segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Procurador também tentou intimidar Alexandre de Moraes a votar pela prisão em segunda instância


O novo capítulo da Vaza Jato também revela a ação de Deltan Dallagnol na articulação de movimentos de rua para pressionar o ministro Alexandre de Moraes, indicado à vaga de Teori Zavascki, a votar pela prisão em segunda instância – o que, de fato, aconteceu
247 – Após a morte de Teori Zavascki, Michel Temer indicou Alexandre de Moraes, então ministro da Justiça, para a vaga de Zavascki no Supremo. "Um ano depois, o ministro tornou-se alvo de uma investida dos movimentos coordenada por Dallagnol após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar, em janeiro, a condenação do ex-presidente Lula no processo do triplex do Guarujá", revelam as novas mensagens da Vaza Jato, na reportagem de Rafael Neves e Rafael Mora Martins.
"Em meio às especulações sobre a provável prisão do petista, circulou a informação de que o Supremo estudava permitir o cumprimento da pena só após a condenação ser ratificada Superior Tribunal de Justiça, a terceira instância. As atenções então voltaram-se para Moraes, o único no STF que ainda não havia emitido voto sobre o assunto", aponta o texto. Confira abaixo um dos diálogos:

Três dias após a confirmação da sentença de Lula, Dallagnol expôs sua preocupação à procuradora Thaméa Danelon:

27 de Janeiro de 2018 – Chat privado

Deltan Dallagnol – 20:41:03 – Tamis, qto à execução provisória, temos que deixar mais caro pro Alexandre de Moraes mudar de posição

Thaméa Danelon – 20:41:26 – Claro

Danelon – 20:41:31 – O q vc sugere?

Danelon – 20:41:49 – Eu vi q vc replicou um tt de uma cidadã.

Danelon – 20:41:54 – Vou replicar

Dallagnol – 20:43:56 – Temos que reunir infos de que no passado apoiava a execução após julgamento de SEGUNDO grau e passar pros movimentos baterem nisso muito

Dallagnol – 20:44:09 – Deixar cara a mudança

Danelon – 20:44:16 – Ok. Eu posso passar para os movimento.

Danelon – 20:44:31 – Para o Vem pra Rua e Nas Ruas

Dallagnol – 20:44:33 – Mostrar que a mudança beneficia Aécio e PSDbistas do partido a que vinculado

Danelon – 20:44:43 – Ótimo

Danelon – 20:44:58 – Eu lembro q ele se manifestou favorável a segunda inst

Dallagnol – 20:45:00 – Que vão perder foro neste ano provavelmente

Danelon – 20:45:06 – Mas não lembro como ele declarou isso

"Se por causa da pressão ou não, certo é que poucos dias depois, em 6 de fevereiro, Alexandre de Moraes fez o que Dallagnol, Danelon e o Vem Pra Rua desejavam: votou a favor da execução da pena do deputado federal João Rodrigues, do PSD de Santa Catarina, que havia tido uma condenação pela Justiça Federal confirmada em segunda instância", informam os repórteres.


Coletivos suprapartidários lançam manifesto por impeachment e novas eleições


Trinta e dois coletivos independentes e suprapartidários da sociedade civil lançaram um manifesto nesta segunda-feira (12) pelo impeachment de Jair Bolsonaro e exigem anulação das eleições de 2018
247 - Trinta e dois coletivos independentes e suprapartidários da sociedade civil lançaram um manifesto nesta segunda-feira (12) pelo impeachment de Jair Bolsonaro e exigem anulação das eleições de 2018. 
Segundo informa o comunicado divulgado pelos coletivos, "Grupos pró democracia atuando no Brasil e no exterior se unem para dizer à sociedade que está na hora de dar um basta e impedir a continuidade do governo. O objetivo é mobilizar cidadãos que exigem um basta nos crimes de responsabilidade de Bolsonaro"
O manifesto aponta como motivo: 
Falta de decoro para com o cargo que ocupa, o que configura crime de responsabilidade de acordo com a lei 1.079, de 1950, que tipifica os crimes de responsabilidade passíveis de impeachment do presidente da República. Diz o artigo 9º, VII: “Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”
"As eleições foram fraudadas com  "fakenews", com um sistema milionário de disparo de mensagens e com prisão e silenciamento do principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva ,sem provas materiais e o possível conluio de juízes e promotores evidenciado com vazamentos de conversas eletrônicas pela mídia", denunciam os coletivos. 
Os grupos que totalizam centenas de ativistas e mobilizam milhares de pessoas em seu trabalho irão, a partir de hoje, lançar campanhas midiáticas, articular- se com lideranças políticas brasileiras e internacionais, criar materiais, realizar protestos e atos públicos. O objetivo é conscientizar a sociedade brasileira que é intolerável e inaceitável seguir aceitando as barbaridades comunicadas pelo presidente e os atos nefastos de seu governo contra a democracia e o estado de bem estar social conquistado com o esforço e luta desde a retomada da democracia no Brasil. 
Os ativistas entendem que diante dos enormes indícios de fraude eleitoral denunciados logo depois das eleições de 2018 e agora com a chamada " Vazajato" o Brasil só poderá retomar o caminho democrático com a anulação do pleito de 2018 e a convocação de novas eleições.


“Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”, disse Deltan a procuradora


Deltan Dallagnol
Num dos trechos mais impactantes da Vaza Jato, o procurador Deltan Dallagnol pede a sua colega Thamea Danelon que ela seja "laranja" numa articulação da força-tarefa para pressionar o Supremo Tribunal Federal a prender o ex-presidente Lula – e ela concorda
247 – Confira, abaixo, um dos trechos mais importantes da reportagem de Rafael Neves e Rafael Mora Martins, publicada no Intercept:
Em 22 de março de 2018, o STF concedeu ao ex-presidente Lula um salvo-conduto para que ele, já condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, não fosse preso até o julgamento de seu habeas corpus preventivo, marcado para 4 de abril. Grupos contrários e favoráveis ao petista mobilizaram-se para pressionar o Supremo.
Oito dias depois, Dallagnol anunciou no grupo de Telegram Parceiros MPF — 10 medidas que ele e a equipe da Lava Jato no Paraná haviam aderido a um abaixo-assinado restrito a juízes e procuradores a favor da prisão em segunda instância. Horas mais tarde, o procurador discutiu com Thaméa Danelon a possibilidade de que também houvesse abaixo-assinados apresentados pela sociedade, e não apenas por autoridades.
No dia seguinte, Dallagnol fez uma proposta à procuradora. “Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”. Danelon assentiu, animada, e o chefe da Lava Jato continuou. “Um abaixo assinado da população, mas isso tb nao pode sair de nós… o Observatório vai fazer. Mas não comenta com ng, mesmo depois. Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia. No primeiro, ia pedir pra Vc divulgar nos grupos. Daí o pessoal automaticamente vai postar etc”.
O Observatório Social é uma organização de atuação nacional sediada em Curitiba que atua, segundo o site, “em favor da transparência e da qualidade na aplicação dos recursos públicos”. Mantendo sigilo sobre a articulação, a colega de Dallagnol em São Paulo divulgou o abaixo-assinado e disse a ele que o Vem Pra Rua fez o mesmo. Em seguida, o coordenador da Lava Jato compartilhou a petição em seu perfil do Facebook sem mencionar que estava por trás da iniciativa.
Satisfeito com a repercussão, Dallagnol escreveu a Danelon: “Temos que cuidar pra não parecer pressão. Se não estivéssemos na LJ, o tom seria outro kkkkk. Ia chutar o pau da barraca rs. Depois chutava a barraca e eles todos tb kkk”. A procuradora subiu vários tons. “Eu colocava todos na barraca e metralhava kkkk”.


Dallagnol articulou movimentos de rua contra o STF um dia após a morte de Teori Zavascki


