quarta-feira, 23 de outubro de 2019

STJ rejeita novo recurso de Beto Richa contra operação Rádio Patrulha

Beto Richa: tucano alegou cerceamento da defesa
Beto Richa: tucano alegou cerceamento da defesa (Foto: Geraldo Bubniak)


A ministra do Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz, rejeitou na segunda-feira pedido de liminar da defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB) para suspender o processo da operação Rádio Patrulha, do Ministério Público estadual, que investiga um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos no programa “Patrulha do Campo”, de obras em estradas rurais. Richa e outras 12 pessoas são réus no processo. O tucano é acusado pelo MP de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, como principal beneficiário das vantagens indevidas apuradas pela operação.
No recurso, os advogados do tucano apontaram suposta incompetência da 13ª Vara Criminal de Curitiba para julgar o caso, alegando que se trata de um crime eleitoral. As alegações se baseiam em decisão de março do Supremo Tribunal Federal que apontou como competência Justiça Eleitoral julgar processos que envolvam crimes comuns que tenham conexão com crimes eleitorais.
Fonte: Bem Paraná

TC derruba liminar e Sanepar vai aumentar tarifa de água em 12,13%

(Foto: Divulgação / Sanepar)


Em comunicado aos acionistas publicado nesta quarta-feira (23), a Sanepar informou que irá aplicar o reajuste de reajuste de 12,13% da tarifa de água e esgoto. O texto não informa quando será o reajuste. O valor havia sido suspenso pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE), que em maio acatou o pedido da 2ª Inspetoria de Controle Externo (ICE) do órgão. A decisão, no entanto, era liminar e a Sanepar recorreu.
Em sessão do TCE, os conselheiros decidiram derrubar a medida cautelar que havia barrado parte do reajuste da tarifa. Com a decisão, será aplicado um diferencial de 3,76% a mais, retroativo aos meses anteriores. O valor já havia subido 8,37% em abril, mas, com a decisão, o acumulado sobe para 12,13% no ano.
No comunicado aos acionistas, a empresa afirma que "o porcentual de reajuste fixado pela Agepar (Agência Reguladora do Paraná) será retomado", agora "com a aplicação do diferencial de 3,76%" que foram descontados nos últimos cinco meses. 
Autora do pedido de cancelamento do aumento em maio, a 2ª Inspetoria havia considerado a base de cálculo da Sanepar e da Agepar para a concessão do reajuste uma “verdadeira aberração travestida de uma teia de números, que visam distribuir lucros aos acionistas”. De acordo com a inspetoria, o cálculo retira da base o Fundo Municipal de Saneamento Básico e Abastecimento (FMSBA). Segundo a Inspetoria, a inclusão do valor como parcela não gerenciável acarreta no repasse dos custos ao consumidor, criando assim uma “anomalia metodológica” que afeta “significativamente para maior o resultado do reajuste”.
A votação da medida cautelar foi proposta pelo conselheiro Fernando Guimarães. Foi ele em maio que assinou a liminar que barrou parte do aumento. Agora, a apreciação da medida cautelar teve o placar de 5 votos favoráveis ao novo reajuste e apenas Artagão de Matos Leão foi contrário. O assunto segue em análise de mérito, mas sem previsão de votação no plenário do TC. 
Deputado quer que prestadoras de serviço expliquem reajustes 
Projeto do deputado estadual Homero Marchese (PROS) obriga as prestadoras de serviços públicos regulados pela Agepar a publicar os cálculos e a metodologia dos seus reajustes tarifários. O objetivo é garantir mais transparência no cálculo de tarifas como a da água, das praças de pedágios e das passagens em ônibus intermunicipais.
“Queremos que qualquer cidadão acesse a fórmula do reajuste, tendo assim a possibilidade de conferir e refazer as contas que ele mesmo acabará pagando”, diz Marchese.
Na justificativa do projeto, o deputado lembra que um processo no Tribunal de Contas discute o valor correto do último reajuste da água e que sua própria equipe tem avaliado possíveis irregularidades no aumento. “A conta não fecha porque há dúvidas quanto aos dados utilizados pela Sanepar. Começamos a analisar o reajuste da água em março e ainda estamos recebendo atas e editais da companhia. Isso não pode acontecer”, afirma o deputado.
Fonte: Bem Paraná

Prefeitura vai revitalizar campo da Vila Apucaraninha


O alambrado já foi instalado e agora será executada uma série de serviços complementares, como iluminação e revitalização do gramado.
(Foto: PMA)

