segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Governo foi avisado do "Dia do Fogo" dos fazendeiros pró-Bolsonaro do Pará; e nada fez


O governo Bolsonaro foi informado oficialmente em 7 de agosto, três dias antes do "Dia do Fogo" articulado por fazendeiros bolsonaristas do Pará, que os incêndios iriam começar. E nada fez. O Ministério Público Federal (MPF) do Pará enviou um ofício ao Ibama, órgão do Ministério do Meio Ambiente, alertando para o ato criminoso, sem qualquer reação do governo. A Força Nacional de Segurança, subordinada a Moro, também foi alertada, mas nada fez. Em sua entrevista à TV 247, o ex-presidente Lula acusou os fazendeiros bolsonaristas de responsáveis por incêndios que devastam a floresta amazônica há pelo menos duas semanas, o que agora está confirmado.
(Foto: Victor Muriyama/Greenpeace | Senado | PR)

247 -  O governo Bolsonaro foi informado oficialmente em 7 de agosto, três dias antes do "Dia do Fogo" articulado por fazendeiros bolsonaristas do Pará, que os incêndios iriam começar. E nada fez. O Ministério Público Federal (MPF) do Pará enviou um ofício ao Ibama, órgão do Ministério do Meio Ambiente, alertando para o ato criminoso, sem qualquer reação do governo. A Força Nacional de Segurança, subordinada a Moro, também foi alertada, mas nada fez. Em sua entrevista à TV 247 da última quinta-feira (22), o ex-presidente Lula acusou os fazendeiros bolsonaristas de responsáveis por incêndios que devastam a floresta amazônica há pelo menos duas semanas, o que agora está confirmado
A informação sobre o aviso ao governo Bolsonaro é de Carla Aranha, jornalista da revista Globo Rural, publicada na noite deste domingo (25). Segundo a jornalista, "o documento do Ministério Público que alertou o governo sobre o dia do fogo, ao qual a revista Globo Rural teve acesso, também cobrava um plano de contingência do Ibama em caso de 'confirmação do referido evento'. O plano de realizar as queimadas, agendado para o dia 10, foi divulgado pelo jornal Folha do Progresso, de Novo Progresso".
Mas nada foi feito. A resposta do Ibama, órgão vinculado ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defensor da devastação da Amazônia, aconteceu apenas cinco dias depois, no dia 12, quando o fogo já havia sido ateado à floresta. A resposta do Ibama ao MPF, afirmava que "a Coordenação de Operações de Fiscalização e o Núcleo de Inteligência da Superintendência do Pará haviam sido comunicadas sobre a iminência dos incidentes e ressalta que devido aos diversos ataques sofridos e à ausência do apoio da Polícia Militar do Pará” as ações de fiscalização estavam prejudicadas por “envolverem riscos relacionados à segurança das equipes em campo”. Ou seja, nada foi feito. 
O Ibama afirmou no mesmo documento que já haviam sido “expedidos ofícios solicitando o apoio da Força Nacional de Segurança”. No entanto, segundo o próprio Ibama, não houve resposta ao pedido.
Nem Ricardo Salles nem Moro adotaram qualquer ação contra os incêndios.  


Acusação de Lula é confirmada: fazendeiros bolsonaristas incendeiam a Amazônia


Acusação feita pelo ex-presidente Lula em sua entrevista à TV 247 está confirmada: fazendeiros bolsonaristas foram responsáveis por incêndios que devastam a floresta amazônica há pelo menos duas semanas. Um grupo de 70 ruralistas articularam em grupos de WhatsApp o "Dia do Fogo" na região de Altamira, no Pará, no dia 10 de agosto passado. É esta a região que lidera o número de incêndios e desmatamentos no Brasil. A sequência de incêndios criminosos foi marcado para mostrar apoio às ideias Bolsonaro de acabar com a fiscalização do Ibama e conseguir perdão das multas pelas inúmeros infrações cometidas pelos ruralistas ao Meio Ambiente.

