quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Eleição do Conselho Tutelar tem 37 candidatos


Campanha eleitoral começa amanhã (5), a 30 dias do pleito, previsto para 6 de outubro

A Comissão Eleitoral de Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) divulgou ontem (4) a lista dos 37 candidatos habilitados para concorrer na eleição do Conselho Tutelar de Apucarana, para gestão 2020/2014. Cumprindo as etapas do processo de preparação do pleito, 47 inscritos participaram de uma prova de conhecimentos gerais no dia 18 de agosto e 37 foram habilitados para concorrer a uma das 5 vagas de titulares do conselho.
Em reunião realizada hoje, no salão nobre da Prefeitura, os 37 candidatos habilitados foram apresentados oficialmente à comunidade e receberam orientações sobre as regras do pleito eleitoral que inicia hoje (5). Os participantes podem, por exemplo, utilizar as redes sociais para divulgação da sua campanha e distribuir panfletos com nome, número e foto.
A eleição do conselho tutelar está programada para o dia 6 de outubro (domingo) e as urnas estarão à disposição dos eleitores de Apucarana no Colégio Braga Cortes. Poderão votar todos os eleitores do município, munidos do título de eleitor e um documento de identificação oficial com foto. O voto é facultativo.
A reunião com os candidatos foi conduzida pela secretária municipal da Assistência Social e também membro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Ana Paula Nazarko. “Até hoje, essa eleição do Conselho Tutelar é que registrou maior número de candidatos. A partir de amanhã eles estão liberados para fazer a campanha junto à população. Desejo sorte a todos”, disse Ana Paula.
O processo eleitoral poderá ser acompanhado também pelo site da prefeitura de Apucarana, www.apucarana.pr.gov.br, no banner “Eleições Unificadas do Conselho Tutelar”.
Candidatos habilitados, em ordem alfabética, no processo de seleção de membros para o Conselheiro Tutelar:
ADRIANA DOS SANTOS EDUARDO
ALEXANDRE MACHADO DA SILVA
AMÁLIA COSTA BITTENCOURT ZIELONKA DE MELLO
ANDRÉ DOS REIS
ANIELE FERRAGINI DE LIMA
CAMILA MAIARA CAMPIDELI
CAROLINE BARICHELLO
CLEVERSON MACHADO DA SILVA
DIEGO JOÃO DA SILVA BILATTI
EDSON LOPES CAMARGO
EIDIANA CRISTINA BERNARDES DA SILVA
ELIANE LEMES DOS SANTOS CORRÊA
ELISABETE APARECIDA CATENACE PEREIRA
ELOIZA PEREIRA DA SILVA
ÉRICA CRISTINA BETIN
EZEQUIEL CUBINES
FATIMA KATI GHADBANE PAIANO
FERNANDO DE AZEVEDO VIEIRA
HELOÁ RAISA BERNARDES
IRENE PRINCIPATO SCHMEREGA
IRIS CRISTINA GONZAGA DOS SANTOS
IVAN MARCOS DARODDA
JOSÉ APARECIDO DE JESUS
JULIANE DE LIMA
LUCI APARECIDA FERNANDES DA SILVA
MARCIO ADRIANO DA SILVA
MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA DA SILVA
MARIA LUZINETE CARVALHO DO NASCIMENTO PEREIRA
MARIZA GENY SCAFF
MARLENE SALAS RODELO
MATHEUS ROSA VIETRO
NILTON BARBOSA VIEIRA
PAULO AUGUSTO LOURIN
STEFAN HENRIQUE KONHEVALIKI
TATIANE CAROLINA DA SILVA
THIAGO EDUARDO DOS SANTOS GIMENES
VANESSA MADALENA DA SILVA


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Intercept Brasil: ONU diz que corremos risco de vida


Segundo Leandro Demori, editor executivo do Intercept Brasil, "a ONU está preocupada com os ataques que o Intercept Brasil vem sofrendo e escreveu ao governo brasileiro sobre a urgência de garantir nossa proteção, punir os responsáveis pelas ameaças e prevenir uma possível tragédia"
Jornalistas Leandro Demori e Glenn Greenwald, do Intercept Brasil.
Jornalistas Leandro Demori e Glenn Greenwald, do Intercept Brasil.

