quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Aserfa informa prazos para manutenção de túmulos


Serviços de reforma, construção e pintura de jazigos devem ser feitos até dia 28
Aserfa informa prazos para manutenção de túmulos

O prazo para os serviços de reforma, construção e pintura de jazigos nos cemitérios municipais de Apucarana, visando o feriado de Finados, termina no próximo dia 28. Já a limpeza dos túmulos está autorizada até o dia 31 e a partir do dia 1º de novembro não será permitido qualquer tipo de serviço por parte de particulares nesses espaços.
As diretrizes constam no Decreto Municipal nº 375/2019 e o seu não cumprimento está sujeito a penalidades.
A partir do dia 4 de novembro os serviços poderão ser retomados.
A Autarquia de Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa) lança um alerta sobre os cuidados preventivos ao mosquito transmissor da dengue nos três cemitérios municipais da cidade: Saudade, Cristo Rei e do Distrito do Pirapó. “Devem ser tomadas as precauções para que as flores sejam acomodadas de forma a não acumular água, para que não se tornem um futuro foco para proliferação do mosquito. O ideal é de que os plásticos do ramalhete sejam removidos e que os vasos, mesmo que as plantas sejam artificiais, tenham furos no fundo, para escoamento da água da chuva”, orienta diretor-presidente Aserfa, Marcos Bueno.


Evo Morales denuncia que está em curso um golpe de Estado


"Peço às organizações internacionais que defendam a democracia", disse o presidente boliviano em pronunciamento nesta quarta-feira (23), em que afirmou que está em curso uma tentativa de golpe de Estado para derrubá-lo do poder

Telesur - O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou nesta quarta-feira (23) que está em andamento um golpe de Estado contra ele, orquestrado pela oposição de direita, e endossou seu compromisso de defender a democracia no país sul-americano.
"Eu denuncio ao povo boliviano e ao mundo que está em andamento um golpe de Estado" que foi preparado pela direita com apoio do exterior ", disse Morales em discurso à imprensa estrangeira e nacional.
"Peço às organizações internacionais que defendam a democracia", disse o presidente que apareceu na quarta-feira diante da mídia após as eleições no país.  
"Não vamos procurar confronto, mas defenderemos a democracia", disse Morales, que responsabiliza a oposição pelo exercício de atitudes racistas e discriminatórias.


Previdência: MDB, Podemos e PSDB votam em massa a favor da ‘reforma’. Confira os votos


PEC foi aprovada com 60 votos, ainda mais do que no primeiro turno, e segue para sanção presidencial
Votação final do texto base da PEC 6, que altera a Previdência e vai piorar
a vida dos trabalhadores