Enquanto o Brasil entrava em choque com a morte do ex-ministro Teori Zavascki num acidente aéreo até hoje não explicado, o procurador Deltan Dallagnol já se articulava com movimentos como Mude e Vem pra Rua para tentar pressionar o Supremo Tribunal Federal a não colocar Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli como seus substitutos. Esta é uma das novas revelações da Vaza Jato
247 – "O procurador Deltan Dallagnol usou dois grupos políticos surgidos após a operação Lava Jato como porta-vozes de causas políticas pessoais dele e da operação, revelam mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram e que fazem parte do arquivo da Vaza Jato. Nelas, Dallagnol pauta atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado publicamente a eles", aponta a nova reportagem do Intercept, assinada por Rafael Neves e Rafael Moro Martins.
"Os chats mostram que Dallagnol começou a se movimentar para influenciar a escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal apenas um dia após a morte do ministro Teori Zavascki, antigo responsável pelos processos da operação no STF", aponta o texto da Dupla.
Os grupos usados por Dallagnol para mobilizar "manifestoches" foram o Vem pra Rua, ligado a bilionários, como Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev, e o Mude - Chega de Corrupção. "Passada a derrota na votação das dez medidas na Câmara, Dallagnol passou a usar o Mude — e também o Vem Pra Rua — para outras tarefas – entre elas influenciar a escolha do relator da Lava Jato no Supremo após a morte de Zavascki", aponta a reportagem.


Deltan dirigiu pressão contra sorteio no STF, pediu a Barroso para assumir vaga e no fim disse que Fachin foi 'coisa de Deus'


Os novos diálogos da Vaza Jato também revelam que os procuradores de Curitiba, além de vetar alguns ministros do Supremo Tribunal Federal para a relatoria da Lava Jato, também tinham duas preferências: Luis Roberto Barroso e Edson Fachin, que acabou se movimentando para ocupar a vaga
247 – Enquanto o Brasil vivenciava a tragédia causada pela morte do ministro Teori Zavascki, o procurador Deltan Dallagnol agia nas sombras para emplacar seu substituto. "Em 31 de janeiro, Dallagnol manifestou sua preocupação com os colegas da força-tarefa do Paraná no grupo Filhos do Januário 1. Ele sugeriu que dissessem a jornalistas, em off, que temiam 'que Toff, Gilm ou Lew assumam' e que delegassem aos movimentos sociais a tarefa de pressionar o STF a não definir a questão por sorteio, o que seria uma 'roleta russa'”, aponta a nova reportagem, assinada por Rafael Neves e Rafael Mora Martins.
No dia seguinte, em 1º de fevereiro, o ministro Edson Fachin, de surpresa, pediu para migrar para a segunda turma. Mas a Lava Jato preferia que Luís Roberto Barroso tivesse feito isso. Numa conversa privada com uma ex-integrante da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, Dallagnol indica que chegou a fazer o pedido a ele:
1 de fevereiro de 2017 – Chat privado
Anna Carolina Resende – 12:11:18 – Deltan, fale com Barroso
Resende – 12:11:37 – insista para ele ir pra 2 Turma
Deltan Dallagnol – 12:18:07 – Há infos novas? E Fachin?
Dallagnol – 12:18:11 – Ele seria ótimo
Resende – 13:54:21 – Vai ser definido hj
Resende – 13:54:33 – Fachin não eh ruim mas não eh bom como Barroso
Resende – 13:54:44 – Mas nunca se sabe quem será sorteado
Resende – 13:56:40 – Barroso tinha q entrar nessa briga. Ele não tem rabo preso. Eh uma oportunidade dele mostrar o trabalho dele. Os outros ministros devem ter ciúmes dele, pq sabem que ele brilharia na LJ. Ele tem que ser forte e corajoso. Ele pode pedir p ir p 2 turma e ninguém pode impedi-lo. Vão achar ruim mas paciência, ele teria feito a parte dele
Dallagnol – 14:11:37 – Ele ficou alijado de todo processo. Ninguém consultou ele em nenhum momento. Há poréns na visão dele em ir, mas insisti com um pedido final. É possível, mas improvável.
Dallagnol – 14:30:16 – Mas sua mensagem foi ótima, Caroll
Dallagnol – 14:30:24 – Por favor não comente isso com ninguém
Dallagnol – 14:30:25 – Please
Dallagnol – 14:30:29 – Ele pediu reserva
Resende – 14:30:31 – clarooo, nem se preocupe
Resende – 14:30:45 – só lhe pedi para falar novamente com ele porque isso está sendo decidido hoje
Dallagnol – 14:30:52 – Foi o tom do meu último peido
Resende – 14:31:18 – vamos rezar para Deus fazer o melhor
Resende – 14:32:22 – mas nosso mentalização aqui é toda em Barroso
No fim das contas, Fachin foi transferido para a 2ª Turma e acabou sorteado relator da Lava Jato. Dallagnol comemorou o resultado em 2 de fevereiro numa conversa com Fabio Oliveira, do Mude: “Fachin foi coisa de Deus”, aponta a reporttagem.


sábado, 10 de agosto de 2019

Câmara vota na segunda (12), proposta que concede Título de Cidadão Honorário ao Dr. José Marcos Lavrador


Projeto de lei que confere a honraria ao conceituado médico apucaranense foi assinado pelo vereador Lucas Leugi (Rede) e consta da ordem do dia da sessão que acontece na segunda-feira (12).
 