247 - Segundo Leandro Demori, editor executivo do Intercept Brasil, "a ONU está preocupada com os ataques que o Intercept Brasil vem sofrendo e escreveu ao governo brasileiro sobre a urgência de garantir nossa proteção, punir os responsáveis pelas ameaças e prevenir uma possível tragédia", escreveu nesta quarta-feira (4).
Demori conta que na terça-feira (3), o jornalista Jamil Chade divulgou uma carta enviada ao Itamaraty pelo relator das Nações Unidas para a proteção do direito à liberdade de opinião, David Kaye, mas que "o governo Bolsonaro não deu a menor bola".
"Recebemos essa notícia na redação com muita preocupação, mas ao mesmo tempo agradecidos por saber que as autoridades internacionais estão de olho no que acontece por aqui (...). Kaye escreveu ao governo brasileiro para comunicar que tomou conhecimento de uma série de ameaças contra o Intercept Brasil após as primeiras publicações da #VazaJato. Por esta razão, o relator se disse profundamente preocupado com a minha segurança e a de Glenn Greenwald, cofundador e colunista do Intercept, de sua família e dos demais membros da nossa redação", relatou Demori.
Kaye escreveu que "se os fatos alegados estiverem corretos, constituem uma clara violação dos artigos 19 e 2 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário desde de 24 de janeiro de 1992. Manifesto, sobretudo, minha preocupação com a hostilidade de membros do Senado e do governos contra as pessoas mencionadas em reação às revelações feitas por elas".
Demori conta que desde o início da série de reportagens da #VazaJato, em junho de 2019, ele e equipe do Intercept foram "obrigados a tomar novas medidas de cautela e investir pesado em nossa segurança física e digital. É uma tristeza que isso seja necessário, mas sabemos que Brasil é um dos países mais perigosos no mundo para jornalistas. Aqui, a verdade mata. E desde que o governo atual decidiu enquadrar a imprensa — e a Constituição Federal — entre seus principais inimigos, este cenário apenas piorou".


No Chile, direita, centro e esquerda se unem em repúdio ao ataque de Bolsonaro contra Bachelet


O ataque de Jair Bolsonaro à ex-presidente chilena e Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e à memória de seu pai, o brigadeiro Alberto Bachelet, morto após ter sido torturado por agentes da ditadura de Augusto Pinochet, uniu parlamentares de direita, do centro e da esquerda chilena no repúdio as declarações feitas pelo atual ocupante do Palácio do Planalto

247 - ataque feito por Jair Bolsonaro à ex-presidente chilena e Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e à memória de seu pai, o brigadeiro Alberto Bachelet, morto após ter sido torturado por agentes da ditadura de Augusto Pinochet, uniu parlamentares de direita, do centro e da esquerda na condenação as declarações feitas pelo atual ocupante do Palácio do Planalto. 
“São lamentáveis as declarações de Bolsonaro. Ele usa a figura de Bachelet para assuntos de política interna do Brasil. As batalhas se ganham com ideias, não com acusações desse tipo. Uma liderança política séria e responsável deve ter argumentos e não fazer ataques” afirmou deputado Issa Kort, da União Democrática Independente (UDI), extrema direita ao jornal O Globo
"Conhecemos a História de nosso país e devemos aprender dela, mas não permitir que outros países usem nossa História para seus fins políticos. Nunca usamos a História do Brasil para fins de política interna e não podemos aceitar que Bolsonaro o faça. O que aconteceu no Chile fica no Chile e se resolve no Chile", completou.
O senador e ex-secretário geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, do Partido Socialista, que faz oposição ao presidente Sebastian Piñera pediu que o governo chileno se pronuncie sobreo caso. "O senhor Bolsonaro demonstrou uma capacidade de insultar as pessoas absolutamente impressionante", postou no Twitter.
O ex-embaixador do chileno na Argentina e em Washington, Juan Gabriel Valdés, afirmou que  "a menção ao pai de Michelle Bachelet é miserável. Espero que o governo do Chile proteste diante de insultos que afetam nosso país”. 