Acompanhado da equipe técnica, o prefeito Junior da Femac vistoriou nesta quarta-feira (23/10) o campo da Vila Apucaraninha.  A Prefeitura já vem realizando uma série de serviços no local, como a implantação de alambrado que exigiu investimentos de cerca de R$ 100 mil. Agora, serão executados serviços complementares, como a revitalização do gramado, colocação de bancos, canalização de água e iluminação.
As melhorias atendem pedido da comunidade e do vereador Lucas Leugi, que acompanhou a visita técnica. “A empresa contratada pelo Município já instalou o alambrado, que é o mais alto entre os campos públicos do Município”, frisa o vereador, lembrando que o campo é uma reivindicação de cerca de 20 anos da comunidade.
O prefeito Junior da Femac esteve ainda acompanhado pelos secretários municipais de Obras, Herivelto Moreno, e de Serviços Públicos, Jaime Gonçalves, além da equipe técnica das duas secretarias. “O gramado que existe necessitará de uma completa revitalização. Estamos estudando a melhor solução e uma delas é nivelar o gramado com uma cobertura de terra de 15 centímetros, fazendo ao mesmo tempo a recuperação do solo com calcário”, aponta Junior da Femac.
O Município também deverá canalizar a água de uma nascente próxima e instalar bancos para os atletas, enquanto o vestiário será construído pela própria comunidade. “Além disso, a Prefeitura vai iluminar o campo para que a comunidade possa usá-lo em qualquer horário e viabilizar uma área de estacionamento”, anuncia Junior da Femac.
O prefeito afirma ainda que, além da Vila Apucaraninha, o campo vai atender diversas comunidades próximas, como a Vila Regina, o Núcleo da Fraternidade, o Parque Bela Vista e os jardins Figueira, Novo Horizonte, Nossa Senhora Aparecida e Pôr do Sol.


Apucaranense se destaca no campeonato brasileiro de atletismo


Felipe Marcos Canuto ficou em 5º lugar na prova dos 100 metros e em 6º lugar na prova dos 200 metros rasos.

O atleta apucaranense Felipe Marcos Canuto, que integra a equipe da Secretaria Municipal de Esportes, obteve bons resultados na 10ª edição do Campeonato Brasileiro Caixa Sub-18 de Atletismo. Canuto  ficou em 5º lugar na prova dos 100 metros e em 6º lugar na prova dos 200 metros rasos.
A competição aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de outubro, no Estádio José Carlos Daudt, em Porto Alegre (RS), reunindo 755 atletas, de 125 clubes que representaram 20 estados e o Distrito Federal. O Campeonato Brasileiro Caixa Sub-18 foi uma realização da Confederação Brasileira de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul (FAERGS), com apoio do Clube Sogipa e do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), além de contar com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
O atleta é treinado pelo professor José Marcelino da Silva (Grillo), da Secretaria Municipal de Esportes. De acordo com ele, Canuto fez o tempo de 10 segundos e 80 centésimos nos 100 metros rasos. “Atualmente, o atleta é o sexto colocado no ranking brasileiro e décimo no ranking sul-americano na prova dos 100 metros rasos”, frisa Grillo.
Já na prova dos 200 metros rasos, o atleta fez o tempo de 22 segundos e 43 centésimos. “Nesta modalidade, o atleta é o oitavo colocado no ranking brasileiro”, salienta do professor da Secretaria Municipal de Esportes.


Aserfa informa prazos para manutenção de túmulos


Serviços de reforma, construção e pintura de jazigos devem ser feitos até dia 28
Aserfa informa prazos para manutenção de túmulos

O prazo para os serviços de reforma, construção e pintura de jazigos nos cemitérios municipais de Apucarana, visando o feriado de Finados, termina no próximo dia 28. Já a limpeza dos túmulos está autorizada até o dia 31 e a partir do dia 1º de novembro não será permitido qualquer tipo de serviço por parte de particulares nesses espaços.
As diretrizes constam no Decreto Municipal nº 375/2019 e o seu não cumprimento está sujeito a penalidades.
A partir do dia 4 de novembro os serviços poderão ser retomados.
A Autarquia de Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa) lança um alerta sobre os cuidados preventivos ao mosquito transmissor da dengue nos três cemitérios municipais da cidade: Saudade, Cristo Rei e do Distrito do Pirapó. “Devem ser tomadas as precauções para que as flores sejam acomodadas de forma a não acumular água, para que não se tornem um futuro foco para proliferação do mosquito. O ideal é de que os plásticos do ramalhete sejam removidos e que os vasos, mesmo que as plantas sejam artificiais, tenham furos no fundo, para escoamento da água da chuva”, orienta diretor-presidente Aserfa, Marcos Bueno.