O presidente da Câmara de Apucarana, Luciano Molina (Rede), disponibilizou no Portal do Legislativo, a íntegra da ordem do dia da sessão ordinária a ser realizada na próxima segunda-feira (12).
De acordo com a relação, cinco matérias constam da pauta para apreciação dos vereadores, sendo três projetos de leis e dois requerimentos.
Entre os projetos de lei, destaca-se o que concede Título de Cidadão Honorário de Apucarana ao médico Dr. José Marcos Lavrador, pelos relevantes serviços prestados à comunidade apucaranense.
Na exposição de motivos para justificação da proposta, o vereador fez um extenso relato da carreira do médico.
Dr. Zé Marcos, como é costumeiramente chamado é paulista de Cândido Rodrigues onde nasceu em 1954; curso medicina na Faculdade de Catanduva onde se formou em 1980; fez residência médica no Hospital Miguel Couto no Rio de Janeiro e chegou em Apucarana em 1983 onde permanece até hoje.
Ainda na justificativa, Leugi lembra que o Dr. Zé Marcos é casado com a pediatra Dra. Joana Vertuan Lavrador com quem teve dois filhos, José Marcos Lavrador Filho, médico ortopedista e cirurgião do quadril, em Curitiba e João Guilherme Vertuan Lavrador, advogado no Escritório Cândido Dinamarco, em São Paulo.
Dr. José Marcos considera-se filho de nossa terra, pois aqui instalou residência, criou seus filhos e tornou-se um grande profissional, estando sempre à disposição, à serviço da população de Apucarana.
A sessão acontece na próxima segunda-feira (12), às 16 horas e deve contar com a presença de todos os vereadores.


Em novo vazamento, Lava Jato ataca Raquel Dodge: 'Tem que ser incinerada'


Os ataques dos procuradores da Lava Jato à Raquel Dodge, revelados pelas matérias do The Intercept, chamaram a atenção pela violência. O procurador Anderson Lodetti elevou a temperatura e falou em “incinerar” a procuradora-geral. “Raquel está destruindo o MPF, achincalhando a gente…[…] teria que ser incinerada publicamente, internamente e internacionalmente”
Do Brasil de Fato - Procuradores da Lava Jato, entre eles o chefe Deltan Dallagnol, passaram os últimos dois anos atacando a procuradora-geral da República Raquel Dodge num grupo do aplicativo Telegram, segundo reportagem desta sexta-feira (9) do jornal El País.
A base da matéria são as milhares de conversas obtidas pelo site Intercept Brasil envolvendo a Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro - e cujos detalhes vêm sendo publicados por vários veículos de comunicação desde 9 de julho..
Segundo o que se depreende dos diálogos agora revelados, a insatisfação dos procuradores com Dodge vinha de sua demora em encaminhar delações da Lava Jato para homologação no Supremo Tribunal Federal (STF). Dede que assumiu o posto, em setembro de 2017, Dodge encaminhou apenas um acordo de delegação ao Supremo, relativo a um caso envolvendo o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Entre as delações que Dodge não deu prosseguimento, está a do empreiteiro Léo Pinheiro, dono da OAS – que mudou duas vezes de versão e só teve o acordo fechado quando passou a incriminar o ex-presidente Lula.
Os procuradores reclamam que Dogde “não despacha nada” e “centraliza tudo”. Em uma das conversas, o procurador Antonio Carlos Welter fala em colocar a questão na “ponta da faca” e discute a possibilidade de o grupo ingressar com mandado de segurança contra ela, por omissão.
Em outro trecho, o procurador Anderson Lodetti eleva a temperatura e fala em “incinerar” a procuradora-geral. “Raquel está destruindo o MPF, achincalhando a gente…[…] teria que ser incinerada publicamente, internamente e internacionalmente”, desabafa.
Barraco
A sugestão de Lodetti se dá em abril deste ano, um mês depois de Dodge ter barrado a tentativa dos procuradores de Curitiba de se apropriaram dos R$ 2,5 bilhões pagos pela Petrobras a título de multas no EUA, no âmbito das investigações da Lava Jato.
O MPF-PR chegou a criar uma fundação para gerir os recursos em supostas ações de combate à corrupção. A manobra despertou grande desconfiança na sociedade e no próprio judiciário – e Dodge foi ao STF para frear o negócio.
“O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge. O Oswaldo instaurou pgea para pedir informações sobre o acordo”, disse o procurador Januário Paludo, referindo-se ao Procedimento de Gestão Administrativa (PGEA), uma medida administrativa utilizada pelo corregedor-geral do MPF, Oswaldo Barbosa, para ter acesso aos documentos sobre o acordo que permitiria a transferência bilionária para as mãos dos procuradores da Lava Jato.
Pressão
As conversas mostram que os procuradores não se limitaram a reclamar de Dodge, mas chegaram a debater estratégias para pressioná-la.
Em julho de 2018, eles se queixam por ela tenha saído de férias sem resolver “pendências” consideradas urgentes. Dallagnol propõe aos colegas pressioná-la, “usando” a imprensa “em off” (sem que as matérias identifiquem a fonte de informação).
“Podemos pressionar de modo mais agressivo pela imprensa”, diz. “A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção”, se queixa. “Da saudades do Janot”, encerra Dallagnol, referindo-se ao antecessor de Dodge, Rodrigo Janot.