Futuro do Brasil está ameaçado sob Bolsonaro, alerta manifesto da oposição em defesa da soberania


Em ato que contou com líderes de seis partidos (PT, PCdoB, PDT, PSOL, PSB e Rede), entre eles Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Roberto Requião e Guilherme Boulos, a oposição lançou nesta terça-feira, 4, manifesto em defesa da soberania do Brasil. "Vivemos um momento de entrega de nosso patrimônio, com a venda de nossas riquezas: petróleo, minério, água, energia, Amazônia, empresas públicas e estatais, tudo está em risco”, diz o manifesto
Brasília- DF. 04-09-2019- Seminário pela Soberania Nacional e Popular, com a presença de Dilma Roussef, Fernando Haddad e Guilherme Boullos. Foto Lula Marques
Brasília- DF. 04-09-2019- Seminário pela Soberania Nacional e Popular, com a presença de Dilma Roussef, Fernando Haddad e Guilherme Boullos. Foto Lula Marques (Foto: Lula Marques)

Do PT na Câmara - Em manifesto divulgado hoje (4) em Brasília em defesa da soberania nacional e dos direitos do povo, seis partidos de oposição (PT, PCdoB, PDT, PSOL, PSB e Rede), a Liderança da Minoria na Câmara e diferentes entidades da sociedade civil alertaram a população brasileira para os graves riscos ao futuro do Brasil em consequência da política de submissão do governo de extrema direita Jair Bolsonaro aos interesses estrangeiros, em especial dos Estados Unidos.
“As nações também podem morrer, quando desconstroem sua democracia, quando se submetem, quando se curvam aos desígnios de outras potências e renunciam a construir de forma autônoma seu próprio futuro. Vivemos um momento de entrega de nosso patrimônio, com a venda de nossas riquezas: petróleo, minério, água, energia, Amazônia, empresas públicas e estatais, tudo está em risco”, diz um trecho do manifesto lido pelo ex-senador Roberto Requião, depois de ato em Defesa da Soberania Nacional e Popular e contra as privatizações, realizado na Câmara dos Deputados.
Do evento participaram, entre outros, a ex-presidenta Dilma Rousseff e os ex-candidatos à Presidência da República Fernando Haddad e Guilherme Boulos. O manifesto tem o objetivo de sensibilizar as forças democráticas do País e levantar a sociedade em defesa da soberania nacional. Depois do ato foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, presidida pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) e coordenada pelo deputado Patrus Ananias (PT-MG).
Brasil de joelhos para os gringos
No documento, alerta-se para o fato de “a nação brasileira estar de joelhos perante o capital estrangeiro” ao mesmo tempo em que ocorre a destruição de direitos históricos do povo, como a aposentadoria, saúde pública e a educação pública e gratuita.
Conforme o manifesto, o conceito de soberania nacional, gravado no artigo 1º da Constituição, significa afirmar que um país “decide sobre seu próprio destino, protege seu território e utiliza suas riquezas em benefício de seus cidadãos e cidadãs”.
Submissão de Bolsonaro aos EUA
É também criticada a subordinação do governo Bolsonaro aos interesses dos EUA, o que é explicitado no acordo firmado com Washington para a utilização da Base de Alcântara, no Maranhão, e no acordo Mercosul-União Europeia.
O manifesto também defende a presença de forças de defesa na Amazônia para combater o desmatamento e a biopirataria, ao mesmo tempo em que preconiza a atuação do Estado para a melhoria das condições de vida da população que vive na floresta e a defende.
O documento critica as privatizações de empresas públicas e estatais e cita o Banco do Brasil, CEF, BNDES, BNB e Basa como bancos estratégicos para o desenvolvimento nacional, para financiar com juros subsidiados a moradia, agricultura familiar, a infraestrutura e os investimentos de longo prazo.
“O Brasil que desejamos é muito maior do que este que está sendo destruído pelo governo ultraliberal e autoritário, submisso ao sistema financeiro nacional e internacional”, afirma o manifesto. “Neste momento da vida nacional é necessária a unidade de todas as forças democráticas, movimentos populares e organizações da sociedade civil para enfrentar os vendilhões da Pátria, os destruidores de direitos e os inimigos da democracia”, frisa o documento.
eia, abaixo, a íntegra do manifesto:
“Art. 1º – A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania(…)” (Constituição da República Federativa do Brasil)

POR UM BRASIL SOBERANO!