247 - Acusação feita pelo ex-presidente Lula em sua entrevista à TV 247 está confirmada: fazendeiros bolsonaristas foram responsáveis por incêndios que devastam a floresta amazônica há pelo menos duas semanas. Um grupo de 70 ruralistas articularam em grupos de WhatsApp o "Dia do Fogo" na região de Altamira, no Pará, no dia 10 de agosto passado. É esta a região que lidera o número de incêndios e desmatamentos no Brasil. A sequência de incêndios criminosos foi marcada para mostrar apoio às ideias Bolsonaro de acabar com a fiscalização do Ibama e conseguir perdão das multas pelas inúmeros infrações cometidas pelos ruralistas ao Meio Ambiente.
A revelação é da revista Globo Rural, em reportagem do jornalista Ivaci Matias, que escreveu diretamente de Cachoeira da Serra, o distrito de Altamira que concentra os ruralistas mais agressivos na ocupação das terras, combate aos sem terra e pequenos agricultores e maiores taxas de devastação do Estado, um dos mais castigados pela ação predatória. O que acontece em Altamira desde 10 de agosto, segundo o jornalista, é "a maior queimada da história do Pará". 
A reportagem confirma a percepção que levou Lula a apontar os ruralistas da base de Bolsonaro como responsáveis pelos incêndios. "É só pegar fotografias de satélites, saber quem é o proprietário de terra que está queimando e ir atrás do proprietário da terra para saber quem botou fogo. Se o dono da terra não reclamou, não foi à polícia dar queixa de que teve incêndio na terra dele, é porque foi ele quem botou fogo", disse Lula à TV 247 na última quinta-feira (22).
Segundo a reportagem, a pedido do Ministério Público de Novo Progresso, o Delegado Daniel Mattos Pereira, da Polícia Civil, já ouviu algumas pessoas ligadas ao “Dia do Fogo”, até agora ninguém foi preso. 
Pegos em flagrante, os ruralistas utilizam a mesma estratégia de Bolsonaro, que chegou a acusas as ONGs pelos incêndios. Segundo o jornalista Ivaci Matias, os fazendeiros da região acusam o ICMBio [a sigla se refere ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], autarquia federal que é a polícia ambiental para a proteção da biodiversidade em todo o Brasil. O órgão é visto pelos ruralistas como seu inimigo e tem sido alvo de toda sorte de intervenções e desestruturação pelo ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles.
A acusação dos ruralistas é tão inverossímel como a de Bolsonaro, mas eles contam com a máquina de fake news do bolsonarismo para fazer prevalecer sua versão. Ambos, Bolsonaro e sua base rural, não devem ter sucesso desta vez. 
A acusação de Lula agora está comprovada. Da cadeia, ele apontou para os culpados.


Procurador da Lava Jato admite: Bolsonaro teve apoio da operação


O procurador Carlos Fernando, um dos principais e mais agressivos líderes da Lava Jato, agora aposentado, admitiu que Jair Bolsonaro era o candidato preferido da operação e que o PT era visto como inimigo por Moro e os procuradores. "É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro", afirmou. "Naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro"
(Foto: Reuters | Alan Santos/PR)

247 - O procurador Carlos Fernando, um dos principais e mais agressivos líderes da Lava Jato, agora aposentado admitiu que Jair Bolsonaro era o candidato preferido da operação. A revelação é mais uma prova de que a Lava Jato foi uma operação político-judicial com o objetivo de perseguir o PT e inviabilizar a candidatura de Lula e uma nova vitória do partido em eleições presidenciais. 
"Infelizmente, no Brasil, nós vivemos um maniqueísmo, né? Então nós chegamos… Inclusive, no sistema de dois turnos, faz com que as coisas aconteçam dessa forma. É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro. Muito difícil seria ser a favor de um candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir a Lava Jato. Seria muito difícil acreditar que…", afirmou ele ao programa GloboNews Painel. O relato foi publicado na coluna de Reinaldo Azevedo. 
"Naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro. Eu creio que essa era uma decisão até óbvia, pelas circunstâncias que Fernando Haddad representava justamente tudo aquilo que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora, infelizmente, o Bolsonaro está conseguindo fazer", acrescentou o procurador, que participou de um debate como advogado Walfrido Warde e conduzido pela jornalista Renata Lo Prete.
A uma semana do primeiro turno, Sérgio Moro, então juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, liberou a delação premiada de Antonio Palocci para prejudicar o PT, que tinha como candidato Fernando Haddad.
Moro recebeu o convite da equipe de Bolsonaro para ser ministro ainda durante a campanha eleitoral. 


Moro já estuda, reservadamente, o melhor momento para deixar o cargo


Atingido em cheio pelas irregularidades da Operação Lava Jato reveladas pelo site Intercept Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, já estuda o melhor momento para deixar o cargo. A informação é de uma publicação de extrema-direita que é porta-voz de Moro
Foto: ADRIANO MACHADO - REUTERS)