Delações forçadas contra Lula podem ser anuladas, aponta juíza


Doleira Nelma Kodama denunciou pressão da Lava Jato para incriminar o ex-presidente. Delação premiada é questionável, avalia Valdete Severo, da Associação Juízes para a Democracia
Por Cláudia Motta, Da Rede Brasil Atual – No mesmo dia em que a juíza Carolina Lebbos autorizou a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um presídio comum, em Tremembé (SP), uma entrevista revelava mais um aspecto da prisão política do ex-presidente. A doleira Nelma Kodama, primeira presa na Operação Lava Jato, afirmou à Rádio Bandeirantes, na quarta-feira (7), que havia delação premiada para quem entregasse Lula.
Segundo ela, a pressão nesse sentido e o desejo de liberdade teriam levado suspeitos ou condenados a mentir em depoimentos e delações. “Quando você está preso, você faz qualquer coisa. Chega a um ponto em que você fala até da sua mãe, porque a pressão é muito grande, e o sofrimento é muito grande. Nessa altura do campeonato, você acaba falando, às vezes, até o que você não tem e o que você não deve. Certamente (pessoas mentiram em depoimento), senão você não sai”, disse Nelma, lembrando que presos relatavam a pressão para citar o ex-presidente.
“O Lula era o assunto. Eu não sou PT, não estou falando sobre política, e sim sobre crime. Todo crime precisa ter prova e não houve prova. Cadê o cadáver? Então, qual foi o objetivo (da prisão)?”,questionou.
Nelma confirmou, ainda, existir uma delação premiada especificamente para entregar Lula, principal alvo da Lava Jato. “Havia esse tipo de conversa, claro, por parte das pessoas que queriam sair (da prisão)”.
Para a juíza Valdete Souto Severo, essas delações forçadas podem ter a validade questionada. “Até porque, o próprio instituto da delação premiada é questionável. Porque se tu prende alguém e diz que se ele denunciar outros vai ter a pena diminuída, ou vai ter um acordo para que não tenho de cumprir pena por exemplo, é um estímulo a que se crie denúncias falsas”, afirma Valdete, presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD).
Uma delação premiada regular, segundo Valdete, só seria possível se quem delatasse tivesse algum meio de prova a  comprovar a delação.  “O que aconteceu na Operação Lava Jato, em várias circunstâncias, é que o próprio depoimento denunciando outras pessoas por supostos crimes foi utilizado como meio de prova. E aí, sem dúvida nenhuma que são questionáveis.”

