefício do PT e do ex-presidente Lula e que chegou a ter R$ 200 milhões de saldo.
Segundo as investigações, parte desse valor teria abastecido a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, em 2014.
Segundo o suposto rastro da propina, as autoridades conseguiram áudios de funcionários do doleiro Álvaro Novis encaminhando as entregas de dinheiro com o então marqueteiro de Gleisi, Bruno Martins. Os emissários da suposta propina chegaram a ser fotografados e registrados na portaria da agência de publicidade que fez a campanha.
Fonte: Noticias ao Minuto


Toffoli marca para dia 7 retomada da discussão da prisão após 2ª instância


O STF vai retomar o debate sobre prisão antecipada da pena após decisão em segunda instância no próximo dia 7 de novembro. A votação foi suspensa com um placar de 4 votos a 3, a favor da prisão antecipada
Ministro Dias Toffoli
Ministro Dias Toffoli (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Por Gabriela Coelho, no Conjur - O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, marcou para o próximo dia 7 de novembro a retomada de julgamento das três ações declaratórias de constitucionalidade sobre a execução antecipada da pena.
Até o momento, o relator, ministro Marco Aurélio, votou contra a possibilidade da execução antecipada, sendo seguido pelos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Já os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux votaram a favor da prisão em segunda instância.
O Plenário analisa três ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs), protocoladas pela Ordem dos Advogados do Brasil, pelo PCdoB e pelo Patriota (antigo PEN). As ações pedem que o STF condicione o início do cumprimento da pena ao esgotamento de todas as possibilidades de recurso — trânsito em julgado.
Desde 2016, o Plenário adota o entendimento de que o início da execução da pena condenatória após decisão de segunda instância não viola o princípio constitucional da presunção de inocência.
A discussão é em torno da constitucionalidade do artigo 283 do CPP, que estabelece: "Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva".


Em novo áudio, Queiroz xinga promotores e diz que investigação da 'rachadinha' "até demorou"


"Esses depoimentos, cara, eles vão lá e pegam mesmo, esses filhos da puta, rapaz. Até demorou a pegar", disse o ex-assessor do clã Bolsonaro Fabricio Queiroz em novo áudio divulgado nesta segunda-feira (28)

247 - Novo áudio divulgado na tarde desta segunda-feira (28) pelo UOL mostra o ex-assessor do clã Bolsonaro Fabricio Queiroz xingando promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro e dizendo que a investigação sobre as rachadinhas no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro 'até demoraram'. 
"Esses depoimentos, cara, eles vão lá e pegam mesmo, esses filhos da puta, rapaz. Até demorou a pegar. O Agostinho foi depor no dia 11 de janeiro, parece que ele foi depor. Já publicaram o depoimento dele na íntegra", disse Queiroz em áudio divulgado pela jornalista Constanza Rezende. 
Agostinho a quem se refere Queiroz é Agostinho Moraes da Silva, ex-funcionário de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, que disse em depoimento ao MP-RJ que depositava dois terços do salário na conta de Queiroz- cerca de R$ 4 mil.
Fabricio Queiroz se refere ao inquérito aberto a partir de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), que apontam "movimentações atípicas" em sua conta, no valor de R$ 1,2 milhão.
A investigação do MP-RJ foi paralisada no dia 15 de julho, depois de uma decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Ouça o áudio de Fabrício Queiroz:

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Integrantes da Vigília enviam carta a Lula: "Do lado certo da História"


Ex-presidente está preso desde abril de 2018 e comemorou 74 anos de vida no último domingo (27)
Companheiros celebraram o aniversário de Lula e denunciaram sua prisão política - Créditos: Ricardo Stuckert
Companheiros celebraram o aniversário de Lula e denunciaram sua prisão política / Ricardo Stuckert