247 -Atingido em cheio pelas irregularidades da Operação Lava Jato reveladas pelo site Intercept Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, já estuda o melhor momento para deixar o cargo. É o que aponta a revista Crusoé, do site O Antagonista, publicações de extrema-direita que funcionam como porta-vozes de Moro e da Lava Jato.
"O próprio Sergio Moro, cuja autoridade acabara de ser posta em xeque mais uma vez pelo presidente, poderia se demitir? As bolsas de apostas em Brasília fervilhavam. Moro evitou falar. “Sem comentários”, dizia ao ser indagado sobre as declarações de Bolsonaro. Nos bastidores, porém, sabe-se que ele não está feliz. E, a pessoas próximas, já fala inclusive sobre qual seria o momento ideal para deixar o cargo…", diz um trecho da reportagem de Fabio Serapião, interlocutor habitual do ministro da Justiça.
Outros membros da Polícia Federal, subordinada a Moro, também ameçam deixar seus cargos por causa da interferência de Jair Bolsonaro, que tenta evitar investigações sobre a sua família. 
De acordo com as revelações do Intercept Brasil, Moro interferiu no trabalho de procuradores quando julgava os processos da Lava Jato em primeira instância jurídica. Ele negociou acordos de delação premiada, questionou a capacidade de uma procuradora em interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recomendou acréscimo de informações na elaboração da denúncia contra um réu - Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás. Também sugeriu a inversão da ordem das fases da operação. 


Eduardo Bolsonaro antecipa possível queda do pai e a entrada de um "bundão" no poder


"Aos poucos eles vão tentando girar a chave e pintar JB como um governante igual aos antecessores. Quando as pessoas forem hipnotizadas para ter este pensamento será o fim. Sairá o único PR eleito sem amarras, capaz de mudar o sistema e entrará um bundão a sevir este establishment", escreveu o 03 em suas redes sociais
Deputado federal Eduardo Bolsonaro concede entrevista no Senado
Deputado federal Eduardo Bolsonaro concede entrevista no Senado (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 – O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), conhecido como 03, publicou uma sequência de tweets em que prevê a possível queda de Jair Bolsonaro e sua substituição por um "bundão" disposto a servir ao establishment. As declarações foram postadas no momento em que o mundo perde a paciência com a destruição do Brasil – e mais especificamente da Amazônia – que vem sendo promovida pelo bolsonarismo.





domingo, 25 de agosto de 2019

Cipó de aroeira: Merval, que colocou em dúvida palestras de Lula, hoje tem que explicar a sua de R$ 375 mil


O jornalista Merval Pereira, que fez campanha pela prisão política de Lula, ou seja, pela fraude eleitoral que resultou na eleição de Jair Bolsonaro, hoje se viu compelido a explicar por que recebeu R$ 375 mil do Senac – após denúncia feita nas redes sociais pelo próprio Bolsonaro. Em seu artigo, Merval disse que o valor se refere a 13 palestras – e não apenas uma
Merval anuncia data da prisão de Lula: dia 26 ou 27
247 – Quando o ex-presidente Lula, o político mais popular da história do Brasil, que recebia convites para realizar palestras em todo o mundo, se tornou alvo de um processo de guerra judicial para ser preso e depois excluído da disputa presidencial de 2018, o jornalista Merval Pereira, do Globo, foi um dos protagonistas da campanha midiática contra Lula.
Em julho de 2017, por exemplo, ele escreveu que Lula precisaria explicar suas palestras. "Quando bloquearam R$ 600 mil da conta corrente do ex-presidente Lula –  é espantoso alguém ter essa quantia em conta corrente – o PT soltou uma nota dizendo que ele ia passar fome. Um dia depois, aparecem R$ 9 milhões em planos de previdência privada. Lula tinha toda condição de ser milionário, diante do preço que cobrava pelas palestras que diz ter feito a partir de 2010, mas precisa comprovar que elas existiram e que não eram alguma contrapartida de empreiteiras. A explicação fica complicada porque um dos diretores da Odebrecht afirmou ter sido preparado um esquema, com as palestras, para que o ex-presidente tivesse uma boa aposentadoria", postou Merval em sua coluna.
Neste domingo, no entanto, é Merval quem tenta se explicar após ser acusado por Jair Bolsonaro de receber R$ 375 mil por uma palestra do Senac. "Na verdade, não recebi esse total, pois o programa foi interrompido, e acabei dando 13 palestras, que foram noticiadas nos jornais locais, em informes publicitários da Fecomércio do Rio, em sites, e filmadas. As palestras eram abertas a representantes do comércio, da indústria, da educação, políticos locais, estudantes. Foram as seguintes as cidades das palestras: Angra dos Reis (30/3/2016); Miguel Pereira (14/4); Três Rios (28/4);Volta Redonda (5/5/); Barra do Pirai (19/5); Teresópolis (16/6); Valença (9/6); Barra Mansa (14/7); Rio das Ostras (28/7) Petrópolis (11/8); Rio de Janeiro (7/12/); Cabo Frio (16/3/2017); Niterói (25/5/2017)", escreveu Merval neste domingo.
No caso de Merval, cai bem um verso de Geraldo Vandré que se referia a um “dia que já vem vindo, que este mundo vai virar”… Está na canção Aroeira, do disco Canto Geral, lançado naquele ano de contestações. E encaixa bem nos resultados colhidos por setores da imprensa comercial em relação ao governo Lula: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”.