Em defesa do emprego e de nosso futuro
A nação brasileira está de joelhos perante o capital estrangeiro. Em nenhum momento da história foi tão necessária a unidade das forças democráticas e progressistas para fazer frente à tentativa de destruir um país que, nas últimas décadas, registrou vários avanços, a exemplo da inclusão social, preservação do meio ambiente, respeito à democracia, convivência pacífica com outras nações e a defesa da soberania nacional e do princípio da autodeterminação dos povos.
As nações também podem morrer, quando desconstroem sua democracia, quando se submetem, quando se curvam aos desígnios de outras potências e renunciam a construir de forma autônoma seu próprio futuro. Vivemos um momento de entrega de nosso patrimônio, com a venda de nossas riquezas: petróleo, minério, água, energia, Amazônia, empresas públicas e estatais, tudo está em risco. Está em curso também a destruição de políticas públicas conquistadas pelo povo brasileiro com muita luta: previdência (aposentadoria), saúde (SUS), educação (pública e gratuita). Este manifesto cria um movimento que tem como objetivo sensibilizar as forças democráticas e levantar a sociedade em defesa da soberania nacional.
Não é por acaso que a palavra soberania está gravada no artigo 1º da nossa Constituição, encabeçando os princípios fundamentais. Está ali para afirmar que o Brasil é um país que decide sobre seu próprio destino, protege seu território e utiliza suas riquezas em benefício de todos seus cidadãos e cidadãs. O Estado e o governo devem utilizar todos os recursos possíveis para cuidar bem da população e do seu futuro. E cuidar bem significa garantir saúde, educação, segurança, cultura e proteção social; direito ao trabalho e à aposentadoria; salário digno e crédito para produção e consumo; acesso à terra e à assistência no campo; acesso à alimentação; acesso à justiça; liberdade e democracia.
O atual governo, ultraliberal e autoritário, transformou nossa política externa em instrumento de total subordinação a outros interesses estrangeiros, como ficou patente no acordo firmado com os Estados Unidos para utilização da Base de Alcântara e no acordo Mercosul-União Europeia.
A proteção da Amazônia exige a presença do Estado brasileiro com forças de defesa nas fronteiras, no combate ao desmatamento e à biopirataria, na promoção das condições de vida digna para a população da região, mas também com cientistas e pesquisadores para estudar a fauna e a flora e empregar esse conhecimento na medicina, na farmacologia, na segurança alimentar e nos mais diversos campos da ciência em sintonia com os povos que vivem na floresta e a defendem.
O governo atual se propõe a acabar com o crédito e os bancos públicos. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, BNB e o BASA estão ameaçados. Ao longo da história do Brasil, os bancos públicos têm sido indispensáveis ao desenvolvimento sustentável e ao progresso do país. Fazem o que nenhum banco privado quer fazer: financiar com juros acessíveis a moradia, a agricultura familiar, a infraestrutura e os investimentos de longo prazo.
A “PEC da Morte”, que há três anos estabeleceu o teto dos gastos públicos, sequestrou parte da nossa soberania, dada pela capacidade do Estado de alocar recursos públicos conforme as necessidades da nação. O resultado é o desmonte da saúde pública, a volta de doenças que estavam controladas, a falta de medicamentos para os pobres, a volta da fome e a grave crise na educação que, neste momento, ameaça de fechamento de institutos federais, universidades públicas e centros de pesquisa, entre outros prejuízos para a população que mais precisa.
Um Brasil soberano exige a garantia de proteção social à população. É o contrário do que assistimos hoje com a revogação dos direitos trabalhistas, a redução sistemática do salário real e a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que vai destruir o regime público de aposentadoria. Seremos verdadeiramente soberanos com a implementação de políticas públicas que gerem renda e emprego, combatam as desigualdades sociais e regionais e permitam um futuro melhor para toda a nação.
O Brasil que desejamos é muito maior do que este que está sendo destruído pelo governo ultraliberal e autoritário, submisso ao sistema financeiro nacional e internacional. Convocamos todos os brasileiros e brasileiras, quaisquer que sejam suas preferências políticas e partidárias, a se unir em defesa da soberania nacional ameaçada. Neste momento dramático da vida nacional é necessária a unidade de todas as forças democráticas, movimentos populares e organizações da sociedade civil para enfrentar os vendilhões da Pátria, os destruidores de direitos e os inimigos da democracia.
Mais uma vez, serão as forças sociais comprometidas com a democracia que mobilizarão a energia cívica necessária para retirar nossa pátria da humilhação e da vergonha e por novamente o Brasil de pé para construirmos nosso destino como nação!
Brasília, 4 de setembro de 2019.