Evo Morales denuncia que está em curso um golpe de Estado


"Peço às organizações internacionais que defendam a democracia", disse o presidente boliviano em pronunciamento nesta quarta-feira (23), em que afirmou que está em curso uma tentativa de golpe de Estado para derrubá-lo do poder

Telesur - O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou nesta quarta-feira (23) que está em andamento um golpe de Estado contra ele, orquestrado pela oposição de direita, e endossou seu compromisso de defender a democracia no país sul-americano.
"Eu denuncio ao povo boliviano e ao mundo que está em andamento um golpe de Estado" que foi preparado pela direita com apoio do exterior ", disse Morales em discurso à imprensa estrangeira e nacional.
"Peço às organizações internacionais que defendam a democracia", disse o presidente que apareceu na quarta-feira diante da mídia após as eleições no país.  
"Não vamos procurar confronto, mas defenderemos a democracia", disse Morales, que responsabiliza a oposição pelo exercício de atitudes racistas e discriminatórias.


Previdência: MDB, Podemos e PSDB votam em massa a favor da ‘reforma’. Confira os votos


PEC foi aprovada com 60 votos, ainda mais do que no primeiro turno, e segue para sanção presidencial
Votação final do texto base da PEC 6, que altera a Previdência e vai piorar
a vida dos trabalhadores

São Paulo – Com ainda mais votos do que no primeiro turno (56), o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, de “reforma” da Previdência, foi aprovado no início da noite desta terça-feira (22) pelo Senado, e segue para sanção presidencial. As bancadas do Podemos e do PSDB, das mais numerosas da casa, votaram integralmente pela matéria. A maior bancada, do MDB, registrou 12 votos a favor e 1 contra, de Renan Calheiros (AL).
Do lado da oposição, o PDT teve três votos contrários e um favor do projeto, de Kátia Abreu (TO). Os seis deputados do PT foram contra a PEC e a Rede teve dois contra a um a favor.
No total, foram 60 votos a favor do projeto e 19 contra. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não votou, e houve uma ausência, de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Confira como votou cada senador.
Sim à reforma
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
Álvaro Dias (Pode-PR)
Ângelo Coronel (PSD-BA)
Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Arolde de Oliveira (PSD-RJ)
Carlos Viana (PSD-MG)
Chico Rodrigues (DEM-RR)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Confúcio Moura (MDB-RO)
Daniella Ribeiro (PP-PB)
Dário Berger (MDB-SC)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eduardo Girão (Pode-CE)
Eduardo Gomes (MDB-TO)
Elmano Férrer (Pode-PI)
Esperidião Amin (PP-SC)
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
Flávio Arns (Rede-PR)
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Jader Barbalho (MDB-PA)
Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)
Jayme Campos (DEM-MT)
Jorge Kajuru (Cidadania-GO)
Jorginho Mello (PL-SC)
José Maranhão (MDB-PB)
José Serra (PSDB-SP)
Juíza Selma (Pode-MT)
Kátia Abreu (PDT-TO)
Lasier Martins (Pode-RS)
Lucas Barreto (PSD-AP)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz do Carmo (MDB-GO)
Mailza Gomes (PP-AC)
Major Olímpio (PSL-SP)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Marcio Bittar (MDB-AC)
Marcos do Val (Pode-ES)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
Nelsinho Trad (PSD-MS)
Osmar Aziz (PSD-AM)
Oriovisto Guimarães (Pode-PR)
Plínio Valério (PSDB-AM)
Reguffe (Pode-DF)
Roberto Rocha (PSDB-MA)
Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
Romário (Pode-RJ)
Rose de Freitas (Pode-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (MDB-MS)
Soraya Thronicke (PSL-MS)
Styvenson Valentim (Pode-RN)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Telmário Motta (Pros-RR)
Vanderlan Cardoso (PP-GO)
Wellington Fagundes (PL-MT)
Zequinha Marinho (PSC-PA)
Não à reforma
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Cid Gomes (PDT-CE)
Eliziane Gama (Cidadania-MA)
Fabiano Contarato (Rede-ES)
Fernando Collor (Pros-AL)
Humberto Costa (PT-PE)
Irajá (PSD-TO)
Jaques Wagner (PT-BA)
Jean Paul Prates (PT-RN)
Leila Barros (PSB-DF)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB)
Weverton (PDT-MA)
Zenaide Maia (Pros-RN)
Fonte: RBA

