O
ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de extrema-direita, Sergio
Moro, vive momento de isolamento político e está desgastado por conflitos com
integrantes dos três Poderes da República. Há indícios de que o ministro poderá
ser fritado em público
247 - Sergio Moro está
isolado e pode ser descartado. O ministro da Justiça e Segurança Pública do
governo de extrema-direita, Sergio Moro, encontra-se politicamente isolado e em
conflito com os três Poderes da República. Há indícios de que o ministro poderá
ser fritado em público.
O isolamento do ex-juiz da Operação Lava
Jato é fruto da sua desastrada atuação. Alvo de uma ofensiva de integrantes
desses poderes, Moro está se tornando inútil em Brasília e pode até mesmo ser
demitido.
O desgaste de Moro começou a
intensificar-se desde que a divulgação de mensagens trocadas por ele e
integrantes da Lava Jato evidenciou que como juiz de primeiro grau cometeu
arbitrariedades e ilegalidades, viciando os processos, sobretudo aquele em
condenou o ex-presidente Lula.
O projeto "anticrime" que é a
sua menina dos olhos, vai sendo desidratado. Na terça-feira (6), o Legislativo
impôs derrota ao ministro ao retirar do texto o chamado "plea
bargain", um tipo de solução negociada entre o Ministério Público, o
acusado de um crime e o juiz).
Novas mudanças serão feitas no projeto no
âmbito do Legislativo, contrárias ao interesse de Moro.
As informações são das jornalistas Talita Fernandes e Thais Arbex, da
Folha de S.Paulo.
A reportagem
destaca ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) tomou duas decisões que
estão sendo contabilizadas como contrárias a Moro: a preservação do conteúdo de
mensagens de autoridades interceptadas por hackers, e a rejeição da
transferência do ex-presidente Lula de Curitiba para São Paulo, que foi
arquitetada pelo ministro da Justiça.
Moro está incompatibilizado com boa parte
dos integrantes da Suprema Corte, que rechaçam as violações das leis que ele
tem praticado.
No Poder Executivo - assinala o jornal -
Bolsonaro autorizou a demissão do aliado de Moro no Coaf, tem exposto o
ministro ao ridículo em público e explicitou que não é prioridade do seu
governo a aprovação do projeto anticrime.
Bolsonaro criticou
Moro em público, ao afirmar que como juiz, ele estava acostumado a ter a caneta
na mão, mas que no papel de ministro suas decisões não podem ser unilaterais.
"O ministro Moro é da Justiça, mas ele não tem poder de... não
julga mais ninguém. Então, temos que, entendo a angústia dele, em querer que o
projeto dele vá para a frente, mas nós temos que combater, diminuir o
desemprego, fazer o Brasil andar, abrir o nosso comércio", disse
Bolsonaro, ressaltando que a proposta de Moro não pode atrapalhar a aprovação
de projetos-chave do governo, como as reformas previdenciária e tributária.
Fontes do Palácio do Planalto informam que
a relação entre Moro e Bolsonaro está abalada. Eles tiveram uma conversa
ríspida durante um encontro esta semana, diz a Folha.