Conluio contra Lula

Valdete Souto Severo ressalta que a denúncia da doleira Nelma Kodama vem ao encontro de tudo que já foi informado pelo The Intercept Brasil e outros veículos de imprensa. “As conversas entre Ministério Público e Poder Judiciário já deixaram mais do que comprovado – e aí sim comprovado – que pelo menos esse processo penal contra o Lula, do triplex, que restou condenação e pelo qual ele está preso, é viciado desde a origem.”
A juíza reforça, ainda, que o ex-presidente já teria condição – se a condenação dele fosse regular – de progressão de regime. “E isso sequer é aventado, sequer é referido pelo juiz da execução penal no caso dele”, critica. “E o que é pior: não é nem caso de progressão do regime, é caso de nulidade absoluta do processo, porque tem vícios desde a origem, desde a competência pra julgar, até o fato de que o juiz da causa agiu em conluio com o Ministério Público para a produção de provas, enfim, para toda a operação.”
A advogada Ivete Caribe da Rocha acredita que as declarações de Nelma Kodama podem ser de grande importância para a defesa de Lula. “Elas revelam que essa Operação Lava Jato foi constituída para destruir a imagem de Lula como uma das mais importantes lideranças do Brasil e construir essa perseguição e ódio que hoje se torna tão difícil a desconstrução”, afirma a integrante do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (Caad).
“É de extrema gravidade o fato de a Polícia Federal pressionar presos da Lava Jato para incriminar o ex-presidente Lula”, destaca Ivete, lembrando que Nelma Kodama fez questão de reforçar que nunca foi de esquerda, muito menos filiada ao PT.
Dessa maneira, avalia a advogada, a prisão de Lula era fatal. “A retirada dele do processo eleitoral do ano passado era condição fundamental para que esses coordenadores da Lava Jato cumprissem sua tarefa. A principal era essa: a prisão de Lula e o impedimento dele para participar das eleições. E assim construir um outro projeto de entrega do patrimônio nacional. É o que nós estamos vendo hoje”, ressalta. “Essa operação Lava Jato nasceu para que se pudesse destruir toda a esquerda, em especial as lideranças, como é o caso do ex-presidente Lula, liderança importantíssima em toda a América Latina.”

Condenação de Lula

A base da sentença de Sergio Moro na condenação de Lula foi um depoimento do executivo da OAS Léo Pinheiro. Depois de ter isentado Lula em depoimento anterior, Pinheiro afirmou ter concedido vantagens a Lula em troca de um tríplex em Guarujá, no litoral paulista. O apartamento, no entanto, jamais foi registrado nem utilizado por Lula ou por qualquer um de seus familiares. A Lava Jato nunca conseguiu especificar qual vantagem Lula teria dado à OAS, nem encontrar provas de corrupção contra o ex-presidente.
A defesa do ex-presidente, inclusive, já listou fatos e provas que atestam que o ex-executivo da OAS forjou seu depoimento prestado à Operação Lava Jato. Após ser condenado, Léo Pinheiro mudou versão apresentada para incriminar Lula. Em troca, garantiu redução de sua pena e direito de desfrutar a fortuna, como revelam os próprios procuradores, em conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil.
Outro que denuncia a indústria de delações na Lava Jato é o advogado Rodrigo Tacla Duran, que atuou como consultor da construtora Odebrecht. Arrolado como testemunha de defesa do ex-presidente Lula, Duran teve por cinco vezes seu depoimento negado por Moro. O advogado denunciou o “cerceamento” do direito de defesa no âmbito da Lava Jato: “Amordaçar testemunhas é sinal claro de que não está se fazendo Justiça”.

A prisão de Nelma

Em 2014, Nelma Kodama – que atuava em parceria com o também doleiro Alberto Youssef – foi presa no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, quando tentava embarcar para a Itália com 200 mil euros. Foi condenada a 18 anos de prisão por organização criminosa, evasão de divisas e corrupção ativa. Após delação, desde 2016 cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
Por ordem de um indulto natalino concedido pelo ex-presidente Michel Temer, no final de 2017, teve a pena extinta. Desde terça-feira (6), quando retirou a tornozeleira, está em liberdade.