Bolsonaro enquadra Moro e diz que pode vetar qualquer coisa que ele fizer


"Olha, [tem] carta branca, e eu tenho poder de veto em qualquer coisa, senão, eu não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar. Ponto final", disse Bolsonaro, deixando claro que Sergio Moro não terá controle sobre instituições como a Polícia Federal
247 – Jair Bolsonaro deixou claro, neste sábado, que o ex-juiz Sergio Moro é seu subordinado e não tem autoridade sobre sua pasta. "Olha, [tem] carta branca, e eu tenho poder de veto em qualquer coisa, senão, eu não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar. Ponto final", afirmou Bolsonaro.
Procurado, Moro disse em nota que "o compromisso com o presidente Jair Bolsonaro de enfrentamento à corrupção e ao crime organizado permanece igual ao assumido no 01/11/2018 sem qualquer alteração".
Bolsonaro, no entanto, vem humilhando Moro publicamente. Ele decidiu interveir na superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro para blindar seu clã familiar em relação ao caso Queiroz. Segundo o jornalista Fabio Pannunzio, da Bandeirantes, Moro deixou de ser "o pitbull de Curitiba" para virar "o poodle de Brasília".


Bolsonaro diz que só voltará a dar entrevistas se a mídia denunciar palestra de Merval Pereira, do Globo


Jair Bolsonaro passou a condicionar entrevistas a uma demanda inusitada. Os jornalistas terão que publicar matérias sobre a denúncia feita por ele de que Merval Pereira, um dos jornalistas que mais trabalharam pelo golpe de 2016 e pela prisão política de Lula, recebeu R$ 375 mil do Senac
247 – Com o Brasil correndo o risco de perder a Amazônia, Jair Bolsonaro quer que a mídia nacional escreva sobre sua denúncia de que Merval Pereira, do Globo, recebeu R$ 375 mil do Senac. É uma demonstração de que os jornalistas que apoiaram o golpe de 2016 e a prisão políitca de Lula estão agora comendo o pão que o diabo amassou na gestão Bolsonaro. Confira tweet de Paulo Pimenta e reportagem sobre o caso:
247 - Jair Bolsonaro retrucou às 11h44 neste sábado com um ataque violento a um comentário do jornalista Merval Pereira, na rádio CBN, nesta sexta, sob o título "Sinais preocupantes". Num post em sua página no Facebook, Bolsonaro acusou o jonalista de ter recebido do Sena/RJ a quantia R$ 375.000,00 por uma palestra, em março de 2016. Bolsonaro não apresentou qualquer comprovação do suposto pagamento e até às 12h30 nem Pereira nem as Organizações Globo haviam respondido ao ataque.
Leia um resumo que o próprio Merval Pereira preparou de seu comentário na rádio CBN e, a seguir, o ataque de Bolsonaro:
"O presidente Jair Bolsonaro começa a dar sinais de que governa em benefício próprio, o que é muito grave. E se coloca numa posição delicada, porque vai na direção oposta ao que falou na campanha em relação ao combate à corrupção. Quer controlar os órgãos de investigação para proteger o filho e a própria família. E a ele também, porque a investigação contra o filho Flavio atinge o mandato dele. Já entrou em guerra com a Receita Federal e está entrando com a PF, desmoralizando o ministro Sergio Moro".


sábado, 24 de agosto de 2019

Ratinho Junior assina carta a favor das reformas propostas pelo governo Bolsonaro