São Paulo – Com ainda mais votos do que no primeiro turno (56), o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, de “reforma” da Previdência, foi aprovado no início da noite desta terça-feira (22) pelo Senado, e segue para sanção presidencial. As bancadas do Podemos e do PSDB, das mais numerosas da casa, votaram integralmente pela matéria. A maior bancada, do MDB, registrou 12 votos a favor e 1 contra, de Renan Calheiros (AL).
Do lado da oposição, o PDT teve três votos contrários e um favor do projeto, de Kátia Abreu (TO). Os seis deputados do PT foram contra a PEC e a Rede teve dois contra a um a favor.
No total, foram 60 votos a favor do projeto e 19 contra. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não votou, e houve uma ausência, de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Confira como votou cada senador.
Sim à reforma
Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
Álvaro Dias (Pode-PR)
Ângelo Coronel (PSD-BA)
Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Arolde de Oliveira (PSD-RJ)
Carlos Viana (PSD-MG)
Chico Rodrigues (DEM-RR)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Confúcio Moura (MDB-RO)
Daniella Ribeiro (PP-PB)
Dário Berger (MDB-SC)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eduardo Girão (Pode-CE)
Eduardo Gomes (MDB-TO)
Elmano Férrer (Pode-PI)
Esperidião Amin (PP-SC)
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
Flávio Arns (Rede-PR)
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Jader Barbalho (MDB-PA)
Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)
Jayme Campos (DEM-MT)
Jorge Kajuru (Cidadania-GO)
Jorginho Mello (PL-SC)
José Maranhão (MDB-PB)
José Serra (PSDB-SP)
Juíza Selma (Pode-MT)
Kátia Abreu (PDT-TO)
Lasier Martins (Pode-RS)
Lucas Barreto (PSD-AP)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz do Carmo (MDB-GO)
Mailza Gomes (PP-AC)
Major Olímpio (PSL-SP)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Marcio Bittar (MDB-AC)
Marcos do Val (Pode-ES)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
Nelsinho Trad (PSD-MS)
Osmar Aziz (PSD-AM)
Oriovisto Guimarães (Pode-PR)
Plínio Valério (PSDB-AM)
Reguffe (Pode-DF)
Roberto Rocha (PSDB-MA)
Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
Romário (Pode-RJ)
Rose de Freitas (Pode-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (MDB-MS)
Soraya Thronicke (PSL-MS)
Styvenson Valentim (Pode-RN)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Telmário Motta (Pros-RR)
Vanderlan Cardoso (PP-GO)
Wellington Fagundes (PL-MT)
Zequinha Marinho (PSC-PA)
Não à reforma
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Cid Gomes (PDT-CE)
Eliziane Gama (Cidadania-MA)
Fabiano Contarato (Rede-ES)
Fernando Collor (Pros-AL)
Humberto Costa (PT-PE)
Irajá (PSD-TO)
Jaques Wagner (PT-BA)
Jean Paul Prates (PT-RN)
Leila Barros (PSB-DF)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB)
Weverton (PDT-MA)
Zenaide Maia (Pros-RN)
Fonte: RBA

Senado aprova reforma da Previdência de Paulo Guedes, discípulo de Pinochet, diz oposição


“Está aí o exemplo do Chile, a inspiração de Paulo Guedes", afirma Humberto Costa. “Nas últimas semanas entendemos por que essa reforma é a do Chile", diz Randolfe Rodrigues
Paulo Guedes, atrás de Alcolumbre e ao lado de Flávio Bolsonaro, aparece minutos antes do resultado da votação