Senado aprova reforma da Previdência de Paulo Guedes, discípulo de Pinochet, diz oposição


“Está aí o exemplo do Chile, a inspiração de Paulo Guedes", afirma Humberto Costa. “Nas últimas semanas entendemos por que essa reforma é a do Chile", diz Randolfe Rodrigues
Paulo Guedes, atrás de Alcolumbre e ao lado de Flávio Bolsonaro, aparece minutos antes do resultado da votação

São Paulo – Após rápida aprovação do texto da “reforma” da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, o plenário do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (22), em segundo turno, por 60 votos a 19, a Proposta de Emenda à Constituição 6/201. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da PEC, pediu ao plenário para rejeitar quatro emendas individuais, de Pros, PT, PDT e Rede, que serão apreciadas em seguida. Ele destacou que a proposta não foi consensual e que o projeto “não é perfeito, mas é o melhor possível”.
A PEC foi concebida sob orientação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, segundo a oposição, é inspirado pelo ditador chileno Augusto Pinochet. “Está aí o exemplo do Chile, a inspiração de Paulo Guedes, verdugo do povo pobre brasileiro, esse discípulo de Pinochet, que quer aqui no Brasil aquilo que foi feito lá e está fazendo aquele país viver um ambiente de incerteza e crise social”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também mencionou o general chileno que governou o país andino por 17 anos (1973-1990). “Essas últimas duas semanas entendemos por que essa reforma é a do Chile. Paulo Guedes se orgulha de ter se formado no Chile de Pinochet, que está desmilinguindo”, afirmou na tribuna.
Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que “os mais pobres pagarão a conta de uma economia de R$ 800 bilhões”. “Sentirão os comerciantes e a economia das cidades do interior do Nordeste”, disse. Leila Barros (PSB-DF) afirmou que a reforma é “dura com o regime geral, com a transição dos servidores, com as mulheres”.
Um dos principais pilares e inspiração do texto da reforma, a capitalização, como a implementada no Chile a partir da era Pinochet, foi retirada da proposta na Câmara. Mas a oposição acredita que novas investidas serão feitas para tentar trazer a ideia novamente ao debate no Legislativo e literalmente privatizar o sistema previdenciário brasileiro.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) comemorou a aprovação do texto. ‘É um momento histórico que vai colocar o Brasil em outro patamar”, assegurou. “O Congresso cumpre sua responsabilidade, com um remédio amargo, mas extremamente necessário. Uma grande vitória do Brasil.”
Na CCJ, Jereissati acatou emenda do senador Paulo Paim (PT-RS), que “regula” a redação das regras de transição aos segurados do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), com a aplicação do regime de pontos 86/96 (que atualmente é 85/95). A redação da PEC 6/2019 não mencionava dispositivo que assegura a apuração de idade e tempo de contribuição em dias para o cálculo.
A outra emenda de Paim acrescenta a expressão “no mínimo”, antes da quantidade de anos de exercício necessários de atividade em área com exposição a agentes nocivos à saúde. “Há hipóteses em que os trabalhadores contam com mais tempo de contribuição que o tempo mínimo exigido”, justificou Paim.
Paim também tentou aprovar emenda para garantir isonomia entre servidores públicos e trabalhadores do regime geral, para que nunca recebam pensão por morte inferior ao salário mínimo. No relatório de Tasso, só são beneficiados os trabalhadores privados. Na avaliação da assessoria do relator, a emenda é de mérito e não poderia ser acatada.
O plenário votará ainda quatro destaques de bancada ao texto. Do Pros, sobre a conversão de tempo especial em comum ao segurado do RGPS. Do PT, relativo à aposentadoria especial para o trabalhador em atividades exercidas com exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos. Da Rede, que trata da idade mínima para fins de aposentadoria especial decorrente de atividade com exposição a agentes. E do PDT, sobre revogação dos regimes de transição atuais.
Fonte: Rede Brasil Atual com informações da Agência Senado