(Foto: RODRIGO FELIX LEAL/ ANPR)
O governador do Paraná Ratinho Junior participou neste sábado (24 de agosto), em Vitória (ES), da quarta reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que reúne os sete estados das duas regiões. O encontro resultou na Carta de Vitória, em que os governadores expressam apoio às reformas em curso no plano federal e às medidas econômicas essenciais ao equilíbrio fiscal da União, dos estados e dos municípios.
O objetivo é a retomada do crescimento econômico e da geração de empregos. “São medidas essenciais, de interesse de todos os Estados, da população brasileira” disse Ratinho Junior. “É preciso garantir ambiente para a retomada da economia, para que os estados possam ampliar os investimentos e abrir caminho para a criação de empregos”, afirmou.
Ele destacou o debate de medidas que contribuem para a diminuição do custo da máquina pública. “A importância de iniciativas desta natureza é indiscutível, porque é preciso que sobre dinheiro para aquilo que é essencial para a população”, disse.
Além de Ratinho Junior, participaram os governadores Renato Casagrande (ES), Eduardo Leite (RS), Carlos Moisés (SC), João Doria (SP), Wilson Witzel (RJ), e Romeu Zema (MG); vice-governadores e secretários de Estado.
O encontro contou ainda com palestras do secretário-executivo adjunto do Ministério de Minas e Energia, Bruno Eustáquio Ferreira Castro de Carvalho; da secretária de Planejamento, Desenvolvimento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa; e do presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia.
REUNIÕES TÉCNICAS - Os secretários estaduais que integraram a comitiva paranaense participaram de reuniões técnicas sobre temas de interesse comum entre os estados, como a reforma da previdência e os leilões de petróleo que devem acontecer em breve e que os estados terão participação.
Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a essência do encontro é a retomada do crescimento dos estados. “O que desejamos como modelo de desenvolvimento é que tenha sustentabilidade econômica, tecnológica e ambiental”.
INFRAESTRUTURA – A secretária Natália Marcassa mostrou a Carteira de Projetos do Governo Federal, que prevê investimentos de R$ 217 bilhões na modernização do sistema de logística e transportes.
Rodovias, ferrovias, portos e aeroportos deverão ser contemplados. O governo federal também planeja reduzir a participação pública no setor de infraestrutura, com mais concessões à iniciativa privada.   
No Paraná, o Governo trabalha para transformar o Estado no principal hub logístico da América do Sul. O governador mencionou a iniciativa pioneira de criar o Banco de Projetos para agilizar obras de reestruturação de rodovias, ferrovias e da segurança pública. Em relação às estradas, o Paraná deverá ter o maior lote de concessões rodoviárias no processo que será liderado pelo Governo Federal.
CARTA - Foram estabelecidas novas metas, pactuadas pela Carta de Vitória, com as definições da reunião entre os governadores. O documento ressalta a importância de um ambiente institucional e político estável, com foco voltado ao aumento da produtividade e competitividade da economia nacional, além da necessidade da retomada imediata de investimentos em infraestrutura e adoção de medidas capazes de dinamizar as atividades produtivas.
Os governadores defendem a inclusão dos Estados e Municípios na Reforma da Previdência, que agora tramita no Senado Federal, e propõem que, na revisão da Lei n 8.248/91, conhecida como Lei da Informática, sejam estabelecidos mecanismos de estímulo e apoio às empresas instaladas no Brasil.
Também reivindicam que 50% dos valores recebidos pela União decorrentes das concessões de rodovias federais, ferrovias, portos e aeroportos sejam destinados para projetos dos Estados em que ocorrem as concessões.
AMBIENTAIS - Por fim, a Carta de Vitória afirma que as questões ambientais devem ser dialogadas, buscando o fortalecimento da imagem internacional do Brasil e reforçando o comprometimento do País com a biodiversidade.
Os governadores declararam solidariedade à região Norte e confirmaram que auxiliarão, se necessário, com estrutura, tecnologia e recursos humanos para contribuir no controle das queimadas da Região Amazônica.
PRESENÇAS - Também participaram do encontro vice-governadores, prefeitos e secretários estaduais. Pelo Paraná, estiveram presentes o secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva; da Fazenda, Renê Garcia Junior; da Segurança Pública, coronel Romulo Marinho Soares; superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona; presidente da Sanepar, Claudio Stabile; e diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves.
Fonte: Bem Paraná com ANPr

Bolsonaro volta a contradizer dados do INPE neste sábado (24)

Jair Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste sábado (24) que os incêndios na região amazônica não acontecem na floresta e estão restritos a pontos de desmatamento. A declaração contraria dados oficiais do governo, que mostram que o fogo já atingiu áreas protegidas.
“Agora, a floresta não está pegando fogo como o pessoal está dizendo. O fogo é onde o pessoal desmata”, disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada.
Vestindo uma camisa de clube de futebol, Bolsonaro parou para cumprimentar apoiadores na porta de casa e fez uma breve declaração à imprensa. Ele foi ao Palácio do Jaburu, a poucos metros do Alvorada, para almoçar com o vice-presidente, general Hamilton Mourão.
“A média das queimadas está abaixo dos últimos anos e está indo para a normalidade esta questão”, afirmou.

A declaração confronta dados divulgados recentemente pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), elaborados a partir de imagens de satélite.

De acordo com o órgão, com 72.843 focos de incêndio do início de janeiro até segunda-feira (19), o Brasil já registra um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado.
Descontrolado, o fogo também avança sobre áreas protegidas. Somente nesta semana, houve 68 ocorrências dentro de terras indígenas e unidades de conservação estaduais e federal.
Entre as áreas protegidas mais afetadas neste ano está o Parque Nacional de Ilha Grande (PR). Somente até a última quinta-feira (19), o fogo destruiu 32,5 mil hectares, o equivalente a 206 Parques Ibirapuera, segundo nota do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Em Mato Grosso, o Parque Nacional Chapada dos Guimarães (MT), que perdeu 12% de sua vegetação, e a Terra Indígena Parque do Araguaia (TO), localizada na ilha do Bananal, com 1.127 focos registrados desde o ano passado.