Lava Jato: 14 executivos tornam-se réus por corrupção em SP, mas políticos do PSDB são poupados


Essa nova denúncia contou com a colaboração do ex-diretor do Metrô e ex-assessor da unidade de parceria público-privada da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado de São Paulo, Sérgio Correa Brasil, que, segundo o MPF, admitiu ter recebido pagamentos das cinco maiores construtoras do país para favorecê-las em concorrências do Metrô enquanto ocupou cargos na companhia e na secretaria
Agência Brasil – A Justiça Federal instaurou ação penal e tornou réus um ex-diretor do Metrô de São Paulo e 13 executivos das construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS por crimes de corrupção cometidos entre 2004 e 2014, após denúncia da Força Tarefa da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. As empresas pagaram R$ 4 milhões, no período ao então diretor do Metrô, de acordo com a procuradoria.
Segundo o MPF, as irregularidades beneficiaram as empreiteiras nas concorrências das ampliações das linhas 2 (Verde) e 5 (Lilás) e na concessão da parceria público-privada para a construção da Linha 6 (Laranja) do metrô paulista.
Essa nova denúncia contou com a colaboração do ex-diretor do Metrô e ex-assessor da unidade de parceria público-privada da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado de São Paulo, Sérgio Correa Brasil, que, segundo o MPF, admitiu ter recebido pagamentos das cinco maiores construtoras do país para favorecê-las em concorrências do Metrô enquanto ocupou cargos na companhia e na secretaria. Além das quatro construtoras denunciadas na ação, a Camargo Corrêa também é investigada, mas em inquérito separado.
Além da colaboração do ex-diretor, o MPF argumenta que os fatos são corroborados pelas delações da Odebrecht e de outras construtoras e também por dados oficiais repassados pelo Metrô. 

Aditivos contratuais

Segundo informações divulgadas pelo MPF, no caso da Linha 2 (Verde), o ex-executivo do Metrô - na função de gerente de Contratos e Compras - trabalhou para manter os contratos da linha, celebrados em 1990, por meio de 29 aditivos contratuais ao longo dos anos seguintes. Os contratos tinham sido vencidos pelas cinco grandes construtoras.
“O correto seria ter feito novas licitações, mas novos certames poderiam prejudicar as empreiteiras. A partir de 2004, quando as obras tiveram início, Correa Brasil teria recebido R$ 2 milhões em propina das construtoras por mantê-las durante 14 anos no páreo pela linha verde”, informou o MPF, em nota.
No caso da Linha 5 (Lilás), na função de gerente de Contrato e Licitação do Metrô, o executivo teria trabalhado para direcionar a licitação da ampliação da linha no trecho entre as estações Largo 13 e Chácara Klabin, favorecendo as cinco construtoras, que ficaram com os melhores trechos da obra, divididos em dois lotes para dois consórcios formados entre elas. Por seus serviços, o ex-diretor teria recebido R$ 966 mil das construtoras. 
“O terceiro episódio de corrupção envolvendo [Correa] Brasil ocorreu quando ele ocupava o cargo de assessor de Parcerias Público-Privadas na Secretaria de Planejamento e envolveu uma série de favorecimentos e manipulações em editais para que a Odebrecht Transports ganhasse a licitação e iniciasse a obra posteriormente, em 2014, em parceria com a Queiroz Galvão. Pelo trabalho, o ex-assessor recebeu R$ 700 mil”, divulgou o MPF. 
A Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo informou que seguem abertas investigações separadas que apuram o crime de cartel nas linhas 2, 5 e 6 e eventuais crimes no processo de licitação e construção da Linha 4 do Metrô.