São Paulo – Após rápida aprovação do texto da “reforma” da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, o plenário do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (22), em segundo turno, por 60 votos a 19, a Proposta de Emenda à Constituição 6/201. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da PEC, pediu ao plenário para rejeitar quatro emendas individuais, de Pros, PT, PDT e Rede, que serão apreciadas em seguida. Ele destacou que a proposta não foi consensual e que o projeto “não é perfeito, mas é o melhor possível”.
A PEC foi concebida sob orientação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, segundo a oposição, é inspirado pelo ditador chileno Augusto Pinochet. “Está aí o exemplo do Chile, a inspiração de Paulo Guedes, verdugo do povo pobre brasileiro, esse discípulo de Pinochet, que quer aqui no Brasil aquilo que foi feito lá e está fazendo aquele país viver um ambiente de incerteza e crise social”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também mencionou o general chileno que governou o país andino por 17 anos (1973-1990). “Essas últimas duas semanas entendemos por que essa reforma é a do Chile. Paulo Guedes se orgulha de ter se formado no Chile de Pinochet, que está desmilinguindo”, afirmou na tribuna.
Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que “os mais pobres pagarão a conta de uma economia de R$ 800 bilhões”. “Sentirão os comerciantes e a economia das cidades do interior do Nordeste”, disse. Leila Barros (PSB-DF) afirmou que a reforma é “dura com o regime geral, com a transição dos servidores, com as mulheres”.
Um dos principais pilares e inspiração do texto da reforma, a capitalização, como a implementada no Chile a partir da era Pinochet, foi retirada da proposta na Câmara. Mas a oposição acredita que novas investidas serão feitas para tentar trazer a ideia novamente ao debate no Legislativo e literalmente privatizar o sistema previdenciário brasileiro.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) comemorou a aprovação do texto. ‘É um momento histórico que vai colocar o Brasil em outro patamar”, assegurou. “O Congresso cumpre sua responsabilidade, com um remédio amargo, mas extremamente necessário. Uma grande vitória do Brasil.”
Na CCJ, Jereissati acatou emenda do senador Paulo Paim (PT-RS), que “regula” a redação das regras de transição aos segurados do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), com a aplicação do regime de pontos 86/96 (que atualmente é 85/95). A redação da PEC 6/2019 não mencionava dispositivo que assegura a apuração de idade e tempo de contribuição em dias para o cálculo.
A outra emenda de Paim acrescenta a expressão “no mínimo”, antes da quantidade de anos de exercício necessários de atividade em área com exposição a agentes nocivos à saúde. “Há hipóteses em que os trabalhadores contam com mais tempo de contribuição que o tempo mínimo exigido”, justificou Paim.
Paim também tentou aprovar emenda para garantir isonomia entre servidores públicos e trabalhadores do regime geral, para que nunca recebam pensão por morte inferior ao salário mínimo. No relatório de Tasso, só são beneficiados os trabalhadores privados. Na avaliação da assessoria do relator, a emenda é de mérito e não poderia ser acatada.
O plenário votará ainda quatro destaques de bancada ao texto. Do Pros, sobre a conversão de tempo especial em comum ao segurado do RGPS. Do PT, relativo à aposentadoria especial para o trabalhador em atividades exercidas com exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos. Da Rede, que trata da idade mínima para fins de aposentadoria especial decorrente de atividade com exposição a agentes. E do PDT, sobre revogação dos regimes de transição atuais.
Fonte: Rede Brasil Atual com informações da Agência Senado