A 'falsa' luta contra a corrupção que levou Bolsonaro à presidência, segundo The Intercept


Andrew Fishman, editor do The Intercept, revelou possível ligação entre as mensagens vazadas do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, e do procurador e coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com a suposta imparcialidade de ambos no decorrer da Lava Jato.
Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília 23/08/2019
Jair Bolsonaro durante cerimônia em Brasília 23/08/2019 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Sputnik - Em entrevista à Sputnik Mundo, Andrew Fishman, editor do The Intercept, revelou possível ligação entre as mensagens vazadas de Moro e Dallagnol com a imparcialidade de ambos no decorrer da Lava Jato.
Em junho passado, o site The Intercept tornou públicas milhares de mensagens online do atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol, ambos figuras chave da operação Lava Jato. A divulgação do conteúdo das conversas levantou suspeitas sobre o trabalho de Moro e Dallagnol.

Mensagens e irregularidades

As mensagens apontariam irregularidades na operação que tinha como objetivo julgar casos de suborno de empresas brasileiras e o uso indevido de recursos da Petrobrás. As investigações resultaram na prisão de políticos brasileiros, dentre os quais o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.
Uma das primeiras irregularidades apresentadas pelo The Intercept seria a forma secreta como Sérgio Moro teria colaborado com os investigadores na formulação das acusações contra Lula. Por lei, as autoridades investigativas trabalham separadas do juiz, o qual não deve se envolver nos trabalhos de acusação.

Popularidade no Brasil

O vazamento das mensagens feito pelo The Intercept foi um verdadeiro desafio a uma pequena equipe de profissionais. Com apenas dez jornalistas, a equipe sofreu ameaças e muita pressão. Encabeçado por Andrew Fishman, editor do The Intercept, o grupo começou uma grande aventura ainda em 2016.
"Em 2016, quando estava em curso o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso, publicamos um artigo que foi visto por mais de 400 mil vezes. Em pouco tempo, 15% de nossa audiência se tornou brasileira e recebemos centenas de e-mails pedindo para abrirmos um site no Brasil", disse Fishman à Sputnik Mundo.
Com a Vaza Jato, nome dado ao vazamento das mensagens, o site bombou. O número de inscritos cresceu consideravelmente, enquanto gigantes da mídia, como a Folha de São Paulo, Veja, El País e o Buzzfeed, começaram a cooperar com o The Intercept.
Esta teria sido a segunda maior investigação do site depois da divulgação das revelações feitas por Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, sobre as operações de vigilância dos EUA no mundo. A investigação rendeu a Glenn Greenwald, um dos fundadores do The Intercept, o prêmio Pulitzer, considerado o Óscar do jornalismo.

Desafios

Embora o The Intercept ganhasse notoriedade, muitos desafios vieram pela frente. Temendo o governo e ações de intimação, os jornalistas continuaram seu trabalho acreditando que a verdade seria a sua melhor defesa. Para tanto, Fishman ressaltou à Sputnik a integridade do conteúdo vazado. Segundo ele, sua equipe teria verificado cuidadosamente as mensagens, evitando assim qualquer manipulação.
"Uma pessoa teria que levar anos para criar toda essa informação. Não há evidência de nenhum tipo de manipulação e há áudios com as vozes de todos eles, de maneira que os fabricar é impensável", acrescentou Fishman.
A reação do governo foi mais no campo das palavras do que com violência. No entanto, a guerra informacional pode ser muito daninha. Fishman lembrou durante a entrevista que sua equipe foi chamada de "criminosa", "cúmplice de hackers", assim como teriam sofrido ameaças de prisão. Além disso, uma de suas conversas em um bar teria sido gravada e editada para desacreditar o grupo.