Expoagri promete movimentar Apucarana


Exposição do Colégio Agrícola será nos próximos dias 15, 16 e 17. Evento terá shows musicais gratuitos e praça de alimentação fora dos muros do colégio.
(Foto: Profeta)
Uma entrevista coletiva, realizada na tarde de ontem (9), no gabinete municipal, reforçou o convite da direção do Colégio Agrícola e do prefeito Junior da Femac para população participar da Expoagri/2019, nos dias 15, 16 e 17 de agosto. O evento, que neste ano conta com a co-realização da prefeitura, oferece uma programação inovadora que vai além da exposição das atividades e trabalhos desenvolvidos pelos alunos da escola-fazenda e palestras.
A Expoagri/2019 terá shows musicais gratuitos e praça da alimentação, passando a ocupar espaço fora dos muros do colégio. As atividades serão expandidas para a Rua Marcílio Dias. “Está sendo organizada uma festa que vai de encontro com a identidade da cidade e com a importância do agronegócio para a economia do município. São dois importantes motivos para a prefeitura apoiar e ser co-organizadora desta tradicional exposição”, afirma o prefeito Junior da Femac.
A diretora geral do Colégio Agrícola Manoel Ribas, professora Rosiney Pimenta está entusiasmada diante da expectativa da exposição atrair grande público. “Com o apoio da prefeitura vamos oferecer um grande evento para as famílias de Apucarana e região”, disse Rosiney, lembrando que o esquema de segurança da Expoagri foi tratado com bastante cuidado pela direção do colégio e a administração municipal.
PROGRAMAÇÃO
A abertura oficial da Expoagri será quinta-feira (15), às 8 horas, seguida pela visita à escola-fazenda e ao campo experimental com palestra na parte da manhã e oficina à tarde.
No dia 16, sexta-feira, está programado um ciclo de palestras e oficina durante o dia. A partir das 18 horas acontece a abertura da Praça da Alimentação na Rua Marcílio Dias. Simultaneamente tem início o “Show de Talentos” com estudantes do Colégio Agrícola e universitários de Apucarana e região, no palco alternativo junto às barracas da gastronomia.
Às 20h30 de sexta-feira está programada a apresentação da orquestra sertaneja Facmol, seguida do show de Enzo Bismark. Às 22 horas tem início o show nacional com Bruna Viola.
BrunaViola abre a agenda de  shows no dia 16, logo após a apresentação
da orquestra sertaneja Facmol
No sábado, dia 17, está prevista durante o dia visitação ao campo experimental e, na parte da manhã, palestras técnicas. Haverá ainda almoço, a partir das 11h30 na Praça da Alimentação, seguido por show de moda de viola com artistas regionais.
Já a partir das 17 horas, tem prosseguimento o “Show de Talentos”, iniciado na noite anterior, e às 21 horas acontece o show de Vitor e Mansini, e fechando as atrações musicais, às 22 horas terá o show com a dupla sertaneja Conrado & Aleksandro.
Show de Talentos da música sertaneja
O Show de Talentos da Expoagri vai prestigiar os talentos estudantis da música sertaneja. O concurso vai premiar os melhores cantores em duas noites de competição. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o próximo dia 14, no Cine Teatro Fênix.
O Show de Talentos vai acontecer nos dias 16 (sexta-feira) de 18 horas às 21 horas, e no dia 17 (sábado), de 17 horas às 20 horas. Haverá premiação para os 3 melhores colocados de cada noite.



“Abala Apucarana” leva evangelização para Praça do 28


Evento acontece neste sábado e domingo com a participação de 15 pastores de diferentes denominações evangélicas
(Foto: Edson Denobi)
Apucarana vai sediar neste final de semana uma convenção de igrejas evangélicas, denominada 1º Abala Apucarana. O evento de evangelização cristã é aberto a toda população e vai acontecer na Concha Acústica da Praça 28 de Janeiro.
Uma iniciativa trazida dos Estados Unidos, o Abala Apucarana terá a participação de 15 pastores de igrejas evangélicas de diferentes denominações. A abertura neste sábado, às 19 horas, será feita pelo pastor Anderson Medeiros, da Igreja Pentecostal Aliança de Deus, de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. A programação de amanhã segue até as 22 horas.
No domingo (11), o Abala Apucarana tem início às 14 horas. Nos dois dias do evento haverá momentos de evangelização e de louvor, testemunhos e apresentação de banda gospel. “Nosso objetivo é proclamar o evangelho que Jesus nos deixou. Trata-se de um movimento cristão”, afirma o pastor Anderson Medeiros durante visita ao prefeito Junior da Femac na tarde de hoje, acompanhado do pastor Paulo Siqueira, da Igreja Pentecostal Fonte de Água Viva, de Apucarana.
Junior da Femac manifestou seu apoio à iniciativa de levar a evangelização a espaços públicos e agradeceu a visita oferecendo de presente aos pastores o livro “Apucarana: Uma História de Sucesso no Norte do Paraná”.
A visita de agradecimento dos pastores ao apoio da prefeitura ao “Abala Apucarana” contou com a presença de uma das organizadoras do evento no município, Cristina Aparecida dos Santos. “Apucarana é a primeira cidade do Brasil a sediar a convenção “Abala” de evangelização. As próximas edições já estão agendadas para Arapongas e Rolândia, além de cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro”, informa Cristina. A organização do evento em Apucarana também tem a participação de Marcos Ferreira.