STF retoma nesta quarta-feira julgamento que pode libertar Lula


Relator da ação, ministro Marco Aurélio defende que a pena tenha início só após esgotados os recursos. Em jogo está o respeito à Constituição
Plenário do STF retoma hoje (23) julgamento que pode restabelecer em parte a normalidade democrática no país

Brasil de Fato – O Supremo Tribunal Federal (STF) irá retomar na manhã de quarta-feira (23) o julgamento que irá decidir se um réu condenado em segunda instância deve cumprir a pena imediatamente ou se tem direito a aguardar que todos os recursos disponíveis na Justiça se esgotem. A decisão deve ser a mais importante deste ano, pois poderá resultar na soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político desde abril do ano passado, além de outras quase cinco mil pessoas encarceradas sem condenação em definitivo. Em jogo está o inciso 57 do Artigo 5º da Constituição Federal, segundo o qual ” ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
O ambiente político, envolvendo episódios como o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff e a posterior condenação sem provas de Lula, tem contaminado as decisões do STF e feito a opinião dos ministros variar ao longo dos anos, mas espera-se uma decisão definitiva para esta quarta.
julgamento começou na semana passada, quando os ministros quase não falaram. A sessão foi reservada apenas para o relatório apresentado por Marco Aurélio Mello e as sustentações orais dos advogados.
Agora serão ouvidos os amicus curiae – termo em latim para “amigos da corte”, pessoa ou entidade com interesse em discussões levadas ao tribunal –, além de manifestações da Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério Público Federal (MPF). Após as falas, os ministros devem começar a votar.
A expectativa é de que a Corte assegure o direito de a pessoa acusada aguardar em liberdade até que se esgotem todos os recursos. O ministro Marco Aurélio Mello acredita que o placar final será 7 a 4 em favor da prerrogativa constitucional, segundo o ConJur. Outros ministros ouvidos pelo site apostam em um placar mais apertado: 6 a 5 contra a prisão em segunda instância.
Restrição de direitos
Durante a sessão da semana passada, foi ouvida a advogada da ONG Conectas Direitos Humanos, Silvia Souza. Para ela, prisões só devem ocorrer após o fim do trânsito em julgado.
“É preciso reconhecer que a restrição de direitos, sejam econômicos, sociais ou as liberdades, atinge em primeiro lugar e com muito mais força a população pobre, preta e periférica. Aqueles que pouco aqui são ouvidos e representados, haja visto eu ser a única mulher negra, a única pessoa negra a ocupar esta tribuna […] Os corpos negros estão nas valas, estão empoleirando as prisões em condições subumanas, em condições insustentáveis”, disse.
Já o advogado e ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo Leonardo Sica criticou o que considerou uma confusão criada pelo STF quando a corte decidiu, em 2016, que é possível cumprir pena após condenação em segunda instância.
Segundo ele, “desde a decisão de 2016 instalou-se o caos normativo […] A pena alternativa não pode ser executada, mas a de prisão pode”. Ele condenou o fato de os ministros terem cedido à pressão da “opinião pública” em 2016. “O senso comum escreveu as piores páginas da Justiça penal”.
Ouvido durante a sessão, o jurista Lenio Streck seguiu a mesma linha, pedindo para que os ministros fizessem a “coisa certa”. “Fazer a coisa certa é julgar com responsabilidade política sem politizar o direito”.
Uma das falas mais contundentes foi a do ex-ministro da Justiça durante o governo de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo. Para ele, os argumentos usados por quem defende a execução da pena após julgamento em segunda instância são falaciosos.
“Fosse o senso comum valer, venhamos a abolir os tribunais e vamos transformar a Justiça naquelas arenas romanas, em que o imperador dizia sim ou não. É assim que nós vamos tratar os seres humanos? Estamos em um Estado de direito e, como tal, devemos respeitá-lo”, afirmou.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o jurista Aury Lopes Jr também contestou as justificativas dadas para apoiar a prisão em segunda instância.
“A questão é que agora temos alguém preso e que amanhã pode ser absolvido, ou a pena pode ser reduzida, podem modificar o regime, podem anular o processo inteiro e a pessoa ficou presa anos sem trânsito em julgado, sem fundamento cautelar”, diz.
Para ele, a posição em favor da prisão em segunda instância, adotada pelo Supremo em 2016, foi “absolutamente equivocada […] estão subvertendo totalmente [o Estado de direito]”
Fonte: Rede Brasil Atual