Redes, eleições e jornalismo

Durante a corrida presidencial de 2018, a difusão de fake news no WhatsApp sobre diferentes candidatos teria dado vantagem ao candidato Bolsonaro, segundo Fishman. Para ele, tal estratégia foi financiada por milhões de dólares.
No entanto, o jornalista diz que notícias falsas não é uma coisa nova. A manipulação da propaganda está presente na história da política há muito tempo. O fator diferenciador seriam as tecnologias de comunicação presentes no atual século.
Fishman diz que o mais importante não é desvendar as mentiras difundidas, mas descobrir a fonte do dinheiro que financia as mentiras.

A falsa luta contra a corrupção

Uma das últimas revelações do The Intercept seria a parcialidade de agentes públicos na Lava Jato.
"Dallagnol tinha sete casos contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas usou a única que já havia prescrito, sabendo que não chegaria a lugar nenhum, para que a imprensa não dissesse que ele não era imparcial", conta Fishman.
Ao mesmo tempo, Dallagnol teria dito em uma de suas mensagens que lamenta ter que investigar bancos. Ao mesmo tempo, ele teria recebido grandes quantias de dinheiro de palestras feitas para certos bancos.
"Eles tinham favoritos e decidiram não ir atrás de certos casos e de certas pessoas, assim como os bancos [...] esta é mais uma das muitas peças de evidência que temos de que estavam abusando de seu poder", realçou o jornalista.


"O país está sendo destroçado por um governo de traidores", diz Lula em carta


Em uma carta aberta, o ex-presidente Lula, mantido como preso político em Curitiba, condenou a “entrega criminosa” do patrimônio nacional pelo governo Jair Bolsonaro, o qual qualificou como um “governo de traidores”. "Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país", diz Lula na carta escrita por ocasião do lançamento da Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional
Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