Os integrantes da Vigília Lula Livre enviaram uma carta ao ex-presidente Lula (PT) por ocasião de seu aniversário de 74 anos, comemorado no último domingo (27) em todo Brasil
Eles afirmam que estão "do lado certo da História" e prometem resistir aos retrocesso do governo Bolsonaro (PSL). "É a soberania do Brasil que está em jogo, diante da entrega de nossas principais estatais ao capital financeiro; do rompimento de nossa diplomacia soberana, da tentativa de entrega de nossos recursos naturais, dos direitos do povo brasileiro, dos mais vulneráveis como os indígenas, negros, mulheres LGBT, idosos e nossa juventude tão maltratada nas áreas periféricas", diz a carta.
Confira na íntegra:
"Estimado presidente Lula,
Preso injustamente há mais de 560 dias, você completa 74 anos hoje (27 de outubro), com dignidade e altivez de um líder.


Já estamos falando da mais injusta perseguição contra o principal representante da classe trabalhadora no Brasil, condenação que o machuca na distância dos companheiros de militância, dos familiares, do povo de um país que o atual grupo no poder tem maltratado tanto.

Porém, cada vez mais, o senhor conta com a força do apoio popular, dos setores democráticos e da comunidade internacional. Conta com o nosso apoio da Vigília Lula Livre, onde a classe trabalhadora todos os dias lhe envia o bom dia, boa tarde e boa noite, envia energia e acolhida e recebe de volta a força da sua resistência.
Contra a desinformação da mídia empresarial, vassala, e de um Judiciário a serviço do Golpe de 2016 e da fraude nas eleições de 2018, o senhor sempre lembra da força da verdade, da dignidade, de não aceitar esmolas que os algozes agora estão dispostos a oferecer nestes tempos de crise.
De todos os ataques que o senhor e todos nós sofremos em 2018, é fato que as peças no tabuleiro estão se movendo. Em 2019, o Comitê Nacional Lula Livre ganhou corpo, a resistência pela sua liberdade e garantias individuais foi muito além da nossa Vigília, em centenas de cidades do país comitês foram formados, ações foram feitas, shows com artistas de renome nacional, panfletaços, rodas de debate, manifestações espontâneas em shoppings centers, rodoviárias, onde nossas vozes ecoam por Lula Livre.
O senhor também recebeu visitas de personalidades fundamentais da luta pela democracia no mundo. Enquanto o Palácio do Planalto agoniza com um presidente com p minúsculo, um criminoso que chega a exaltar os torturadores brasileiros e a sangrenta ditadura chilena, por outro lado o senhor recebeu a visita de símbolos da resistência latino-americana neste momento, além de outros lutadores espalhados pelo mundo.
As denúncias do caráter de organização criminosa e com fins financeiros da Operação Lava Jato, na figura do procurador Deltan Dallagnol e sua relação de vassalagem com o ex-juiz Sergio Moro; a repercussão internacional da prisão, tudo isso já deveria ter colocado o senhor em liberdade, mas mantemos esperança não nas cortes elitistas, mas apenas na organização e na pressão popular.
Estamos conscientes de estar do lado certo da História.
Estamos conscientes de que a Vigília Lula Livre em Curitiba tornou-se uma pequena comuna de organização e resistência popular, e que esse exemplo de unidade, luta, mística e diversidade ficará gravada na história, na mente e em nossos corações.
Estamos conscientes dos danos causados ao senhor e a cada um de nós, do esforço, perdas e sacrifício, mas é a soberania do Brasil que está em jogo, diante da entrega de nossas principais estatais ao capital financeiro; do rompimento de nossa diplomacia soberana, da tentativa de entrega de nossos recursos naturais, dos direitos do povo brasileiro, dos mais vulneráveis como os indígenas, negros, mulheres LGBT, idosos e nossa juventude tão maltratada nas áreas periféricas.
Façamos da sua a nossa voz, nosso grito de liberdade em defesa da Justiça, da Democracia e do Brasil.
Façamos da sua virtude, nossa esperança. Esperança essa que faz nosso coração pulsar de alegria na certeza de que falta muito pouco para cada guerreiro e cada guerreira desta Vigília, resistindo há mais de 560 dias, poder abraçá-lo com toda força e carinho que você merece.
Somos seus braços, suas pernas, sua voz, somos milhões de Lulas!
Feliz aniversário! Longa vida aos que lutam e resistem!
Até a vitória, sempre!