Já a Nasa, que divulgou imagens dos incêndios, disse que apenas com o passar do tempo será possível analisar se as queimadas são recordes.

Bolsonaro modificou o discurso que vinha fazendo ao longo da semana sobre a autoria do fogo. Ele antes falava em queimadas criminosas e chegou a lançar suspeitas de autoria das ONGs sem apontar dados.

Agora, falou que alguns incêndios podem ser espontâneos.

“É lamentável o que acontece. Alguns incêndios são espontâneos, outros parecem criminosos. Geralmente começam na beira da pista, bituca de cigarro”, disse.
Um dos apoiadores então interrompeu a fala do presidente e disse que o agronegócio tem como prática a realização de queimadas entre as safras. Ele endossou o comentário.
“O pessoal mesmo faz essa queimada. É quase uma tradição. Não é apenas educar, não é fácil, lá são 20 milhões de habitantes. Depende em parte do incentivo do estado nesse sentido”, afirmou.

Bolsonaro disse não ter planos de viajar para a região

“Tive na Amazônia há poucas semanas, se quiser eu retorno para lá”, disse. Questionado se não estuda ir para ver o trabalho das Forças Armadas, afirmou que isso dependeria do que estiver acontecendo lá.
O decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), assinado na sexta (23) por Bolsonaro, entrou em vigor neste sábado (24), autorizando o início do trabalho das Forças Armadas.
“Agora é conter os focos de incêndio, está chovendo. Você pega uma faixa lá no Noroeste e Sudeste tem chuvas, acabamos de ver aqui num site adequado essa questão de chuva. Agradeço a Deus ai”, afirmou.
Questionado sobre se o governo demorou para agir, o presidente não respondeu, apenas disse que a Amazônia é maior que a Europa.
Bolsonaro comentou ainda a conversa que teve na sexta com o presidente americano, Donald Trump. Ele disse ter conversado neste sábado com o chileno Sebastián Piñera e com líderes da Espanha e do Equador.
O presidente não soube explicar como os EUA podem ajudar o Brasil no combate às queimadas, como foi anunciado por Trump. Ele citou a experiência do país norte americano tem experiência devido às queimadas da Califórnia.

Bolsonaro disse estar sendo “extremamente educado” com o presidente francês, Emmanuel Macron, que o chamou de mentiroso sobre o compromisso do governo brasileiro com políticas de meio ambiente.

“Depois de tudo que ele falou a meu respeito, você acha que vou ligar para ele, pô?”, afirmou.

Questionado se ele conversaria com Macron, caso a iniciativa parta do presidente francês, respondeu de forma afirmativa. “Se bem eu estou sendo educado. Se ele ligar, eu atendo. Estou sendo extremamente educado com ele depois de ele me chamar de mentiroso”, afirmou.

Brasil e França vivem uma crise diplomática após Macron ter ido às redes sociais para criticar a política ambiental do governo Bolsonaro. Ele levou a questão das queimadas na Amazônia à reunião de cúpula do G7, realizado neste sábado no balneário francês de Biarritz. O Brasil não participa do fórum.
O presidente diz ter conversado com o chanceler Ernesto Araújo sobre a possibilidade de convocar o embaixador do Brasil na França, Luiz Fernando Serra, para voltar ao país.
No meio diplomático, esse gesto seria visto como um agravamento nas relações entre os dois países.

Irritado, Bolsonaro não quis explicar a liberação de recursos financeiros no combate às queimadas. Primeiro disse que o governo ia destinar R$ 40 milhões.

Confrontado sobre anúncio feito na manhã deste sábado pelo Ministério da Defesa, de descontingenciamento de R$ 28 milhões do Orçamento, disse não tem como saber de tudo.
“Não sei, não vou falar mais nesse nível com vocês. Não posso ter todos os números na minha cabeça, impossível. Ontem se falou em R$ 38 milhões na reunião”.
Segundo o ministro da Defesa, ficou acertado o descontingenciamento de cerca de R$ 28 milhões – que já estavam no orçamento do ministério para este ano, mas acabaram sendo bloqueados- para a realização da GLO na Amazônia.
“Está combinado com Paulo Guedes [ministro da Economia], mas estou numa fase que só acredito quando abrir o cofre e ver”, disse o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, em entrevista coletiva neste sábado.
O ministro observou, porém, que esse montante dura pouco. Como comparação, a GLO realizada na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, custava cerca de R$ 1 milhão por dia.
Fonte: Paranaportal


Câmara que propaga austeridade e transparência aumenta despesas com diárias em 75% em menos de oito meses


De acordo com Portal de Transparência, de janeiro até 21 de agosto deste ano a Câmara pagou diárias no montante de R$ 35.300,00 contra R$ 20.169,00 verificado no mesmo período do ano passado. Durante o ano todo de 2018 a Câmara gastou R$ 34.319,00. Até agora o aumento é de 75%. O gasto foi tema de pronunciamento do vereador Rodolfo Mota na sessão ordinária da última segunda-feira (19).