STF retoma nesta quarta-feira julgamento que pode libertar Lula


Relator da ação, ministro Marco Aurélio defende que a pena tenha início só após esgotados os recursos. Em jogo está o respeito à Constituição
Plenário do STF retoma hoje (23) julgamento que pode restabelecer em parte a normalidade democrática no país

Brasil de Fato – O Supremo Tribunal Federal (STF) irá retomar na manhã de quarta-feira (23) o julgamento que irá decidir se um réu condenado em segunda instância deve cumprir a pena imediatamente ou se tem direito a aguardar que todos os recursos disponíveis na Justiça se esgotem. A decisão deve ser a mais importante deste ano, pois poderá resultar na soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político desde abril do ano passado, além de outras quase cinco mil pessoas encarceradas sem condenação em definitivo. Em jogo está o inciso 57 do Artigo 5º da Constituição Federal, segundo o qual ” ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
O ambiente político, envolvendo episódios como o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff e a posterior condenação sem provas de Lula, tem contaminado as decisões do STF e feito a opinião dos ministros variar ao longo dos anos, mas espera-se uma decisão definitiva para esta quarta.
julgamento começou na semana passada, quando os ministros quase não falaram. A sessão foi reservada apenas para o relatório apresentado por Marco Aurélio Mello e as sustentações orais dos advogados.
Agora serão ouvidos os amicus curiae – termo em latim para “amigos da corte”, pessoa ou entidade com interesse em discussões levadas ao tribunal –, além de manifestações da Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério Público Federal (MPF). Após as falas, os ministros devem começar a votar.
A expectativa é de que a Corte assegure o direito de a pessoa acusada aguardar em liberdade até que se esgotem todos os recursos. O ministro Marco Aurélio Mello acredita que o placar final será 7 a 4 em favor da prerrogativa constitucional, segundo o ConJur. Outros ministros ouvidos pelo site apostam em um placar mais apertado: 6 a 5 contra a prisão em segunda instância.
Restrição de direitos
Durante a sessão da semana passada, foi ouvida a advogada da ONG Conectas Direitos Humanos, Silvia Souza. Para ela, prisões só devem ocorrer após o fim do trânsito em julgado.
“É preciso reconhecer que a restrição de direitos, sejam econômicos, sociais ou as liberdades, atinge em primeiro lugar e com muito mais força a população pobre, preta e periférica. Aqueles que pouco aqui são ouvidos e representados, haja visto eu ser a única mulher negra, a única pessoa negra a ocupar esta tribuna […] Os corpos negros estão nas valas, estão empoleirando as prisões em condições subumanas, em condições insustentáveis”, disse.
Já o advogado e ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo Leonardo Sica criticou o que considerou uma confusão criada pelo STF quando a corte decidiu, em 2016, que é possível cumprir pena após condenação em segunda instância.
Segundo ele, “desde a decisão de 2016 instalou-se o caos normativo […] A pena alternativa não pode ser executada, mas a de prisão pode”. Ele condenou o fato de os ministros terem cedido à pressão da “opinião pública” em 2016. “O senso comum escreveu as piores páginas da Justiça penal”.
Ouvido durante a sessão, o jurista Lenio Streck seguiu a mesma linha, pedindo para que os ministros fizessem a “coisa certa”. “Fazer a coisa certa é julgar com responsabilidade política sem politizar o direito”.
Uma das falas mais contundentes foi a do ex-ministro da Justiça durante o governo de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo. Para ele, os argumentos usados por quem defende a execução da pena após julgamento em segunda instância são falaciosos.
“Fosse o senso comum valer, venhamos a abolir os tribunais e vamos transformar a Justiça naquelas arenas romanas, em que o imperador dizia sim ou não. É assim que nós vamos tratar os seres humanos? Estamos em um Estado de direito e, como tal, devemos respeitá-lo”, afirmou.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o jurista Aury Lopes Jr também contestou as justificativas dadas para apoiar a prisão em segunda instância.
“A questão é que agora temos alguém preso e que amanhã pode ser absolvido, ou a pena pode ser reduzida, podem modificar o regime, podem anular o processo inteiro e a pessoa ficou presa anos sem trânsito em julgado, sem fundamento cautelar”, diz.
Para ele, a posição em favor da prisão em segunda instância, adotada pelo Supremo em 2016, foi “absolutamente equivocada […] estão subvertendo totalmente [o Estado de direito]”
Fonte: Rede Brasil Atual