Pátria Livre, Venceremos!

Grande abraço das companheiras e companheiros da Vigília Lula Livre".
Edição: Daniel Giovanaz
Fonte: Brasil de Fato

Papa decide até fim do ano se permite padres casados e ordenação de mulheres


Documento final do Sínodo da Amazônia reconhece liderança feminina, mas permissão seria para postos considerados menores
O papa Francisco reunido com os bispos no Sínodo da Amazônia, encerrado no domingo (27) - Créditos: Vatican Media
O papa Francisco reunido com os bispos no Sínodo da Amazônia, encerrado no domingo (27) / Vatican Media

O papa Francisco deve decidir até o fim do ano se acata as sugestões contidas no documento final do Sínodo da Amazônia, encerrado no domingo (27) no Vaticano. Entre as propostas aprovadas pelos bispos, está a permissão de casamento para padres e a ordenação de mulheres como “leitoras” e “acólitas” – cuja função consiste em auxiliar o diácono durante as missas. Para as mulheres, seria reservado ainda um novo ministério, o das “dirigentes de comunidade”
O papa pode ignorar as sugestões, acatar apenas para a Amazônia – o que é mais provável, dentro da estratégia do Vaticano de expandir sua atuação na região – ou fazer com que valham para toda a Igreja Católica.
Para Marinella Perroni, biblista e fundadora da Coordenação de Teólogas Italianas, o Sínodo promoveu avanços na discussão sobre o celibato e a participação das mulheres em postos de comando, mas ela lembra que “as coisas são complexas” e que “os tempos na igreja são sempre muito lentos”.
Confira abaixo trechos da entrevista de Perroni publicada no jornal italiano La Stampa e republicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU), com tradução de Moisés Sbardelotto.
Pergunta: Os bispos se abrem aos padres casados: qual a sua opinião?
Marinella Perroni: Os tempos da Igreja são sempre muito lentos. Ainda no Concílio Vaticano II essa reivindicação havia sido apresentada, e isso significa que está na vivência real da Igreja há muito tempo. Paulo VI a bloqueou, ele não estava pronto, mas, talvez, nem a Igreja estivesse pronta. Agora, uma petição semelhante passa por maioria de votos em um Sínodo local, mas ao qual foi reconhecido um peso considerável. Foram dados passos à frente.
Quais?
Podemos dizer isso com um pouco de ironia: se foram necessários mais de 1.100 anos para que, como diz o Segundo Concílio Lateranense (1139), a ordenação sacerdotal se tornasse definitivamente um impedimento ao matrimônio, também podemos aceitar que seja necessário mais de um século para o matrimônio não seja mais um impedimento à ordenação!
Sem celibato, podem diminuir os abusos e os desvios dos padres?
É claro que os desvios, mas não só os sexuais, também os ligados à comida ou ao dinheiro, são sempre expressão de um estado de desidentificação e de frustração. Eu, no entanto, nunca aceitei a equação segundo a qual os desvios sexuais dependeriam do estado celibatário. Testemunha disso são os abusos familiares ou o turismo sexual, que vê homens casados na linha de frente. Eventualmente, eu consideraria mais oportuno pensar na relação entre masculinidade e abusos. Sem, por isso, querer fazer das mulheres uma reserva humana de inocência, mas relacionando a questão dos abusos e dos desvios também com a das diferentes formas de poder.
O papa Francisco anunciou que irá convocar novamente a “Comissão sobre o Diaconato das Mulheres”: qual a sua opinião?
Parece-me que o papa disse que outros estudiosos também farão parte dela. Se os bispos pediram isso, certamente significa que a exigência de que as mulheres na Igreja Católica assumam ministérios hierárquicos nasce a partir de baixo. Fiquei impressionada que, no documento final, no parágrafo dedicado ao serviço eclesial das mulheres, repete-se várias vezes o termo “liderazgo” (liderança). Na minha opinião, seria necessário ir na direção de que não se trata de instituir um diaconato feminino, porque o diaconato na Igreja é um só, e a questão autêntica é se ele pode ou até deve ser exercido também por mulheres.
O que a senhora acha da ordenação feminina?
As coisas são complexas de acordo com qual ordenação se trata. No documento final, postula-se que seja revista o motu proprio de Paulo VI, Ministeria quaedam, de 1972, que praticamente excluiu as mulheres de qualquer ordenação, e que elas possam ser ordenadas ao Leitorado e ao Acolitado, ou seja, a dois ministérios considerados menores, mas mesmo assim recebidos por ordenação. O pedido também foi feito em outros Sínodos e recusado. Agora foi aprovado por maioria. Confirma-se, assim, que a passagem dolorosa está precisamente na palavra “ordenação”, porque, de fato, as mulheres são leitoras e acólitas, e até muito mais, decisivamente, há muito tempo.
Qual é a novidade?
Será “instituído” um novo ministério ad hoc para as mulheres, o de “mulher dirigente de comunidade”, e isso significa reconhecer uma realidade de fato, mas, mais uma vez, à luz, senão de uma discriminação, de uma tendência ao apartheid: as lideranças de comunidade não deveriam ser homens e mulheres?
Essas aberturas representam bem as mudanças que estão ocorrendo dentro e ao redor da Igreja?
Dentro, talvez. Fora, um pouco menos. A história do mundo hoje certamente corre muito mais rápido do que a história da Igreja.
Edição: João Paulo Soares
Fonte: Brasil de Fato