247 - Em uma carta aberta ao povo brasileiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantido como preso político em Curitiba, condenou a “entrega criminosa” do patrimônio nacional pelo governo Jair Bolsonaro, o qual qualificou como um “governo de traidores”. Já provamos, ao longo da história, que é possível enfrentar o atraso, a pobreza e a desigualdade, com soberania e no rumo da justiça social. Mas hoje o país está sendo destroçado por um governo de traidores. Estão entregando criminosamente as empresas, os bancos públicos, o petróleo, os minerais e o patrimônio que não lhes pertence, mas ao povo brasileiro. Até Amazônia está ameaçada por um governo que não sabe e não quer defendê-la”diz Lula na carta. 
“O que foi construído com esforço de gerações está ameaçado de desaparecer ou ser privatizado em prejuízo do país, como fizeram com a Telebrás, a Vale, a CSN, a Usiminas, a Rede Ferroviária, a Embraer. E sempre a pretexto de reduzir a presença estado, como se o estado fosse um problema quando, na realidade, ele é imprescindível para o país e o povo”, ressalta. 
“Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país”, observa o texto. 
Leia a íntegra da carta de Lula. 
Companheiras e companheiros de todo o Brasil,
Sempre acreditei que o povo brasileiro é capaz de construir uma grande Nação, à altura dos nossos sonhos, das nossas imensas riquezas naturais e humanas, nesse lugar privilegiado em que vivemos. Já provamos, ao longo da história, que é possível enfrentar o atraso, a pobreza e a desigualdade, com soberania e no rumo da justiça social Mas hoje o país está sendo destroçado por um governo de traidores. Estão entregando criminosamente as empresas, os bancos públicos, o petróleo, os minerais e o patrimônio que não lhes pertence, mas ao povo brasileiro. Até Amazônia está ameaçada por um governo que não sabe e não quer defendê-la; que incentiva o desmatamento, não protege a biodiversidade nem a população que depende da floresta viva.
Nenhum país nasce grande, mas nenhum país realizará seu destino se não construir o próprio futuro. O Brasil vai completar 200 anos de independência política, mas nossa libertação social e econômica sempre enfrentou obstáculos dentro e fora do país: a escravidão, o descaso com a saúde, a educação e a cultura, a concentração indecente da terra e da renda, a subserviência dos governantes a outros países e a seus interesses econômicos, militares e políticos.
Apesar de tudo, ao longo da história criamos a Petrobrás, a Eletrobrás, o BNDES e as grandes siderúrgicas hidrelétricas; os bancos públicos que financiam a agricultura, a habitação e o ensino; a rede federal e estadual de universidades, a Embrapa, o Inpe, o Inpa, centros de pesquisa e conhecimento, todo um patrimônio a serviço do país.
O que foi construído com esforço de gerações está ameaçado de desaparecer ou ser privatizado em prejuízo do país, como fizeram com a Telebrás, a Vale, a CSN, a Usiminas, a Rede Ferroviária, a Embraer. E sempre a pretexto de reduzir a presença estado, como se o estado fosse um problema quando, na realidade, ele é imprescindível para o país e o povo.
O mercado não vai proteger um dos maiores territórios do mundo, o subsolo e a plataforma continental; a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal. Não vai oferecer acesso universal à educação, saúde, seguridade social, segurança pública, cultura. O mercado não vai construir um país para todos.
A Petrobrás está sendo vendida aos pedaços a suas concorrentes estrangeiras. Já entregaram dois gasodutos estratégicos, a distribuidora e agora querem as refinarias, para reduzi-la a mera produtora de petróleo bruto e depois vender o que restou. Reduzem a produção de combustíveis aqui para importar em dólar dos Estados Unidos. E por isso disparam os preços dos combustíveis e do gás para o povo.
Se a Petrobrás fosse um problema para o Brasil, como a Rede Globo diz todo dia, por que tanta cobiça pela nossa maior empresa e pelo pré-sal, que os traidores também estão entregando? Agora mesmo querem passar a eles os poços da chamada Cessão Onerosa, onde encontramos jazidas muitas vezes mais valiosas que as ofertas previstas no leilão.
Problema é voltar a comprar lá fora os navios e plataformas que sabemos fazer aqui. É a destruição da cadeia produtiva de óleo e gás, pela ação do governo e pelas consequências do que fez um juiz em Curitiba. Enquanto fechava acordos com corruptos, vendendo a falsa ideia de que combatia a corrupção, 2 milhões de trabalhadores foram condenados ao desemprego, sem apelação.
Os trabalhadores e os mais pobres são os que mais sofrem com essa traição. Cada pedaço do país e das empresas públicas que vendem, a qualquer preço, são milhões de empregos e oportunidades roubadas dos  brasileiros.
É uma traição inominável matar o BNDES, vender o Banco do Brasil e enfraquecer a Caixa Econômica, indispensáveis ao desenvolvimento sustentável, à agricultura e à habitação. O ataque às universidades públicas também é contra a soberania nacional, pois um país que não garante educação pública de qualidade, não se conhece nem produz conhecimento, será sempre submisso e dependente das inovações criadas por outros.
Bolsonaro entregou nossa política externa aos Estados Unidos. Deu a eles, a troco de nada, a Base de Alcântara, uma posição privilegiada em que poderíamos desenvolver um projeto aeroespacial brasileiro. Rebaixou a diplomacia a um assunto de família e de conselheiros que dizem que a terra é plana. Trocou nossas conquistas na OMC pela ilusão da OCDE, o clube dos ricos que o desprezam. Anunciou um acordo com a União Europeia, sem pesar vantagens e prejuízos, e agora  brinca de guerra com os europeus para fazer o jogo de Trump.
Quem vai ocupar o espaço da indústria naval brasileira, da indústria de máquinas e equipamentos, da engenharia e da construção, deliberadamente destroçadas? Quem vai ocupar o espaço dos bancos públicos, da Previdência; quem vai fornecer a Ciência e a Tecnologia que o Brasil pode criar? Serão empresas de outros países, que já estão tomando nosso mercado, escancarado por um governo servil, e levando os lucros e os empregos para fora. 
Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país.
É urgente enfrentá-los, porque seu projeto é destruir nossa infraestrutura, o mercado interno e a capacidade de investimento público – para inviabilizar de vez qualquer novo projeto de desenvolvimento nacional com inclusão social. O povo brasileiro terá mais uma vez que tomar seu próprio caminho. Antes que seja tarde demais para salvar o futuro.
Por isso é tão importante reunir amplas forças sociais e políticas, como neste seminário que se realiza hoje em Brasília, junto ao lançamento da Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional. Saúdo a todos pela relevante inciativa que é o recomeço de uma grande luta pelo Brasil e pelo povo.
Daqui onde me encontro, renovo a fé num Brasil que será novamente de todos, na construção da prosperidade, da igualdade e da justiça, vivendo na democracia e exercendo sua inegociável soberania.
Viva o Brasil livre e soberano! 
Viva o povo brasileiro! 
Luiz Inácio Lula da Silva”
Curitiba, 4 de setembro de 2019