Mais de 50 famílias resistem à ameaça de despejo em área do grupo Atalla, no Paraná


Fazenda foi declarada pelo Incra como grande latifúndio improdutivo, em 2008
Ao todo, 150 pessoas vivem no local, entre crianças, jovens, adultos e idosos - Créditos: Divulgação
Ao todo, 150 pessoas vivem no local, entre crianças, jovens, adultos e idosos / Divulgação

Cerca de 50 famílias do acampamento Ester Fernandes resistem a uma ameaça de despejo no município de Alvorada do Sul, norte do Paraná. Na manhã desta segunda-feira (21), cerca de 10 viaturas da Polícia Militar do 15º Batalhão e ônibus do próprio grupo Atalla foram até a entrada da comunidade para realizar o despejo, no entanto, a chuva forte que atingiu a região dificultou a execução.
As famílias permanecem na comunidade para resistir ao despejo. Ao todo, 150 pessoas vivem no local, entre crianças, jovens, adultos e idosos. No período da tarde desta terça-feira (22), as famílias viveram momentos de tensão, com sobrevoos de avião de pequeno porte, pertencente ao grupo Atalla, e de um helicóptero da Polícia Militar, por cerca de meia hora.
A área, de 692 hectares, é chamada fazenda Palheta e pertence ao grupo Atalla, proprietário da Usina Central do Paraná. A fazenda foi classificada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como grande latifúndio improdutivo, em 2008, e ocupada pelos agricultores e agricultoras sem terra em janeiro de 2009. A área faz parte de 10,6 mil hectares declarados improdutivos pelo Incra em sete imóveis do grupo, localizados em Centenário do Sul, Florestópolis, Porecatu, Jaguapitã, Guaraci, Miraselva e Alvorada do Sul.
Além da improdutividade das terras, o grupo Atalla deve cerca de R$ 650,2 milhões para a União e foi flagrado com trabalhadores em situação análoga à escravidão, a partir de investigação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal.
O agricultor Samuel Pereira mora no acampamento com a família e relata ter sido uma das pessoas que enfrentou condições desumanas de trabalho em terras dos Atalla. “Eu posso dizer que eu mesmo nasci na terra dos Atalla e posso falar que a gente passou por desigualdade social, passamos até necessidade de pão por atraso de pagamento, serviço escravo. Eu sou uma das testemunhas”. Pereira garante que ele e a família vão resistir. “A gente quer um pedaço de terra pra poder sobreviver”, afirma.
O município de Alvorada do Sul integra a Região Metropolitana de Londrina, norte do Paraná. 
Resistência
As famílias permanecem na área, na expectativa de seguir com a produção de alimentos e a construção da vida no campo. “O nosso objetivo e nossa resistência na terra é porque a gente quer plantar. Eu tenho 16 mil pés de mandioca plantada, um estaleiro de maracujá, uma casa que nós já construímos e um padrão que a gente paga energia certinho”, relata Maurício Dionísio, que mora no local com a família desde o primeiro ano da ocupação. “A gente resiste por causa dessa terra que nós estamos tentando conquistar, e vamos lutar até o fim”, garante Dionísio.
“O sonho da gente é ter a terra pra construir, pra plantar e produzir. Ter umas vaquinhas pra fazer queijo, leite pra vender. O sonho da gente é estar na luta pra ter uma vida melhor”, reforça Maria Aparecida Lopes, esposa de Dionísio, moradora da área há 10 anos. Juntos, eles produzem diversidade de alimentos para o consumo próprio e também para venda do excedente. Entre os itens produzidos está milho, mandioca, feijão e maracujá.
Um ato inter-religioso em solidariedade às famílias acampadas será realizado nesta quinta-feira (24), às 10h, no próprio acampamento. A atividade deve reunir religiosos de diferentes matrizes religiosas e pessoas apoiadoras da comunidade, vindas de municípios da região. Os acampados fazem parte da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). 
Situação jurídica
As famílias já sofreram dois despejos na área, em 2009 e 2010, no entanto, conseguiram se reorganizar e reocupar a fazenda. O juiz da Vara Cível da Comarca de Bela Vista do Paraíso ordenou que a desocupação da área deveria ocorrer até o dia 19 de outubro de forma espontânea.
Caso as famílias não saíssem, o juiz ordenou o uso de força policial e desligamento da energia elétrica. O corte na energia elétrica tem prejudicado a saúde de um morador idoso que utiliza aparelho de inalação, e também fez com que as famílias perdessem alimentos armazenados em geladeira.
O advogado da comunidade, João Carlos Peres, e a Defensoria Pública do estado entraram com recursos no Tribunal de Justiça (TJ) com o pedido de suspensão da reintegração de posse. Os recursos estão nas mãos da 17ª Vara Cível do TJ, sob relatoria do desembargador Francisco Carlos Jorge.
De acordo com o advogado, representantes da prefeitura do município e do Conselho Tutelar estiveram no local e informaram no processo que há várias famílias em situação de vulnerabilidade social no local.
Somente neste ano, sete comunidades rurais já foram despejadas, contrariando diálogos realizados por Bispos do Paraná com o governador do Estado, Ratinho Junior (PSD). Pelo menos outras 70 áreas de acampamentos rurais então sob ameaça de despejo.
 Fonte: Brasil de Fato
Edição: Lia Bianchini


No Paraná, 56,2% das rodovias estão em condições regulares, ruins ou péssimas

Trecho de rodovia estadual na Grande Curitiba: buracos e risco elevado
Trecho de rodovia estadual na Grande Curitiba: buracos e risco elevado (Foto: Franklin de Freitas)