Circo Literário é tema de apresentação dos alunos da rede municipal


Realizado na noite do último sábado (26), no ginásio de esportes Lagoão, o espetáculo de dança foi assistido por aproximadamente 6 mil pessoas.

O ginásio de esportes Lagoão ficou lotado na noite do último sábado (26). Aproximadamente 6 mil pessoas estiveram no local acompanhando a apresentação de dança dos alunos das escolas municipais de Apucarana. Em 2019, o tema do espetáculo foi ‘O Grande Circo Literário’.
As aulas de dança fazem parte do currículo da educação integral e são desenvolvidas, duas vezes por semana, com as turmas do maternal ao 5º ano. “A oficina auxilia no desenvolvimento da coordenação motora, da postura, da consciência corporal, da noção de espaço, da integração social e da disciplina. Um espetáculo é montado anualmente para mostrar às famílias aquilo que seus filhos aprendem nas escolas,” explica a secretária Marli Fernandes.
O Grande Circo Literário permitiu ao público reviver histórias clássicas, como Branca de Neve e os sete anões, dos Irmãos Grimm, Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, e Turma da Mônica, de Maurício de Sousa. A trupe Tangará, de Londrina, fez uma participação especial no evento.
“É impressionante o que as crianças são capazes de fazer. Elas deram uma demonstração incrível de arte, beleza e magia. Nesta gestão, que começou com o Beto Preto e segue comigo, nós buscamos desenvolver ao máximo o potencial dos meninos e meninas apucaranenses para construir uma geração de vencedores,” disse o prefeito Junior da Femac, que assistiu ao espetáculo junto com a filha Elisa.
Aplausos, assovios e gritos de alegria foram ouvidos durante toda a apresentação. “Foi maravilhoso! É o terceiro ano que a minha filha participa e eu sinto muito orgulho dela. A educação na rede municipal está muito boa,” afirmou Andreia Ferreira, mãe da aluna Ana Lúcia, a Escola Monsenhor Arnaldo Beltrami.