Na sua fala Rodolfo Mota disse  que pesquisou Casas Legislativas e Prefeituras da região que promove viagens ao tribunal e que podem auxiliar na redução da despesa. O vereador contou ainda que cobrou o presidente anterior por várias vezes

A Câmara de Apucarana conduzida pelo presidente Luciano Molina (Rede) que propaga austeridade nas ações e transparência no uso do dinheiro público, gastou com diárias, em menos de oito meses mais do que foi gasto em todo ano de 2018 durante a gestão do presidente Mauro Bertoli.  
De acordo com Portal de Transparência do Legislativo, a Câmara apresentou entre janeiro e 21 de agosto deste ano um volume de despesas com diárias no valor de R$ 35.300,00 contra R$ 34.319,00 verificado em todo ano de 2018. A comparação entre o mesmo período mostra que a despesas avançou 75%. Entre janeiro e agosto de 2018, a despesas foi de R$ 20.169,00 ante R$ 35.300,00 deste ano.
O gasto excessivo foi tema de pronunciamento do vereador Rodolfo Mota durante a sessão ordinária realizada na última segunda-feira (19). Segundo o vereador, ele tem notado muitas idas e vindas de servidores da Casa com destino ao Tribunal de Contas na capital do Estado. “Eu vejo muitas idas e vindas ao Tribunal de Contas do Estado. Dando uma olhada nas diárias eu não vou dizer que mais da metade, mas talvez bem provável que mais da metade das nossas diárias se justifiquem as despesas de dois ou três mil reais porque vão dois servidores juntos eu também não sei exatamente o motivo de irem dois para tratarem de um único assunto no tribunal”, observou o vereador. (Veja aqui a fala do vereador à partir do minuto 51:38).




Preso com 39 kg de cocaína em avião da FAB caiu em armadilha, diz defesa


A Sputnik Brasil entrevistou o advogado de defesa do sargento, Carlos Alexandre Klomfahs, que relatou a situação atual do processo. "Nós estamos mais preocupados com a parte militar porque só de a gente provar que foi uma armadilha feita para ele, por alguma razão desconhecida", explica o advogado
(Foto: Sputinik)

Sputinik – A prisão do sargento da FAB, Manoel Silva Rodrigues, na Espanha, transportando drogas em comitiva que acompanhava o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, causou grande constrangimento. Para a defesa, foi tudo uma armadilha.
O caso, que aconteceu durante viagem de Bolsonaro ao G20, em junho, chamou atenção de todo o Brasil, quando 39 kg de cocaína foram encontrados com o sargento no voo da FAB.
Na sexta-feira (23) se esgotou o prazo para conclusão do inquérito. Até agora, poucas informações adicionais foram reveladas sobre o caso que constrangeu o governo dentro e fora do Brasil.
A Sputnik Brasil entrevistou o advogado de defesa do sargento, Carlos Alexandre Klomfahs, que relatou a situação atual do processo.
Segundo o advogado, o sargento responde no Brasil a dois processos. Um inquérito policial militar busca provas de que o sargento cometeu o crime de tráfico em serviço. Já a Polícia Federal investiga suspeitas de crime organizado.
"Nós estamos mais preocupados com a parte militar porque só de a gente provar que foi uma armadilha feita para ele, por alguma razão desconhecida, esse é o principal", explica o advogado à Sputnik Brasil. Ele acredita que a inocência na investigação militar impediria o processo da Polícia Federal.
Na Espanha, a situação é diferente, porém de certa forma curiosa, conforme afirma Klomfahs.
"É uma situação bem sui generis, bem específica e diferente, porque lá ele está respondendo pelo mesmo crime que aqui, em tese. Para nós, para a defesa, o crime é um só", aponta.
Na Espanha o argento é acusado de tráfico internacional de entorpecentes e crime contra a saúde pública. Klomfahs explica que foi requerida a transferência do sargento, que segue detido na Espanha, para o Brasil. Porém o pedido foi negado.
Na Espanha, o advogado aponta que o sargento segue sob cuidado da Defensoria Pública local. A defesa afirma que tentou contato através de uma carta solicitando que ele apresentasse uma defesa prévia no Brasil. No entanto, a carta, postada há cerca de três semanas, ainda não recebeu resposta.
"Acreditamos que ele esteja em uma situação de respeito à sua liberdade concessional, não só aqui no Brasil, mas também previsto na Convenção Europeia de Direitos Humanos", aponta o advogado, que tem defendido o sargento sem contrapartida financeira.
Segundo Klomfahs, ainda há certa nebulosidade em relação ao código penal espanhol e também às possibilidades de que ele possa atuar ao lado da Defensoria Pública espanhola. O advogado tem tentado viabilizar financeiramente sua ida à Espanha.

