Projeto que tornaria repasse
ilegal ainda não começou a tramitar na Assembleia
Ratinho Junior:. Foto: Rodrigo Félix Leal/ANPr |
Por Rogerio Galindo
O governador
Ratinho Jr. (PSD) investiu R$ 1,4 milhão de dinheiro público em suas próprias
empresas no primeiro semestre de 2019. A verba foi repassada para exibição de
propaganda governamental nas emissoras da Rede Massa, ligada ao SBT. O repasse
não é ilegal.
A TV Iguaçu, maior emissora da rede, com
sede em Curitiba, foi o terceiro veículo individual que recebeu mais verbas
publicitárias da gestão de Ratinho entre janeiro e junho. Ficou atrás apenas da
RPC e da RIC. Os dados foram publicados nesta semana pelo Livre.Jor, que obteve os dados via Lei de
Acesso à Informação.
Pelo menos três emissoras da família no
interior também receberam verbas publicitárias: TV Tibagi, TV Naipi e TV
Cidade. Há ainda R$ 33 mil que constam como repasse ao “Sistema Massa de
Comunicação”.
No total, o governo Ratinho Jr. gastou R$
28 milhões em propaganda no primeiro semestre, num total de R$ 155 mil diários.
Além da Secretaria de Comunicação, que divulga ações da administração direta,
Copel, Sanepar e Detran estiveram entre os maiores anunciantes.
Desde 2012, quando Ratinho Jr. pela
primeira vez foi candidato a um cargo no Executivo (na época, a prefeitura de
Curitiba), questionava-se como ele lidaria com o fato de sua família ser
proprietária de uma série de empresas. Mesmo antes das eleições, ele jamais
negou que pretendia fazer contratos entre suas empresas e o governo, caso não
fossem ilegais.
Neste ano, depois da chegada ao Palácio
Iguaçu, a oposição se preocupou com a questão das verbas publicitárias. O
deputado Requião Filho (MDB) protocolou um projeto de lei que tornaria ilegais
esses repasses. “O projeto está perdido em algum fundo de gaveta da CCJ. Não
anda por pressão do governo”, reclama o deputado.
Questionado, o governo afirma que gastou
menos do que gestões anteriores. No primeiro semestre, o valor investido em
publicidade representaria uma diminuição de 55% na comparação com 2018.
O secretário de Comunicação, Hudson Jopsé,
também ressalta que não há ilegalidade e que a TV Iguaçu recebeu verbas
proporcionais á sua audiência. “O critério de contratação da mídia é técnico,
usando como critério o share dos veículos. a participação da Rede Massa na
programação de mídia é proporção à sua participação de audiência”, disse o
secretário ao Plural.
Sobre o projeto de Requião, Hudson José
disse que a atual legislação, de 2010, já estabelece as hipóteses de vedações
nas contratações.
PAGAMENTOS
TV Iguaçu (Curitiba) – R$ 759.815,54
TV Cidade (Londrina) – R$ 254.536,24
Tibagi (Apucarana/Maringá) – R$ 221.099,48
TV Naipi (Foz do Iguaçu) – R$ 212.135,51
Sistema Massa de Comunicação – R$ 33.540,92
TV Cidade (Londrina) – R$ 254.536,24
Tibagi (Apucarana/Maringá) – R$ 221.099,48
TV Naipi (Foz do Iguaçu) – R$ 212.135,51
Sistema Massa de Comunicação – R$ 33.540,92
Fonte:
plural.jor.br