Bolsonaro ameaça não renovar concessão da Globo


Jair Bolsonaro (PSL) responsabilizou a mídia por notícias que, segundo ele, tentam desestabilizá-lo. “Tem empresa que vai renovar seu contrato brevemente, eu não vou perseguir ninguém. (Mas) para quem estiver devendo, vai ter dificuldade”
(Foto: Reutes | Reprodução)

247 - Jair Bolsonaro (PSL) responsabilizou a mídia por notícias que, segundo ele, tentam desestabilizá-lo, na manhã desta segunda-feira (28). De acordo com o ocupante do Planalto, empresas de comunicação podem ter problemas na renovação de concessões (emissoras de rádio e TV precisam renovar contratos para operar; a da Globo vence durante o mandato de Bolsonaro).
“Tem empresa que vai renovar seu contrato brevemente, eu não vou perseguir ninguém. (Mas) para quem estiver devendo, vai ter dificuldade. Então os órgãos de imprensa jogam pesado para ver se me tiram de combate para facilitar sua vida”, disse ele na saída de seu hotel em Abu Dhabi, onde esteve desde sábado (26).
Desde que foi eleito, Bolsonaro não tem tido uma relação amistosa com a imprensa e tem dado preferência à comunicação via redes sociais, além de usufruir de milícias virtuais para a divulgação de fake news tanto em favor dele como para criticar desafetos. Inclusive, no ano passado, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo denuncia a existência de uma campanha ilegal contra o então presidenciável Fernando Haddad (PT) que tinha como base a divulgação de fake-news (notícias falsas) no WhatsApp.
Cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan. 



Argentinos humilham a Globo e pedem Lula Livre em plena transmissão


Durante a cobertura de Ariel Palacios para a Globonews, argentinos invadiram a tela da Globo para pedir Lula Livre, numa provocação pelo fato de a emissora ter sido o principal instrumento de propaganda para a sua prisão e a fraude eleitoral no Brasil; vídeo
(Foto: Reprodução)

247 – Ao celebrar a vitória de Alberto Fernández na Argentina, cidadãos portenhos aproveitaram para invadir a transmissão da Globo e mandar um recado para o Brasil, pedindo Lula Livre justamente na emissora que semeou o ódio no Brasil e criou as condições para a ascensão de um governo neofascista no país. Confira o vídeo:

Após novos áudios, Bolsonaro tenta se distanciar de Queiroz: "não somos casados"


"Nunca neguei minha amizade por ele. Depois do que aconteceu, eu me afastei, senão seria acusado de obstruir a Justiça. Não somos casados'", disse Jair Bolsonaro sobre os novos áudios envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz
(Foto: Esq.: Reuters)

247 - Jair Bolsonaro tentou ampliar a distância de Fabricio Queiroz após a divulgação de novos áudios onde Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, afirma que conversou com ele sobre a demissão de uma funcionária fantasma. “Não somos casados”, procurou minimizar Bolsonaro ao ser indagado sobre o assunto durante viagem à Ásia.
“Quem falou isso foi o Queiroz, alguém sabe a data (da demissão da funcionária fantasma)? Muitas pessoas foram demitidas. Não é fantasma. Esse pessoal quer pegar fantasma e 'rachadinha'. Eu nunca neguei que encontrei um bom soldado de infantaria. Nunca neguei minha amizade por ele. Depois do que aconteceu, eu me afastei, senão seria acusado de obstruir a Justiça. Não somos casados. Uma deputada disse ontem que quando assumiu o cargo teve 28 cargos. O MP não vai fazer nada? Quero  saber quem é o amigo do Queiroz. Amigo da onça é pouco”, disparou Bolsonaro. 
O ex-assessor é suspeito de chefiar um esquema de rachadinha -quando parte dos salários dos servidores contratados pelo gabinete são obrigados a devolverem parte dos salários – nos tempos em que trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro quando este ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 
No áudio, além de dizer que tratou da exoneração de uma funcionária fantasma com o ex-capitão, Queiroz também reclama da falta de apoio por parte do clã Bolsonaro e da atuação do Ministério Público. “O MP está com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente e não vem ninguém agindo”, diz Queiroz no áudio divulgado pelo jornal O Globo