As teses da defesa do sargento

O advogado Carlos Alexandre Klomfahs, conta que a defesa trabalha com algumas possibilidades que explicariam a mala com cocaína no avião da FAB.
"A defesa tem algumas, digamos assim, teses para explorar no processo. Uma delas [...] é que a gente não sabe se há um interesse internacional, de alguma organização, de algum Estado, de prejudicar a imagem do Brasil no exterior", conta.
Além dessa, há pelo menos outras duas possibilidades com que a defesa trabalha.
"Segunda, não se sabe se há uma retaliação dentro do governo, algumas áreas insatisfeitas com a atuação do presidente. Por exemplo, a área de inteligência, os militares...", cogita.
Por último, Klomfahs afirma que também é possível que ação tenha partido do próprio governo.
"Talvez possa ser um ato de contra-informação do próprio governo. Ou seja, no sentido de criar o fato, desviando a atenção de outros fatos, talvez mais graves", diz.

Sem antecedentes, sargento realizava sonho, diz família

O advogado afirma que o sargento mantinha conduta honesta e não tem histórico de envolvimento com atividades ilícitas.
"Documentos, parece que emitidos pela aeronáutica, dão conta de que não havia nenhuma conduta que desabonasse o sargento", conta.
Klomfahs também cita que a família do sargento aponta que ele vivia um sonho na aeronáutica.
"A família dele falava que ele foi realizar um sonho em Brasília. Ele está, parece que há 20 anos em Brasília, fez um concurso, entrou na aeronáutica", conta, acrescentando que o grupo o qual o sargento integrava é seleto e leva em conta a conduta do militar para a seleção.
O advogado acrescenta ainda que o sargento levava uma vida simples, era dono de um carro popular e pagava as parcelas de um apartamento. Para Klomfahs, o próprio fato de a investigação não ter quebrado o sigilo bancário do sargento mostra que ele não tinha cifras a esconder.
"É tudo muito estanho!", aponta.


Globo aponta que Bolsonaro decidiu inviabilizar permanência de Moro no governo


"Se o senhor não pode ajudar, por favor não atrapalhe", disse Bolsonaro a Moro, numa tensa reunião ocorrida em 28 de julho, segundo relato do jornalista Jailton Carvalho. O estopim da crise foi um pedido feito por Moro ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, para que ele revisse uma decisão que blindou o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), envolvido no caso Queiroz
Foto: José Cruz - ABR)

247 – O ex-juiz Sergio Moro está com os dias contados no governo federal. É o que indica reportagem publicada neste sábado pelo jornalista Jailton Carvalho, no jornal O Globo, sob o título "O gatilho do desgaste". Segundo Carvalho, Jair Bolsonaro decidiu inviabilizar a permanência de Moro no governo depois que o ex-juiz procurou o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, para pedir que ele revisse uma decisão que impede investigações que usem dados do Coaf, órgão de controle financeiro, sem autorização judicial. A decisão de Toffoli foi interpretada como uma medida que blinda o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), envolvido no caso Queiroz.
"Desde que soube do pedido de Moro a Toffoli e a outros ministros do STF, Bolsonaro decidiu inviabilizar a presença do ministro no governo. Os dois já vinham tendo alguns desentendimentos desde o início do ano. O pedido foi a gota d’água. A petição para suspender investigações iniciadas com base em relatórios detalhados do ex-Coaf fora feita pelo advogado Frederik Wassef em nome do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente", escreveu Carvalho.
Como Moro foi a Toffoli para reverter a medida, Bolsonaro, que na prática atua para estancar a sangria da corrupção, teve uma reunião duríssima com Moro no dia 28 de julho. "Se o senhor não pode ajudar, por favor não atrapalhe", disse ele ao ex-juiz no momento mais tenso da reunião. o final, o ministro deixou o Alvorada com o semblante carregado. Dias depois, Bolsonaro foi informado de que Moro, mesmo após o tenso diálogo, continuava fazendo gestões em favor da revisão da decisão de Toffoli. No mesmo instante, o presidente resolveu que ampliaria a beligerância contra o ministro da Justiça.
Desde então, Moro tem sofrido sucessivas derrotas. Perdeu o Coaf para o Banco Central e assiste calado à intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal.  Caso permaneça no governo, será apenas um auxiliar de um governo fortemente associado à corrupção e a esforços para impedir seu combate – diferentemente do que havia nos governos plenamente democráticos.