Apenas 12,6% das estradas que cortam o Paraná são consideradas ótimas - e isso que o porcentual cresceu no último ano. É o que revela um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado ontem e que também mostra que 31,3% das rodovias são boas; 33,8% são regulares; 19,2% são ruins e 3,2%, péssimas.
O levantamento avaliou mais de 6,3 mil quilômetros de rodovias de todo o estado e considerou condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via, além de apontar os pontos críticos dos trechos. Ao todo, no Paraná, foram avaliadas 57 rodovias, entre estaduais e federais.
Dos 6.331 quilômetros de estradas avaliados pela CNT, 798 são considerados ótimos, o que aponta para uma alta de 28,9% na comparação com o ano passado, quando 619 quilômetros de estrada receberam a avaliação máxima. Já a quilometragem de estradas consideradas em boas condições caiu 7,6%, passando de 2.130 para 1.979.
Já o porcentual de estradas classificadas como regulares, ruins ou péssimas manteve-se praticamente estável, passando de 56,5% para 56,2%. A boa notícia é a redução de 24,5% na quilometragem dos trechos considerados péssimos, que passaram de 249 km para 200 km. Os trechos considerados regulares caíram de 2.203 para 2.140, enquanto os ruins subiram de 1.129 para 1.214.
Com relação ao pavimento e sinalização da estrada, 83,9% e 85,3% dos trechos avaliados, respectivamente, foram classificados como ótimo, bom ou regular. O grande problema, contudo, é a geometria da via, que avalia questões como o tipo de rodovia (pista simples ou dupla) a presença de faixa adicional de subida (terceira faixa), de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento. Nesse aspecto, apenas 4,6% das estradas receberam avaliação ‘ótima’, enquanto 34,2% foram classificadas como ‘péssimas’.
Por fim, a Pesquisa CNT de Rodovias 2019 também aponta ser necessário o investimento de R$ 2,65 bilhões para a recuperação do pavimento das estradas paranaenses. A maior fatia do montante (R$ 1,7 bilhão) diz respeito a ações emergenciais de recuperação em trechos que somam uma extensão total de 1.416 quilômetros e apresentam problemas como trincas, buracos, ondulações e afundamentos, enquanto outros R$ 946 milhões seriam necessários para a manutenção de 3.073 km de estrada considerados desgastados.
Estado tem duas das melhores e duas das piores ligações rodoviárias de todo o país
Até o ano passado, a estrada que liga Campo Mourão com Guarapuava, ambos na região central do Estado e passando por rodovias diversas (BR-487, PR-460, PR-466/BR-466, PR-487/BR-487), aparecia no estudo da CNT como uma das 10 piores ligações rodoviárias do país. Neste ano, conseguiu melhorar sua colocação e subiu para o 95º lugar dentre as 109 ligações avaliadas. O 94º lugar também fica no Paraná. Trata-se da ligação entre Barracão e Cascavel, no oeste paranaense, num trecho que perpassa rodovias como a BR-163, PR-163, PR 182 e PR-582.
Na outra ponta, as melhores ligações existentes no Paraná são aquelas que ligam municípios paranaenses com capitais de outros estados. A melhor colocação é para a BR-116, que liga Curitiba com São Paulo e aparece na 20ª colocação. Já a estrada que liga Curitiba com Porto Alegre aparece na 23ª colocação. Essa via inclui quatro rodovias diferentes: BR-101, BR-280, BR-290 e BR-376.
Em 2018, Paraná registrou 22 acidentes e uma morte por dia nas estradas federais
O estudo da CNT ainda trouxe dados sobre acidentes em rodovias federais, com informações sobre 2018. E o número assusta: apenas em 2018, foi registrada a média de 22 acidentes e uma morte por dia (1,35 óbitos diários em média, mais precisamente).
Ao todo, foram registrados 7.934 acidentes, dos quais 6.132 foram ocorrências com vítimas. O número de mortes foi de 494 no estado. Já no Brasil inteiro foram registrados no mesmo período 69.206 acidentes, com um total de 5.296 mortes.
A estimativa da CNT é que todas essas ocorrências no Paraná tenham gerado um custo total de R$ 1,04 bilhão no ano passado, com a maior parte do bolo (R$ 650 milhões) referente aos acidentes com vítimas. Outros R$ R$ 337 milhões dizem respeito aos acidentes fatais, enquanto os acidentes sem vítimas tiveram um custo estimado de R$ 52,4 milhões.
Estado Geral das Estradas no Paraná

2019
Condição da estrada Km (%)
Ótimo 798 (12,6%)
Bom 1.979 (31,3%)
Regular 2.140 (33,8%)
Ruim 1.214 (19,2%)
Péssimo 200 (3,2%)
Total 6.331 (100%)

2018

Condição da estrada Km (%)
Ótimo 619 (9,8%)
Bom 2.130 (33,7%)
Regular 2.203 (34,8%)
Ruim 1.129 (17,8%)
Péssimo 249 (3,9%)
Total 6.330 (100%)

Fonte: Bem Paraná