Justiça bloqueia mais R$ 19,96 milhões de Beto Richa e outros acusados em ação do pedágio

Richa: decisão foi tomada em processo que investiga suspeita de favorecimento à concessionária de pedágio Econorte
Richa: decisão foi tomada em processo que investiga suspeita de favorecimento à concessionária de pedágio Econorte (Foto: Geraldo Bubniak)


O juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba, determinou hoje o bloqueio de bens do ex-governador Beto Richa (PSDB) e mais dezesseis pessoas além de duas empresas no valor de R$ 19,96 milhões, no âmbito da Operação Integração, fase da Lava Jato que investiga um esquema de corrupção no pedágio. Richa e os demais envolvidos são acusados pelo Ministério Público Federal de improbidade administrativa, pela suposta participação em um esquema de pagamento de propina da concessionária Econorte por políticos e agentes públicos, em troca de aditivos contratuais, com cancelamento de obras e aumento de tarifas. O bloqueio foi pedido como forma de garantir o ressarcimento dos cofres públicos pelos prejuízos causados com o esquema, em caso de condenação. (Veja a íntegra dos despacho)
No mês passado, o juiz da 23ª Vara Federal de Curitiba, Paulo Sérgio Ribeiro, já havia acatado outro pedido de bloqueio de bens de até R$ 2 milhões contra Richa e outras seis pessoas investigadas na operação Piloto, também do MPF, que investiga suspeitas de fraude em uma licitação para a duplicação da PR-323 (região Noroeste). 
Fonte: Bem Paraná

Apucarana retira árvores de grande porte dos cemitérios


A ação encabeçada pela Aserfa atende Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre Município e Ministério Público
(Foto: PMA)
A Autarquia dos Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa) está dando continuidade à erradicação das árvores existentes nos cemitérios. Com o auxílio de um guindaste e trabalho operacional de servidores da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, 17 araucárias e outras duas árvores de grande porte estão sendo retiradas nesta semana do Cemitério Cristo Rei.
A ação atende a Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre Município e Ministério Público e visa assegurar a licença de operação junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP). “O corte não é escolha do município, ele atende a determinação da promotoria que acatou ação popular que exigiu a realização de adequações nos cemitérios de Apucarana para ficarem em conformidade com exigência do IAP”, explica Marcos Bueno, diretor-presidente da Aserfa.
Ele esclarece que a legislação atual proíbe que haja sepultamentos ao redor de árvores de grande porte. “Nossos cemitérios municipais são antigos e foram estruturados em uma época onde a legislação era outra. Naquele tempo podia, mas hoje é proibido o sepultamento ao redor dessas árvores. Com isso, muitos jazigos estão interditados, o que gera um desconforto muito grande para as famílias. Ao realizarmos essa erradicação, os espaços voltam a estar liberados para uso”, detalha Bueno. De acordo com ele, o paisagismo do novo cemitério municipal – Morada da Paz – que será estruturado em área de dois alqueires na Gleba Nova Ucrânia, já atenderá a legislação atual.
Desde o início do TAC, firmado em 2013 e renovado em 2016, o Município já erradicou cerca de 150 árvores de diversas espécies. “Estamos na reta final dos trabalhos que, no Cemitério Cristo Rei devem ser concluídos até sábado. Na segunda-feira seguimos para o Cemitério da Saudade, onde os serviços prometem ser mais árduos. Por ser mais antigo, há árvores ainda maiores como, por exemplo, um eucalipto gigante com cerca de 40 metros de altura. Neste cemitério as ações devem durar cerca de 10 dias”, relata Marcos Bueno, diretor-presidente da Aserfa. O guindaste usado nas operações foi contratado junto a empresa especializada mediante processo licitatório.
A compensação pelo abate das árvores será feito em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Vamos providenciar o plantio de espécies adequadas em áreas externas aos cemitérios e também em outros pontos da cidade”, disse Bueno.